Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
João 4:23
INTRODUÇÃO
Nesta lição trataremos do culto a Deus por meio da adoração, como a Bíblia nos ensina. Abordaremos também a adoração prática na vida cotidiana do povo de Deus. Que ao longo deste estudo, possamos abrir as Escrituras e permitir que ela nos ensine a sermos verdadeiros adoradores, aos quais Deus está à procura, a prestar-lhe o culto que Ele espera de nós.
Diante de tantas invenções e inovações no meio evangélico, com relação ao culto, precisamos tomar cuidado para não perdermos a trilha bíblica da verdadeira adoração. Por esta razão, a mordomia da adoração se constitui numa doutrina essencial na vida da igreja.
A primeira verdade da mordomia da adoração é que ela é um privilégio concedido ao povo salvo, para deste modo servi-Lo. O sentido mais forte de adoração é atribuir valor ou mérito a um objeto ou pessoa. Na vida do verdadeiro cristão não há espaço para adoração de coisas ou objetos.
O termo adoração vem do latim “adoracionem”, cujo significado é “orar para alguém”62. No hebraico literalmente significa “curvar-se em humilde reverência e prostração”. Essa atitude indicava que todo israelita devia manter e administrar sua vida religiosa, como reconhecimento da soberania divina (Gênesis 24:52; 2 Crônicas 7:3; 29:29). Já no Novo Testamento o sentido é o de “prostrar-se diante de alguém maior, ou de render homenagem”.
O Dr. Russel Shedd assim comenta:
Definir um termo como ‘cultuar’ ou ‘adorar’ não deixa de ser um desafio a todos que se preocupam com uma verdadeira adoração. Em um sentido mais restrito, significa uma atribuição de honra e glória a quem ou ao que o adorador considera de valor supremo. Seria veneração ou devoção expressa a Deus em público ou pessoalmente.
Quando adoramos a Deus, estamos, na verdade, administrando nossa atitude e posição em relação a Ele. Quando o cristão está adorando, meditando acerca de Deus, com enlevo espiritual, pensando no Criador como Onipotente, Onisciente, Onipresente, Eterno, Infinito e perfeito Deus, Deus de toda santidade, misericórdia e graça, aquele que é totalmente santo e digno. Depois, reúne toda essa alegria, obediência, confiança, reverência, homenagem e admiração, todo o amor e coloca a soma total disto tudo no altar de Deus, fazendo com que suba diante do Senhor no fogo de intensa devoção, no ardor do holocausto. Isto é o que podemos chamar de adoração genuína, de sacrifício de louvor
DIFERENÇA ENTRE LOUVAR E ADORAR
Por diversas vezes fui questionado sobre qual a diferença entre louvar e adorar a Deus. Quando ainda no seminário, lembro-me do Professor Jaziel dizendo que louvamos a Deus pelo que Ele fez e faz por nós e O adoramos simplesmente por quem Ele é. Sendo assim, devemos ser gratos em nosso louvor ao exaltarmos o Senhor por Suas grandes misericórdias. Louvar significa olhar para o alto e adorar tem a ver com o prostrar-se. Muitas vezes, o “louvor” cristão não passa de entretenimento religioso e não conduz a um enriquecimento espiritual na presença do Senhor. Há momentos em que nossos cânticos devem dar lugar ao silêncio, ao nos curvarmos diante do Senhor.
Adorando em Espírito e em Verdade Na conversa com a Samaritana, em João 4 nosso Senhor declara que os verdadeiros adoradores o adorarão em espírito e em verdade, e que o Pai está à procura destes. Podemos inferir que se Deus está à procura dos verdadeiros adoradores é porque existem falsos adoradores. Quem seriam estes? O próprio Senhor Jesus, citando o livro de Isaías, responde: são aqueles que O honram com os lábios, mas cujo coração está longe! (Marcos 7:6-7).
O que seria, portanto, adorar em espírito e em verdade? A mulher pôs em discussão um tópico teológico popular de seus dias: o melhor lugar para adorar. Os judeus diziam que o único lugar no mundo onde se podia adorar era o templo em Jerusalém. Hoje, muitos cristãos, acreditam que só podem adorar a Deus no templo, ou que sua adoração está restrita ao instante que gastam na igreja. A verdadeira adoração nada tem a ver com o lugar, nem com o tempo do culto. Jesus conduziu a conversação para um ponto mais importante: a atitude do adorador. “Deus é Espírito” significa que o espaço físico não O limita. Ele está presente em todo lugar e podemos adorá-Lo em qualquer lugar e a qualquer hora. Não é onde adoramos o que conta e sim como O adoramos.
