E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.    

Lucas 9:23 

INTRODUÇÃO

   Se olhássemos todos os dias para as obras do Senhor, céu terra e mar, em todos os seus detalhes, com todas as suas riquezas e sua utilidade, beleza e força, nunca mais sairíamos da presença do Criador! Nós O adoraríamos diuturnamente, como os anjos; louvaríamos o Seu nome com toda força e alegria! Se assim fizéssemos, não haveria espaço para murmurações, para dúvidas, para desânimo; não teríamos tempo para odiar, para ser gananciosos, para ser mentirosos. Deus, em todo o Seu poder, comprometeu-se com o homem, tão frágil e dependente. Cuidou, cuida e continuará cuidando da Sua criação maior.

   O que posso eu fazer então pelo Senhor? Nada diante de tão grandioso Ser, apenas dar-Lhe o que Lhe é devido: glórias e honra. Ele me criou e faz a manutenção diária da Sua criação, deu-me um manual para que eu siga fielmente Suas instruções a fi m de retornar àquela condição em que Adão vivia antes do pecado, uma relação santa com o Criador. Por isso e por tudo o mais só posso dar-Lhe honra. Sim, o mínimo que posso fazer é reconhecer a Sua soberania e o Seu poder; o Seu amor, graça e misericórdia; a Sua fidelidade e longanimidade. Mas como fazer isso? Obedecendo. Só? É isso que o Senhor deseja de nós, obediência. Ele mesmo diz que não quer sacrifício, mas que sejamos obedientes, e essa atitude com certeza nos confere paz e sabedoria. Deus sabe o que faz, e tudo que faz é para nosso bem.

   Por isso deve-se temer a Deus, não por medo, mas por profundo respeito e obediência ao Criador. Se olharmos para nós, veremos o quão dependente de Deus nós somos. Veremos o quão frágil é o ser humano, apesar de suas conquistas terrenas. E olhando para o universo, criação do Senhor, o sentimento é de que menor do que um grão de areia todos nós juntos somos. Logo devemos reverência ao Criador de todas as coisas, pois só Ele sabe do amanhã, e Ele mesmo tem preparado e aplanado o caminho para aqueles que querem voltar à Sua comunhão. Que sejamos então comprometidos fielmente com nosso Deus, amando, honrando, obedecendo e confiando na Sua Palavra, e assim faremos a Sua vontade divina.

 

DEVEMOS HONRAR A DEUS

   “Portanto, Eu, o Senhor Deus de Israel, declaro que embora tenha prometido que a sua família, da tribo de Levi, sempre seria a família dos meus sacerdotes, agora vejo que é impossível permitir que continuem a fazer o que fazem. Honrarei somente aqueles que Me honram, e desprezarei aqueles que Me desprezam” (1 Samuel 2:30). Deus não é um Deus vingativo, mas um Deus justo. Criador e mantenedor de todas as coisas, Ele merece ser honrado, pois se estamos vivos, é pela Sua benevolência, Sua misericórdia, Seu amor. O Senhor nos honra com a Sua divina presença, com a Sua constante provisão, com o Seu eterno cuidado. O versículo acima nos mostra como o Senhor reage àquilo que Lhe desagrada.

   Eli fora um homem, da tribo de Levi, escolhido para ser sacerdote, e assim cuidar do povo do Senhor, administrar o que era consagrado a Deus, ser exemplo para Israel. À medida que Eli falhou com Deus, ele desonrou o Senhor. Ao deixar que seus filhos fizessem aquilo que era contra a vontade de Deus, Eli mostrou-se fraco em sua liderança, pois seus filhos eram seus auxiliares. Essa passagem nos alerta para que façamos de forma autêntica, verdadeira, a vontade do Senhor, independente das consequências humanas, pois Deus deve estar acima de tudo e de todos! Se os seus filhos não eram obedientes aos preceitos divinos, Eli não poderia deixá-los continuar nas funções de auxiliares sacerdotais, mas retirá-los dessas atividades. Muitas igrejas estão sofrendo porque permitem que situações como a dos filhos de Eli continuem a acontecer, vamos nos lembrar disto: a quem servimos, se a Deus ou aos homens.

