Introdução

Texto de Estudo: Apocalipse 22:1-9

Apocalipse 22:1-9 continua a narrativa da descrição do novo céu e da nova terra. Esta passagem foca a visão sobre a capital da nova terra – a Nova Jerusalém. O mensageiro de Deus levou João por essa jornada. A cena foi apresentada diante de João em detalhes, os quais ele passou adiante aos leitores.

O Rio Contendo a Água da Vida

Os versículos um e dois descrevem um rio fluindo do trono de Deus. Muito embora a terra tenha sido recriada, o rio tinha algumas das características do rio formado no retorno de Cristo. O profeta Zacarias descreveu sua formação fluindo do trono de Deus, dizendo:

Naquele dia, estarão seus pés sobre o Monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o Oriente; e o Monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o Oriente e para o Ocidente, e haverá um vale muito grande; metade do monte apartar-se-á para o Norte, e a outra metade dele, para o Sul. (Zacarias 14:4)

Ele prosseguiu, dizendo: "Naquele dia, também sucederá que correrão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental, e a outra metade, até ao mar ocidental; no verão e no inverno, sucederá isso" (Zacarias 14:8).

Esse rio, com uma floresta de árvores crescendo ao seu lado (cada uma sendo a Árvore da Vida), é também mencionado pelo profeta Ezequiel, que afirmou:

Junto ao rio, às ribanceiras, de um e de outro lado, nascerá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer; não fenecerá sua folha, nem faltará seu fruto; nos seus meses, produzirá novos frutos, porque suas águas saem do santuário; seu fruto servirá de alimento, e sua folha, de remédio. (Ezequiel 47:12)

Essa é parte da descrição de Ezequiel da área do templo, do rio e das divisões da terra no Reino, que se encontra em Ezequiel 40 a 48.

É dito que o rio contém a "água da vida" e, de fato, ele deu vida a toda a região. A terra de Israel hoje é, na maior parte, um deserto. A área do "Mar Morto" é um local inóspito à vida. O rio deveria reclamar a terra e dar-lhe vida. As árvores crescendo às suas margens deveriam levar cura a todos os que comessem delas. Como resultado, cada uma merecia ser chamada de "Árvore da Vida".

Ao contrário de árvores frutíferas comuns, no entanto, esta árvore irá produzir diferentes tipos de frutas. E a colheita é mensal, não anual como árvores comuns. Deus não somente fornece em abundância, mas também em grande variedade! A árvore da vida irá garantir uma boa saúde, com suas folhas, para a cura das nações (cf. Ezequiel 47:12).

A Bênção dos Habitantes da Terra Santa

À medida que a visão continuava, o escritor voltou sua atenção ao povo vivendo na cidade. E, observou que este povo era abençoado de quatro maneiras:

Primeiramente, a maldição da terra havia sido removida (v. 3a). Com uma breve declaração, João apaga o flagelo do pecado na história humana: não mais haverá maldição. O mundo caído, infestado de espinhos (Gênesis 3:18) e escravo da decadência e da corrupção (Romanos 8:21), será redimido. A raça humana será liberta das aflições da dor, da tristeza e da morte (Gênesis 3:16-19). Todas as consequências do pecado serão finalmente removidas.

Em segundo lugar, Deus habitava pessoalmente entre eles (vv. 3b-4). O maior castigo que Adão e Eva receberam foi a perda da comunhão com Deus. Mas no céu, desfrutaremos a ilimitada presença de Deus, mais uma vez. O trono de Deus, indicando sua presença pessoal, estará na cidade. Partilhando do trono e da glória estará o Cordeiro, que foi morto pelos pecados do mundo (cf. João 1:36 1 Pedro1:19). E, ainda, "os seus servos o servirão, e verão a sua face; e nas suas frontes estará o seu nome" (vv. 3c,4). João escreveu que "ninguém jamais viu a Deus" (João 1:18). Mesmo Moisés, "a quem o Senhor conhecera face a face" (Deuteronômio 34:10 - ACRF), não foi permitido ver a Deus diretamente (Êxodo 33:20). Mas Jesus disse: "Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus" (Mateus 5:8). Os remidos, no Céu, deverão ver o seu rosto.

