Não são os números

Texto de Estudo: Juízes 7:2-4; Juízes 7:13-15; Juízes 8:22-25

Minha jornada de liderança espiritual começou aos 14 anos, quando fui eleito para servir como presidente do meu Grupo de Jovens. Eu era um candidato improvável, porque era muito jovem e nunca exercera a liderança de nenhuma organização espiritual. Eu ensaiei um protesto à pessoa que me indicou e só retirei meu protesto depois de muita persuasão. Estava completamente certo de que não seria eleito. Como eu estava errado!

Gideão foi indicado por Deus para libertar Israel dos midianitas. Depois de muita resistência ao chamado de Deus, Gideão e seu exército foram testados em sua prontidão em confiar no Senhor. Quando a vitória foi alcançada, não podia haver questionamento sobre a fonte dela. O Todo Poderoso foi inquestionavelmente aquele por intermédio de quem o triunfo foi conquistado.

O exército midianita era superior em 100 mil homens. Gideão começou a jornada da vitória com 32 mil homens. Em um desenrolar chocante, Deus disse a Gideão para aparar seu exército mandando para casa todos os que estavam assustados. Um enorme número de 22 mil homens fracassou nesse teste. O segundo teste, que envolvia beber água, foi perdido por 9.700. O exército de Gideão estava reduzido a uma tropa de 300 guerreiros. Seus maiores inimigos estavam no próprio coração deles: medo e excesso de confiança.

Temos a tendência de nos impressionar com números, fazendo com que, às vezes, comprometamos princípios e joguemos padrões por água abaixo. Você nunca deve temer chamar ao compromisso e desafiar nosso povo a alcançar os mais altos níveis possíveis.

Líderes humanos não são perfeitos. Eles lutam com inadequações e ansiedade. Gideão precisava de encorajamento e Deus deu isso a ele, ao permitir que ele ouvisse por acaso uma conversa, onde um sonho e sua interpretação estavam sendo recontados. Esse foi o ímpeto que ele estava procurando e isso o induziu a reivindicar a vitória que Deus estava lhes dando.

O chamado à liderança

Em toda a história, sempre que Deus quis fazer algo importante Ele levantou um líder. De todas as categorias de liderança, a liderança espiritual requer a mais genuína expressão do dom para liderar. A igreja é a mais intensiva organização de liderança na sociedade. Líderes militares, de negócios ou políticos têm um poder tremendo de fazer com que as pessoas façam segundo a vontade deles. Na igreja, entretanto, nós dependemos da capacitação do Espírito, do coração de um servo e de uma motivação que não seja egoísta.

Também é verdade que a maioria das pessoas ama ser liderada, especialmente quando são bem lideradas. A maioria de nós já experimentou a falta de liderança. Quando a liderança está ausente ou fraca, problemas imensos são criados. Isso é verdadeiro em equipes esportivas, negócios, famílias, igrejas e nações. As pessoas seguirão bons líderes e se submeterão à boa liderança.

Nossas igrejas devem aprender a identificar, confirmar e dar expressão apropriada ao dom da liderança. Não se trata de algo que se deve temer. Com muita frequência, quando esse dom espiritual está sendo demonstrado, achamos um meio de miná-lo, restringi-lo, reprimi-lo ou rejeitá-lo completamente.

Alguns de nós temos corrido em outras direções, ao ouvir Deus chamando-nos à liderança espiritual. Um dos resultados dessa abdicação é que outros, que não são de fato chamados para esses papéis, acabam preenchendo-os. Os que abdicam terminam frustrados com a falta de eficiência e efetividade. Todos perdem. Pode ser que o sentimento de descontentamento, que se está experimentando, seja a maneira de Deus de dizer para você que saia do acostamento e entre em campo – que se ocupe com o uso de seus dons espirituais e de seu chamado.

As críticas de outros não devem mais ser usadas como desculpas para nos afastar da liderança para o Senhor. Se Deus o chamar, Ele o equipará com tudo o que você precisar para cumprir a tarefa. Vamos impedir que nós mesmos e nossas igrejas sejamos usurpados de boa liderança, porque estamos mais preocupados com o que as pessoas dizem e com a proteção de nosso ego.

Não há espaço para competições ou disputas por posições, nem inveja e ciúmes nos negócios do Rei dos reis. Quando todos entenderem e praticarem os conceitos de submissão e responsabilidade, as coisas serão feitas decente e ordenadamente. Nesse tipo de ambiente, a moral é alta, a motivação é natural, as fortalezas são quebradas e o Corpo de Cristo cumpre a Grande Comissão.

Paradoxos da liderança

Líderes espirituais devem equilibrar vários paradoxos da liderança, se quiserem ser eficientes: um líder deve servir (Mateus 20:25-28); governar (1Timóteo 5:17; Hebreus 13:17); ser confiante (Mateus 7:29); ser humilde (Tiago 4:10); uma pessoa de ação (Marcos 1:20); ser alguém de oração (Lucas 18:1); ter uma estratégia (Lucas 14:28-32) e se submeter à vontade de Deus (Tiago 4:13-17).

Como líderes, quanto mais quebrantados estivermos diante de Deus, mais úteis somos para Ele. Poder é algo pelo que trabalhamos e queremos ser recompensados em nossa sociedade. Ironicamente, Deus sempre escolhe quebrar um líder (normalmente na área em que ele é forte), antes de poder usá-lo grandemente. Quanto mais profundamente nos quebrantarmos na área da nossa autossuficiência, mais Ele nos confiará Seu poder.

O que esperar de líderes

A liderança pode se tornar solitária às vezes. É vital que líderes desenvolvam maneiras adequadas de combater a solidão, como utilizando nosso tempo sabiamente, minimizando nossas feridas, derramando nossa vida aos outros e reconhecendo a presença de Deus conosco em todos os momentos.

Líderes são chamados para serem corajosos. Cada teste enfrentado como líder começa no interior. Com a coragem não é diferente. A coragem olha o medo nos olhos e não recua. A coragem enfrenta questões quando estas devem ser enfrentadas. A coragem aceita a disciplina. A coragem também sabe quando abrir mão de um cargo ou um papel.

Líderes não podem se dar ao luxo de ser hipócritas. Quando o povo clamou por Gideão para governá-los, ele corretamente recusou, mas então fez um pedido que expôs o verdadeiro estado de seu coração. Ele assumiu o crédito pela vitória, que pertencia ao Senhor. A hipocrisia é um dos inimigos mais eficazes da igreja de Deus. Deve ser reconhecida e eliminada. Aqueles que são chamados à liderança no reino de Deus enfrentam uma constante tentação de alterarem a agenda divina por causa de ambições pessoais. Em uma estranha reviravolta de ironia, quanto mais impressionantes nossas conquistas para Deus, maior a tentação de roubar Sua glória. Devemos ferozmente nos guardar contra a sedução aberta e encoberta do apaziguamento de nossos egos.

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