Ententendo e Vivendo
Amor Dentro da Comunidade
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- Linda Harris
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Quando começava a preparar esta lição, imaginava por que, em uma unidade sobre o ensino de Jesus, estamos estudando uma passagem de 1 João. Mas logo tornou-se aparente; João ensinava o mandamento de Jesus de amar uns aos outros (1 João 2:1-3).
A Ordem de Jesus
Há muitas passagens recontando a ordem de Jesus de amar uns aos outros. Aquela que mais proximamente se relacionou à passagem de hoje é João 13:34-35: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.”
Na próxima semana veremos a regra de ouro (Mateus 22:39). Voltamos a Levíticos 19:18 no contexto de não nos vingarmos. A interpretação de Jesus da frase vai além de meramente evitar a agressão para mostrar amor de maneiras tangíveis. Em outras palavras, os antigos diziam: “Não odeie”; O novo: “Mostre amor”.
É isto o que faz do mandamento novo (1 João 2:7-8) uma interpretação realçada do amor, não apenas a ausência de ódio. João 15:12-17 aparece como uma exposição de sua diretriz. Ele relaciona amar uns aos outros com a habilidade de frutifi car em seu nome (João 15:1-11)
Andrew Murray escreveu:
“[O Salvador] às vezes falava dos mandamentos, mas o amor, que é o cumprimento da lei, é todo inclusivo e é, portanto, chamado de seu mandamento... Para o crente que busca perfeita comunhão com Cristo, guardar este mandamento é a prova bendita de que está habitando nele e o caminho para uma união mais plena e mais perfeita com ele.” (Abiding in Christ [Habitando em Cristo]).
Amor VS. Ódio
A equação é simples: Amor = luz; ódio = trevas (1 João 2:7-11). Mas viver essa equação é complicado. O que é o amor? O que é o ódio? A Bíblia nos responde a primeira pergunta: Deus é amor (1 João 4:8 16). Se Deus está em nós, o que quer que façamos será amável.
O ódio pode ser um pouco mais difícil de defi nir. Normalmente pensamos no ódio como uma hostilidade aberta. O pensamento da guerra frequentemente começa com sentimentos de ódio. Contudo, o ódio pode se manifestar de muitas maneiras: indiferença, apatia, pensamento prejudicial, negligência, comportamento passivo-agressivo, falta de respeito pelos limites pessoais, ciúmes, ressentimento, brigas e insultos disfarçados de provocações. Acho que é seguro dizer que todos nós somos culpados de pelo menos um destes.
Isso significa que você está nas trevas, porque ocasionalmente se envolve em uma ou mais destas formas menos hostis de ódio? Não necessariamente. Qual é a sua inclinação na maior parte do tempo? O que o seu coração diz? Você percebe quando mostra estes comportamentos e os reconhece como pecados? Você confessa, tanto a Deus como à pessoa que ofendeu?
Andrew Murray prossegue dizendo:
“Habite em meu amor e ame como eu tenho amado’. Isto é possível? É claro que sim! Temos a nova natureza santa, que cresce sempre mais forte enquanto habita em Cristo na videira, e pode amar como ele amou.”
Perdão
O ódio normalmente se baseia em ferimentos infl igidos por outros. Embora esta passagem não mencione perdão, este passo é essencial para mostrar amor àqueles que nos feriram.
Jesus ordenou aos seus seguidores: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5:44). Em minha opinião essa é a oração mais difícil de todas.
Quando me encontro lutando com o perdão, Deus diz: “Eu sei que a parte mais difícil do perdão é orar por aqueles que feriram você. Mas se você esperar chegar além dos sentimentos de dor e raiva, você deve orar por eles. É o único modo.”
Imaginemos que alguém chamada Ana espalhe uma tremenda fofoca, fato muito “raro” em nossas igrejas. Sei que deveria orar por ela, mas não estou certa sobre como fazê-lo. Minhas primeiras orações podem sair assim: “Querido Deus, eu não quero orar pela Ana. Mostre-lhe o quão errada ela está. Faça com que sinta pelo que ela tem feito.”
