Juízes 17:7-13:

7 E havia um moço de Belém de Judá, da tribo de Judá, que era levita, e peregrinava ali. 8 E este homem partiu da cidade de Belém de Judá para peregrinar onde quer que achasse conveniente. Chegando ele, pois, à montanha de Efraim, até à casa de Mica, seguindo o seu caminho, 9 Disse-lhe Mica: Donde vens? E ele lhe disse: Sou levita de Belém de Judá, e vou peregrinar onde quer que achar conveniente. 10 Então lhe disse Mica: Fica comigo, e sê-me por pai e sacerdote; e cada ano te darei dez moedas de prata, e vestuário, e o sustento. E o levita entrou. 11 E consentiu o levita em ficar com aquele homem; e o moço lhe foi como um de seus filhos. 12 E Mica consagrou o levita, e aquele moço lhe foi por sacerdote; e esteve em casa de Mica. 13 Então disse Mica: Agora sei que o SENHOR me fará bem; porquanto tenho um levita por sacerdote.
Quando paramos para observar um pouco a vida e a estrutura da fé dos religiosos de hoje, com certeza iremos nos deparar com aquele grupo que é guiado pelo gosto pessoal, do que por um convencimento do Espírito Santo no seu interior. O que estou querendo dizer é que tal religioso está em constante tensão entre o que Deus quer para a vida dele, e o que ele gosta de fazer enquanto Cristão.

Por exemplo, quem não gosta das belíssimas promessas de uma vida eterna, e de uma vida de vitórias ininterruptas aqui na terra. Muitos chegam a sonhar acordados com o dia da ressurreição. No entanto, estes esquecem que antes do cumprimento das belíssimas promessas, antes da consumação da vida eterna, e antes da vitória final, ou seja, antes mesmo da ressurreição todos nós temos de passar primeiro pela Cruz. As pessoas gostam da idéia de uma igreja triunfante, mas não gostam da verdade clara das Escrituras de uma igreja militante! Enfim, vejo no modo de pensar destas pessoas, uma batalha acirrada entre aquilo que agrada a Deus e aquilo que nos agrada. Irmãos devemos ser sinceros em perceber este atrito de vontades.

O livro de Juízes é um livro que narra a vida do povo de Israel dentro da terra que foi prometida a Abraão. O retrato que o autor bíblico nos dá é de um povo que deixavam suas vidas serem governadas por suas próprias vontades. A questão não está relacionada a vontade em si. E, sim a uma vontade que roubava o lugar de Deus.

O texto nos mostra isso claramente quando somos informados de que “Esse homem partiu da cidade de Belém de Judá para ficar onde melhor lhe parecesse” (Juízes 17.8). O que tem de mal nisso? O que tem de mal só pode ser percebido quando nós entendermos que um levita, era uma pessoa escolhida por Deus para ministrar nos serviços sagrados.

Ele deveria assumir sua função sacerdotal, no Tabernáculo, tendo como propósito guiar o povo em santidade e justiça. Afinal de contas ele era o representante de Deus na terra (vide Deuteronômio 18). Ele simplesmente não poderia abandonar seu chamado e vocação e fazer o que bem desejasse. Mas onde estão as conseqüências trágicas e perigosas da decisão pessoal do levita? Está na depreciação da própria religião de Israel. Mica era um homem idólatra. A mãe de Mica pegou um dinheiro (duzentos ciclos de prata) e mandou fazer uma imagem de escultura. Depois deste ato terrível contra Deus, Mica, influenciado por sua mãe se intitulou sacerdote. Mantendo assim uma casa de deuses (Juízes 17.5). Quem deu essa autoridade pra ele? Ninguém. Apenas a sua própria vontade. Somente o Senhor era quem escolhia seus sacerdotes. Dentro desse pano de fundo é que nós encontramos o jovem levita. Mica lhe faz uma proposta tentadora. Ofereceu-lhe um bom salário e um ótimo status que lhe conferia muitos privilégios (Juízes 17.10).

Quando o levita aceitou a proposta, tal foi a alegria de Mica. O qual chegou a se regozijar no Senhor dizendo: “Sei, agora, que o Senhor me fará bem, porquanto tenho um levita por sacerdote” (Juízes 17.13). Que triste cegueira! Tanto de Mica quanto do levita. Pois ambos estavam completamente fora do caminho que agradava a Deus. O acerto de contas sempre vinha depois. O Senhor sempre trazia os inimigos em derredor, para castigar Israel.

Por isso queridos irmãos fica para nós a grande lição de que nem sempre nossa vontade está de acordo com a vontade de Deus. Advirto-lhes: a questão aqui, não é apenas se o que você faz ou deixar de fazer, está certo segundo sua própria avaliação. E, sim se o que você faz ou deixa de fazer glorifica o nome do Senhor! “Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte” (Provérbios 16:25).

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