"Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os para que, em todas as coisas, sejam criteriosos" (Tito 2:6).

Na Campanha de Oração de 13 semanas de Clamor por Salvação que estamos fazendo, nosso desafio foi ler o livro de TITO. Uma belíssima carta escrita pelo apóstolo Paulo, que inspirado por Deus dá conselhos a um de seus filhos na fé, Tito.

 Nessa carta ele dá recomendações aos jovens para terem um compromisso sério com Deus – Isto é fundamental para o jovem cristão. O compromisso com Deus é demonstrado por meio da sua fé, da sua confiança no Senhor e do seu modo de viver. A leitura constante da Bíblia, a vida de oração, o prazer pelos momentos de culto, o bom testemunho diante de Deus, da Igreja e do mundo, a obediência a Deus e à sua Palavra, a fidelidade às doutrinas bíblicas, o respeito e obediência aos pais e superiores, “no Senhor” (Efésios 6:1; 1 Tessalonicenses 5:12-13). Tudo isso ilustra o alcance do compromisso que o jovem deve ter com Deus. Ele deve assumir e viver este compromisso com alegria, coragem, determinação e ousadia. É verdade que as barreiras são muitas, mas a Palavra diz: “maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1 João 4:4).

Faz parte desse compromisso com Deus também ter cuidado com os amigos. Gosto das palavras do pastor J.C.Ryle, que escrevendo aos jovens, exorta: “Nunca ter como amigo íntimo alguém que não seja amigo de Deus” (leia Provérbios 17:17). Seguir o exemplo de Davi: “Companheiro sou de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos” (Salmos 119:63). Ler também Provérbios 13:20 e 1 Coríntios 15:33.

Não obstante, devem os jovens cristãos ser obediente aos pais ou responsáveis, no Senhor. Nenhum jovem deve sair de casa, para realizar qualquer tarefa, sem a bênção e aprovação dos pais. Os pais têm o direito e o dever de participar das decisões importantes na vida dos filhos. Os filhos que honram os pais, serão honrados por Deus (Êxodo 20:12; Efésios 6:1-3; Provérbios 10:1; 23.22). Por outro lado, os pais ou responsáveis que não conhecem o Senhor podem não compreender as decisões de um jovem cristão comprometido. Nessas situações, o jovem deve ser prudente, paciente e confiar inteiramente na ação de Deus (1 Pedro 1:13), mas só obedecer “no Senhor” *(Efésios 6:1; 1 Tessalonicenses 5:12-13). Obedecer “no Senhor” é agir sempre de forma a agradá-lo. Os pais ou responsáveis não têm o direito de obrigar os filhos a praticarem atos ímpios e pecaminosos.

É necessário, outrossim, que se tenha cuidado com os sentimentos. Ter cuidado com seus próprios sentimentos e com o das outras pessoas. O jovem precisa reconhecer que tem valor próprio e também que cada jovem, que está ao seu lado, tem virtudes que são únicas e valiosas. Não zombar de ninguém, não fazer piadas e gracejos depreciativos com o fim de ridicularizar características e atitudes pessoais de qualquer pessoa. “Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (Lucas 6:31).

O bom cristão é também um fiel cumpridor dos compromissos assumidos. Ser firme no cumprimento dos deveres é atitude que agrada e honra ao Deus que serve, como jovem cristão. Além de ser uma postura de grande valor para a vida inteira. É triste saber de jovens – ou de qualquer outra pessoa – que não gozam da confiança dos outros ao redor. Ser honesto e sempre falar o que é verdadeiro (Efésios 4:25 28; Mateus 5:37).

Ademais, os jovens cristãos precisam ser vigilantes com suas palavras e hábitos. As palavras refletem o que está na alma (Mateus 12:34). Precisamos falar o que agrada ao Senhor. Expressões chulas e pornográficas, bem como palavras levianas e grosseiras não podem ser comuns nos lábios do jovem cristão (Salmos 141:3; Mateus 12 36-37; Colossenses 1:6). Submeter seus hábitos à Palavra de Deus. Levar em conta o bom-senso cristão. O desejo do Senhor é que todos sejamos uma luz que reflita a sua Glória no mundo (Mateus 5:16; 1 Coríntios 6:12; 10.23).

