Ajuste de Atitude

Texto de Estudo: Filipenses 2:1-11

Você já precisou de um ajuste de atitude? Eu já precisei! De acordo com o dicionário, "atitude" significa maneira, disposição, sentimento ou posição a respeito de alguém ou de algo. Quando era criança, meu pai tinha um maravilhoso "ajustador de atitude de cinco dedos" que me ajudava a abrir mão de minhas atitudes negativas e assumir uma postura mais positiva em relação ao ponto de vista dele.

Fico impressionado, quando estudo como as pessoas funcionam, e vejo o quanto nossa atitude para com a vida nos afeta de tantas maneiras. Sermos positivos ou negativos determina bastante como percebemos e abordamos cada pessoa e situação. Em Filipenses 2 Paulo convoca seus leitores a desenvolverem uma atitude de submissão a Deus e a outros, exemplificada pela mente de Cristo.

A atitude de Cristo Jesus

A atitude de Jesus de submissão refletia sua abordagem da vida, sua missão e seu entendimento da razão exata por que ele viera à Terra em primeiro lugar. Ele submeteu-se a outros não porque tinha que fazer isso, mas porque escolheu assim, pelo propósito de seu Reino. As palavras de Paulo nos dão uma imagem da vida de Cristo e apontam como demonstrava sua atitude de submissão (vv. 6-11). Também, como em outras passagens estudadas nesta unidade, parece-nos que Paulo tomou emprestado um fragmento de um hino popular primitivo que celebrava a vida de Cristo. Podemos cantá-lo, mas nossa adoração será muito mais profunda  se o vivermos em nossas vidas.

Do versículo um a quatro, introduz-se o assunto da submissão como pertencente à vida cristã. Paulo exortou seus leitores a pensarem "a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um dos outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros". O versículo cinco faz a transição para o hino sobre Cristo, apontando-o como nosso exemplo de submissão.

Ao analisarmos o hino, podemos identificar quatro maneiras específicas que revelam como Jesus especificou a atitude de submissão.

1. Ele pensou nos outros, não em si mesmo (v. 6). "Pois ele, subsistindo em forma de Deus" – isso estabelece as credenciais da pré-existência de Jesus. Jesus, antes da sua encarnação, sempre foi Deus coigual, coeterno e consubstancial com o Pai e com o Espírito Santo. Ele sempre foi revestido de glória e majestade (João 17:5). Ele sempre foi adorado pelos anjos nas coortes celestiais. Ele é o criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis (Colossenses 1:16). João diz: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (João 1:1).

William Barclay diz que a palavra "subsistindo", no grego, descreve aquilo que é essencial e que não pode ser mudado. Descreve, portanto, características inatas, imutáveis e inalteráveis7. Assim, pois, Paulo começa dizendo que Jesus é Deus em forma essencial, inalterável e imutável.

Mas há outra verdade gloriosa exposta no versículo 6. O apóstolo Paulo diz que Jesus, embora sendo Deus, "não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se" (NVI); ou, em outras palavras, não se agarrou a isso e usou para a sua própria vantagem. Jesus não se agarrou aos privilégios de sua igualdade com Deus; antes abriu mão dela por amor aos homens. Cristo não usou sua igualdade com Deus como desculpa para autoafirmação, ou autopromoção; ao contrário, ele a usou como ocasião para renunciar a todas as vantagens ou privilégios que a divindade lhe proporcionava, como oportunidade para autoempobrecimento e autossacrifício sem reservas. Jesus não pensou em si mesmo; ele pensou nos outros. Ele abriu mão de sua glória, desceu das alturas e, usou seus privilégios para abençoar os outros. Quem leva a sério seguir a Cristo deve aprender a pensar nos outros antes de si mesmo (cf. Romanos 12:10 1 Tessalonicenses 5:11; Gálatas 6:2).

2. Ele serviu aos outros (v. 7). Jesus entendia quão importante é colocar este conceito de "outros" em nossa mente e coração. No entanto, ainda mais importante é colocá-lo nas mãos, nos pés e nas palavras. Ele demonstrou isso com seu compromisso com o ato de servir. O versículo sete diz que Jesus "a si mesmo se esvaziou", disposto a abrir mão de seus direitos e privilégios divinos.

