Uma Reação de Reflexo

Texto de Estudo: Marcos 11:1-11

Um reflexo é uma resposta natural a um estímulo. Trata-se, antes, de algo involuntário, não pensado. Quando você vai ao médico, e ele acerta seu joelho com um martelo, você não pensa: "Bem, acho que a resposta apropriada a isso seja levantar meu pé". Não! Isso apenas acontece.

Nossa reação de reflexo a Deus (quando estamos no relacionamento com ele) é o louvor. Quando amamos a Deus por quem ele é, o que ele fez e o que continua a fazer, nossa resposta natural é uma vida de louvor. Sem necessariamente saber disso, essa foi a resposta que um grupo de judeus demonstrou para com Jesus quando ele retornou a Jerusalém pela última vez.

Um Pedido Estranho

 

Marcos 11 mostra que Jesus e seus discípulos estavam viajando para Jerusalém, mas não eram os únicos na estrada. Uma multidão dirigia-se a Jerusalém para celebrar um festival – muito provavelmente a Páscoa. Enquanto viajava, havia um ar de excitação à medida que se antecipava o momento maravilhoso de celebração que estava diante do grupo. Seus corações naturalmente borbulhavam de alegria, e não era incomum flagrar os viajantes entoando canções e proclamando Salmos uns aos outros.

O grupo dos que seguiam de Jesus, aproximando-se de Jerusalém, resolveu parar nas aldeias de Betfagé e de Betânia (v. 1). Não sabemos muito sobre Betfagé6; contudo, conhecemos Betânia como um lugar onde Jesus hospedou-se, frequentemente, na casa de amigos, Maria, Marta e Lázaro.

Prosseguindo para o oeste, teriam se aproximado do Monte das Oliveiras, que se encontrava diretamente à frente de um pequeno vale, com uma vista maravilhosa da cidade. Mais tarde, Jesus ali ensinaria sobre o fim dos tempos. Zacarias, no capítulo 14, profetizou que o Monte das Oliveiras seria o ponto inicial em que o Senhor viria para resgatar Jerusalém de seus inimigos.

Marcos diz que Jesus enviou dois de seus discípulos a uma aldeia, para buscar um jumento (vv. 1-2). Não somos informados se ele conhecia o dono do jumento e se avisara onde o encontraria, depois, ou se ele simplesmente "sabia" que o animal estaria lá. Embora não saibamos detalhes, devemos admitir que, à primeira vista, parece ser um pedido estranho. Os discípulos, todavia, demonstraram a primeira resposta de uma vida de louvor – a obediência.

Respondemos em Obediência

 

Os discípulos não questionaram o pedido de Jesus. Eles poderiam ter dito: "Por que, Jesus? Isso seria furtar"; ou "Se você quer tanto isso, vá pegar você mesmo!" Mas não o fizeram. Ao invés disso, eles foram, encontraram o animal e desprenderam-no! (v. 4). Eles sabiam quem Jesus era, amavam-no profundamente e haviam se comprometido a segui-lo por onde quer que os levasse. Assim, a resposta de reflexo deles ao pedido de Jesus foi a obediência. Mas você pode pensar nisso não como um ato de adoração, mas o é. Obediência sem questionamento demonstra respeito, confiança, devoção e submissão à sua autoridade.

O primeiro passo para viver uma vida de louvor é obedecer a Deus – lutar para viver uma vida santa e fazer o que ele pede que façamos. Quanto mais o conhecemos e amamos, mais entendemos quem ele é, o que fez e o que continua a fazer. Assim, essa se torna uma reação de reflexo para nós.

Respondemos Ofertando

Quando os discípulos encontraram o jumento, havia pessoas por perto, e estas perguntaram o que eles estavam fazendo (vv. 5-6). Jesus orientara os discípulos a responder dizendo: "O Senhor precisa dele" (v. 3). Quando o fizeram, as pessoas "os deixaram" (v. 6) pegar o animal. Não sabemos quem eram essas pessoas, nem o quanto conheciam de Jesus ou da situação atual. O que sabemos é que, quando Jesus requisitou o serviço do animal, algo em seus corações compeliu-os a ofertá-lo.

