Uma nova família em Cristo
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E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
Efésios 1:5
INTRODUÇÃO
A vida em família oferece oportunidades para recompensas e desafios, para laços estreitos e relacionamentos distantes. Como vemos a nós mesmos dentro do contexto de nossas famílias? Nas cartas às igrejas do primeiro século, Paulo e João celebraram e agradeceram por aqueles a quem Deus havia adotado como filhos na nova família em Cristo. Para melhor entendimento sobre esse tema, buscaremos no estudo de hoje e com base no ensino da Palavra de Deus, conhecer mais sobre o grande privilégio de fazermos parte da família de Deus.
TUDO EM FAMÍLIA
A maioria de nós pode entender e relacionar o valor de pertencer a uma família. Fazer parte de uma família dá-nos
um sentimento de pertencer, que todos nós carecemos — um lugar seguro no meio de um mundo turbulento. Juntamente com o pertencer vem a riqueza de certos direitos e privilégios, bem como o desafio de responsabilidades e expectativas. Como membros da família, dependemos uns dos outros para o saciamento de nossas necessidades básicas e para ajudar a moldar nossa vida, nas áreas de visão do mundo, de moralidade e de espiritualidade.
Os batistas do sétimo dia reconhecem a importância dada por Deus no papel da família, em um mundo em que a força de nossas famílias tem um impacto direto na sociedade em que vivemos. Quanto mais fortes e saudáveis forem nossas famílias, melhor será nossa sociedade. Infelizmente, algumas vezes esta valoração que damos à família fez com que algumas igrejas não recebessem bem pessoas solteiras, divorciadas, viúvas ou que não são parentes de sangue. Isso além de ser vergonhoso é pecado. Nossa ênfase na família deveria conduzir-nos para um modelo de igreja que busca famílias fortes e saudáveis, integrando todos os nossos membros em uma unidade familiar que trabalha em conjunto como um subconjunto da grande família de Deus. Isso deve refletir nossa compreensão de que somos todos individualmente membros da família de Deus.
O RELATO DAS ESCRITURAS
Em nosso texto, Paulo indica (Efésios 1:5) que fomos adotados e inseridos na família de Deus. A adoção é um processo fascinante através do qual alguém de fora da família é feito oficialmente parte da família. Muitas de nossas famílias tiveram amigos ou entes queridos, que precisavam de um lugar para ficar e que acabaram extraoficialmente “adotados”. Eles passaram tempo com a família e alguns até mesmo viveram na mesma casa. Mas isso não é o mesmo que uma adoção oficial.
Muitos de meus amigos adotaram crianças. Parece que a chave para o sucesso está na aceitação deste novo membro da família no mesmo nível de qualquer outro integrante, com o mesmo tratamento, os mesmos direitos, privilégios, responsabilidades e expectativas de qualquer outro membro daquela linhagem. É desta forma que Deus nos trouxe para a sua família — não como um convidado de fora, muito menos como um membro de segunda classe, mas como um genuíno integrante!
Vamos dar uma olhada mais atenta a alguns dos pormenores deste processo de adoção como descrito por Paulo. Em primeiro lugar, deve notar-se que Jesus Cristo foi o meio pelo qual fomos adotados (v. 5b). A morte e ressurreição dele pagaram as “taxas” que fizeram nossa adoção possível. Antes que pudéssemos ser adotados para a família de Deus, os nossos pecados tinham que ser totalmente pagos. Durante o tempo em que Paulo escreveu aos Efésios, a escravatura era uma prática comum e aceitável. Homens e mulheres vendiam a si próprios ao serviço de outrem. Os escravos podiam ser comprados e vendidos pelos proprietários de escravos. Mas o processo de resgate também permitia a um benfeitor comprar um escravo, com vistas a conceder-lhe a liberdade. Pelo sangue de Jesus, Deus pagou a dívida e comprou-nos da escravidão do pecado (v. 7a). Porém, mais do que isso, Ele também perdoou a nossa dívida, derivada de nossos pecados, e libertou-nos pela sua graça (v. 7b). Sem a obra de Cristo em nosso favor, jamais teríamos sido qualificados para adoção por parte de Deus.
Temos que nos precaver para nunca pensar que a nossa adoção à família de Deus foi de alguma forma acidental, desintencional ou aleatória. O verso cinco revela que fomos predestinados para filhos de adoção por Jesus Cristo. O plano de Deus desde o início da criação é que comprar o direito de homens e mulheres pecadores de serem adotados e inseridos em sua família. Os versos quatro e onze tornam claro que este era o plano que Deus executou de acordo com sua própria vontade. E qual era o objetivo do presente plano de adoção? Que Deus pudesse ser louvado e glorificado (vs. 6, 12).
