Estes últimos versos do capítulo 15 da primeira carta aos Coríntios é a conclusão perfeita de Paulo, depois de uma densa explicação sobre a Ressurreição dos redimidos. O argumento de Paulo visava provar que se a Ressurreição não fosse verdade, então a pregação do Evangelho era algo completamente inútil.
Caso os irmãos daquela igreja não acreditassem na Ressurreição, a única filosofia de vida que eles tinham a disposição era: ‘comamos e bebamos que amanhã morreremos’ (v.32). Poderiam esperar algo mais fútil do que isso?!

 

Na jornada de nossa vida cristã nos depararemos com situações de incertezas. Porém, a mais grossa gota de nossas incertezas em nada afetará o oceano dos propósitos de Deus. É bem certo que às vezes nos sentimos cansados e apreensivos. Contudo, isso não deve nos fazer perder o foco. Jesus já garantiu o nosso triunfo sobre a condenação eterna. A Ressurreição, como parte da consumação do plano de Deus, é a certeza de que nossas vidas tem o mais pleno sentido. Por isso, foi que Paulo disse àqueles irmãos:

Sede firmes e constantes”. Nossa limitada visão espiritual pode nos deixar sem estabilidade, sem aderência, sem firmeza. A certeza da Ressurreição deve ser a mais contundente motivação para não esmorecermos. A obra do Senhor é a ordem do dia para todo cristão. Não pense que a única forma de ‘fazer a obra do Senhor’, é somente em um púlpito, ou no evangelismo de rua. A obra do Senhor é o grande propósito de todo cristão. Em todo tempo, e em toda hora estamos fazendo a obra do Senhor. Isso porque fazer a obra do Senhor não é um trabalho extra que você faz em sua vida. Pelo contrário, é o trabalho de toda sua vida! Essa era a compreensão do apostolo Paulo. Veja como ele se preocupa com o tipo de sabedoria que os cristãos devem se valer ao pregarem o Evangelho (Capítulos 1 e 2). Veja como ele queria que o ‘velho fermento’ fosse lançado fora (5.7). Veja como ele alertou para a armadilha da sensualidade (6.12-20). Veja com ele prezou por uma compreensão responsável do matrimônio segundo a visão cristã (7.1-40). Enfim, ser cristão era fazer a obra do Senhor. Seja em casa, no trabalho ou na igreja.

Todavia, Paulo não discute a natureza dessa obra aqui. Como já foi dito, ele está concluindo seu argumento em prol da Ressurreição. Ao que tudo indica, alguns estavam seguindo outra compreensão. Talvez, fosse resultado da influencia do pensamento grego. O qual fazia uma dicotomia contundente entre alma e corpo. A alma estava presa ao corpo. Morrer era a oportunidade de libertação. Portanto, falar em ressurreição era o mesmo que dizer: “voltar de novo para a prisão?”. Combatendo possivelmente este tipo de pensamento, Paulo explica que a Ressurreição dos que estão em Cristo, se dará numa realidade corporal bem diferente do que se imagina (vide 1 Coríntios 15:35-49).  Manter-se firme e constante significava não deixar de crer na Ressurreição, pois só ela dá sentido a jornada da vida cristã.

Sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão”. Haverá frustração maior do que darmos o melhor por algo, e esse algo nem existir? Como será que ficou a cabeça de Jacó quando trabalhou sete anos por uma esposa e depois não a teve? Paulo tinha consciência dos desafios da vida cristã. Mas em nenhum momento deixou de crer que nada é vão, quando é feito no Senhor. A compreensão de Vida de Paulo vinha das Escrituras. Em nenhum momento da história do povo de Deus, pode se falar em uma vida sem sentido ou propósito. A fé cristã não objetiva o ‘nada’.

No meio de tantas inseguranças, devido a um estado de alma muito inquieto dos cristãos de hoje, ainda sim deve-se prosseguir sem vacilar. O grande estímulo para prosseguir nesta jornada é: estar convictos de que nosso trabalho não é vão no Senhor.

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