   De acordo com o Dicionário Wycliff e “A honra é o alto respeito ou estima mostrada a uma outra pessoa ou recebida dela, ou ainda uma demonstração de tal respeito. O conceito é expresso figurativamente no AT por palavras que também são traduzidas como beleza, majestade, talento, preciosidade, valor e glória” . Se observarmos atentamente a criação, só veremos beleza e perfeição; a majestade tem aquele que domina sobre todos, e Deus tem sob Seu controle tudo o que acontece no universo. Por muito menos muitos humanos reverenciam muitos outros humanos, que são falhos, imperfeitos, limitados. Se conseguimos realizar as nossas tarefas, os nossos planos, certamente a mão do Senhor nos conduziu e isso era a vontade d’Ele.

   Nesse sentido, para darmos honra ao nosso Deus, necessitamos ser humildes para reconhecer a soberania do Senhor. Mahaney fala sobre a necessidade de entendermos que toda honra deve ser dada ao Criador quando realizamos algo que agrada a Deus:

   “Quando realizamos algo digno de louvor, escreveu o grande puritano Thomas Watson, devemos nos esconder sob o véu da humildade, e transferir para Deus a glória de tudo que fizemos. É claro que você não tem de esperar até ao fi m do dia para fazer isso. Glorifique a Deus todo o dia, todos os dias. Mas não permita que um dia sequer termine sem que você “transfira”, de forma específica e intencional, toda glória e honra para Deus, somente para Ele! Esta é a maneira humilde de terminar cada dia” .

   Porém como é difícil “transferir” a glória para Deus, dar honra ao Criador pelos nossos feitos humanos! É prova de que nos falta humildade! Pois a nossa força vem d’Ele. E aqui estamos falando de cristãos! Há muitos “filhos de Deus” que vivem no seu próprio EU, e não se apercebem dependentes do Senhor; suas vitórias foram conquistadas com muito suor, com muita luta, com muito esforço. Mas se esquecem de serem gratos a Deus pelas conquistas, pelos projetos realizados, pelos objetivos alcançados. Diz a Palavra: “Quem me oferece sua gratidão como sacrifício honra-me, e eu mostrarei a salvação de Deus ao que anda nos meus caminhos” (Salmos 50:23), e é assim que temos de proceder diante de tão poderoso Deus, sermos gratos diariamente pela graça de poder viver e realizar nossas tarefas, sendo fortalecidos em nossas fraquezas, física e espiritual.

   Quantos de nós já nos gloriamos em nós mesmos porque fizemos “algo de grandioso pela igreja”? Ou porque meu pai ou meu avô foi o responsável pela construção do templo em determinada cidade? Ou porque minha família é “responsável” pelo crescimento de alguma membresia? Amados, devemos sempre nos lembrarmos de que a obra é do Senhor! Vejamos estas palavras: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fazia crescer; de modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento. O que planta e o que rega têm um só propósito, e cada um será recompensado de acordo com o seu próprio trabalho. Pois nós somos cooperadores de Deus; vocês são lavoura de Deus e edifício de Deus” (1 Coríntios 3:6-9 grifo nosso).

   Lendo atentamente essa passagem bíblica, podemos deduzir que a obra não é de João nem de José, nem de Paulo nem de Pedro, nem dos Silva nem dos Fritz, mas somente de Deus, Ele, pela Sua imensa graça, a nós concede o favor e o privilégio de “cooperarmos” com o Seu maravilhoso trabalho, Seu grandioso plano. Não há nada que possamos fazer para Deus que seja de nossa autoria, “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos” (Efésios 2:10 grifo nosso). Não há nada que possamos doar para Deus que não provenha do próprio Deus, “E Deus é poderoso para fazer que toda a graça lhes seja acrescentada, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra” (2 Coríntios 9:8 grifo nosso. 

