Explanação

Iniciamos hoje a série de quatro estudos nos Evangelhos, buscando entender melhor as imagens de Cristo encontradas neles. As duas passagens bíblicas de hoje, retiradas do Evangelho de Lucas, abordam o início e o fim do ministério público de Jesus. Nosso texto de Lucas 4 segue a declaração em Lucas 3:23 que Jesus tinha aproximadamente 30 anos quando começou seu ministério. O texto de Lucas 20 precede o acordo de Judas para trair Jesus, a última ceia, o aparecimento no jardim do Getsemani, a prisão de Cristo, a negação de Pedro, todos ocorridos no final do ministério público de Jesus Cristo.

 

Estando localizadas no princípio e fim de ministério de Jesus, os textos das Escrituras de hoje destacam a consistência do Salvador. Do princípio ao fim, Jesus ensinou constantemente sobre o reino de Deus, as boas novas do evangelho e o seu papel na realização disso tudo. O primeiro sermão dele registrado em Lucas mostra-o ensinando que fora chamado para pregar as boas novas ao pobres, que proclamaria liberdade aos prisioneiros, devolveria a vista aos cegos e libertar os oprimidos (Lucas 4:16-21). A lição de hoje explora a imagem de Jesus Cristo como mestre.

Como fiéis em Jesus e estudantes da Bíblia, somos chamados a conhecer e a obedecer aos ensinamentos de le. Porém, se enfocarmos somente no conteúdo do ensino dele, estaremos perdendo um ingrediente crucial de nossa fé cristã. As passagens bíblicas de hoje enfocam na ideia que Jesus ensinou como alguém que não apenas tinha conhecimento, mas também autoridade. Lucas 4:32 nos fala que as pessoas de Cafarnaum reconheceram isto: Eles ficaram pasmos, porque o ensino dele tivera autoridade. Lucas 4:34 nos informa que até os demônios reconheceram isto: Eles identificaram a Jesus como o Santo de Deus. Lucas 20:2 nos diz que os líderes religiosos reconheceram isto: Eles exigiram saber a identidade e a fonte de autoridade de Jesus. Embora estas pessoas podem até não ter entendido completamente o que Jesus ensinou, elas não puderam escapar à realidade de como Cristo ensinou: Ele ensinou como alguém que tinha autoridade. Ele curou os enfermos; expulsou os demônios e até mesmo ressuscitou pessoas. Para entendermos completamente a Jesus, temos que reconhecer que o conteúdo do ensino dele é autenticado pelo contexto do seu ensino. Sim, Cristo Jesus é o mestre da verdade, mas é o poder por trás da verdade dele, é a sua autoridade, que nos compele aceitar a verdade por ele ensinada.

Exploração

Qual é, então, o poder por trás dos ensinos de Cristo? Os líderes religiosos lhe perguntaram em Lucas 20:2 com qual autoridade Jesus fizera essas coisas (curas, exorcismos, ressurreições, etc.) e quem lhe deu tal autoridade?

Estarmos fazendo esta pergunta agora, à medida que estudamos Lucas, é um exemplo maravilhoso do tempo de Deus. E para a resposta desta pergunta vemos um das principais ênfases deste evangelho: o Espírito Santo. É Ele quem permitiu a Jesus demonstrar algumas das mais surpreendentes exibições de poder. O Espírito Santo estava (e está) por trás dos ensinamentos de Jesus. Lucas manifesta a nós que o Espírito Santo estava presente em cada evento da vida de Jesus. Por exemplo, Lucas 1:35 expõe que foi Ele quem habilitou a Maria, uma virgem, a dar à luz ao menino Jesus. Lucas 3:21-22 aponta o Espírito Santo descendo sobre Jesus no seu batismo e o ungindo para o seu ministério terrestre. Lucas 4:1-13 identifica o Espírito Santo como aquele que conduziu a Jesus ao deserto para ser tentado pelo diabo. Como um exemplo final, a passagem citada acima, Lucas 4:16-21, Jesus anunciou que era o Espírito Santo quem o estava capacitando a realizar o seu ministério de proclamar as boas novas, a libertar os oprimidos, restaurar os enfermos e a ressuscitar mortos. Jesus reconheceu o Espírito Santo como que dera autoridade ao seu ministério.

Da mesma maneira que pessoas diferentes geralmente reagem diferentemente ao mesmo incentivo, os diversos personagens no Evangelho de Lucas reagiram dessemelhantemente à autoridade de Jesus. Ao que parece o cidadão na rua ficou pasmo pelo poderio dele (Lucas 4:32, 36). Os demônios aparentemente ficaram terrificados pela autoridade dele (Lucas 4:33-34). Os líderes religiosos pareciam confusos e ameaçados por sua autoridade (Lucas 20:1-2).

Talvez nós precisemos nos questionar sobre como respondemos à autoridade de Jesus. Primeiramente, estamos atentos sobre como o Espírito Santo opera em nossa vida? Em seguida, como respondemos à obra do Santo Espírito em nós?

Encorajamento

Limitações espaciais não nos permitem discutir todos os meios nos quais o Espírito Santo opera em nossa vida. É será que é mesmo possível compreendermos todos os meios que o Espírito obra em nós?. Porém, uma vez que a lição de hoje explora a imagem de Jesus Cristo como mestre, tomemos um momento para ver como o Espírito continua a obra de Jesus nesta área.

Durante a noite da última ceia, após Judas ter desertado de Jesus e seus discípulos, o Mestre estava confortando seus companheiros ao redor da mesa. Algo que Ele lhes disse foi: “Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse” (João 14:26 NVI). Em seu papel como o Consolador, o Espírito Santo nos ensina e relembra.

O Espírito Santo escolheu a Palavra de Deus como o principal meio de nos ensinar. Quando lemos a Bíblia Sagrada, Ele nos capacita a captar sua verdade. Precisamos, portanto, nos questionarmos com que frequência lemos as Escrituras. Se não estamos lendo a Bíblia numa base regular, então estamos dificultando nosso relacionamento com Deus. Como esperamos entender melhor a Deus se nos recusamos a ouvir o que Ele tem a nos dizer? Isto nos leva de volta a pergunta sobre como responderemos à obra do Espírito Santo em nossa vida. Como podemos responder à sua obra em nós se não estamos lhe dando a oportunidade de trabalhar em nós? Enquanto outros ficam pasmos, terrificados, ou ameaçados pela autoridade de Jesus Cristo, seremos nós meramente apáticos a Ele?

O Espírito também escolheu “a escola da vida” como outro meio dele nos ensinar. Enquanto trilhamos nossa caminhada aqui na terra, somos relativamente livres para fazer nossas próprias escolhas. Que perspectiva usaremos para discernirmos nossas escolhas? Que prioridades aplicaremos para otimizar nossas oportunidades? Qual é o propósito que nos tira da cama todos os dias? O ensino de Jesus nos oferta uma verdadeira perspectiva, prioridades sábias e um propósito genuíno para nosso viver. À medida que interagimos com outros, vemos como nossas escolhas os afetam (e vice-versa). O Espírito Santo, nosso Consolador, nos ajuda a nos relacionarmos corretamente com os outros. Ele nos revela aquelas partes de nossa vida que refletem o ensinamento de Jesus e também aquelas que não refletem os preceitos do Mestre. Nós estamos confiantes que o Espírito Santo nos mostrará a verdade e assim poderemos seguí-la?

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