Isso é, novamente, uma resposta natural de uma "vida de louvor" a Deus. Quando amamos a Deus de coração, alma, mente e força, e quando começamos a entender quem ele é, o que fez e o que continua a fazer, queremos ofertar a ele. Dar é uma parte importante da adoração.

Obviamente, Deus não tem bolsos e, com certeza, não carrega cartões de crédito. Então, como damos a ele? Simples: entregando todas as nossas posses para seu uso. Também começamos a prestar atenção às coisas que são importantes para Deus e a ofertá-las também.

Respondemos em Serviço

Depois de levar o jumento para onde Jesus esperava, o primeiro pensamento dos discípulos era servir a Jesus. Então, puseram suas vestes sobre o jumento para Jesus montar (v. 7).

Não nos surpreende que os seguidores comprometidos com Jesus estivessem-no servindo. E quanto à multidão, como respondia? A maior parte estava andando, e logo vem Jesus, cavalgando um jumento. As pessoas podiam ter dito: "Quem ele pensa que é, montado em um burro, enquanto temos de andar?" Ou: "Ouvi falar que nem mesmo o burro é dele!" Ao invés disso, viram a montaria de Jesus como uma posição de honra.

A maioria conhecia Jesus, se tanto, como um mestre muito respeitado. Mas algo dentro de cada um movia-o a querer servi-lo. Então, enquanto alguns espalhavam suas vestes na estrada à frente dele, outros cortavam folhas de palmeira dos campos e jogavam-nas em seu caminho (v. 8). Isso pode parecer pequeno, mas foi uma resposta natural de serviço àquele, cuja autoridade ainda não entendiam.

Quando amamos a Deus de todo coração, alma, mente e força, e quando começamos a entender quem ele é, o que fez e o que continua a fazer, queremos servi-lo. Não murmuramos, arrastando nossos pés ou sentindo-nos forçados, mas com o serviço entregue de boa vontade, como aquilo que queremos fazer mais do que qualquer outra coisa na vida. Quando servimos ao Senhor, estamos fazendo exatamente o que fomos criados para fazer.

Respondemos em Louvor

O povo cercou Jesus, cavalgando para Jerusalém como a realeza, e gritava "Hosana" (vv. 9-10), que significa "salve-nos agora!" Que resposta apropriada para aquele que nos salvaria de nossos pecados! As pessoas continuavam sua adoração espontânea, gritando: "Bendito é o que vem em nome do Senhor" (v. 9b; cf. Salmos 118:26) e "Bendito o reino que vem, o reino de Davi, nosso pai" (v. 10a).

As pessoas entendiam o que estavam dizendo? Elas finalmente compreenderam que era o Messias que esperaram por tanto tempo? Ou foram pegos pelas festividades do momento e começaram a proclamar salmos? Não sabemos com certeza. Contudo, baseado no que aconteceu (ou não aconteceu) a seguir, parece duvidoso que tivessem convicção de que seu Messias finalmente havia chegado. Algo, entretanto, inspirou-lhes a cantar e a entoar louvores a Jesus. Isso simplesmente borbulhava de dentro delas como uma resposta à sua presença.

O mesmo deve ser verdade em nossa adoração. Seja entrando na presença de Deus de uma maneira especial (durante nossa adoração coletiva, por exemplo), seja encontrando-o em nossa rotina, devemos ter uma reação de reflexo: louvá-lo. Quando começamos a entender quem Deus é, o que fez e o que continua a fazer, nossa resposta natural é uma vida de louvor.

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6Betfagé significa a "casa dos figos verdes". Era uma aldeia no Monte das Oliveiras, o lugar onde se começou a organizar a entrada de Jesus em Jerusalém. Esta aldeia está no cimo da montanha e o seu nome ainda é o mesmo nos dias de hoje. (N. R)

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