É nossa adoração em espírito e em verdade? Adorar a Deus em espírito é estar em sincronia com o Espírito Santo. Como o Espírito Santo nos ajuda na adoração? O Espírito Santo intercede por nós (Romanos 8:26), ensina-nos as Palavras
DIFERENÇA ENTRE LOUVAR E ADORAR
Por diversas vezes fui questionado sobre qual a diferença entre louvar e adorar a Deus. Quando ainda no seminário, lembro-me do Professor Jaziel dizendo que louvamos a Deus pelo que Ele fez e faz por nós e O adoramos simplesmente por quem Ele é. Sendo assim, devemos ser gratos em nosso louvor ao exaltarmos o Senhor por Suas grandes misericórdias. Louvar significa olhar para o alto e adorar tem a ver com o prostrar-se. Muitas vezes, o “louvor” cristão não passa de entretenimento religioso e não conduz a um enriquecimento espiritual na presença do Senhor. Há momentos em que nossos cânticos devem dar lugar ao silêncio, ao nos curvarmos diante do Senhor.
Adorando em Espírito e em Verdade Na conversa com a Samaritana, em João 4 nosso Senhor declara que os verdadeiros adoradores o adorarão em espírito e em verdade, e que o Pai está à procura destes. Podemos inferir que se Deus está à procura dos verdadeiros adoradores é porque existem falsos adoradores. Quem seriam estes? O próprio Senhor Jesus, citando o livro de Isaías, responde: são aqueles que O honram com os lábios, mas cujo coração está longe! (Marcos 7:6-7).
O que seria, portanto, adorar em espírito e em verdade? A mulher pôs em discussão um tópico teológico popular de seus dias: o melhor lugar para adorar. Os judeus diziam que o único lugar no mundo onde se podia adorar era o templo em Jerusalém. Hoje, muitos cristãos, acreditam que só podem adorar a Deus no templo, ou que sua adoração está restrita ao instante que gastam na igreja. A verdadeira adoração nada tem a ver com o lugar, nem com o tempo do culto. Jesus conduziu a conversação para um ponto mais importante: a atitude do adorador. “Deus é Espírito” significa que o espaço físico não O limita. Ele está presente em todo lugar e podemos adorá-Lo em qualquer lugar e a qualquer hora. Não é onde adoramos o que conta e sim como O adoramos.
É nossa adoração em espírito e em verdade? Adorar a Deus em espírito é estar em sincronia com o Espírito Santo. Como o Espírito Santo nos ajuda na adoração? O Espírito Santo intercede por nós (Romanos 8:26), ensina-nos as Palavras de Cristo (João 14:26) e nos ajuda a nos sentir amados pelo Pai (Romanos 5:5). Adorar a Deus em verdade envolve tudo aquilo que fazemos durante o período que não estamos no templo. Tem a ver com nosso testemunho nos sete dias da semana. Está intrinsecamente ligado àquilo que fazemos quando “ninguém” está olhando. Está relacionado à como nos comportamos em nossa casa, como tratamos nossos vizinhos, como nos portamos no trabalho, na escola, na faculdade, como lidamos com as adversidades da vida, entre outros. Estamos nós adorando em espírito e em verdade?
São vários os aspectos da adoração, mas vamos nos deter a apenas três:
a) Celebração. Celebrar é o mesmo que festejar, aclamar ou comemorar algo em comunidade. O culto bíblico deve ser encarado como uma festa espiritual, em que Deus, o nosso Criador e Salvador, é homenageado. Somos convidados para nos achegarmos ante a presença de Deus de uma forma festiva e jubilosa. Diz o salmista, “Venham! Cantemos ao Senhor com alegria! Aclamemos a Rocha da nossa salvação!” (Salmos 95:1 NVI). Dois verbos se destacam aqui: “cantemos” e “aclamemos”. O verbo traduzido por “cantemos” no original, significa, literalmente, “gritar de alegria” ou “dar um grito retumbante”. O verbo vertido por “aclamemos” tem uma ideia semelhante, significa ”gritar de triunfo”. Para muitos, isso pode soar estranho, mas o salmista está nos incentivando a “gritar de alegria” em adoração ao nosso Deus.
