Cuidado Com O que Escuta

Como pais que somos, Angie e eu tentamos ser extremamente cuidadosos sobre as influências que permitimos na vida de nossos filhos. Isto inclui os livros que eles leem, os filmes e os programas de televisão aos quais assistem, a música que ouvem, e os sites de internet que visitam. Tentamos nos manter informados sobre suas aulas e até mesmo prestamos bastante atenção às amizades que fazem. Houve tempos nos quais tivemos de tomar decisões nada populares com nossas crianças. Nós dissemos “ainda não” às coisas que “os pais dos meus amigos os deixam ver.” Em outros momentos dissemos “vamos experimentar” e assistimos temendo pelos resultados.

 

Por que sentimos a necessidade de proteger nossos filhos desta maneira? Porque filhos são naturalmente vulneráveis a serem enganados e desviados do caminho graças a sua falta de sabedoria e experiência. Eles são extremamente suscetíveis a todo o tipo de influência – seja negativa ou positiva. Uma parte importante do nosso trabalho como pais envolve ajudar nossos filhos através deste campo minado de escolhas difíceis e, mais importante, equipá-los com as ferramentas necessárias para discernirem se uma influência é ou não negativa.

Um dos perigos inatos da Nova Comunidade de crentes recai em ser levado para o caminho errado pela falsa doutrina. Novamente Paulo avisou aos destinatários de suas cartas para cuidarem os cães que tentariam levá-los para o mau caminho com suas palavras doces e seus argumentos convincentes. A melhor defesa que ele poderia dar-lhes seria equipá-los com ensinamentos doutrinários e os lembrar constantemente para continuarem arraigados na Palavra de Deus. Quanto antes os crentes escutarem e forem convencidos da verdade, mais facilmente as mentiras serão detectadas.

O Ministério da Palavra

A segunda carta a Timóteo torna-se numa conversa estimulante para este perseverar em seu ministério. Paulo elogiara Timóteo pelo seu ministério e lembrou-lhe (como se precisasse) da boa vontade da mensagem do Evangelho que Timóteo estava sustentando (Capítulo 1).

O capítulo 2 inicia com a incitação para continuarmos fortes naquela boa vontade. Não somente a fé de Timóteo dependia disto, como também dependia a vitalidade da igreja inteira. Mais tarde, Paulo resumiu: “Pregue a palavra; esteja preparado a tempo e fora de tempo; corrija; repreenda e encoraje – exorte com toda a paciência e doutrina.” (4:2). A vida absoluta da Igreja depende da compreensão, unindo-se, e comunicando-se claramente a verdade. É por isso que Timóteo precisava comprometer-se com o ensino das Escrituras. Não apenas somente para ele mesmo, mas também deveria estar envolvido ativamente no recrutamento e ser mentor de outros que fariam o mesmo anos depois da voz de Timóteo ter sido silenciada. Paulo reconhecia a importância da doutrina de ajudar essa igreja-bebê e esses bebês cristãos a crescerem fortes e serem fundamentados na verdade e enraizados em sua fé. Ele queria que Timóteo se juntasse a ele naquela cruzada. Fazer isto diria muito para nossos pastores e líderes de igreja de hoje. Estamos escutando?

Por que a doutrina foi ou é tão importante? Porque aonde nossa mente forem, nós iremos. Convicções corretas nos levarão ao pensamento certo, o qual levará à ação correta. Como cristãos queremos viver do jeito correto. Podemos pegar atalhos lendo muitos livros de autoajuda cristãos e procurando ter a fé; o pensamento; e ação certa todos juntos. Entretanto, não há substituto para fazer as coisas certas – estabelecer uma base sólida de fé correta a qual nos levará, eventualmente, a padrões comuns de melhor pensamento, melhor escolha, melhores sentimentos, melhor avaliação, e no final das contas a uma vida melhor, que nos habilitará a honrar Deus com nossa vida. Isto é evidenciado como mais importante à luz do aviso de Paulo(4:3-4): de que a tendência natural do homem é a de reverter para aquilo que satisfaz a carne. Se não treinarmos com a verdade, iremos eventualmente doutrinar do jeito que quisermos. Território perigosíssimo!

Forte na Graça

Paulo compara permanecer firme na graça com três tipos de indivíduos: soldados, atletas e fazendeiros. O que estes três têm em comum? Todos têm um objetivo específico mensurável, trabalham duro para se colocarem em uma posição para alcançar a meta, e esperam enfrentar os maiores obstáculos em sua perseguição do objetivo.

O soldado tem a meta de vitória militar. Os obstáculos que encontra são soldados inimigos que precisam ser derrotados para assegurar a vitória. Soldados não vão despreparados para a batalha.(Se o fizerem não ficarão lá por muito tempo!). Eles passam por treinamento intensivo e difícil para prepará-los para tudo que irão enfrentar no campo de batalha. Eles também não esperam pela guerra para começar seu treinamento. Até lá seria muito tarde. Alguns soldados treinarão por anos durante tempos de paz para estarem preparados quando os conflitos ocorrerem.

Os bons atletas também entendem a importância do treinamento. Seu objetivo é competir e vencer; sendo que os obstáculos em seu caminho incluem outros atletas, mas também (talvez o mais importante) seu próprio corpo e vontade. Ele deve trabalhar fortemente seu corpo, levando-o até o limite. Com o intuito de ficar mais forte e rápido e de pegar resistência. Quando eu estava no time de atletismo da escola, nosso treinador deixou-nos decidir o quão forte queríamos trabalhar. Ele escrevia o treino do dia e deixava no mural para fazermos com este treino o que quiséssemos. Não é preciso dizer que nos dias nos quais eu sentia preguiça, não fazia tanto progresso em relação ao meu objetivo de ganhar as provas de corridas.

O objetivo para o fazendeiro é uma colheita excelente que alimentará sua família, mas ele não pode simplesmente aparecer durante um ótimo momento e esperar por uma colheita farta. O trabalho duro para ele começa com as clareiras; lavra da terra; plantação; adubação e então, finalmente, se ele trabalhar com afinco e o tempo cooperar; a colheita. Então, ele reinicia o ciclo.

Com a finalidade de alcançar nossa meta permanecendo fortes na graça de Deus, devemos investir no trabalho do soldado, do atleta e do fazendeiro. Deus nos forneceu as ferramentas necessárias para nosso treinamento – a Verdade. Devemos nos preparar para todos os tipos de adversários e obstáculos – tentações pecaminosas, doutrinação errada, e autoindulgência. Trabalhar não é garantia de recebimento da graça divina, porém nunca devemos utilizar isto como pretexto para sermos preguiçosos na perseguição da doutrina legítima. Esta convicção correta nos proverá uma base sólida da verdade para poder retroceder quando os obstáculos da vida tentam derrubar-nos. Nós devemos escolher o caminho difícil do soldado; do atleta; e do fazendeiro para prepararmos nosso coração – não apenas pelo bem da nossa própria fé, mas também para estarmos equipados com a finalidade de transmitirmos a verdade; e equiparmos outros para permanecerem fortes na sua fé também.

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