Situação de vida e morte

Pode ser assustador pensar sobre a tênue linha que separa a vida da morte: um passo em falso, um músculo do coração que resolve não contrair, uma bala perdida, um tumor de crescimento rápido, segundos de sono ou desatenção ao volante. A maioria de nós pode descrever uma situação à beira da morte que experimentou ou ouviu de alguém muito próximo.

 

Em Efésios dois, Paulo descreve uma condição espiritual que é muito mais séria do que qualquer citada acima. Ele não está expondo uma situação em que quase morremos ou nem mesmo uma em que fomos encontrados quase mortos. Nós estávamos completa e absolutamente MORTOS. Não havia nenhuma vida em nós. Esta é a desesperadora situação que cada um que não está em Cristo se encontra.

 O relato das Escrituras

Em Efésios 2:1 Paulo deixa claro que a morte espiritual era o resultado direto de nossos pecados. Tudo começou muito bem com o homem – fora criado como o pináculo da criação de Deus, colocado no Éden e recebeu autoridade para governar toda a criação, gozava de perfeita comunhão com o Criador. Tudo isso veio abaixo como resultado do pecado. E isso não nos surpreende, em Gênesis 2:17 Deus ordenou e advertiu: “mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá” (NVI). A morte física entra em ação. Porém, mais importante que a morte física é o fato de que como resultado do pecado, morremos espiritualmente e fomos separados de Deus, não mais sendo habilitados a termos plena comunhão com Ele.

 Paulo esclarece nos versos 2 e 3 que nenhum de nós escapa deste fato. Todos nascem espiritualmente mortos. Estaera a desesperadora situação na qual nos encontrávamos, completamente perdidos, totalmente separados do Senhor e sem condições de responder por nós mesmos ao amor divino sem a ajuda de Deus.

 O apóstolo nota que três fatores que nos encorajavam em nosso pecado:

  Primeiro) O MUNDO (v.2). Uma vez que ele está saturado pelo pecado, o mundo em que vivemos pressiona-nos a nos conformarmos com seus padrões pecaminosos. Romanos 12:2 enfatiza este perigo e nos adverte a não nos conformarmos.

  Segundo) SATANÁS (v.2b). Enquanto que Satanás, como ser criado, não possa estar pessoalmente envolvido em cada vida, somos impactados pessoalmente através da atividade demoníaca e sua infl uência em nosso mundo. As principais armas dele contra nós são o medo e a mentira.

 Terceiro) A CARNE (v.3). Devido a cada um de nós ter nascido pecador (ou com uma natureza pecaminosa), até mesmo nossos pensamentos e desejos puxavam-nos para a estrada do pecado. Esta é a obra do pecado em nossa vida, que nos deixa mortos, precisando de salvação e nova vida. Se estivesse em nós a resolução deste problema, a história teria um fi m por aqui mesmo.

  Felizmente para nós, o pecado não é a única força que trabalha em nossa vida. Deus também está trabalhando e sua obra consumou nossa salvação. A linha divisória entre nós e a morte eterna foi o inexplicável amor de Deus por nós (v. 4-5). Quando Deus aplicou seu amor aos que estavam mortos em seus pecados, ele tomou a forma de misericórdia, compaixão e graça. Por sua misericórdia e pela sua graça, nós que estávamos mortos espiritualmente, fomos trazidos à vida.

Este é o milagre da salvação. Nós não nos tornamos gradualmente melhores com o decorrer do tempo. Fomos trazidos imediatamente da morte para a vida. Não apenas isso, mas “Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (v.6, NVI). Na criação o ser humano desfrutava de um estado de comunhão perfeita e harmoniosa com o Criador. Nós saltamos daquela condição elevada para as profundidades da morte espiritual. A obra salvífi ca de Deus não apenas restaurou uma versão despojada de vida, tornando-nos cidadãos de segunda classe. Ele restaurou a vida e levou-nos de novo a posição de comunhão e de um relacionamento correto com Ele. A obra de Deus custou- lhe um alto preço. Foi-lhe necessário sacrifi car seu único e amado Filho para trazer-nos de volta à vida e para restaurar nosso relacionamento com Ele.

Qual seria então nossa parte na obra da salvação? Paulo enfatiza nos versos 8 e 9 que nosso único papel na salvação é crer nele e recebê-la. Somos completa e totalmente salvos pela graça de Deus, não por causa de nossas próprias obras. Paulo não poderia ser mais claro do que foi nesta passagem. Ele anelava deixar certo que nenhum ser humano poderia tomar nem mesmo crédito parcial por sua própria salvação. Não podemos nem mesmo levar o crédito pela fé através da qual cremos em Deus para a salvação, pois conforme Paulo diz, nem mesmo a fé provém de nós, ela também é um dom de Deus. Afi nal de contas, estávamos mortos, não é mesmo? Como pode um morto crer em alguma coisa?

 Nosso trabalho começa após este maravilhoso milagre de ressurreição acontecer, em resposta à obra salvadora de Deus. As boas obras são a evidência que Deus verdadeiramente nos trouxe da morte à vida. No verso 10, Paulo chama a atenção para o fato de que somos “criação de Deus, realizada em Cristo Jesus”. Não apenas Ele nos criou, mas após termos caído na escravidão por causa do pecado, Ele nos comprou novamente e recriou-nos. Ele tem um propósito para a nossa vida! Há coisas que Deus preparou para fazermos antes do início de tudo.

 Jamais devemos pensar que praticando estas boas obras estaremos de alguma forma ressarcindo a Deus por ter nos salvado, ou imaginarmos que estaríamos participando da nossa salvação. Quando as praticamos, estaremos respondendo amorosamente à obra que Deus realizou em nosso favor. Ao praticarmos boas ações estamos nos tornando naquilo que Ele nos projetou para ser. A obra de Deus da salvação superou a obra do pecado em nossa vida e capacitou-nos a realizarmos as boas obras que Ele nos criou para executar.

O que Deus criou para você fazer? Descobrir a resposta a esta questão é parte da alegria da vida cristã, à medida que cooperamos com nosso Pai celestial para sermos tudo aquilo que Ele nos criou para ser.

 Lições para a vida.

1. Nosso trabalho é descobrir e cumprir o propósito divino para nossa vida – buscar e realizar as boas obras que Ele de antemão preparou para que nós as façamos. Esse é o nosso destino fi nal, o que devemos procurar acima de tudo e no que temos que dedicar nossa vida no dia-a-dia.

2. Como cristãos, nos deparamos com escolhas a cada dia. Muitas vezes estas escolhas envolvem obedecer a Deus ou pecar contra Ele. Quando escolhemos o pecado em lugar da obediência, estamos trabalhando contra a obra de Deus.

3. Como você vê os não-cristãos, quando entra em contato com eles todos os dias? Podemos pensar neles como perdidos ou estando no caminho errado. Podemos abanar a cabeça à incapacidade deles de reconhecerem Jesus como o Salvador. Ou talvez, pensemos que a fé é algo pessoal e que cada um deve descobrir por si mesmo. Efésios 2 deve ajudar-nos a compreender que estas pessoas estão mortas espiritualmente, da mesma forma que uma vez nós estávamos, e que precisam desesperadamente da salvação, que nos arrebatou das garras da morte. Nós não podemos em boa consciência reter o Evangelho de ninguém. Devemos diariamente pensar em meios de compartilhar o Evangelho da graça de Deus com outros.

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