Existem cristãos que se gritam muito quando seu time do coração marca um gol, ao ponto de ficarem afônicos; mas quando se trata de louvar a Deus nem se ouve a voz deles, calam-se diante do Rei da Glória. Acanham-se em aclamá-lo e glorificá-lo. Nosso grande Rei espera que seus súditos fiquem eufóricos diante d’Ele. Ressaltamos, sim, que o Salmo 95 não está nos incentivando a gritarmos como se fôssemos alienados, pois não faz referência a uma euforia vazia ou a ruídos sem sentido e emitidos ao acaso. Refere-se, acima de tudo, à atitude de celebração que devemos ter no culto ao Deus vivo. A adoração bíblica deve ser sempre uma celebração.
b) Reverência. Quando enfatizamos demais a alegria e o entusiasmo no culto, podemos nos perder nesse caminho e nos tornar adoradores sentimentalistas, que se reúnem apenas para buscar experiências, emoções e arrepios. Ao lermos Atos 2, percebemos que a igreja primitiva tinha entusiasmo, mas era igualmente cheia de temor, de reverência a Deus. É preciso que cristãos tenham reverência ao Todo-Poderoso, em tributo de exaltação ao Rei da Glória.
O Dr. Russel Shedd aponta para dois extremos perigosos no culto a Deus: 1) Um formalismo que sacramenta e engessa o modo de adorar a Deus, enquanto anula o poder de um contato vital com Deus e onde não há liberdade para o Espírito (cf. 2 Coríntios 3:17); 2) Uma espontaneidade que encoraja desprendimento e liberdade, desprezando toda e qualquer formalidade, mas que cria confusão e desordem (1Co 14:33). Nessa questão, temos que saber balancear a alegria e entusiasmo na adoração à reverência que Deus merece. Um sentido mais prático de reverência é: “obedecer, acatar, respeitar”. O ato de adorar deve ser precedido pela obediência aos mandamentos de Deus. Pois “reverenciar a Deus” refere-se apenas à postura física. Mais do que prostrar-se, ou colocar o rosto na terra, a autêntica reverência na adoração tem a ver com a atitude do coração. Jesus declarou que “os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade” (João 4:24).
c) Fidelidade. Deus espera de nós muito mais do que aquilo que oferecemos a Ele durante o culto no templo. Ele
quer que sejamos fiéis e obedientes. Quer que adoremos com fidelidade! Assim, adoração é um estilo de vida, ou seja, nossa vida deve ser um constante culto a Deus. Não vai adiantar nada você celebrar alegremente com os irmãos e ser reverente a Deus durante o culto, se, ao retornar para sua casa, após o término do culto no templo, tudo continuar como estava antes: sem transformação de vida, sem santidade e sem obediência. Para Deus, “obedecer é melhor do que o sacrificar” (1 Samuel 15:22).
Devemos, sim, louvar com alegria, orar com reverência. Mas, se nosso desejo for realmente alegrar o coração de
nosso Pai Celeste, é necessário Lhe obedecermos também nos outros dias da semana, quando não estamos no templo. Portanto, respondamos positivamente à Palavra pregada no culto! Lembremos que ao ouvirmos a bênção apostólica no templo, na realidade, o culto não acabou. O culto, a adoração, precisa continuar em nossa casa, em nosso ambiente de trabalho, na faculdade, por onde quer formos e em tudo que fizermos. Essa é a adoração que Deus espera! O profeta Isaías, no capítulo 1, denunciou o culto hipócrita a Deus, pois os israelitas estavam “cultuando” ao Senhor no culto sabático, mas se esqueciam de obedecer a Deus no restante da semana. Reflitamos sobre nossa fidelidade a Deus.
A verdadeira adoração não é restrita ao momento do culto, mas faz parte da vida do cristão e o atinge em todos os aspectos de seu viver. |
COMPONENTES DO CULTO A DEUS
A adoração consiste nos atos e atitudes que reverenciam e honram a majestade do grande Deus do céu e da terra. Sendo assim, a adoração concentra-se em Deus, e não no ser humano. Que componentes do culto podem ser usados?
a) A leitura da Palavra. A leitura individual com atitude de reverência produz paz interior e orientação espiritual para a vida cotidiana. A leitura pública ainda é um hábito positivo e indispensável aos cultos cristãos, como parte da adoração. Na Bíblia, aprendemos que um dos maiores momentos de adoração ao Senhor ocorreu quando o sacerdote Esdras leu a Lei perante o povo (Neemias 8:5-6).
