Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia.

2 Timóteo 1:12

INTRODUÇÃO

   Um dos fatores que inibem o potencial e a ação, paralisando assim, a trajetória das pessoas é o sentimento de vergonha. Tal sentimento pode ser considerado como o resultado do desestímulo e do desânimo diante de atitudes a serem tomadas para a realização de um projeto e o alcance de determinada meta na vida.

   Na lição de hoje, estudaremos sobre o testemunho do Evangelho na vida do cristão e como devemos agir quando o desânimo tende a tomar conta de nós. Vamos identificar algumas das muitas armas satânicas usadas contra o povo de Deus. Dentre as quais, encontra-se a falta de coragem causada por inúmeras situações adversas em nossa caminhada terrena.

   Se a Palavra de Deus nos aconselha a termos coragem, sem desanimarmos, o que o Senhor nos apresenta como garantia de que tudo, iremos vencer? Vamos juntos aprender nas Sagradas Escrituras, como mantermos o foco nas coisas que são do alto, mesmo cruzando pelo “vale” das incertezas desta vida. O Senhor está conosco!

 

DESÂNIMO E DESESTÍMULO: ARMAS USADAS POR SATANÁS CONTRA AS PESSOAS QUE TESTEMUNHAM DO EVANGELHO.

   Costuma-se dizer que “onde existe luz, as trevas desaparecem.” Em nosso contexto podemos usar a palavra “luz” como símbolo da presença de Deus na vida do homem. As “trevas” por sua vez, vêm a ser a Sua ausência. Não estamos falando de uma ausência absoluta, pois Deus está em todos os lugares (Jeremias 23:24) e sim, da não atuação do poder do Espírito Santo na vida dos que não O buscam. Quando isso acontece, a tendência do poder das trevas vir sobre o ser humano torna-se cada vez mais forte. Logo, o homem enfraquece o seu lado espiritual tornando-se uma presa fácil para o Diabo.

   No nosso caso, como cristãos, precisamos entender que o inimigo anda à espreita, sempre buscando ocasião oportuna de nos atacar paralisando assim, nossa trajetória na caminhada espiritual. Se “abrirmos a guarda” ele aproveita para agir. É por isso que o apóstolo Paulo nos recomenda a não darmos lugar ao Diabo (Efésios 4:27).

   Alguns personagens do Novo Testamento sofreram com o desestímulo e o desânimo causados pelo medo que, em muitos casos, podemos chamar de vergonha. Sim, essa junção de sentimentos foi real no começo do discipulado de muitos dos seguidores de Jesus. Homens sinceros, porém temerosos que, em sua insegurança, buscavam conhecer a Cristo às escondidas.

   Em João 3:1-2 lemos o seguinte: “Havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. Este, de noite, foi até Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que o senhor é Mestre vindo da parte de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que o senhor faz, se Deus não estiver com ele.” Este Nicodemos era um homem influente dentre os judeus. Por suas palavras podemos perceber que, não só ele mas, muitos outros judeus de sua classe acreditavam ser Jesus, alguém autorizado pelo próprio Deus para ser mestre. Afirmação esta, que é confirmada pelas palavras: “...sabemos que…” (vs.2b). Porém o medo de ser censurado ou a própria vergonha dos colegas faziam com que ele não manifestasse publicamente, seu interesse por Jesus, procurando-O apenas de noite, quando ninguém estivesse vendo. Nicodemos era sincero mas, lhe faltava alguma coisa...Precisava ser envolvido pelo poder do Espírito de Deus para render-se ao Senhor, o que, posteriormente, aconteceu.

   No mesmo Evangelho de João 12:42-43 vemos que: “..., muitos dentre as próprias autoridades creram em Jesus, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus.” O desestímulo satânico que impede as pessoas de deixarem de lado a glória dos homens, que é visível, porém, passageira, pela glória de Deus que, por sua vez, é invisível, mas, eterna, dá-se pelo fato de que o mundo jaz nas trevas. Somos, porém, chamados a andar na Luz.

   Quando Pedro, um dos discípulos de Cristo, andava ao lado do Mestre, acreditava estar pronto para enfrentar qualquer coisa por Jesus. Na verdade, Pedro confiava em si mesmo, em sua própria força e as razões que pensava ter eram erradas. O discípulo ainda não havia compreendido que precisava firmar suas convicções na Rocha, que é Cristo e, não, na frouxa areia de seus próprios conceitos. Seus sentimentos por Jesus, apesar de sinceros, eram meramente humanos. Em Mateus 26:33-35 Pedro afirma, acreditando ser um homem forte, que nunca abandonaria o Mestre ainda que os outros o fizessem. Mas Jesus prevê que todos, inclusive, o próprio Pedro, O abandonariam. Sabemos que foi isso mesmo que aconteceu... No momento da prisão de Jesus, Simão bem que tentou usar a força para defender seu Mestre, puxando da espada e decepando a orelha de um dos que O prendiam. Na emoção do momento, o discípulo sentiu que deveria agir, mas pouco tempo depois, seu desejo de defender Jesus à base da força foi dando lugar ao desânimo e ao desestímulo provocados pelo medo. A incerteza do momento confundiu o discípulo, deixando-o fora de combate. Por três vezes, negou conhecer seu Mestre e, mesmo após cair em si, faltou-lhe coragem para voltar atrás e confirmar aos homens que sim, era um dos Seus seguidores. Seu pranto tornou-se amargo... Simão precisava de algo bem maior do que pensava ter para vencer seus medos e conflitos internos.