E é bom lembrar que o jovem comprometido com o Senhor tem um namoro que agrada a Deus. Namorar é natural, é normal, mas deve ser um ato agradável ao Senhor. O namoro é uma experiência bonita, no entanto, tem que ser coerente com os ensinos da Palavra de Deus. O período de namoro serve para inspirar afeto, carinho e respeito entre os namorados. Por outro lado, longe da Palavra de Deus, o namoro pode resultar em decepção, vergonha e traumas para a vida toda. Observemos alguns princípios que agradam a Deus:

a) Não namorar por lazer – Namorar não é passatempo e o cristão consciente deve encarar o namoro como uma etapa importante na construção de um relacionamento duradouro e feliz;

b) Impor limites no relacionamento – O namoro “moderno”, seguindo o padrão dos incrédulos, está deformado. Neste, a intimidade sexual ou as práticas que levam a uma intimidade crescente, são normais. Mas o namoro do cristão não pode ser assim. O aconchego excessivo é prejudicial, pois pode levar ao “abrasamento”. E é muito difícil que os jovens namorados “abrasados” não terminem por chegar ao ato sexual, coisa que é pecado diante de Deus. Pois o sexo é bênção de Deus para os casados. Fora do casamento, as práticas sexuais são fontes de impureza, vergonha e pecado;

c) Não usar o beijo como estímulo sexual – O beijo tem o seu lugar no namoro. É um instrumento de afeto e carinho. O beijo na face, nas mãos e até nos lábios, pode ser praticado sem que o respeito, o afeto, o carinho e a dignidade do testemunho cristão sejam atingidos e transformados em estímulos pecaminosos. Mas o beijo “ardente”, com “corpos colados”, “em oculto”, é – inevitavelmente – fonte de estímulo sexual. Neste caso, o beijo desperta a lascívia e é a porta de entrada para a fornicação (intimidade sexual entre não casados). O jovem cristão não pode seguir este modelo;

d) Adotar práticas devocionais no namoro – O jovem deve conversar com Deus sobre sua vida, orar, ler a Bíblia, frequentar os cultos e reuniões da Igreja. Muitos jovens, quando começam a namorar, param de ir à igreja, se afastam, se isolam dos irmãos na fé. Jaime Kemp, conhecido pastor e palestrante para jovens, costuma dizer que a primeira intimidade que um casal de namorados deve desenvolver é a “intimidade da oração”.

e) Namorar com dignidade e respeito – No namoro equilibrado prevalece o tratamento recíproco de dignidade, respeito, fidelidade e valorização do outro;

f) Esperar o tempo certo e a pessoa certa para namorar e casar – Qual seria o tempo certo para namorar e casar? O tempo certo é o da maturidade. É quando há maturidade física e mental (ou psicológica), para assumir os compromissos com responsabilidade. Jovens muito novos são, potencialmente, imaturos para o namoro. Os pais e responsáveis não deviam estimular ou tratar com naturalidade os casos de precocidade no interesse de jovens – ainda crianças – pelo namoro. Por outro lado, cada jovem (ou cada solteiro) precisa esperar encontrar a pessoa certa para o namoro e casamento. Não basta ser cristão e agradar à vista. É preciso que Deus confirme essa aproximação e amizade. Também não é certo alimentar um sentimento de aflição e ansiedade pela demora em encontrar uma companhia para o namoro e, consequentemente, para o casamento. Mas, sim, procurar confiar e esperar em Deus! (Salmos 84:11). Como diz minha esposa, “casar aos 17 anos com a pessoa certa não é cedo demais. Casar aos 35, por desespero, com a pessoa errada, ainda é cedo demais.”

Convém aos jovens cristãos, não desprezarem as orientações do seu pastor. Conversar sempre com o pastor sobre seus planos é fator importante para a vida do jovem. Ele é ministro de Deus e foi constituído para ser orientar do povo de Deus, segundo os princípios da Escritura e do bom-senso cristão.

Finalmente, o jovem cristão deve ser forte sempre, não desprezar a lei de Deus, não desistir da certeza de que Deus tem o melhor plano para sua vida, esperar nele com confiança e paciência. Guardar no coração a palavra do Senhor: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra.” (Salmos 119:9).

 

Pr. Jonas Sommer

Baseado no sermão "ACONSELHANDO O JOVEM CRISTÃO", de Estevão Domingos de Oliveira Neto.

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