E para quê? Para ser feito "à semelhança de homens" e assumir "a forma de servo". Ele trocou a natureza gloriosa e ilimitada de Deus por um corpo humano, finito e limitado; trocou a forma de Deus pela de um servo. Da mesma maneira que ele, naquele momento, não era "como" Deus, não foi "como" um servo. Jesus não pensou nos outros apenas de forma abstrata; ele assumiu a forma de servo, ele serviu. Jesus não fingiu ser um servo. Ele não foi um ator no desempenho de um papel. Literalmente, era um servo! (cf. Lucas 22:27) Novamente, isso é o contrário de nossa natureza pecaminosa. Queremos que outros nos sirvam, que satisfaçam nossas necessidades; entretanto, se quisermos adotar a atitude de Cristo, temos de servir aos outros – especialmente àqueles que mais precisam.

3. Ele se sacrificou (v. 8). Muitas pessoas estão prontas a servir outros, se isso não lhes custar nada. Mas se há um preço a pagar – não necessariamente financeiro, mas físico, emocional ou psicológico –, então perdem o interesse.

Jesus pagou um preço. Ele serviu sacrificialmente e foi obediente até à morte e morte de cruz. Ele não fez simplesmente o que lhe apareceu fácil e naturalmente; ele sacrificou-se. Não apenas "esvaziou-se" de seus direitos e privilégios; antes, tornou-se carne humana e usou isto para servir aos outros. Ele, definitivamente, levou esse corpo humano à cruz e morreu em nosso lugar.

Você já notou como algo se torna mais significativo quando se paga por isso, quando se sacrifica algo por isso? Adotar a mente de Cristo envolve servir além de nosso conforto, servir além do que é fácil e divertido. É servir quando não é divertido, nem é fácil ou conveniente, tampouco bonito, limpo ou bom.

4. Ele glorificou a Deus (v. 9-11). Este foi o ponto de partida para Jesus – dar louvor, glória e honra a seu Pai, que estava no céu. O que a passagem, em estudo, diz que aconteceu como resultado de Jesus humilhando-se a si mesmo, pensando nos outros e com sacrifício servindo-os, é que "Deus exaltou-o sobremaneira" (v. 9). Mesmo em sua exultação, Jesus estava glorificando a Deus, porque não fazia isso por si mesmo; Deus fazia-o por Ele.

Não devemos fazer nada no Reino de Deus por nós mesmos e para nossa glória. Nem mesmo devemos fazer para a glória da Igreja. Tudo o que fizermos, tudo o que dissermos e tudo o que pensarmos deve ser para o louvor e a glória de Deus. Todo ato de serviço com sacrifício deve ser feito com isso em mente. Jesus convocou-nos: "Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" (Mateus 5:16).

Adoração pela Imitação

Diz-se que a imitação é a maior forma de elogio. Ao imitar a mente de Cristo, adotando sua atitude como nossa, estamos verdadeiramente celebrando sua vida perfeita e honrando-o em um estilo único de adoração. Ao tentar cantar esta música de louvor à sua vida, verifique sua atitude contra a atitude submissa de Jesus. Pense nos outros; não apenas em si mesmo. Sirva a Deus e aos outros. Pergunte a si mesmo se seu serviço está lhe custando algo. E alimente o hábito de perguntar "O que estou fazendo dá glória e honra ao meu Pai Celestial?"

 

 

 

 

7BARCLAY, William. The letters to the Philippians, Colossians, and Thessalonians. Louisville, KY: Westminster John Knox Press, 2003, p. 42.

Related Articles

Mordomia da adoração
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem...
Redefinindo a identidade de um povo, sábado
1 E, NO dia vinte e quatro deste mês, ajuntaram-se os filhos de Israel com jejum e com sacos, e traziam terra sobre si. 2 E a descendência de Israel...
Nova vida em Cristo, terça-feira
8 SENHOR Deus dos Exércitos, escuta a minha oração; inclina os ouvidos, ó Deus de Jacó! (Selá.) 9 Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do...
Testemunhando da nova vida, quinta-feira
1 DEPOIS disto manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e manifestou-se assim: 2 Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé...