Esterilidade

Esterilidade é uma maldição. Essa vai de encontro a tudo o que a Bíblia ensina desde o momento da criação. Esterilidade é antítese da criação. As menininhas preparam-se desde a mais tenra idade para se tornarem mães. A maternidade, sem levar em consideração a cultura moderna e o movimento feminista, lhe dirá que é o sonho mais importante de todos de quase toda a garota.

 

Então, o que a sociedade acha de uma mulher que não pode dar à luz um filho? Apesar de hoje ser esperado que a mulher preencha-se com o alcance da consciência de quem ela é, sendo moderna e independente, a nossa sociedade ainda vê a infertilidade feminina como “falta alguma coisa”. Deve haver, com toda a certeza, algo errado por dentro da mulher que é incapaz de conceber. A ciência moderna e os avanços nas áreas de fertilização in-vitro e em tratamentos contra a infertilidade ajudam a converter a falha da mulher estéril em sucesso. Sucesso e felicidade significam nascimento do bebê e maternidade. Falha e miséria significam esterilidade e solidão.

Como se prepara alguém para este tipo de falha? Assim como uma mulher infértil não poderia saber da beleza e milagre do nascimento, nenhuma mulher fértil poderia sentir a dor e a decepção de uma infértil. Qual possível presente poderia substituir o milagre da maternidade?

Muitas pessoas importantes na Bíblia nasceram de pais estéries (até a intervenção divina). Certamente, João Batista, nascido para os velhos Zacarias e Isabel, vem à nossa cabeça. Ainda mais, Deus abriu os ventres de Rebeca e Raquel a fim de que elas pudessem dar à luz Jacó e Josué. Finalmente, Isaque, o tão esperado filho de Abraão e Sara, e Samuel, cujos pais eram Ana e Elcana, representaram papéis principais na história do povo de Deus. Afortunadamente para todas estas mulheres, Deus substituiu a tristeza da infertilidade pela alegria da maternidade. Cada mulher deu à luz um filho que cresceu para tornar-se alguém único e especial no mundo de Deus. Numa época na qual a segurança e sobrevivência da mulher dependiam da sua habilidade de ter dar à luz, a identidade dessas mulheres foi preservada pelo milagre do nascimento dessas crianças. Entretanto, entre todas estas histórias, o mais significante comparado ao milagre daqueles nascimentos são as percepções da solidão e da perda, a espera e o vazio da mulher infértil.

Nascimento

E, então, havia Sansão. O pai de Sansão era Manoá, e sua mãe não é nomeada nas Escrituras. Ela era uma mulher de Deus num tempo no qual a nação de Israel estava perdida em corrupção e maldade. Por causa dessa maldade Deus entregara Israel nas mãos dos filisteus. Os israelitas viveram em escravidão por tanto tempo que eles nem gritavam por salvação. Contudo, Deus estava planejando operar um milagre que começaria o processo de libertação de Israel dos inimigos.

Quando pensamos em Sansão, a primeira coisa na qual pensamos é o homem forte cuja vida fora dedicada a Deus; mas ele é quem se desviou para bem longe daquilo que Deus havia planejado para ele, e é quem finalmente redimiu-se no fim de sua vida derrubando o inimigo de Israel. Há também a importante história de como Deus pôs seu plano para a vida de Sansão em prática ao trazer à tona a concepção e o nascimento de Sansão. Em Juízes 13:3, nós lemos que “o anjo do Senhor apareceu a esta mulher e disse-lhe: ‘Eis que agora és estéril, e nunca tens concebido; porém conceberás, e terás um filho’”.

Em outras histórias da Bíblia, como essa, um anjo aparece ao pai contando-lhe sobre o grande nascimento que irá suceder-se. Na história de Sansão o “homem de Deus” apareceu a uma mulher, cujo nome não nos é informado. Ela conhecia a sua própria tristeza, a tragédia da sua situação e sabia que havia sido abençoada por Deus. Eis que o anjo aparece para ela novamente e ela trouxe o marido para vê-lo. Até mesmo ele sabia que aquele homem era de Deus. Essas pessoas sem filhos, provavelmente sem esperança nenhuma de serem pais, pediram para o anjo ajudá-las: “Cumpram-se as tuas palavras; mas qual será o modo de viver e o serviço do menino?” (versículo 12). Então o anjo disse aos pais de Sansão o que seria esperado deles na criação de seu filho. A mãe dele precisaria comprometer-se ao voto de nazireu, evitando qualquer coisa imunda, desde aquele momento até o nascimento dele. Quanto a Sansão, ele seria um nazireu até a sua morte. E Deus o abençoaria.

Paternidade intencional

Os pais de Sansão temiam ao Senhor e o obedeciam. Havia grande alegria e honra para eles agora. A paternidade dessa criança traria responsabilidades muito maiores do que para os pais de uma criança comum. Sansão viveria uma vida separada do resto da sociedade. Ele precisava ser puro, dedicado e não sucumbir às tentações que viriam. Seu pai e sua mãe o ensinariam como a vida dele deveria ser vivida, eles dariam o exemplo para seu filho e o encorajariam a viver uma vida piedosa. Eles acreditavam que ele executaria grandes tarefas para Deus. Não seria maravilhoso se cada mãe e cada pai tomassem conta da criação dos filhos desse modo? Mantenha seu filho puro, proteja-o das maldades e tentações do mundo, apóie-o e nutra-o com o exemplo do celeste, da santidade, da felicidade e da coragem. Isto sim seria paternidade!

Não sabemos os detalhes da vida de Sansão e de seus pais durante a juventude dele. O que podemos supor é que estes são pais que deram a melhor educação e reverência pelas coisas divinas. Caso ele ficasse longe do mundo impuro da sua cultura e se Deus tivesse escolhido essa criança especialmente para libertar essas pessoas desse mundo tão corrupto, então o que mais seus pais poderiam ter feito?

Nenhum pai deseja que seu filho acabe na prisão ou que se torne um traficante ou assassino. Cada pai, até mesmo os especiais da Bíblia, cuida de seu filho com amor e sonha com um futuro de ouro para ele, preenchido com família, sucesso e felicidade. Entretanto, toda esta devoção de um pai e de uma mãe, todo o cuidado terno que fora provido ao Sansão antes de sua concepção, não poderia resguardá-lo da maldade e da tentação. Porém o plano de Deus para Sansão era grandioso. Deus escolhera Sansão, e deveras seus pais, com o intuito de trazer seu povo à liberdade e abrir caminho para outra criança que nasceria e viveria uma vida perfeita e morreria numa cruz para trazer-nos a salvação e vida eterna.

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