Entendendo e Vivendo: O dom ministerial de evangelista
Quinta, 20 Mai 2021 | |
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Visitante, Graça e paz, Entendendo e VivendoO dom ministerial de evangelistaPr. Patrick Ferreira Padilha e Pr. Luiz Rogério Palhano
INTRODUÇÃO É de suma importância para a Igreja contemporânea tomar conhecimento sobre os dons que Deus investiu sobre os Seus filhos. Servir é uma característica fundamental, e uma maneira de glorificar a Deus61. Sem os dons, acredito que o “corpo” não teria sobrevivido até aqui; o melhor do homem não consegue, em hipótese alguma, competir com a ação do Espírito Santo, “Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. E Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são” (1 Coríntios 1:27-28). É providencial, no entanto, entender que temos estabelecida pelo Mestre, a ordem para proclamar o Evangelho do Reino a todos os povos, a todas as nações. E Ele prometeu estar junto até o fim, nesta árdua empreitada. Hoje, dando sequência aos estudos, falaremos especificamente sobre o dom de evangelista, seu papel e finalidade, tão importante quanto o de pastor, apóstolo, profeta ou doutor, citados em Efésios 4:11.
CONCEITO DE EVANGELISTA O termo “evangelista” é de origem grega e vem do verbo euaggelizomai, e quer dizer: [...] levo a boa notícia, anúncio do Evangelho a lugares que ainda é desconhecido62. É o dom Divino, dado a pessoa chamada para anunciar as boas novas da salvação. É um presente, por assim dizer, dado por Deus, com o objetivo de propagar o Evangelho de Cristo a todos os povos, indistintamente. Apesar de a Bíblia falar muito pouco sobre esse dom ministerial (a palavra é encontrada somente três vezes no Novo Testamento), fica evidente que o evangelista é o discípulo de Jesus que aprendeu a amar a mensagem da cruz, que não fala somente do que aprendeu em tese, mas, do que lhe fora impactante. Por isso, busca em Deus a maneira mais certa (métodos), no intuito de alcançar os corações em trevas, e levá-los ao encontro da Verdade. Entendemos que Deus opera através do evangelista, demonstrando o Seu amor aos desacreditados, aos esquecidos pela sociedade. Podemos observar na vida de Filipe e de Timóteo, evangelistas por excelência, dois exemplos que ilustram muito bem esse ministério. A respeito de Filipe, o livro Atos descreve alguém que foi escolhido porque estava sempre à disposição, tinha sempre um senso de “urgência”. Foi chamado pelo seu testemunho - “Por isso, irmãos, escolham entre vocês sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, para os encarregarmos desse serviço” (Atos dos Apóstolos 6:3). No momento mais crítico, em que os cristãos estavam sendo perseguidos e expulsos de suas casas, ele dedicou-se a evangelizar- “Filipe foi à cidade de Samaria e anunciava Cristo ao povo dali” (Atos dos Apóstolos 8:5). E não apenas pregava, mas era ouvido e grandes conversões aconteciam: “As multidões, unânimes, davam atenção às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele fazia” (Atos dos Apóstolos 8:6). Havia uma sequência maravilhosa no seu trabalho, pois os gentios ouviam falar das grandezas de Deus e aceitavam a mensagem da cruz: “Quando, porém, deram crédito a Filipe, que os evangelizava a respeito do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, iam sendo batizados, tanto homens como mulheres” (Atos dos Apóstolos 8:12 – grifamos). Assim, também na vida de Timóteo, o apóstolo Paulo observou tal dom ministerial. Não era apenas um filho na fé (1 Timóteo 1:2), mas também, um verdadeiro evangelista, alguém que tinha a mensagem da vida eterna. Alguém apto e com preparo para toda e qualquer circunstância: “que pregue a palavra, insista, quer seja oportuno, quer não, corrija, repreenda, exorte com toda a paciência e doutrina” (2 Timóteo 4:2). Essas pessoas escolhidas e capacitadas por Deus, se tornariam mensageiras da salvação. Pois sabiam que as Boas Novas que anunciavam, conduziriam as pessoas a Jesus Cristo e, consequentemente, à vida eterna.