   Na verdade, tudo já está pronto. O Senhor se encarregou de nos legar este mundo com todos os benefícios, basta somente a nós o cuidado com a obra de Deus. Infelizmente, alguns pensam ser os donos de alguma coisa ou que estão realizando proezas com as suas próprias mãos, quando na verdade todas as boas obras já estavam preparadas por Deus para nós, os quais precisavam apenas praticá-las. E que tudo que possamos dar para o Reino de Deus já havia sido acrescentado às nossas vidas a fim de que nós pudéssemos “devolver” de forma abundante. A Palavra diz: “Quem já deu alguma coisa a Deus para receber dele algum pagamento? Pois todas as coisas foram criadas por ele, e tudo existe por meio dele e para ele. Glória a Deus para sempre! Amém!” (Romanos 11:35-36 NTLH grifo nosso), como daremos alguma coisa a alguém se essa coisa já é dela?

   Alguns cristãos contribuem para a igreja como se isso fosse feito para Deus, porém no íntimo fazem para homens ou para si mesmos porque não estão fazendo com um coração desprendido das coisas materiais, das suas próprias forças, dos seu próprios bens e querem ter o direito de determinar sobre o destino das suas doações, quando na verdade é necessário que o Espírito de Deus seja o administrador da obra divina. Por isso a Palavra nos exorta a “O que vocês fizerem façam de todo o coração, como se estivessem servindo o Senhor e não as pessoas. Lembrem que o Senhor lhes dará como recompensa aquilo que ele tem guardado para o seu povo, pois o verdadeiro Senhor que vocês servem é Cristo” (Colossenses 3:23-24), dessa forma entenderemos que é servindo ao próximo que estaremos verdadeiramente honrando o nosso Deus, pois estaremos fazendo a Sua vontade, obedecendo aos Seus justos e santos mandamentos.

 

DEVEMOS OBEDECER A DEUS

   “Jesus respondeu: —A pessoa que me ama obedecerá à minha mensagem, e o meu Pai a amará. E o meu Pai e eu viremos viver com ela” (João 14:23 NTLH). O Senhor Jesus tem falado exaustivamente com o homem sobre obediência, Ele é prova viva disso. Foi Ele que desceu do céu para realizar uma missão terrível, mortal e de suma importância, pasmem, não para Ele mesmo, mas para você e para mim. Qual a vantagem de Jesus em realizar uma missão “suicida”? Nenhuma. Contudo, por obediência ao Seu Pai, Jesus, o Cristo, não poupou a Sua própria vida aqui na terra. Quando Jesus estava aqui entre os homens, sempre foi obediente ao Pai, “ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte— morte de cruz” (Fl 2:8 NTLH). Vemos que Jesus foi humilde. A obediência requer humildade, requer reconhecimento por parte da criatura que Deus é soberano em nossas vidas, requer visão de Reino celestial.

   Vamos olhar para dentro de nós e fazer uma autoanálise para sabermos se somos obedientes a Deus. Quando a Palavra diz “guardará a minha palavra”, não significa que devamos “engavetar”, mas sim praticá-la em obediência aos mandamentos do Senhor. Fazendo assim, parece-nos que cada vez mais temos comunhão com Deus. Wycliff e cita:

   Embora a obediência expresse uma ação que existe nas relações humanas comuns (tais como discípulos aos mestres ou filhos aos pais), sua referência mais significativa é a de um relacionamento que deve existir entre o homem e Deus. Deus revela-se a si mesmo ao homem por sua voz e palavras. As palavras devem ser ouvidas. Isto obviamente envolve uma recepção física das palavras com uma suposta compreensão mental de seu significado. Mas em termos da recepção da revelação de Deus pelo homem, este fato em si não é um ouvir verdadeiro. A atitude de ouvir verdadeiramente está ligada à fé que recebe a Palavra divina e a traduz em ação. É uma resposta de fé. E uma resposta positiva e ativa, não meramente ouvir e considerar de forma passiva. Ouvir e agir. Em outras palavras, ouvir realmente a Palavra de Deus é obedecer à Palavra de Deus.

