Romanos 8:35-39:
35 Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? 36 Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. 37 Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. 38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, 39 Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
Pensando bem na primeira pergunta levantada por Paulo no verso 35, fica claro que estaremos sujeitos à ameaças que tentarão nos separar do amor de Deus. O contingente destas ameaças se apresenta das mais variadas formas: "... tribulação, ou angustia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, o perigo ou espada (...) nem morte, vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura..." (Romanos 8:35 e Romanos 8:38-39).
Diante de tantas ameaças a afirmação de Paulo é que nada disso nos separará do amor de Deus. Não há dúvidas de que temos aqui uma confissão de verdadeira firmeza de fé. Em outras palavras Paulo nos diz que Cristo (a expressão máxima do amor de Deus) e os cristãos são inseparáveis! Mas porque hoje em dia tem tantas pessoas agindo como se estivessem divorciadas deste amor tão maravilhoso? O corpo está próximo do Senhor, mas a verdadeira confiança do coração está separada do Mestre.
Uma das respostas pode ser encontrada na própria explanação dos versículos que se seguem.
Primeiro, porque falta uma consciência de que somos como que "vítimas" expostas aos sacrifícios constantes desta vida. Para embasar esta verdade Paulo cita Salmos 44:22. Aqui ele recorta uma pequena parte das palavras de um Salmo onde os filhos de Coré contam sobre os muitos fracassos experimentados por Israel porque o Senhor não saia mais com eles para as batalhas, e sempre os expunha a vergonha diante dos inimigos. Numa linguagem figurativa o salmista diz que o povo é semelhante a ovelhas que sempre está sendo entregue a morte. É dessa experiência que Paulo tira seu ensinamento. Estamos em exposição constante! Tal verdade parece não nos incomodar tanto. Mas quando começamos a ser apertados por todos os lados nos incomodamos bastante. E logo vamos aos pés do Senhor, como fez o salmista, e lamentamos por tantas coisas ruins acontecerem. Por um acaso há algo de pecado nisso? Não. O problema é quando estranhamos tais coisas, e acreditamos por nós mesmos que tudo em nossa vida tem que ser uma vida mansa e sossegada.
Pedro nos adverte: "Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisas extraordinária vos estivesse acontecendo" (1 Pedro 4:12). Uma coisa é certa se há uma das formas em que mais nos tornamos parecidos com Cristo é quando vencemos nossas provas glorificando o nome de Deus.
Em segundo lugar, há um meio para vencermos. Esse meio é o próprio Cristo. Paulo disse que somos mais que vencedores, "por meio daquele que nos amou". O verdadeiro vencedor não é aquele que foi poupado das provas desta vida. Mas aquele que encontrou o meio certo (Jesus Cristo) de vencê-las e ainda sim continuar apegado ao amor de Deus. Eis porque Paulo diz que somos mais que vencedores. A explicação para este "mais que vencedores" é esta: passamos pelas provas e ainda estamos com Jesus! Continuar firme ao lado Jesus, sem se separar dEle, é o "adicional" que nos torna mais do que vencedores!
O Senhor sabe por quantas lutas você tem passado. Ele sabe o quanto elas sãos difíceis, pois para Jesus foi muito difícil enfrentar o cálice da morte. No entanto, a consciência clara da missão como ovelha que expiaria o pecado do seu povo foi o que fez Jesus ir adiante. Irmãos e irmãs eu sei que a felicidade aqui nesta terra parece algo distante. Tudo tem uma medida plena. Entenda que nesse momento ainda não é nossa medida plena. Na maioria das vezes estas verdades parecem não satisfazer nossas inquietações momentâneas e presentes. Mas, saber que nem isso vai nos separar do amor de Deus já é suficiente para fazer de você mais que um vencedor.