Dois cristãos ricos, um advogado e um comerciante, juntaram-se a um grupo que estava viajando ao redor do mundo. Na Coréia, eles viram em campo à beira da estrada, um menino puxando um arado rudimentar, enquanto um velho segurava as hastes do arado e o direcionava. O advogado ficou maravilhado e tirou uma foto da cena. “Que imagem curiosa! Imagino que sejam muito pobres”, ele disse ao missionário, que era intérprete e guia para o grupo.
“Sim”, foi a resposta. “Esta é a família de Chi Noui. Quando a igreja estava sendo construída eles estavam desejosos para dar algo, mas não tinham dinheiro; então eles venderam seu único boi e deram o dinheiro para a igreja. Nesta primavera eles mesmos estão puxando o arado.”
O advogado e o empresário ficaram em silêncio por alguns instantes. Então o empresário disse, “Deve ter sido um sacrifício.”
“Eles não chamam assim”, disse o missionário. “Estavam felizes por terem um boi para vender.”
Como povo de Deus, somos chamados a vidas de sacrifício caracterizadas pelo dar e cuidar de todos os assuntos de seu reino. Mas há momentos em que Deus dá oportunidades para sacrificarmos ainda mais: oportunidades de ofertar que só aparecem uma vez na vida. Mateus 26 descreve uma mulher que viveu uma vida de mãos abertas, obediência e sacrifício.
Aproveite o Momento
Diariamente somos bombardeados com solicitações de nossos recursos. Vemos fotos de crianças desamparadas que podemos ajudar “por apenas 54 centavos por dia!” Vemos organizações filantrópicas pedindo ajuda em situações de tempestades, incêndios, enchentes, furacões e tornados. Basicamente recebemos orientações sobre quando e onde enviar dinheiro.
É interessante e importante notar: em nossa história a oferta da mulher não foi solicitada. Jesus nunca pediu à mulher que fizesse o sacrifício que ela fez. Não há absolutamente nenhuma razão para pensar que ela estava disposta a esperar até que ele solicitasse. Talvez ela simplesmente soubesse que isto era algo que precisava ser feito. Talvez Deus tenha lhe dado uma intuição e um coração pronto a ofertar deste jeito. Independentemente disso, a mulher deu preferência a sua oferta. Ela não esperou até ver o comercial na TV ou ouvir o sermão sobre as obrigações cristãs. Ela resolveu em seu coração e deu.
Por que nós precisamos ser “pedidos”? Por que precisamos ser relembrados de dar ao Senhor e à sua obra? E o mais importante, o que é preciso para mudarmos nosso coração, mente e nosso caráter para naturalmente e com sacrifício darmos ao Senhor de grandes maneiras? E eu estou dizendo grandes maneiras. Imagine-se sentado enquanto o gazofilácio (a cesta de ofertas) é passado. Honestamente, como você se sentiria se pusesse R$40,00 a mais nele? Imagine como se sentiria se pusesse R$400,00 a mais. Que voltas seu estômago daria se você soubesse sem sombra de dúvidas que Deus quer que você faça aquele cheque de R$4.000,00! Esta mulher não deu R$40,00. Ela não deu R$400 ou R$4.000. Esta mulher deu ao nosso Senhor um penteado de cerca de R$40.000. Esta mulher ofertou até doer. Ela fez valer à pena. Vaso de alabastro + perfume de valor realmente alto = 2 anos de salário. Uma oportunidade uma vez na vida de dar tudo ao Senhor – não tem preço.
Há momentos em que é importante ofertar à tesouraria de nossas igrejas, nossa denominação e ministérios locais. Mas há momentos em que Deus nos diz exatamente o que escrever na linha designada para valores em nosso talão de cheques. Esta mulher obediente e ousadamente designou sua oferta. Ela sabia exatamente aonde Deus queria que fossem aplicados seus recursos e foi obediente a esse chamado. Quando Deus lhe diz para dar de modo geral, faça assim. Quando Deus lhe diz para dar especificamente, ousada e obedientemente apóie esse ministério.
