O Desenvolvimento e o Trabalho na Nova Comunidade
Nós gastamos as primeiras quatro lições deste estudo revendo o nascimento da Nova Comunidade, como ela foi preparada por João Batista e estabelecida por Jesus Cristo. Olhamos para as várias maneiras da sociedade na Nova Comunidade de Cristo. Para nós certas necessidades humanas não poderiam ser satisfeitas em nenhum outro contexto. Seguindo a morte e ressurreição de Jesus, a nova Comunidade estava oficialmente "nascida", e como Jesus retornou ao céu, foi proverbialmente colocada para fora do ninho e forçada a aprender como voar. Nas próximas quatro lições, deveremos examinar quatro passagens chaves no livro de Atos, que nos relatam o crescimento e desenvolvimento dessa recém-nascida - especificamente sua concessão, expansão e funcionamento.
Comunidade ou Desunião
Se olharmos para a palavra "comunidade", nos parece ser formada pelas palavras comum e unidade, com a qual formaríamos a definição descritiva de que de verdade a comunidade deveria ser - uma unidade comum de indivíduos que tem voluntariamente a vontade de reunir-se como um grupo. Isso deveria caracterizar a comunidade de nossas Igrejas locais e o mais importante, a Comunidade de Cristo, como um todo. Jesus orou por seus seguidores: "para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim."(João 17:23).
Quão desafortunadas são aquelas denominações, igrejas e indivíduos cristãos, que são caracterizados mais por sua desunião do que por sua união. Como isso acontece? Frequentemente orgulham-se e tropeçam (falham) e induzem obstinadamente as pessoas a aderir ao seu programa pessoal, prática ou teologia. Nessas situações, elas tendem a personalizar o desacordo com os que lideram e ver aqueles que discordam como "inimigos". Eu entendo que não podemos jogar a verdade para fora da janela e aceitar qualquer coisa que alguém decida advogar (existem algumas ideias consideravelmente estranhas, não é mesmo?), como válida. Existe, definitivamente um tempo e um lugar para discussão, debate e desacordo, enquanto desafiamos um ao outro a crescer na verdade. No final do dia, entretanto, nós deveríamos ainda ser capazes de envolver nossos braços em torno um do outro, num abraço cristão e celebrar o que temos em comum. Quando demonstramos esse tipo de maturidade cristã, o mundo se dará conta do nosso compromisso para com a unidade.
O Espírito Santo Entra na Comunidade
Atos dos Apóstolos 2 nos relata a descida do Espírito Santo sobre a Nova Comunidade. Jesus prometeu aos seus discípulos, em várias ocasiões, que quando Ele os deixasse, enviaria o Espírito Santo como o consolador e guia. Ele também declarou que deveria voltar ao Pai, para que então o Espírito Santo viesse e estivesse com cada um deles individualmente. Até este ponto, o Espírito Santo trabalhava no mundo e habitava em certos indivíduos para certas tarefas (ex: Rei Davi, João Batista). Mas na Nova Comunidade, Jesus prometeu a presença do Espírito Santo em tudo em suas vidas.
Na última aparição de Jesus aos discípulos( Atos I), Ele os instruiu a esperar em Jerusalém pelo Espírito Santo a ser enviado. Ele prometeu que quando o Espírito viesse, eles iriam receber poder e poderiam se tornar testemunhas do Evangelho. Isso veio a se realizar em nossa passagem em Atos dos Apóstolos 2. Os discípulos estavam reunidos juntos no dia de Pentecostes. Pentecostes, no Antigo Testamento, era um festival celebrado cincoenta dias depois da Páscoa Judaica. A tradição judaica sustentava que era o dia em que a lei foi dada. Parece apropriado para o Espírito Santo, representando a lei que seria escrita sobre nosso coração (Jeremias 31), vir naquele dia, não é mesmo? Dois elementos são usados para descreverem o Espírito Santo: vento e fogo. Esses dois elementos contêm um simbolismo profundo, o qual nos ajuda a entender esse evento. O verso dois relata o som de um "vento violento" vindo do céu. É significante notar que ambos, o grego (pneuma) e o hebreu (ruach), são palavras para espírito, transmitindo também o significado de "vento", "respiração" e "fôlego". O Espírito representa o fôlego e Deus com o qual nós vemos o trabalho na criação e em trazer a vida ao primeiro homem (Gênesis 2:7). Isto é muito proximamente aparentado à experiência de Pentecostes, com a criação de uma Nova Comunidade e um fôlego de vida em seus membros. Atos dos Apóstolos 2:3 introduz o segundo símbolo de como o Espírito apareceu, como línguas de fogo. No Antigo Testamento, fogo era frequentemente usado para representar a presença de Deus (pense o arbusto ardente, a coluna de fogo, a aparição para Moisés no Monte Sinai, etc.). Claramente o Espírito Santo não meramente representa, mas na verdade é a presença de Deus em cada cristão. Mas, reconhecemos que o fogo traz luz e calor, os quais podem representar aspectos do trabalho do Espírito na vida dos crentes. É também importante lembrar que o fogo tende a espalhar, o qual é um componente-chave do trabalho do Espírito, como veremos.
Nossa Resposta ao Espírito
Será útil se pudermos imaginar que efeito a vinda do Espírito Santo deve ter tido sobre os discípulos. Jesus prometeu que o Espírito traria ambos: poder e eficácia aos seus esforços evangelísticos. Frequentemente, a atenção preliminar é dada aqui à manifestação do Espírito, através dos discípulos, falando em línguas. Mas a verdadeira chave do verso quatro está na frase "encheu-se com o Espírito Santo". A partir desse ponto no livro de Atos, sempre que os crentes eram "enchidos com o Espírito Santo" ( nove vezes) esse enchimento era imediatamente seguido por uma poderosa e eficaz testemunha ao evangelho de Jesus Cristo. O Espírito trouxe um novo arrojo aos seus corações, uma confidência à suas mentes e uma eloquência ao seu discurso que os permitiu expandir os limites da Nova comunidade. Mais importante ainda, o Espírito trouxe um espírito de unidade a seus corações e mentes, enquanto eles se uniram juntos por uma causa comum. Nós devemos abraçar essa unidade enquanto permitimos o Espírito Santo a habitar e encher nosso coração. A presença do Espírito é crucial para a Nova comunidade, à medida que nos esforçamos para obedecer a Grande Comissão de Jesus para fazer discípulos de todas as nações. Enquanto avaliamos as nossas igrejas com relação a unidade, devemos nos perguntar questões difíceis sobre como está nossa fidelidade. Nós estamos realmente comprometidos para a expansão da Nova Comunidade como abastecidos pelo Espírito Santo, ou estamos mais comprometidos com nossas próprias opiniões e agendas pessoais? Podemos nós engolirmos o nosso orgulho o suficiente para permitir que o Espírito Santo nos ligue juntamente com aqueles que nós provavelmente não gostamos ou apreciamos? Estamos comprometidos o suficiente com Cristo, para colocarmos de lado nossas diferenças por um momento e focalizarmos em nossa causa comum?