Entendendo e Vivendo

Contexto

Zorobabel era herdeiro do trono de Davi (era neto de Jeoaquim, 2 Reis 24). Havia uma quantia signifi cativa de expectativas de que ele fosse o Messias prometido. Josué era o sumo-sacerdote durante este período e também um líder na reconstrução do templo.

Contexto

O contexto para nossa passagem de estudo está no meio das visões de Daniel, que começaram no capítulo sete. Primeiramente, Daniel recebe a visão das quatro bestas, então, no capítulo oito, tem a visão do cordeiro e do bode. Ele volta-se à oração no capítulo 9. Isto é seguido pela visão de um homem vestido de linho no capítulo 11. Finalmente, ele recebe a visão dos tempos do fi m no capítulo doze. Nosso capítulo divide-se em cinco partes: 1) preparação para oração (9:1-4a); 2) prece e confissão (9:4b-10); 3) o castigo de Deus (9:11-14); 4) apelo à misericórdia divina (9:15-19) e 5) a profecia das 70 semanas (9:20-27). No coração da oração de Daniel está a realidade da aliança. Especificamente, é fundada na Aliança Deuteronômica. Ele entende que a situação presente do seu povo é resultado da quebra da lei e das maldições conseqüentes. O profeta também entende que o caminho para a restauração passa pelo arrependimento, que envolve o total reconhecimento das transgressões cometidas. Não há “perdão e esquecimento” sem confissão. Note que não há nenhuma sugestão ou evidência de que Daniel tenha participado pessoalmente em quaisquer dos pecados que conduziram à condição presente de seu povo. Todavia, ele não diz “Perdoe-os, Senhor”. A liderança religiosa ecoará freqüentemente as palavras de Daniel em 9:5, quando está lidando com arrependimento e pedido de perdão.

Contexto

Muitos estudiosos acreditam que a versão que temos no livro de Daniel foi escrita muito tempo depois do exílio babilônico, talvez centenas de anos depois dos judeus terem sido levados ao cativeiro. Durante este período de tempo haviam esquecido como prosperamente os judeus tinham se integrado na sociedade babilônica. Hananias, Azarias e Misael, como também o herói da história, Daniel, tinham se tornado pessoas influentes nos negócios administrativos na Babilônia (o texto não nos informa que papéis desempenharam, apenas que foram proeminentes – Daniel 3:12). É neste contexto, de ser alguém infl uente em território inimigo, que a história nos leva ao famoso episódio da fornalha ardente, no capítulo 3. Estas histórias formam um pano de fundo importante para as visões que Daniel tem, começando no capítulo 7.

Nosso texto de estudo envolve Hananias, Azarias e Misael, que preferiram arriscar suas vidas (e seu sustento) a quebrar a aliança com Deus. O incidente apresenta a adoração ao Deus verdadeiro e o uso humanístico da religião para impulsionar o poder dos regentes deste mundo. É característica da idolatria colocar o ídolo como algo à disposição do adorador para alcançar seus fi ns. Nabucodonosor não pôde ver nenhuma outra razão que não a insubordinação para a recusa da adoração como havia requerido e, portanto, não hesitou em ordenar um castigo brutal aos insubmissos.

À medida que tudo é dito e feito, o leitor tem que observar as condições com a declaração de fé que foi articulada pelos três homens: “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, pode nos livrar da fornalha de fogo ardente; e ele nos livrará da tua mão, ó rei. Mas, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Daniel 3:17-18). É digno de nota que eles tiveram que sofrer a provação, serem lançados na fornalha ardente, e, não obstante, a vida deles foi poupada. Não há nenhuma sugestão aqui ou em outro lugar da Bíblia de que o crente será poupado da dificuldade ou que, quando ele passa por sofrimentos, Deus não está com ele. (Leia Isaías 43:2 João 12:26)

Pano de fundo histórico

Fornalhas na Babilônia estavam ligadas à fabricação de tijolos (Gênesis 11:3), que eram extensamente usados na ausência de pedra. O combustível era o carvão, que produzia as altas temperaturas requeridas para a queima do tijolo e para se forjar o ferro (Isaías 44:12). Algumas olarias de tijolos foram encontradas em escavações feitas perto do território da Babilônia.

Aplicação

Quando estudei a passagem fui golpeado pela repetição da lista de oficiais e dos instrumentos musicais, que alertavam a multidão acerca de quando se curvar a esta imagem. Eu imagino que o autor pode ter repetido esta frase para um efeito satírico: Aqui estão todos os grandes do império que se prostram diante de um obelisco inanimado ao som de um medley musical controlado pelo bastão deste rei. É uma marca de gênero literário repetir estas frases para basear a sátira, e mostrar quão tola é a cultura que não tem nenhuma relação com o verdadeiro criador do universo. Ao som da música eles se agrupariam para adorar esta figura sem vida.