Esta mulher aproveitou o momento para doar com sacrifício. Procure e aproveite seus momentos e oferte obedientemente, mesmo que isso signifique algum sacrifício de sua parte.
Uma Olhada no “Espelho da Oferta”
Na maior parte do tempo é divertido ver crianças aprenderem coisas novas. Às vezes não é tão divertido. Uma dessas vezes é quando as crianças aprendem a chamar a atenção dos outros (mães, pais, babás, etc.). Às vezes, as crianças farão coisas extremas, até ao ponto de fazerem escolhas pobres para obterem a atenção de alguém amado. Atenção negativa ainda é atenção, certo?
Corta para os líderes da igreja. Esta mulher entra e faz algo que merece a atenção do Senhor. E ele gosta! Algo deve ser feito. Nós somos o povo dele. Não podemos permitir que ela pareça melhor do que nós. É melhor dizermos alguma coisa. “Você sabe o que esta mulher está fazendo?”
Resposta: “Não, vocês sabem o que esta mulher está fazendo? Ela está ofertando obediente, ousadamente e com sacrifício exatamente como foi chamada para ofertar. Quando foi a última vez que vocês fizeram isso?” Jesus nunca garante a inclusão dos nomes de Mateus, Tiago ou Pedro na história evangélica. Ele nunca promete que as histórias de João Batista ou mesmo de João, o discípulo amado, serão contadas. Mas ele promete que a história desta mulher será contada “onde for pregado em todo mundo este evangelho.”
O povo de Deus precisa parar de olhar para o talão de cheques das pessoas nos bancos ao lado e começar a olhar para o seu próprio. Não há absolutamente nenhum lugar para a língua crítica no corpo de Cristo. Se seu vizinho escolhe doar um milhão de reais para a compra de um castelo pula-pula para colocar no quintal da igreja, isso é entre ele e Deus. E se Deus lhe chamar para se juntar a essa doação, você está pronto, disposto e capaz de doar?
Vidas e Momentos
Qualquer conselheiro financeiro lhe dirá que há coisas que podem ser classificadas como emergências verdadeiras e há gastos que devem ser antecipados e orçamentados. Por exemplo: você sabe que carros exigem pneus novos ou trocas de óleo de tempos em tempos. Estes gastos, quando surgem, não devem ser considerados emergências e devem ser previstos em seu orçamento normal e não no fundo de emergências. Contudo, quando você está dirigindo por uma rodovia e um pedregulho quebra o pára-brisa de seu carro, isso conta como uma emergência. É quando você retira do fundo específico.
Nosso ofertar deve ser da mesma maneira. Jesus diz que sempre teremos os pobres à nossa volta para ajudarmos. Dados seus ensinamentos em todo o evangelho concernentes aos pobres, e dada sua alusão aqui a Deuteronômio 15:11 (e o contexto aí inserido), esteja certo de que espera-se de nós que sempre ajudemos os necessitados. Isto deve ser parte de nosso caráter como cristãos. Isto deve ser parte de nossa rotina diária. Isto é parte de nosso orçamento “espiritual” normal.
Mas às vezes Deus nos dá a oportunidade de sacrificar de maneiras especiais. Às vezes Deus nos pede para abrirmos mão do boi e puxarmos o arado por conta própria. Às vezes Deus nos pede para irmos além (às vezes muito além) do orçamento normal.
A linha divisória aqui é simples: sacrifício. Jesus não está tão preocupado com a mulher. De fato, Mateus nem mesmo menciona seu nome. A coisa que deve ser lembrada e colocada no mesmo nível do próprio evangelho é “o que esta mulher fez.” Sacrifício, um sacrifício obediente. No espírito de Davi em 2 Samuel 24:24 estarmos dispostos de dar ao Senhor algo que nos custe algum sacrifício?
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