O PAPEL DO EVANGELISTA Se o papel primordial do evangelista é entregar a mensagem do Reino, existe então, uma urgência na sua missão. Os evangelistas não gostam de perder tempo. Eles não desistem ao primeiro obstáculo e aproveitam cada oportunidade. Uma festa de aniversário, um velório, um jogo de futebol e uma reunião no colégio são locais onde há pessoas e para eles é uma grande oportunidade de falar de Jesus. Quando eles olham para as pessoas vêm duas condições, “céu ou inferno”, “salvo em Cristo ou um perdido em seus pecados”. Para o evangelista soam com muita clareza as palavras de Jesus: “Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que o encontram” (Mateus 7:14). Todas as pessoas que entenderam as boas novas de salvação devem falar do Evangelho (Mateus 28:18-20; Atos dos Apóstolos 1:8). Pois elas sabem que a Graça de Deus se manifesta a favor de quem não merece, de quem não consegue cumprir as obras da Lei (Romanos 3:20-28; Gálatas 2:16).63 Ainda nessa linha de pensamento, observamos os pastores e toda a sua estrutura eclesiástica e departamental que pregam, ensinam e anunciam o Evangelho na sua Igreja local e determinadas regiões de abrangência ministerial. Contudo, o evangelista não é apenas um pregador, é alguém capacitado por Deus para ir além-fronteiras. Não há hora, dia ou lugar. A todo o momento este homem ou mulher de Deus, atendem ao seu chamado. Confira-se: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Efésios 4:11). O Senhor delegou uma missão para os evangelistas que infelizmente algumas Igrejas não estimam, valorizam ou apoiam. Mas este dom foi dado por Jesus à sua Igreja, com uma tarefa específica a fazer. Em Atos dos Apóstolos 8 observamos claramente que Filipe não esperou uma ordem, um mandado especial para evangelizar os samaritanos. Observemos: “Filipe foi à cidade de Samaria e anunciava Cristo ao povo dali” (Atos dos Apóstolos 8:5). Este ato foi tão notório, que os apóstolos enviaram Pedro e João para observar e aprovar com a bênção pastoral (Atos dos Apóstolos 8:14-16). O evangelista não fica pastoreando, ele entrega a mensagem, quando possível prepara lideranças e segue a voz do Espírito Santo, pois “Um anjo do Senhor disse a Filipe: — Levante-se e vá para o Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto” (Atos dos Apóstolos 8:26). Através da sua mensagem, pessoas são direcionadas à presença de Deus. Este servo que está cheio da presença de Deus, cheio da unção do Senhor, alcançará os corações de uma maneira tão convincente e ousada, com habilidades sobrenaturais dadas por Deus, que levará as pessoas a crer e aceitar as boas-novas da salvação! O evangelista não para (não cessa), está sempre procurando a próxima oportunidade. Podemos ver claramente na atitude de Filipe, após o batismo do oficial da corte etíope, que ele não perdeu tempo, mas, ao contrário, “Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe, e o eunuco não o viu mais; e este foi seguindo o seu caminho, cheio de alegria” (Atos dos Apóstolos 8:39). E assim, sem perder o foco da missão para a qual foi chamado “Mas Filipe foi visto outra vez em Azoto; e, seguindo viagem, evangelizava todas as cidades até chegar a Cesareia” (Atos dos Apóstolos 8:40). O trabalho de Felipe foi tão bem executado, que Lucas, ao registrar os acontecimentos, observou ser de fundamental importância para a Igreja o registro dos seus notórios feitos. E assim acontece com o trabalho de todo evangelista. Pois, quando eles estão “dividindo” os seus conhecimentos com as pessoas, na verdade estão “multiplicando” o número de salvos em Cristo.
A FINALIDADE DO MINISTÉRIO DO EVANGELISTA Para falar desse ministério e da sua importância, precisamos responder algumas perguntas: qual é a intenção ou motivação para a realização de um ministério evangelista em nossa Igreja? Quantos evangelistas você consegue avistar em sua Igreja local? Quantos trabalhos evangelísticos a sua Igreja tem apoiado, seja financeiramente ou através de orações? Ao responder a essas perguntas teremos um panorama da nossa visão sobre a necessidade e urgência de investimento no Reino. Se Deus através da história, levantou pessoas com este dom, além de profetas, apóstolos, pregadores e doutores, entendemos que é necessário caminhar com a mesma visão que foi entregue. A Igreja não para (não cessa) porque o inferno não para (não cessa) e todos os dias morrem pessoas perdidas nos seus pecados, sem conhecerem a mensagem da Cruz. No livro que relata um pouco da história missionária de John Wesley, encontramos motivos e respostas às nossas perguntas; [...] qual é a marca registrada da religião bíblica? As Escrituras falam, naturalmente, com muitas vozes... desde o Gênesis até o Apocalipse, é a mensagem da redenção: que o ser humano precisa ser salvo, que vale a pena salvá-lo, que ele tem um Salvador e, portanto, pode ser salvo. Todos os livros da Bíblia proclamam a pecaminosidade e loucura do ser humano. No entanto, Deus deseja salvá-lo, apesar de sua história lamentável, [...]