Nós deveríamos tomar nota que o comportamento idólatra pode acontecer em fins de semana em nosso país, com a adoração dos jogos de futebol e seus jogadores pelas massas populares! Há algo semelhante em sua cidade? Eu já fui culpado desse tipo de idolatria e precisei da ajuda de outros para mostrar-me quão tolo é este tipo de comportamento. É o que, igualmente, Daniel está tentando ensinar à sua audiência!

É difícil achar cristãos sendo fisicamente perseguidos em nosso país. Eles são perseguidos ideologicamente pela grande mídia, que afirma que seus conceitos e crenças são “obsoletos” ou irrelevantes para a sociedade contemporânea. Uma das organizações que a Igreja a que eu sirvo apóia é a “Voz dos Mártires1”, que representa os cristãos perseguidos ao redor do mundo, defendendo o bem-estar e proteção deles. Quando pensamos em por que algumas pessoas arriscam tudo para permanecerem fiéis às suas convicções religiosas, pode vir à nossa mente os fundamentalistas islâmicos contemporâneos, que não descansarão por nada até alcançar a meta deles de derrotar os que se opõem à sua religião. Porém, devemos lembrar-nos de quantos cristãos que preferiram morrer a negar sua fé em Cristo.

Você estaria disposto a morrer por sua fé? Um de meus heróis cristãos é Dietrich Bonhoeffer. Ele estava disposto a morrer pela sua fé trabalhando contra o holocausto de Hitler e as atrocidades cometidas pela Gestapo na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Bonhoeffer admitiu que, no início, foi iludido pelo discurso de Hitler, ele admitiu seu pecado e passou a defender os judeus. Foi morto em campo de concentração duas semanas antes do fim da guerra.

Você alguma vez já pensou em suas próprias escolhas na adoração como um risco à sua fé? Eu sei que tivemos, e ainda temos, confl itos em nossas igrejas sobre estilos de adoração diferentes. Nós estamos dispostos a conviver com um estilo de adoração diferente, se é para a melhoria da saúde espiritual da Igreja? Eu sei que devemos ser gratos por termos mencontrado uma tradição de fé tão rica e diversa quanto a que os batistas do sétimo dia têm.


1 Você pode conhecer melhor o trabalho da "Voz dos Mártires" acessando seu site www.vozmartir.org ou www.martirescristaos.blogspot.com

Muitas vezes, à medida que crescemos como cristãos, somos menos propensos a correr riscos. Nós precisamos nos lembrar que servimos a um Deus que correu o maior risco de todos, enviando seu próprio Filho para que morresse em prol de suas criaturas amadas. Alguns têm rejeitado e continuarão rejeitando o chamado, e isso, sim, é correr um grande risco! O risco do amor é um risco que todos deveríamos abraçar enquanto vivemos nossa vida em comunidade em nossas igrejas batistas do sétimo dia.

Como um ato prático de apoio e solidariedade aos cristãos que são perseguidos, eu convidaria você a se envolver com a Voz dos Mártires (você pode encontrá-los na Internet, no endereço www.vozmartir.org). Apoiar esta organização, seja como uma igreja ou individualmente, pode ser um passo importante para a solidariedade aos cristãos perseguidos que têm uma longa história que começa com Hananias, Azarias e Misael! Ficando familiar com a organização deles, recebendo a lista de e-mails deles, poderá prover oportunidades para se envolver com os cristãos perseguidos ao redor do globo.

Contexto

A famosa história de Daniel na cova dos leões é precedida pela de Belzasar e a “escrita na parede”. Este é um desenvolvimento importante para mostrar porque as ações acontecem da maneira que se desenrolam em Daniel 6 Depois da cova dos leões, vêm as visões, que incluem bestas mais assustadoras que leões! No texto que precede nossa história, Daniel é estabelecido como um intérprete preciso de sonhos. Isto dá credibilidade às visões que começam em Daniel 7 O fi rme fundamento da oração na vida do profeta o fortaleceu e é especialmente importante na história da cova dos leões. A oração capacitou-lhe a resistir aos desafi os de sua fé.

Contexto

O contexto de Daniel 1 é situado no solo da Babilônia, para onde o povo de Deus foi levado cativo. “No exílio” é um contexto importante porque forçou as pessoas a fazerem uma pergunta fundamental: Cadê nossa aliança com Deus, que prometeu prover-nos “a terra que manava leite e mel”? Durante muitos séculos que o conduziram até o exílio, o povo de Deus tinha quebrado o relacionamento de aliança que tinha com o SENHOR. O povo de Deus começou a fazer ídolos já nos tempos de Moisés, quando ele os deixou para subir a montanha e receber os dez mandamentos. Quando Moisés desceu se deparou com o famoso bezerro dourado. O resto, como se diz, é história. Considere o período dos juízes, a monarquia decaída e, fi nalmente, as vozes dos profetas (maiores e menores) que proclamaram o tema comum: “se convertam de seus maus caminhos, de sua idolatria, e voltem para Deus”. A idolatria se manifestou, em última instância, em ignorar a situação do pobre e do necessitado e assumir outras religiões. Infelizmente, algumas destas circunstâncias refl etem o contexto atual em nosso país e em outras partes do mundo!