   Queiramos ou não a desobediência gera consequências muitas vezes danosas não só para quem foi insubordinado, mas pode resvalar em outras pessoas que não participaram da transgressão. A Bíblia está repleta de exemplos que nos faz meditar na importância de obedecer aos Estatutos do Senhor. Posso começar com a desobediência de Adão e Eva até chegar a você e a mim. Quando “matamos” a nossa carne deixando o Espírito Santo agir em nossas vidas, isso é obediência a Deus, e, obedecendo, Ele promete aos que o ouvem: “E será que, se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra” (Deuteronômio 28:1). O mundo, infelizmente, é desobediente, anárquico, rebelde. Por isso a Palavra nos alerta: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2).

   E ao falarmos em obediência, não há como ser neutro, ou obedeço, ou desobedeço. Na desobediência está a rebeldia, o pecado, o afastamento da presença de Deus. Pensamos que podemos separar, isso eu faço para Deus, aquilo faço para o homem. Na verdade, tudo que fazemos deve ser como se fizesse para Deus, essa é a ordem. Como diz Peterson,

   “Não há trabalho secular. Nenhum serviço é apenas nosso. Ao trabalhar, nunca estamos “por conta própria”. Somos semelhantes a Deus no trabalho porque toda obra tem origem n’Ele e é Ele quem determina o que devemos fazer. Há dupla intenção no trabalho: continuar o processo da criação (Gênesis 2:15) e enfrentar as consequências do pecado (Gênesis 3:17-19, 23). A obra original de cuidar do jardim não foi revogada pela Queda, mas por certo fi cou mais complicada com a presença de espinhos e pragas”.

   Ou seja, ou estamos com o Senhor ou sem Ele. Nossas vidas estão repletas daquilo que fazemos escolhas, quando escolhemos obedecer, nossa vida está repleta da vontade de Deus, da Sua sabedoria, da Sua graça, da Sua paz, do Seu cuidado. Quando não, ficamos vazios de Deus, porém impregnados das mazelas do mundo. E o que o senhor pede de nós? “Samuel respondeu: “Acaso o Senhor tem tanto prazer em suas ofertas queimadas e sacrifícios, como tem em sua obediência? Obedecer é muito melhor do que sacrificar. Deus está muito mais interessado em que você atenda ao que Ele ordena, do que nas ofertas da gordura de carneiros” (1 Samuel 15:22 VIVA), somente obediência!

 

DEVEMOS TEMER A DEUS

   “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; todos os que cumprem os seus preceitos revelam bom senso. Ele será louvado para sempre!” (Salmos 111:10). Muitos confundem medo com temor, e às vezes é bom ter medo mesmo. Porém o temor a Deus é o reconhecimento da grandeza e da santidade divina. Como é sábio o homem que tem no Senhor o seu Senhor, o seu Mestre, o seu Provedor. Pois nenhum de nós podemos fazer ar, água, terra; formar a fruta ou o grão. Só por Deus tudo isso se forma para nos alimentar, para nos dar vida. Devemos, sim, um respeito profundo pelo Criador e Mantenedor de todas as coisas, pois se assim não fizermos, estaremos dizendo a Deus que não necessitamos d’Ele em tudo, mas apenas em determinadas ocasiões.