. Assim, não cabe à Igreja buscar uma importância, ela já foi dada por Deus, pois “Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e mestres” (Efésios 4:11 destacamos). A Igreja foi formada e a nós foram anunciadas as boas novas da Salvação. Temos muitas pessoas pregando nos púlpitos e departamentos das nossas Igrejas e pouquíssimas anunciando o Evangelho fora dos templos. Um número bem reduzido de Igrejas locais entende a necessidade de sustentarem evangelistas em sua missão. Muitos cristãos acreditam que evangelismo deve ser função do pastor da Igreja, pois ele recebe para isso. E o evangelista, preso em quatro paredes, por anos em uma mesma cidade, frustra-se e também a Igreja. Há muito apoio para avivalistas e poucos para os evangelistas. Existem Igrejas cheias de pregadores, mas vazias de ganhadores de almas. Apesar disso, o evangelista chamado e preparado por Deus será visto mais fora da Igreja local do que dentro de suas paredes. Assim o trabalho missionário encontra várias dificuldades que, às vezes, nós criamos porque não entendemos essa urgência. Quando uma Igreja local ou um ministério inteiro estão “fechados em si mesmos”, eles impedem as possibilidades transformadoras da Graça. Isso acontece por que deixamos de evangelizar, e deixamos para trás a dinâmica da evangelização que diz: Ao evangelizar somos evangelizados. Toda vez que a Igreja do Senhor olha com ardor para a evangelização, ela se “reevangeliza”. A mensagem da salvação, única e exclusiva em Jesus de Nazaré, é algo sempre dinâmico e transformador. Trás esperança e alívio. E nesse mundo em que vivemos, não existe uma etapa final; ela será sempre contínua e progressiva até a Sua volta. Podemos analisar as mais variadas formas de trabalhos evangelísticos, seja na Igreja local, onde os evangelistas trazem até a comunidade de fé, homens e mulheres, famílias que ouviram a mensagem das boas novas e lhes acenderam o coração. Como também aqueles que sozinhos, em uma nova cidade, começam um trabalho novo. Eles sabem que devem investir na fé das pessoas, “E, assim, a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo” (Romanos 10:17), e que este é o único meio de salvação, pois, se a fé da pessoa evangelizada for verdadeira, produzirá boas obras como prova de sua genuinidade. Seja em um ministério ou sozinhos, os evangelistas, itinerantes ou não, devem receber nosso apoio. Suas famílias devem ser amadas, assim como eles amam a todos quanto encontram. Agora uma nova pergunta: A sua Igreja está preparada para receber novas famílias? Lembrem-se, os evangelistas produzem, pois sua capacidade de evangelizar dada por Deus irá trazer à sua Igreja novas famílias. Todas com suas dificuldades e seus problemas. Você e sua casa estariam dispostos a amar as “novas famílias” e ajudar a cada um de seus integrantes a conhecer e viver em Cristo? Foram chamadas por Deus, trazidas pelos evangelistas e agora é missão de todos.
CONCLUSÃO O chamado evangelístico é uma manifestação do amor de Deus em nós. Uma chama ardente que não pode ser apagada ou retirada. O evangelista é motivado e impulsionado pelo próprio Deus, que o amou quando ele ainda era pecador. O amor pelas almas perdidas e sedentas não pode ser explicado pelo homem, pois é divino. Só quem Ele chamou, perdoou e depois enviou entenderá quão valiosa é essa missão. O evangelista não é apenas mais um salvo em Cristo, “mas um salva-vidas através de Cristo”. São pessoas que conseguem amar intensamente e sinceramente, sem discriminação e em qualquer época. Neles não há preconceitos, separações, escárnio, indiferenças ou pessoas marginalizadas. De uma forma diferenciada, eles amam os abandonados, desprezados, pobres e desesperados, valorizando suas vidas e trazendo-lhes a esperança e o poder do Evangelho de Cristo.67 Na maioria das vezes os evangelistas, homens de Deus não serão lembrados. Mas Deus nunca os esquecerá. Sabemos que o nosso trabalho não é vão no Senhor. Aliás, a exortação bíblica é: “Portanto, meus amados irmãos, sejam firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o trabalho de vocês não é vão” (1 Coríntios 15:58). Para finalizar, o que você pode fazer pelos evangelistas hoje?
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO EM CLASSE 1. Você conhece a história da sua Igreja local? Quem foram os evangelistas desbravadores e as primeiras famílias? Que tal reunir algumas fotos e contar a história em classe? R. 2. Qual é o papel do evangelista? R. 3. Você consegue visualizar evangelistas em sua Igreja? R. 4. A sua família tem ajudado a receber os novos convertidos? Como? R. |
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