Ententendo e Vivendo
As parteiras servas de Deus
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- Jennifer Lewis Berg
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Atos de coragem e um compromisso com o bem
No seu filme épico A Lista de Schindler, Steven Spielberg conta-nos a história de um dono de indústria tchecoslovaco que, no final das contas, salva judeus dos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Oskar Schindler, um homem de negócios perspicaz e bem-sucedido, encontra uma maneira de contratar judeus do gueto de Cracóvia na Polônia para trabalharem em sua fábrica de produtos esmaltados. Os judeus sabiam que ao trabalharem para Schindler serviriam em relativa segurança e que seriam poupados de Auschwitz, campo localizado ali por perto. Enquanto isso, Schindler cultivava relacionamentos com os militares e outros nazistas influentes. Quando os “judeus” dele foram removidos do gueto para bem perto dos campos de trabalho forçado, Schindler começou seus subornos legendários e sua barganha pela vida dos trabalhadores judeus. Então, eis que sua fábrica foi fechada, mas Schindler bajulava desesperadamente seus amigos poderosos e foi capaz de impedir a ida de 1.100 judeus para o campo da morte. A eles foi permitido trabalhar na fábrica nova de Oskar, fazendo munições defeituosas que nunca seriam utilizadas. Ele continuaria a mentir e passar a perna nos nazistas, mantendo seus trabalhadores com ele até a libertação da Alemanha e Polônia pelas tropas aliadas na primavera de 1945. Ao ser questionado do porquê de sua intervenção, Schindler disse, “A perseguição aos judeus durante o governo geral no território polonês foi, gradualmente, ficando pior pela sua crueldade. Em 1939 e em 1940 eles foram forçados a usar a estrela de Davi e a andar em rebanhos e foram confinados em guetos. Em 1941 e em 1942 esse sadismo puro fora demonstrado no seu todo. E depois um homem pensante, que havia superado sua covardia secreta, tinha de ajudar simplesmente. Não havia outra escolha” (Trecho de uma entrevista de 1964). Como resultado de seus atos heróicos, milhares de descendentes da lista de Schindler estão vivos e prosperam até hoje.
Israelitas escravizados
Na primeira história do livro do Êxodo encontramos as filhos de Israel, num número na casa dos milhares, vivendo sob o regime de escravidão de um Faraó que, assim como Adolph Hitler trinta e cinco séculos após, se assustou com o número crescente e potencialmente poderoso do povo judeu. Esse Faraó sem nome sabia coisa alguma sobre a história do povo Hebreu no Egito, a relação de José com o mandante real ou os presentes generosos; pedaços de terra dados aos judeus. Ele viu a sua prosperidade e se sentiu ameaçado por ela. Como todos os outros déspotas através da história, fez escravos àqueles a quem mais temia. Ele temia o fortalecimento e a possível união deles nas invasões dos inimigos do Egito. Primeiro, o Faraó forçou os judeus a construírem as cidades de Pitom e Ramessés, dois lugares de armazenamento fortificados que aumentariam a força fronteiriça do Egito. Ele estabeleceu judeus habilitados a dar tarefas para punir e expurgar os próprios judeus. Entretanto, quanto mais trabalhavam como escravos, mais os judeus triunfavam e multiplicavam-se. Quanto mais bem–sucedidos eram, os Egípcios tornavam a vida e o trabalho deles mais difícil. Em Êxodo 1:14 nos é dito: “eles fizeram a vida deles mais amarga com trabalhos com cimentos e tijolos e em todo o tipo de trabalho no campo, trabalhos esses rigorosamente impostos a eles”. Embora lhes afligissem, “mais eles se multiplicavam e espalhavam-se” (versículo 12). A solução final para esse Faraó, assim como tinha sido para Hitler, era a exterminação. O Faraó intimou duas parteiras hebréias, Sifrá e Puá. Essas eram provavelmente duas mulheres que fiscalizavam um grupo de parteiras. Não sabemos se eram hebréias ou egípcias. Alguns acreditam que elas devem ter sido, respectivamente, mãe e irmã do ainda não-nascido Moisés. Em todo o caso, elas tinham a atenção do governante do Egito. Não é interessante que esse Faraó não tenha nome, porém essas mulheres tenham? Ele sabia que elas possuíam eficaz controle sobre a vida e morte de crianças hebréias. Ele as ordenou, “Quando ajudardes à luz às hebréias, e as virdes sobre os assuntos, se for filho, matai-o; mas se for filha, então viva” (versículo 16).
Duas heroínas que mudaram a história
Eis duas mulheres cujo futuro da raça escolhida por Deus seguravam em suas mãos. No versículo, lemos que “as parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o Rei do Egito lhes dissera, antes conservavam os meninos com vida”. Falando em fazer a coisa certa, o temor delas em relação a Deus era na verdade uma reverência e honra para o Criador, e a força delas consistia em enfrentar a autoridade daquele homem e venerar a autoridade de Deus. Algum tempo deve ter passado antes de o Faraó perceber que as suas ordens não foram seguidas. Ele deve ter visto um bom número de meninos hebreus crescendo para saber que eles haviam sobrevivido, até mesmo triunfado. Ele chamou as parteiras e perguntou-lhes sobre a verdade. O que elas fizeram e por que o fizeram? As mulheres mentiram ou não disseram toda a verdade? No versículo 19, as parteiras contestam: “É que as mulheres hebréias não são como as egípcias; e já têm dado à luz antes que a parteira venha a elas”. Ao que parece o governador acreditou, e nada mais é dito sobre a reação dele. Nós sabemos que Deus, então, protegeu essas mulheres e “estabeleceu-lhes casas” (versículo 21). Acredita-se que essas mulheres conseguiram prosperar e ter seus próprios filhos. Estamos familiarizados com a história que segue. Primeiro, existe a fúria do Faraó e o comando de afogar todos os meninos hebreus. A seguir, há a grande história do bebê Moisés, escondido por sua mãe e irmã, resgatado pela filha do Faraó, criado como um príncipe egípcio e, finalmente, livre para salvar seu povo da escravidão e guiá-lo até a Terra Prometida. As ações das duas mulheres salvou a vida do grande profeta de Deus.
Os desafios de nossos compromissos
Quando enfrentamos conflitos entre o que a sociedade exige e o que Deus deseja, nós precisamos escolher o que Deus deseja. Necessitamos ser fiéis para podermos seguir as instruções dele para nós na Bíblia. Ler sobre os personagens corajosos e fiéis da Bíblia ajuda-nos a fazer as melhores escolhas. Assim como as parteiras no Egito, cuja coragem possibilitara a continuação da linha sucessória de Abraão a Cristo, podemos fazer diferença para sempre no nosso próprio tempo. Não é fácil enfrentar obstáculos ao que achamos certo contra a pressão do mundo de hoje. Haverá tensão e medo. Teremos urgência em nos adequarmos e “pegarmos um atalho”. Nosso desafio é o de seguir a estrada correta e, no final das contas, direcionar o próximo para a vontade de Deus. Somos obrigados a abrir mão do conforto e da facilidade e obrigados a escutar o que Deus nos manda fazer. Nossos esforços podem parecer pequenos, porém estes significam muito. Nas palavras de Oskar Schindler, “quem salva uma vida, salva o mundo inteiro”.