Provérbios 27:5-6:

⁵ Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto. ⁶ Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.

Uma repreensão poderia ser sinal de amor verdadeiro? Ou, elogios poderiam esconder um falso amor? Estas são duas perguntas interessantes. Talvez você ainda não tivesse parado para pensar nelas. Mas, eis a oportunidade agora. Os versos 5 e 6 de provérbios estão unidos tematicamente. O assunto em foco é o amor. Contudo, estes dois versos deixam o assunto sobre o amor ainda mais especifico. Pois, eles estão abordando os sinais de um amor verdadeiro.

As áreas onde esta verdade poderia ser aplicada são várias. Poderíamos abordar aqui desde amizade em geral até relacionamento conjugal. Mas, o meu propósito neste pequeno artigo é falar sobre os sinais do amor dentro da comunhão na Igreja. Falar sobre isso é algo urgente e de suma importância. Ora todos nós, os cristãos, somos sabedores de que satanás está em nosso derredor tentado tragar aqueles que vacilarem. E uma das maneiras que vacilamos é em não aplicar a verdade certa para as necessidades certas. Temos que aproveitar a sabedoria que nos é fornecida nas Escrituras e aplicá-la em nossos corações. Fazendo assim nossas atitudes corresponderão aquilo que nós professamos crer. Conseguiu entender? Estou querendo dizer que é sua obrigação fazer a ponte entre o que diz e o que pratica.

A franqueza como aliada. A primeira coisa a ser entendida em nosso texto é que a franqueza, ou seja, a transparência é um bom instrumento que temos para fortalecer nossa comunhão como servos e servas de Cristo. Cuidado! Estamos agora numa zona muito perigosa. Pois,  falar tudo o que quiser sem se importar em como as pessoas vão se sentir é uma verdadeira dinamite. É preciso muita maturidade e sabedoria para ser franco com alguém e ainda sim edificar a vida dela! Mas afinal, o que o sábio estava querendo dizer? Ele havia observado que algumas pessoas estavam se omitindo em falar sobre os erros cometidos pela pessoa amada. Aquele que realmente ama não deve ter medo de dar e receber a correção necessária! Porém, reafirmo. Temos que estar  em muita intimidade com Deus para utilizar esta ferramenta. Pois, do contrário, criaremos tantas intrigas dentro da igreja que satanás ficará rindo a distância. Por outro lado, se usada com sabedoria ganharemos nosso irmão. Ou, o irmão nos ganhará. Não poderá haver igreja tão forte como aquela que está em processo de aperfeiçoamento.

O verso 6 reforça a ideia do verso 5, mas colocado com outras palavras. Palavras estas que não tem a intenção de simplesmente repetir, mas de dar uma progressão. Por exemplo, o autor faz um paralelo entre a atitude de repreender com franqueza e fazer feridas. Perceba como realmente houve uma progressão de ideia. A intenção do autor com isso é mostrar que corrigir aquele que você ama não deve ser feito de qualquer maneira, mas sim com muita sabedoria, pois repreendê-lo ou repreendê-la é como se estivesses a fazer uma ferida. Trocando em miúdos:  machuca! É preciso muita coragem e honestidade de ambas as partes para aplicar tal sabedoria. Só que isso não deve nos afugentar. Pois, o autor está dizendo que é melhor fazer esta ferida, do que enganar as pessoas que amamos dizendo (isto é, beijando) que não há nada de errado com elas.

Talvez, como membros de uma igreja, você e eu vamos preferir cem vezes mais ficarmos caladinhos. Pois, em "boca fechada não entra mosquito". Isso é verdade. Mas nem sempre é uma verdade a ser utilizada. A dificuldade em termos a franqueza como uma aliada não reside no medo que temos de ferir nossos irmãos(ãs). E sim na nossa falta de sabedoria e maturidade que muitas vezes temos, em perceber que se não formos  corrigidos ou corrigirmos os outros, estaremos evidenciando falta de amor! Se esta sempre for nossa atitude estaremos sacrificando a comunhão verdadeira no altar do "politicamente correto" e no do "ressentimento"!