O contexto literário é o começo da saga de Daniel. O livro se divide em duas partes iguais, Daniel 1-6, relatando os incidentes que ocorreram a Daniel e seus amigos, e os capítulos 7 a 12, que se sobrepõem cronologicamente e contam as quatro visões, que vieram a Daniel em sua idade mais avançada. As visões são um gênero diferente de literatura. Elas são apocalípticas. Nosso texto é pura narrativa. A narrativa é interpretada de um modo completamente diferente da literatura apocalíptica. Um estudo sobre como interpretar literatura apocalíptica ficará para uma outra oportunidade. Hoje temos uma narrativa para aplicar à nossa vida.

Aplicação

Para aplicarmos este texto à nossa vida, deveríamos começar através da exploração das pressões que Daniel e seus amigos sofreram para se conformarem à corte do rei da Babilônia, Nabucodonosor. Nós, cristãos, temos sido pressionados para nos conformarmos a normas culturais que não são distintamente cristãs? Veja, por exemplo, a pressão do consumismo. Os feriados religiosos têm feito muitas pessoas comprarem além do que podem e se afundarem em dívidas.

Um dos temas principais do Velho Testamento é como a “Babilônia” constantemente pressionaria os israelitas que tinham uma fé genuína para se tornarem mais parecidos com os “babilônicos” (eu uso a palavra simbolicamente – como João a usou em Apocalipse para descrever qualquer cultura dominante da época, podendo ser: Assíria e Babilônia, no A.T., ou Roma, no N.T.). Eventualmente as pessoas de Israel se tornaram totalmente sincretistas.

Estas pressões existem em nossa cultura? Uma pressão comum na cultura ocidental é a de se ter uma casa, carro ou jardim melhor ou mais luxuoso que seus vizinhos. Enquanto esta não deveria afetar a realidade da comunidade cristã, à medida que nos esforçamos para cuidar dos necessitados entre nós, acho que pode ser um desafi o real, especialmente em lugares que praticam uma forma do Evangelho pejorativamente conhecido como o “Evangelho da Saúde e da Prosperidade”. A cultura que cerca aqueles que têm uma fé genuinamente bíblica sempre está procurando meios para comprometer aquela fé genuína no Senhor. Ela buscará infl uenciar o entendimento emocional e intelectual de muitos adultos para coisas materiais e para ter fome de poder. O mundo faz um trabalho maravilhoso ao pressionar de modos insidiosos! Deixe-me esclarecer: eu não estou defendendo uma retirada completa do mundo, mas apenas advogo um compromisso inteligente, completamente atento aos poderes que Paulo mencionou em sua carta aos Efésios.

Como você pode permanecer firme contra tais normas culturais? Você tem colaborado com os departamentos de sua igreja? Você tem pregado o Evangelho com criatividade, sem infl uenciar a mensagem verdadeira que deve ser pregada? Lembro-me de uma frase célebre de Francisco de Assis: “vamos pregar o Evangelho em todo o tempo, se necessário usemos as palavras”. Temos usado os recursos que Deus nos deu para pregar o Evangelho de maneira que o Reino de Cristo avance? Eu oro para que nós não nos conformemos à “Babilônia” atual.

Como estes poderes acham seus meios em nossas igrejas? Esteja à procura de meios para ajudar os famintos, busque oportunidades para promover uma liderança com humildade, ajude as pessoas a se envolverem nas atividades de sua igreja. Não ignore aqueles que servem e não os glorifique pelo seu trabalho. Lembre-se que toda a glória deve ser dada a Deus. Isto não quer dizer que você não possa ou não deva elogiar os que desempenham seu ministério, apenas seja cauteloso para não colocá-los num pedestal, pois a queda pode ser grande.

Nós, batistas do sétimo dia, aderimos a um dos símbolos da identidade judaica – o Sábado sagrado. A cultura circunvizinha seria abençoada por abraçar o presente do Sábado. Devemos ter cuidado para apresentar o Sábado, não como uma parte do “evangelho”, mas como um presente de Deus a ser celebrado. O Sábado é um presente inestimável ao nos tirar da cultura de nossos dias, trabalho 7 dias por semana, 24 horas por dia, para dedicarmos um tempo especial ao nosso relacionamento com o Rei do Universo.