Contexto

Quando estudamos a vinda de Cristo, vemos Deus realizar sua maravilhosa obra prometida. Jesus não apareceu simplesmente como um homem comum com ideias incomuns. Ao invés disso, Deus estabeleceu Jesus como o Salvador, tecido na história humana – passado, presente e futuro. Hoje, vislumbramos uma parte da bela obra de Deus.


 

A Genealogia do Rei

Mateus apresentou Jesus como àquele que preenchia todas as profecias que tratavam do Messias. Este evangelho começa com a linhagem de Jesus para mostrar que ele é descendente de Abraão – através de quem todas as nações do mundo seriam benditas (Gênesis 12:3) – e também como fi - lho de Davi – através de quem o regente do reino eterno de Deus viria (2 Samuel 7:12-13; Salmos 89:3-4).

Como lemos primeiramente em Mateus 1:1-17, vemos a ligação sanguínea de Jesus e Abraão, mas, com exceção de alguns nomes conhecidos, a lista pode não parecer relevante. A maioria destas pessoas nos são estranhas porque não temos nenhuma ligação familiar, e somos tentados a passar por cima da passagem.

Vamos olhar mais de perto:

Abraão, Jacó, Judá, Davi e Salomão tinham irmãos mais velhos. Eles não tinham a tradicional honra do filho primogênito. Isto nos lembra que Deus não faz “acepção de pessoas”. Deus irá, conforme desejar, exaltar aqueles que de outra forma podem não receber honra. A linhagem de Jesus tinha um número de pessoas “inferiores”, a quem Deus honrou.

De todos os reis de Judá, mencionados neste registro, apenas Davi é expressamente chamado de rei. Isto aponta para a aliança que Deus fez com Davi dizendo “a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre” (2 Samuel 7:16).

Embora Davi fosse fiel, ele tropeçou em seus próprios pecados. Os que o sucederam ao seu trono não foram sempre os melhores exemplos de fi delidade: Roboão, Abias e Jorão não foram bons reis; Acaz, Manassés e Amom lideraram Judá em atos horríveis de sacrifícios infantis e idolatria. Com isto podemos perceber que Deus mantém fielmente suas promessas, mesmo quando seu povo não lhe é fiel. A linhagem da qual veio o Messias não era composta apenas do “melhor da safra”.

Isto não nos dá uma razão para vivermos em desobediência à Palavra de Deus, com a ideia de que a vontade divina é cumprida. Enquanto somos gratos pelo perdão que temos em Cristo, há consequências para cada ação; todos prestarão contas diante de Deus (2 Coríntios 5:9-10).

Há quatro mulheres citadas no registro de Mateus (incluindo Maria). Devido ao fato de ser bastante incomum para uma genealogia incluir nomes de mulheres, isto demonstra novamente que Deus pode escolher os “menos prováveis” para sua obra. Esta ênfase é fortalecida quando lembramos que estas quatro mulheres estiveram envolvidas em prostituição (Tamar), adultério (Bate-Seba), algumas tinham origem estrangeira (Rute) ou tudo isso junto (Raabe). A despeito dessa realidade, elas são parte da árvore genealógica de Jesus.

O cativeiro na Babilônia está incluído nesta genealogia. Isto é significativo não apenas como um “ponto de referência”, mas também como um lembrete de que Deus disciplinou o povo de Judá; eles enfrentaram os efeitos colaterais de sua infidelidade. Sua fraqueza e grande necessidade foram muito evidentes neste período de muita humilhação.

A história de Abraão a Davi, passando pelo exílio, ao retorno de Judá depois do exílio é pontuada com profetas falando do Messias – aquele que anunciaria o reino eterno de Deus, e cumpriria as promessas de cura, perdão e paz verdadeira.

O significado de Rute na Genealogia do Rei

Rute era moabita. Os moabitas (e amonitas) eram inimigos de Israel e sujeitos a uma maldição específi ca: a exclusão de entrarem “na assembleia do Senhor” (Deuteronômio 23:3-5). Esta maldição era o resultado de terem se oposto a Israel no tempo de necessidade, e de tentar amaldiçoá- los em sua jornada do Egito.

Israel tinha ordens de evitar as práticas das nações à sua volta – especialmente a criação e adoração de ídolos. Eles foram avisados contra o casamento misto porque isso levaria à aceitação a adoção do estilo de vida pagão (Deuteronômio 7:1-8). Israel deveria ser separado: manter sua identidade e fi delidade como povo santo de Deus.

Rute era uma forasteira, que demonstrou devoção ao Deus de Israel por meio de seu cuidado e dedicação para com sua sogra, Noemi. Após a morte dos fi lhos e do marido de Noemi, ela implorou para que suas noras a deixassem e retornassem a seu país. A tocante resposta de Rute a Noemi foi, “Não me instes para que te deixe (...) o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rute 1:16).

À medida que a vida de Rute e Noemi progridem, vemos Deus mostrar favor e bênção a ambas. No fim, Rute é honrada com uma posição na linhagem do Rei Davi e do Filho de Davi – o Messias.

A experiência de Rute serve como uma figura de Deus abrindo as portas ao estrangeiro e reunindo os forasteiros consigo (Isaías 56:1-8). Por causa da obra consumada de Cristo, aqueles que estavam de fora, “separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa,” são trazidos para perto do sangue de Cristo (Efésios 2:11-13).

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