Porém o melhor de tudo para nós, como cristãos, reside nos benefícios de ser adotados na família de Deus. Além do grande privilégio de viver para o louvor da glória do Senhor (como se isso, por si só não fosse suficiente), esta passagem descreve-nos algumas das incríveis bênçãos espirituais que recebemos em Cristo:
• Ser santos e irrepreensíveis aos olhos dele (v. 4);
• A adoção em si (v. 5);
• A gloriosa graça de Deus (v. 6);
• O resgate e o perdão dos pecados (v. 7);
• O conhecimento do mistério de sua vontade (v. 9);
• Ser escolhido por Deus (v. 11);
• Ser incluídos em Cristo (v. 13);
• Ser selados (marcados como possessão genuína de
Deus) pelo Espírito Santo (v. 13);
• Receber o Espírito Santo (v. 14);
• A promessa de uma herança ainda maior (v. 14).
LIÇÕES PARA A VIDA
1. Somos, frequentemente, tentados a pensar que os benefícios do cristianismo não começam até que morramos
ou sejamos reunidos com nosso Pai nos céus. A vida é vista como algo que temos de “suportar” até o fim. Esta passagem revela que nada podia estar mais longe da verdade do que isto. Embora seja verdade que nenhuma experiência na Terra pode ser comparada com o que nos está reservado, os benefícios do cristianismo começam no exato momento que confiamos em Cristo para a salvação. Quando foi a última vez que você fez uma pausa para fazer um balanço das bênçãos materiais e espirituais que tem recebido em Cristo?
2. Nossa adoção por Deus faz-nos seus filhos muito especiais, tornando Ele nosso amoroso Pai espiritual (Rm
8:15-16). Embora alguns de nós infelizmente tenham tido experiências negativas com seus pais humanos, a maioria pode compreender o significado deste relacionamento especial entre o pai e seu filho. Não mais precisamos viver com medo, porque nossa confiança vem do fato que podemos chamar Deus de nosso “Papai”, e podemos confiar nele por proteção, provisão e amor.
3. Ser filhos de Deus também faz-nos irmãos espirituais do Filho de Deus, Jesus Cristo (Hebreus 2:10-13). Isso não apenas dá-nos a alegria, mas também nos torna “co-herdeiros com Cristo” (Romanos 8:17). Tudo o que Deus possui, um dia Ele nos dará. Hoje em muitas maneiras nós partilhamos do sofrimento de Cristo, um dia participaremos de sua glória.
4. Como parte da família de Deus, também desfrutamos, agora, de milhões de irmãos e irmãs em Cristo, de todas as idades. A maioria deles não vamos conhecer até chegarmos ao céu. No entanto, muitos deles fazem parte do nosso cotidiano. Alguns dos mais importantes são membros de nossa igreja local. Temos que aprender a estar lá para apoiá-los e encorajá-los em sua caminhada, mesmo enquanto aprendemos a confiar neles como membros de uma família que dependem uns dos outros.
CONCLUSÃO
Quando compreendemos o significado de pertencermos à “família de Deus” não podemos ter outro sentimento a não ser de gratidão. Antes éramos pecadores, vivíamos afastados do Senhor, mas fomos alcançados por Sua graça e Ele nos fez filhos d’Ele. Assim como em todas as família os “filhos de Deus” também não são perfeitos, aliás, apenas o Pai tem a perfeição plena, mas devemos buscar todos os dias sermos perfeitos em nosso modo de viver, embora saibamos que só o seremos quando estivermos no lar dos salvos, mas que isso não seja “motivo” para levarmos uma vida de negligencia, afinal, somos filhos de Deus, e nosso alvo é fazer sempre a Sua vontade.
QUESTÕES PARA ESTUDO E DISCUSSÃO EM CLASSE
1. Tome algum tempo para familiarizar-se com todo o conteúdo da carta aos Efésios. O que sabemos sobre esta
igreja? Qual foi o propósito de Paulo ao escrever esta carta? Qual foi o objetivo dele ao ministrar naquela cidade?
R.
2. O que o verso três diz que Deus fez por seus filhos? Faça uma lista das bênçãos espirituais descritas nesta passagem. Como ela se compara com a lista de bênçãos espirituais em sua própria vida?
R.
3. Imagine-se como um membro da igreja em Éfeso lendo esta carta, o que estas palavras significariam para você? Você consegue notar quaisquer palavras-chaves ou frases que Paulo usou ou repetiu em diferentes maneiras? Como isto nos ajuda a entendermos a mensagem de Paulo?
R.
4. O que o verso 10 ensina-nos sobre o propósito final de Deus? Como filhos de Deus, de que forma podemos estar certos que nossa vida está cooperando e demonstrando tal propósito?
R.
5. O que você e sua igreja têm feito em prol do crescimento do reino de Deus? Se o apóstolo Paulo escrevesse uma carta para sua igreja, o que ele elogiaria? Quais os pontos que ele pediria por mudanças? Você pode chamar sua igreja de família?
R.