b) A pregação e o ensino da Palavra de Deus. Um verdadeiro culto de adoração a Deus não pode ficar sem ensino ou pregação bíblica. Por meio da exposição desta, o homem pode reconhecer Deus como seu único Senhor e Salvador. Precisamos valorizar o momento da pregação. Precisamos de pregadores que se dediquem a dar alimento sólido, atrativo e nutritivo ao rebanho de Deus. A Palavra tem que ter seu lugar de honra. Cantar louvores ao Senhor, deve ser de todo o nosso coração, porém, não podemos tirar o lugar da Palavra do nosso culto a Deus.
c) Os cânticos na adoração cristã. Uma maneira de expressarmos alegria, gratidão e desejo de comunhão com
nosso Senhor é por meio dos hinos e cânticos espirituais (Sl 136; 126:3). Os cânticos devem ser inspirados em música e letra com conteúdo suficiente para conduzir o povo de Deus à adoração (Êx 15:1-21). Os líderes de louvor devem estar atentos à teologia dos cânticos modernos. Não podemos, como povo de Deus, cantar algo que contrarie os ensinos da Palavra de Deus. Convém, porém, salientar que o cristão é aquele que tem mais direito de cantar do que qualquer outra pessoa no mundo, porque o cristianismo é a religião mais alegre que existe. O Novo Testamento começa com o júbilo dos anjos que anunciam o nascimento de Cristo e termina com a descrição das incontáveis multidões cantando aleluias Àquele que venceu o pecado, a morte e o diabo. O Cristianismo é uma religião de cânticos, porque é a religião do júbilo, e este júbilo surge da mensagem da salvação baseada na obra completa e irrevogável de Cristo.
d) As orações na adoração cristã. Outro elemento importante na adoração a Deus é buscar a Sua face em oração. É o meio de comunicação entre os santos e o Senhor. A oração deve ser sempre acompanhada de ações de graças a Deus. O Novo Testamento apresenta dois tipos distintos de orações: a individual e a coletiva. A oração individual está relacionada à nossa intimidade, pessoal e secreta, com Deus (Mateus 6:5-8; Lc 11:5-13). A oração coletiva é aquela oração que todo o povo faz (Mateus 18:19-20). Esse último tipo de oração promove união, confraternização e comunhão. Era o tipo de oração exercida nas casas dos cristãos primitivos (Atos dos Apóstolos 2:42 46; 4:23; 5:42).
e) As contribuições na adoração cristã. A entrega dos dízimos e ofertas faz parte da adoração cristã (Salmos 96:8). O texto de 2ª Coríntios 9:6-15 contém os princípios e bênçãos dos que contribuem generosa e liberalmente para a obra de Deus.
A Palavra de Deus tem primazia no culto, momentos de louvores fazem parte da adoração, mas é preciso critério, um louvor não deve tomar o espaço destinado à pregação e ensino da Palavra, nem conter uma mensagem anticristã. |
CONCLUSÃO
O homem foi criado para a glória de Deus, o qual deseja e espera receber o devido louvor de Sua criação (Is 43:7). A adoração do cristão deve ser direcionada, única e exclusivamente a Deus (Mateus 4:10). Nas Escrituras encontramos as principais razões para assim procedermos, “porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (Atos dos Apóstolos 17:28). O cristão fiel é conhecido primeiramente como adorador de Deus (1 Pedro 2:9-10). Num sentido especial, tudo o que fazemos e realizamos na vida diária, em obediência às Escrituras, constitui-se numa forma de adoração (2 Coríntios 4:15; Romanos 12:1; Hb 13:16). Que sejamos verdadeiros adoradores, que adoram ao Criador em espírito e em verdade! Como diz aquela canção: “Ache em mim, verdadeiro adorador. Com vestes de louvor, quero contemplar Teu rosto. Oh Pai” (Verdadeiro Adorador - Alda Célia).
A oferta, dada com generosidade e alegria de coração, abençoa o ofertante e edifica aquele que a recebe. Ela revela amor ao próximo e gratidão para com Deus. |
PERGUNTAS PARA ESTUDO EM CLASSE
1. Qual o significado da palavra adoração? Qual a diferença entre louvar e adorar? O que significa adorar em Espírito e em Verdade? (João 4:23 24)
R.
2. O que significa dizer que adoração é celebração? Qual o significado de “cantemos” e “aclamemos”? (Salmos 95:1-2, NVI)
R.
3. Qual a razão para termos tanta alegria no culto? (Salmos 95:3-6)
R.
4. O que significa dizer que adoração é reverência? Que motivos nós temos para nos prostrarmos diante de Deus? (Salmos 95:6-7)
R.
5. O que significa afirmar que adoração é fidelidade? O que deve acontecer na vida do adorador, após a bênção apostólica, ou seja, o final do culto?
R.