   Falando sobre temor, o dicionário Wycliff e também comenta:

   “Um temor santo (heb. yir’a; gr. phobos) que significa ter grande temor ou respeito pela majestade e santidade de Deus, uma reverência piedosa (Gênesis 20:11; Salmos 34:11; Atos dos Apóstolos 9:31; Romanos 3:18). Davi fala deste temor como sendo limpo e puro (Salmos 19:9); Jó e o salmista se referem ao temor como a base ou o início de toda a verdadeira sabedoria (João 28:28; Provérbios 1:7; SI 111.10). Este temor é dado por Deus e permite que o homem respeite a autoridade de Deus, obedeça aos seus mandamentos, se desvie do mal (1 Samuel 12:14-20-25; Salmos 2:11; Provérbios 8:13; 16.6) e busque constantemente a santidade (2 Coríntios 7:1; Fp2.12)”.

   Este temor é “santo”, puro, reverentemente piedoso. Este temor a Deus demonstra sabedoria. E vejam como é importante para todo o homem: coloca-nos no caminho do bem, fazendo-nos cada vez mais puros, expurgando de nós todo o sentimento e pensamento ruim, iníquo, enganoso. Em 2 Crônicas, no verso 7, do capítulo 19, entendemos que devemos temer a Deus, pois o Senhor é Deus justo, “Agora, que o temor do Senhor esteja sobre vocês. Julguem com cuidado, pois com o Senhor, o nosso Deus, não há injustiça nem parcialidade nem suborno”. Infelizmente muitos de nós, cristãos, ainda não aprendemos a temer o Senhor com a reverência que Lhe é devida.

   Temer a Deus não é só devolver o dízimo, mas devolvê-lo com alegria em obediência; não é só participar dos cultos, mas também ser um agente do Evangelho; temer a Deus requer cuidar do próximo, não falar mal de outrem, não querer ser melhor do que os outros; temer a Deus é respeitar as lideranças, é não coadunar com o erro, seja de quem for, lembremo-nos de que Deus é justo e imparcial. O livro de Salmos nos ensina: “Filhos e fi lhas, venham me escutar! Eu lhes direi o que significa amar e obedecer ao Senhor. Você deseja ter uma vida longa e que vale a pena viver? Cuidado então com o que fala! Evite dizer mentiras e falar mal dos outros. Afaste-se do pecado e esforce-se para fazer o bem. Procure viver em paz com todos; esforce-se ao máximo para conseguir isso” (Salmos 34:11-14 VIVA). Se tememos a Deus, obedecemos aos Seus preceitos.

   Pode não parecer porque estamos sempre correndo, ansiosos, temerosos, querendo administrar todos os nossos problemas, muitas vezes sozinhos, mas temos um Deus sempre presente e pronto para nos acudir nos momentos das nossas aflições. E onde Deus está há vida! E a palavra confirma, “O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos laços da morte” (Provérbios 14:27). Embora presente, alguns cristãos se esquecem disso e não cuidam daquilo que é de Deus. Não estamos falando somente de coisas materiais, como o piano, o púlpito, os bancos, os instrumentos, as salas de aula, pastoral, a secretaria, o templo. Mas também das pessoas que à igreja comparecem. Fazem acepção entre pessoas, visitam as mais abastadas, valorizam somente aqueles que devolvem o dízimo. Isso por acaso acontece na sua igreja?

   “Às vezes se presume erroneamente que o temor é a origem da religião; mas apenas o medo, no sentido do terror, não é a força positiva que atrai os homens a Deus com uma atitude de reverência, adoração e respeito”6 . Não, a religião não pode ser praticada com medo, mas sim com amor, como o Senhor assim nos ensina. “Este é o fi m do discurso; tudo já foi ouvido: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é todo o dever do homem” (Eclesiastes 12:13). Sábias palavras, respeitar e obedecer, reconhecer o senhorio de Deus sobre tudo e sobre todos, reconhecer a Sua atitude de Pai, que cria e sustenta, que ama e disciplina, e como Ele, não há nem um outro que perdoa. Verdadeiramente Deus se compromete com você e comigo. E nós, somos realmente comprometidos com Deus?

