Ententendo e Vivendo
Deus chama o povo ao jubileu
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- John H. Camenga
- Entendendo e Vivendo
Um problema recorrente
Enquanto escrevo esta lição, os Estados Unidos estão passando por uma dramática série de eventos econômicos. Perdas gigantescas no mercado de ações, desvalorização em massa nos preços das casas e o aumento do desemprego dão o alerta de dias difíceis à frente. Grandes bancos falindo e grandes corporações próximas do colapso. Hoje, as economias de todos os países estão tão interligadas que uma crise fi nanceira em uma parte do mundo fatalmente afetará todas as outras. Há mais que culpa sufi ciente para todos estes envolvidos. As causas principais parecem ser cobiça, julgamento fraco e um programa desenvolvido para dar a todos uma chance de possuírem sua própria casa. Quando esta lição for lida, a forma do problema será diferente enquanto novos líderes lutam para encontrar soluções.
Um primeiro modelo econômico
O plano econômico original de Deus para Israel dá uma comparação interessante para os modelos econômicos modernos. Foi construído sobre a propriedade perpétua de fazendas familiares. Recompensava a iniciativa individual, mas proibia a aquisição permanente de propriedades imensas. Lidava com o repasse responsável de débito, mas proibia que qualquer israelita fosse permanentemente destinado à ruína econômica. Encorajava o desenvolvimento e uso da terra, mas dava o ano sabático como uma pausa da produção e do trabalho exigido. Após sete anos sabáticos, a terra vendida pelas famílias deveria retornar ao proprietário original. Este ano de retorno é chamado de Jubileu. Foi retratado como um tempo de regozijo, com a terra sendo devolvida à família proprietária original. Pais ou avós podem ter sido forçados a vender a terra (temporariamente), mas uma nova geração tinha a chance de se sair melhor financeiramente. As instruções explicavam até que os valores da terra deveriam se basear em quantas colheitas poderiam ser produzidas, antes da terra ser revertida aos proprietários originais no tempo do jubileu.
Paralelo ao ano sabático havia um sabático pessoal para os israelitas mais pobres. A escravidão temporária era permitida como uma maneira de quitar dívidas, mas depois de sete anos o escravo israelita deveria ser liberto (Êxodo 21).
Os conceitos por trás destas instruções econômicas dadas por Deus têm chegado à vida moderna de maneiras extraordinárias. Em alguns países, um professor universitário recebe um ano letivo sem ensinar disciplinas depois de seis anos. Isto ainda é chamada de sabático. A palavra tem sido mal aplicada a outros feriados de responsabilidades. O jubileu chegou a ser um símbolo para a era Messiânica nos dias de Isaías. A palavra é aplicada a qualquer evento de regozijo. Aplica-se também em jubilante e júbilo. Originalmente, a falência era consumada ao fi m de sete anos, baseado na escravidão limitada para um israelita.
O sistema deveria fornecer um equilíbrio e uma justiça em assuntos econômicos que parecem estar ausentes de todos os sistemas modernos. Há algumas evidências de que Israel de fato praticou o ano sabático. Por outro lado, não há registro nas Escrituras do Jubileu ter sido observado no Israel antigo. Os ricos também fi cavam mais ricos, e os pobres mais pobres. A cobiça fez com que líderes ignorassem a devolução periódica da propriedade que Deus introduziu na lei original de Israel. Havia coisa demais em jogo. Aqueles que adquiriram propriedades ignoraram a lei de Deus a fi m de reter riquezas.
Isaías proferiu ataques contundentes sobre a sociedade israelita de seus dias e suas desigualdades econômicas. Ele condenou aqueles que “reúnem campo a campo” (Isaías 5:8). Ele falou do “ano aceitável do Senhor” no capítulo 61, falando do simbolismo do jubileu. Amós condenou aqueles que “vendem o justo por dinheiro e condenam o necessitado por um par de sandálias” (Amós 2:6). Ele repetia este tema enquanto condenava negócios escusos por sua impaciência pelo fim do sábado e a lua nova, para que pudessem retornar às suas práticas de negócios desonestos.
Podemos adotar o modelo bíblico?
A maioria de nós não vive em uma sociedade agrícola hoje. A devolução de fazendas familiares a cada cinquenta anos, deixaria a maioria das pessoas sem nenhuma mudança em sua condição.
Devemos perguntar, qual é o princípio por trás do jubileu? Como o ano sabático “traduz-se” na vida moderna? O jubileu oferecia a uma nova geração os meios de produção que esta precisaria para ser bem sucedida. Eles ainda precisariam se aplicar, trabalhar duro e resistir. Poucas pessoas altamente dotadas e motivadas movem-se da pobreza à riqueza a cada geração. Há maneiras de respeitar os direitos de propriedade individual e ainda dar a mais pessoas uma oportunidade de serem bem sucedidas?
O ano sabático era uma grande quebra de rotina para a sociedade. Dava às pessoas, animais e terra um ano inteiro longe das atividades normais. O uso desse tempo poderia incluir a religação com a família, o estudo de novos assuntos e o desenvolvimento de novos métodos para várias atividades. Infelizmente, muitas pessoas encontrariam maneiras destrutivas para usar o tempo. Talvez encanadores, pregadores, bancários, mecânicos, chefs de cozinha e o resto de nós devêssemos ter um ano sabático para sermos refrescados, desafiados e preparados para retornarmos ao trabalho significativo.
Os desafios para tal abordagem são enormes. Talvez um aluno desta lição hoje tenha uma ideia sobre como fazêla funcionar na sociedade do século XXI. Para a maioria de nós, parece mais provável que o jubileu permaneça um símbolo para a justiça que Cristo trará consigo.
Por trás de tudo isso está um Deus amoroso que se preocupa com justiça econômica, mas promete um futuro que é melhor que o presente.