Continuando em nosso estudo sobre a vinda de Jesus, examinaremos uma palavra profética em Isaías e veremos seu cumprimento no nascimento do Messias prometido como apresentado nos evangelhos.

O Sinal de Emanuel

A passagem do estudo, de Isaías 7 apresenta o Senhor confrontando Acaz, rei de Judá, através do profeta Isaías. O desafio de Deus para Acaz requer que um sinal venha após as palavras proféticas de esperança para Judá.

 

Acaz e o povo de Judá estavam em estado de alerta devido ao avanço dos exércitos de Israel e da Síria na direção de Jerusalém, com quem Judá estava em guerra (Isaías 7:2). Deus envia mensagem a Acaz e diz para não temer, pois a ameaça de Israel e da Síria não seria bem sucedida. O Senhor declarou ainda que Efraim seria despedaçada e a “casa de Davi” (a linhagem real de Davi) seria mantida (Isaías 7:8).

Com estas boas notícias, o Senhor oferece a Acaz uma oportunidade de dissipar sua descrença pedindo um sinal; ele foi convidado a confiar em Deus e não na ajuda de outras nações. Acaz se recusa, recorrendo ao orgulho e à falsa piedade ao declarar que ele não pedirá um sinal, pois fazer isso “testará o Senhor” (Isaías 7:10).

Em repreensão a Acaz, Isaías declara que o próprio Senhor lhe dará um sinal, e pronuncia as palavras que são reconhecidas no Novo Testamento (Mateus 1:23) encontrando cumprimento no nascimento de Jesus: “... A virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel” (Isaías 7:14), que quer dizer “Deus Conosco”.

Enquanto a profecia toca no assunto da vinda de Emanuel, também declara que Judá seria humilhada por sua participação nos pecados de Acaz (Isaías 7:17). (2 Crônicas 28:16-25)

O relacionamento que Deus pretende ter com o povo de sua escolha está embutido no nome Emanuel. ELE está conosco, e nós, em aliança com ele, estamos sob seus cuidados. O título “Messias” vem do hebraico, e “Cristo” vem do grego, significando “ungido”. No Israel antigo encontramos o ato especial de ungir realizado sobre o profeta (1 Reis 19:16), o sacerdote (Êxodo 29:7), e o rei (1 Samuel 16:13). Entretanto, somente o rei possuía o título de “O ungido do Senhor”. O prometido Servo do Senhor representa um profeta como Moisés (Deuteronômio 18:18), um sacerdote como Melquisedeque (Salmos 110:4) e um rei como Davi – o Santo de Israel (Isaías 55:3-5). Emanuel é o grande Profeta, o grande Sumo Sacerdote, e o Rei dos reis. Ele governa e reina porque seu reino veio e “seu reinado não terá fim” (Lucas 1:33).

O Nascimento de Emanuel

Tanto Mateus como Lucas mostram interesse em registrar o nascimento de Jesus mantendo seu propósito de apresentá-lo como o tão esperado Messias – o redentor de Deus que sofreria e morreria pelos pecadores. Enquanto Mateus se concentra mais em José, em relação aos eventos em volta do nascimento de Jesus, Lucas põe o foco mais na experiência de Maria. Maria recebe de Gabriel a notícia maravilhosa da escolha especial de Deus: ela traria ao mundo o Filho do Altíssimo. Eu suspeito de que Gabriel não tenha se apresentado a ela em glória angelical: foi sua saudação que a perturbou, não sua presença. Maria ficou surpresa com o porquê ela deveria ser chamada de altamente favorecida. Porém, mais surpreendentes foram os detalhes da mensagem de Gabriel. Esta jovem mulher, bendita entre as mulheres, será lembrada pelo resto da história humana por causa do que Deus escolheu fazer através dela, e sua resposta demonstrou sua beleza interior e seu caráter: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra” (Lucas 1:38). Esta criança nascida para José e Maria também nasceu para todo o povo de Deus: “um filho nos foi dado” (Isaías 9:6).

Para Reflexão

É muito comum para os cristãos passarem tempo especulando sobre as várias questões, dilemas e frustrações que José e Maria podem ter encontrado quando levavam o peso deste privilégio – Deus colocado em suas mãos – ao mesmo tempo em que imaginam as alegrias de testemunhar estes eventos milagrosos. É também fácil nos desviarmos por nossa curiosidade ao ponto de não enxergarmos o quadro completo. Eu acho interessante que os relatos evangélicos não dão o tipo de detalhes que possam responder a todas as perguntas. Contudo, eles de fato apresentam as coisas mais importantes: Maria e José não eram super-humanos ou super espirituais. Eles foram certamente especiais (e privilegiados) no papel que desempenharam no cumprimento da promessa de Deus de tempos anteriores. Mas eles também eram pecadores e necessitavam do mesmo Salvador que os usou como instrumentos para trazê-lo ao mundo. Eles são apresentados como “pessoas comuns” que amavam a Deus e desejavam honrá-lo e seguir seus caminhos.

Hoje em dia o mundo tem muitas pessoas assim. Seguidores de Deus que estão familiarizados com a fraqueza (a sua própria), a luta contra o pecado, mas que estão em paz porque colocam sua inteira confiança e segurança no Filho do Altíssimo. Nós, que somos chamados pelo nome dele, que somos conhecidos, amados e cuidados por ele, podemos nos regozijar com ações de graças, pois Deus cumpre tudo o que promete. O Emanuel já veio, e o trono prometido ao Filho de Davi está ocupado pelo Rei dos reis! Não haverá outro José e outra Maria; esse trabalho já foi feito. Mas, sempre haverá aqueles cujo coração é semelhante ao de José e Maria.

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