Isso não é orar por ela; é orar contra ela. Certamente, antes de orarmos por uma pessoa, podemos precisar orar sobre aquela pessoa.
Davi fez isto em seus salmos: “Ouve-me, ó Deus, quando faço a minha queixa; protege a minha vida do inimigo ameaçador. Defende-me da conspiração dos ímpios e da ruidosa multidão de malfeitores.” (Salmos 64:1 2, NVI).
Uma vez que derramei meu coração a Deus sobre Ana, sei que devo orar pela capacidade de perdoar. Não consigo fazer isto por minha conta; preciso de sua força. Então peço a Deus para me ensinar como abençoá-la. Embora seja difícil, Deus me ordena agir assim. “Não retribuam mal com mal, nem insulto com insulto; ao contrário, bendigam; pois para isso você foram chamados, para receberem bênção por herança” (1 Pedro 3:9 NVI). Ele não diz que isto é algo fácil de fazer; ele diz “para isto vocês foram chamados.”
Tentar pensar em maneiras de orar por meus traidores raramente funciona. Ou minhas orações vêm como vingativas ou não consigo pensar em nada para orar. Descobri que orar as Escrituras é mais efi ciente. Eu uso as próprias Palavras de Deus para orar. É assim que posso orar pela Ana: “Senhor, oro para que o Senhor dê a Ana o Espírito de sabedoria e revelação, para que ela o conheça melhor. Oro também para que os olhos de seu coração possam ser iluminados a fi m de que ela conheça a esperança para a qual tu a tens chamado” (baseado em Efésios 1:17-19).
Muitas outras passagens são apropriadas para orações de bênção. Experimente Provérbios 2:10-12 ou Salmos 25:45. Peça a Deus para lhe mostrar outras.
A Sedução do Mundo
As coisas do mundo nos atraem para longe da habitação em Deus. Enquanto nosso amor por Deus aumentar, o apelo do mundo diminuirá.
Quando eu era mais jovem, não conseguia imaginar ninguém escolhendo ter uma conversa sobre Deus e assuntos espirituais, exceto talvez na igreja. Mas eu amadureci – e espero, tenha fi cado mais sábia – discussões teológicas atraem maior interesse. Quando eu ouço outros discutindo acerca da novela ou do último reality show, de futebol ou de política, minha concentração vagueia, e imagino como eles podem ser tão obcecados com tais coisas.
Para que eu não pareça tão piedosa, deixe-me lhe assegurar que eu também luto contra meu excesso de tempo na TV. Uma vez que a ligo, é difícil desligá-la até horas mais tarde, às vezes tarde da noite. Ela prende minha atenção para negligenciar o passar de tempo com Deus. Periodicamente, faço jejum de televisão, para dedicar-me à Palavra e à oração.
A verdadeira sedução do mundo é tornar qualquer coisa de maior importância que nosso relacionamento com Deus, mesmo coisas boas. João destacou três áreas que podem nos atrair para longe de Deus (1 João 2:16):
1ª.) Desejos do homem pecaminoso (NVI): Vícios, apetites, prazeres, entretenimento, diversão, recreação, “coisas engraçadas”.
2ª.) A luxúria dos olhos: Luxúria sexual, pornografia, cobiça, prosperidade, amor ao dinheiro, desejo, materialismo.
3ª.) A soberba da vida: Status, reputação, prestígio, tentar ser melhor que os outros, ter uma atitude “sei de tudo”. A passagem não diz que não podemos desfrutar de prazeres, dinheiro e posses ou nos orgulharmos de um trabalho bem feito. Mas se quaisquer dessas coisas tiverem precedência em relação ao nosso relacionamento com Deus, elas se tornam ídolos.
Warren Wiersbe defi niu isso desta maneira: “Qualquer coisa em nossa vida que nuble nosso amor pelas coisas espirituais ou que torna fácil cairmos em pecado é mundana e deve ser extirpada.” “Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1 João 2:17). Tudo isso se resume em fazer a vontade de Deus.
Sua vontade para nós não é que sejamos seduzidos pelo mundo, mas que habitemos nele, dando frutos e amando uns aos outros.