Isaías 43:16-22:
16 Assim diz o SENHOR, o que preparou no mar um caminho, e nas águas impetuosas uma vereda; 17 O que fez sair o carro e o cavalo, o exército e a força; eles juntamente se deitaram, e nunca se levantarão; estão extintos; como um pavio se apagaram. 18 Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. 19 Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz; porventura não a percebeis? Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo. 20 Os animais do campo me honrarão, os chacais, e os avestruzes; porque porei águas no deserto, e rios no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu eleito. 21 A esse povo que formei para mim; o meu louvor relatarão. 22 Contudo tu não me invocaste a mim, ó Jacó, mas te cansaste de mim, ó Israel.
Muitos salmos louvam a Deus por causa de sua misericórdia e bondade. Para que estas características de Deus se tornassem letras para as canções dos salmistas, é porque sabiam, por experiência, que não conseguiriam suportar as adversidades ou mesmo sobreviver se não fosse o amor leal do Todo-Poderoso. Os atos de Deus em favor de seu povo acabavam por se tornar verdadeiros memoriais fincados no coração do fiel. É por isso que aqueles que confiam em Deus podem seguir adiante. Olhar para a trajetória já percorrida de nossas vidas revelará a mão de Deus em todas as mais variadas situações. Até mesmo naquelas situações em que temos a impressão de que tal mão está recolhida, e não age em nosso favor.
O apóstolo Paulo aproveita a oportunidade dada numa sinagoga em dia de sábado. O objetivo era que aquela congregação recebesse uma "palavra de exortação" (Atos dos Apóstolos 13:15). A mensagem de Paulo foi claríssima. Iluminado pelo Espírito santo Paulo faz um resumo histórico do obra de Deus na vida do povo de Israel. Nitidamente Paulo separa seu sermão em tópicos. Em cada um deles ele fala de um período específico. E é no primeiro período da vida do povo de Israel, quando ainda eram peregrinos no deserto, que Paulo menciona algo que deve encher nossos corações de gratidão. Ele disse: "O Deus deste povo de Israel escolheu nossos pais e exaltou o povo durante sua peregrinação na terra do Egito, donde os tirou com braço poderoso; e suportou-lhes os maus costumes por cerca de quarenta anos no deserto..." (Atos dos Apóstolos 13:17-18). A Nova Versão Internacional da Bíblia traduz a palavra "suportou-lhes" por "os aturou". Agora, pare um pouco e pense sobre isso. Por quarenta anos o Senhor suportou as injúrias, blasfêmias, atos insensatos, desobediências premeditadas, etc.
Realmente é espantosa a longanimidade de Deus! Ainda mais quando comparada com a nossa capacidade de suportar situações e pessoas. Nossa paciência já tem a tendência de ceder nas primeiras horas de uma prova, quanto mais por 40 anos! Não estou dizendo que isso é impossível. Só estou mostrando a monstruosa diferença entre a maneira como Deus reage diante de nossas fraquezas e falta de maturidade e a nossa maneira de reagir.
Oh querido irmão(ã)! Nossa peregrinação tem sido permeada pela longanimidade de Deus. Ele tem nos suportado não porque isso é uma obrigação. Ele nos tem suportado como conseqüência de Seu amor por nós. É essa longanimidade que tem nos mantido de pé, com saúde, com nossos bens materiais e mantido as pessoas que amamos perto de nós, mesmo quando satanás comparece diante de Deus para nos acusar (assim como aconteceu com Jó). A Ele sejamos gratos por nos suportar mesmo quando outros não nos suportam. E, até mesmo, quando não suportamos a nós mesmos!