Terceiro, ali não havia mais a necessidade de sol, porque Deus os iluminava (v. 5a). O contraste da luz com as trevas é usado tanto literal quanto figurativamente na Bíblia. Em um sentido literal, os cidadãos da Jerusalém celestial não mais precisarão de luz solar nem de qualquer outra fonte de luz artificial. O Senhor Deus lhes dará toda a luz que eles precisam (cf. Isaías 60:19-20; Zacarias 14:7; Apocalipse 21:23-25).

O sentido figurado nos faz lembrar que Jesus salva os santos do "império das trevas" (Colossenses 1:13) e nos convida a caminhar na luz (João 8:12; 1 João 1:5-6). Aqueles que são "filhos da luz e filhos do dia" não "da noite nem das trevas" (1 Tessalonicenses 5:5) serão iluminados por uma luz eterna num céu livre de pecado.

Finalmente, o povo reinaria com Deus, eternamente (v. 5b). Os santos "reinarão pelos séculos dos séculos", em um longo e ilimitado reinado. Este é o contexto em que nós, os santos, reinaremos com Deus para sempre e sempre. Vamos beber do rio da água da vida, seremos alimentados pelos frutos da árvore da vida, seremos curados pelas folhas desta mesma árvore, vamos caminhar na luz da glória de Deus e reinaremos no lugar designado pelo próprio Deus, para todo o sempre.

O Propósito e a Natureza da Mensagem

Esta mensagem, entregue por Deus por intermédio de seu mensageiro, é confiável; é genuína, não somente em termos abstratos, mas também na realidade. Seu propósito é fazer com que saibamos (juntamente de todos os servos) o que acontecerá no futuro.

No início do livro do Apocalipse, Deus proclamou uma bênção aos leitores e mantenedores dessa obra. Ele disse: "Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo" (Apocalipse 1:3). Esse não é exatamente como o Clube do Livro do Mês, do qual você pode ter feito parte na escola. A bênção tem dois lados. Ela requer leitura da profecia, e também prestar atenção cuidadosa à sua mensagem. É a mensagem que Deus quer que você leia com grande atenção. Suas ações baseadas na mensagem trazem a bênção. E essa promessa é repetida aqui, no versículo sete, do capítulo 22 (Apocalipse 22:7).

Essas coisas são certas, absolutas. Elas falam de algo que acontecerá. Não importa o que o mundo e seus professores digam; Deus assegura que acontecerá. Ele verificou a validade de sua mensagem e pôs seu selo de aprovação em seu conteúdo (v. 7).

A Mensagem Leva à Adoração

João reagiu à natureza espantosa e inspiradora da visão do futuro prostrando-se em adoração. Essa foi a reação correta ao conhecimento que ele obtivera. Houve um erro, contudo, da sua parte. Ele é retratado como adorando o mensageiro no lugar da fonte da mensagem.

As duas passagens são o foco da visão em si. Essas cenas devem invocar a reposta de adoração daqueles que lerem e atentarem para seu conteúdo. Contudo, adorar por adorar é vão e falso. O mensageiro apontou que ele era um ser criado. A cidade e todo o novo céu e a nova terra eram coisas criadas, por isso não eram dignas da adoração de João.

Em Romanos 1:20-25, o apóstolo Paulo descreveu os praticantes da falsa adoração. Ele observou que ainda que eles conhecessem Deus por quem era, falhavam em adorar e reconhecê-lo. No versículo 25, declarou a razão pela qual os estava condenando: "pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!” (Romanos 1:25).

A adoração e o culto devem ser dirigidos somente a Deus. Jesus Cristo, em seu confronto com Satanás, no deserto, diz: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e somente a ele servirás" (Mateus 4:10b). Ele atribuiu essas falas à Palavra de Deus. E citou o livro de Moisés (Deuteronômio 6:16) e Samuel (1 Samuel 7:3), para argumentar. Adore e sirva ao Senhor teu Deus, pois somente ele merece adoração.

Todas as outras formas de adoração são falsas. Como diz o mensageiro do Senhor, resumidamente, no versículo nove: "Adore a Deus".

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