 

APLICAÇÃO

   A vida é dinâmica, recheada de hábitos, bons e maus. O cristão constantemente é ensinado pelo Espírito Santo a andar nos caminhos do Senhor, seja ouvindo um louvor, lendo a Palavra, vendo uma mensagem em “outdoor”, ouvindo uma pregação, estudando na escola bíblica. Mesmo sendo, atualmente, bombardeado de mensagens divinas, ainda cabe a você e a mim escolhermos o melhor caminho a seguir. E nesta lição entendemos que “o temor ao Senhor é o princípio da sabedoria”, que “obedecer a Ele é melhor do que sacrificar” e a Ele toda honra, toda glória, todo o louvor. Então:

• Seja humilde e dê honras a Deus; tudo que fizer, faça como se para Deus fizesse; o mérito será sempre do Senhor porque é Ele quem nos fortalece; sem Ele, você não pode fazer nada. Dar a Deus a honra que Ele merece é sábio;

• Obedecer é uma forma de honrar; obedecer a Deus refletirá em nossa vida futura; obedecer a Deus nos tornará cristãos autênticos que darão bons testemunhos do amor e do poder do Senhor; fará com que apresentemos Jesus Cristo ao mundo;

• Temer a Deus não é colocar Deus distante, não é ficar apavorado com a Sua presença, não é sentir-se incomodado porque receberá reprimenda divina, mas sim respeitar Aquele que sabe infinitamente mais do que você e mesmo assim o ama; venerar Aquele que tudo sabe, que tudo vê, que tudo ensina para que você não erre, é adorá-lO em todo tempo o tempo todo em todo lugar; e por último,

• Comprometer-se com Deus implica em: comprometer-se consigo, com o cônjuge, co, com a ética/moral, com a natureza e com a sociedade.

 

CONCLUSÃO

   O que concluir de tudo isso? Ainda falta muito temor a Deus, o Seu povo se restringe a ir aos cultos, a devolver os dízimos e, às vezes, orar. São honras e obediências e temores momentâneos, esquece que vida de adoração significa viver todos os dias o dia todo na presença do Senhor. Não vivemos morrendo e vivendo, morrendo e vivendo, mas sim vivendo as 24 horas do dia, tentados pelo diabo e libertos pelo Senhor. O Senhor se compromete a nos salvar; o diabo sem a igreja, com a família, com o próximo, com os líderes, com a membresia, com as Leis, com as finanças compromete a nos destruir. E nós, com quem nos comprometemos? E até que ponto? Façamos como Josué que se comprometeu junto com sua família servir ao Senhor (Josué 24:15), e tenhamos uma vida já aqui na terra de paz, de sabedoria e de graça, pois o Senhor é fiel, “Procurem entender, pois, que o Senhor nosso Deus é Deus - o Deus fiel, que por mil gerações mantém de pé as promessas que faz, e que dedica amor constante àqueles que dedicam amor a Ele, e que obedecem aos mandamentos que ordena” (Deuteronômio 7:9).

 

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO EM CLASSE

1. Comente sobre o significado de “carregar a sua própria cruz”.

R.

2. Vemos no mundo multidões honrando celebridades, artistas, autoridades. Estende-se tapete vermelho, dá-se os melhores lugares, cede-se a palavra. Embora nenhum deles tenha feito nem um milionésimo do que Deus faz pelos homens. O que leva então o ser humano a muitas vezes colocar outro ser humano no lugar do Criador?

R.

3. Cite pelo menos três desobediências na Bíblia que tiveram consequências desastrosas?

R.

4. Hoje em dia exige-se respeito a todas as diversidades, religiosas, de gênero, social, intelectual, etc. Contudo a quem se deveria dar todo o respeito na verdade há indiferença, incredulidade, zombaria. Por que atualmente falta temor ao homem em relação a Deus?

R.

5. Você se sente comprometido com Deus? Dê algumas razões que confirmem a sua resposta.

R.

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