Contexto

O contexto de Daniel 1 é situado no solo da Babilônia, para onde o povo de Deus foi levado cativo. “No exílio” é um contexto importante porque forçou as pessoas a fazerem uma pergunta fundamental: Cadê nossa aliança com Deus, que prometeu prover-nos “a terra que manava leite e mel”? Durante muitos séculos que o conduziram até o exílio, o povo de Deus tinha quebrado o relacionamento de aliança que tinha com o SENHOR. O povo de Deus começou a fazer ídolos já nos tempos de Moisés, quando ele os deixou para subir a montanha e receber os dez mandamentos. Quando Moisés desceu se deparou com o famoso bezerro dourado. O resto, como se diz, é história. Considere o período dos juízes, a monarquia decaída e, fi nalmente, as vozes dos profetas (maiores e menores) que proclamaram o tema comum: “se convertam de seus maus caminhos, de sua idolatria, e voltem para Deus”. A idolatria se manifestou, em última instância, em ignorar a situação do pobre e do necessitado e assumir outras religiões. Infelizmente, algumas destas circunstâncias refl etem o contexto atual em nosso país e em outras partes do mundo!

O contexto literário é o começo da saga de Daniel. O livro se divide em duas partes iguais, Daniel 1-6, relatando os incidentes que ocorreram a Daniel e seus amigos, e os capítulos 7 a 12, que se sobrepõem cronologicamente e contam as quatro visões, que vieram a Daniel em sua idade mais avançada. As visões são um gênero diferente de literatura. Elas são apocalípticas. Nosso texto é pura narrativa. A narrativa é interpretada de um modo completamente diferente da literatura apocalíptica. Um estudo sobre como interpretar literatura apocalíptica ficará para uma outra oportunidade. Hoje temos uma narrativa para aplicar à nossa vida.

Aplicação

Para aplicarmos este texto à nossa vida, deveríamos começar através da exploração das pressões que Daniel e seus amigos sofreram para se conformarem à corte do rei da Babilônia, Nabucodonosor. Nós, cristãos, temos sido pressionados para nos conformarmos a normas culturais que não são distintamente cristãs? Veja, por exemplo, a pressão do consumismo. Os feriados religiosos têm feito muitas pessoas comprarem além do que podem e se afundarem em dívidas.

Um dos temas principais do Velho Testamento é como a “Babilônia” constantemente pressionaria os israelitas que tinham uma fé genuína para se tornarem mais parecidos com os “babilônicos” (eu uso a palavra simbolicamente – como João a usou em Apocalipse para descrever qualquer cultura dominante da época, podendo ser: Assíria e Babilônia, no A.T., ou Roma, no N.T.). Eventualmente as pessoas de Israel se tornaram totalmente sincretistas.

Estas pressões existem em nossa cultura? Uma pressão comum na cultura ocidental é a de se ter uma casa, carro ou jardim melhor ou mais luxuoso que seus vizinhos. Enquanto esta não deveria afetar a realidade da comunidade cristã, à medida que nos esforçamos para cuidar dos necessitados entre nós, acho que pode ser um desafi o real, especialmente em lugares que praticam uma forma do Evangelho pejorativamente conhecido como o “Evangelho da Saúde e da Prosperidade”. A cultura que cerca aqueles que têm uma fé genuinamente bíblica sempre está procurando meios para comprometer aquela fé genuína no Senhor. Ela buscará infl uenciar o entendimento emocional e intelectual de muitos adultos para coisas materiais e para ter fome de poder. O mundo faz um trabalho maravilhoso ao pressionar de modos insidiosos! Deixe-me esclarecer: eu não estou defendendo uma retirada completa do mundo, mas apenas advogo um compromisso inteligente, completamente atento aos poderes que Paulo mencionou em sua carta aos Efésios.

Como você pode permanecer firme contra tais normas culturais? Você tem colaborado com os departamentos de sua igreja? Você tem pregado o Evangelho com criatividade, sem infl uenciar a mensagem verdadeira que deve ser pregada? Lembro-me de uma frase célebre de Francisco de Assis: “vamos pregar o Evangelho em todo o tempo, se necessário usemos as palavras”. Temos usado os recursos que Deus nos deu para pregar o Evangelho de maneira que o Reino de Cristo avance? Eu oro para que nós não nos conformemos à “Babilônia” atual.

Como estes poderes acham seus meios em nossas igrejas? Esteja à procura de meios para ajudar os famintos, busque oportunidades para promover uma liderança com humildade, ajude as pessoas a se envolverem nas atividades de sua igreja. Não ignore aqueles que servem e não os glorifique pelo seu trabalho. Lembre-se que toda a glória deve ser dada a Deus. Isto não quer dizer que você não possa ou não deva elogiar os que desempenham seu ministério, apenas seja cauteloso para não colocá-los num pedestal, pois a queda pode ser grande.

Nós, batistas do sétimo dia, aderimos a um dos símbolos da identidade judaica – o Sábado sagrado. A cultura circunvizinha seria abençoada por abraçar o presente do Sábado. Devemos ter cuidado para apresentar o Sábado, não como uma parte do “evangelho”, mas como um presente de Deus a ser celebrado. O Sábado é um presente inestimável ao nos tirar da cultura de nossos dias, trabalho 7 dias por semana, 24 horas por dia, para dedicarmos um tempo especial ao nosso relacionamento com o Rei do Universo.

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