   Jesus sabia de todas as coisas e sentia que o Seu valoroso discípulo precisava ser restaurado. Por isso, após a Sua ressurreição, Cristo foi ter com Pedro e o reanimou para ser pastor de Suas ovelhas (João 21:15-17). Após a ascensão do Senhor, o Espírito Santo foi enviado sobre a Igreja e o apóstolo Pedro tornou-se um valente guerreiro no testemunho do Evangelho. Os feitos do apóstolo são contados através da História da Igreja entre os quais, destacam-se os que culminaram em sua morte. No livro “A Era dos Mártires” encontramos a seguinte informação sobre a tradição que afirma o martírio de Pedro por causa do Evangelho:

   “De todas estas tradições, provavelmente a que é mais difícil de por em dúvida é a que afirma que Pedro esteve em Roma e que sofreu o martírio nessa cidade durante a perseguição de Nero. Este fato encontra testemunhos fidedignos em vários escritores cristãos dos fins do primeiro século e de todo o século segundo e, por tanto, deve ser aceito como historicamente certo. Ademais, tudo parece indicar que a “Babilônia” a que se refere 1 Pedro 5:13 é Roma: “A igreja que está em Babilônia, eleita juntamente convosco, e Marcos meu filho, os saúdam.” Por outro lado, a mesma tradição que afirma que Pedro morreu crucificado – alguns autores dizem que de cabeça para baixo – encontra ecos em João 21:18-19, onde Jesus diz a Pedro: “Quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas onde querias; mas quando porém fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá, e te levará para onde não queres.” E o evangelista acrescenta como um comentário:

   “Isto disse, para significar com que gênero de morte havia de glorificar a Deus.” 

   O que faltava para Pedro era entregar-se, com total confiança, a Deus. Algo que, posteriormente, compreendeu e pôs em prática.

   O apóstolo já não se intimidava com ameaças dos inimigos do Evangelho cumprindo, cabalmente, a sua missão. Assim, também, Nicodemos foi servo do Senhor, deixando para trás os preconceitos e sentimentos de vergonha. Não sabemos muito sobre este líder judeu. O que sabemos é que foi um seguidor de Jesus. Aquele que, antes se escondia para falar com Jesus, convenceu-se da verdade e, então, procurava defendê-Lo diante dos judeus (João 7:50-51).O apóstolo Paulo, por sua vez, poderia alegar diversas razões para ser um cristão desanimado. Muitos contratempos ocorriam em seu ministério, a fim de desestimulá-lo. Sofredor de muitos males, o apóstolo tinha, em seu currículo, situações como: naufrágios, açoites, fome, frio e tantas outras privações constrangedoras. Porém, ele era um homem proativo, sempre visando o futuro. Sem prender-se ao desespero do momento, procurava olhar para frente. Nada o fazia parar.

   Para vencermos os desestímulos e superar o desânimo, devemos olhar para frente, como fez Paulo. Temos que desviar o olhar dos problemas passageiros e focar a atenção em Jesus. Com a ajuda do Espírito Santo, seremos estimulados a persistir no Evangelho, visando à recompensa eterna e as demais coisas nos serão acrescentadas (Mateus 6:33). Para isso, será bom nos lembrar das palavras de Paulo que, por sinal, poderiam ser também as de Pedro, Nicodemos e tantos outros que aprenderam a olhar para Cristo em meio aos problemas: “e, por isso, estou sofrendo estas coisas. Mas não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar aquilo que me foi confiado até aquele Dia” (2 Timóteo 1:12).

 

“A PALAVRA DE DEUS NÃO ESTÁ ALGEMADA.” O QUE ISSO SIGNIFICA PARA NÓS?

   Em sua segunda carta a Timóteo, Paulo afirma que a Palavra de Deus não está “algemada” embora, o próprio apóstolo encontrava-se preso por pregar o Evangelho (2 Timóteo 2:9). Essa afirmação remete-nos a um pensamento que deve transcender as expectativas e valores meramente humanos. Para ele, o que importava era a liberdade da Palavra e não, a sua.

   Jesus é o nosso maior exemplo de abnegação quanto às coisas do mundo presente. Sua vida aqui na Terra foi voltada para as coisas de Deus e nada O convencia a desviar-Se do Seu propósito nem mesmo, as necessidades mais básicas de um ser humano: “...A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (João 4:34b).

   Paulo, como um fiel seguidor de Cristo, não pensava diferente de seu Mestre. Sua meta era fazer a vontade do Senhor que, em certo dia, lhe aparecera no caminho de Damasco, cidade onde pretendia ele, prender cristãos que alise encontravam (cf. Atos dos Apóstolos 9:3-6). Ali, Cristo havia transformado radicalmente a sua vida e, desde então, o apóstolo passou a ocupar-se completamente com o Evangelho de Jesus.

   “Sem preparo consciente, Paulo se viu instantaneamente impelido pelo que viu e ouviu, a reconhecer que Jesus de Nazaré, o crucificado, estava vivo depois da sua paixão, restaurado e exaltado por Deus, e agora estava alistando-o a Seu serviço. Não podia haver resistência a essa compulsão, nada de dar coices contra a ponta do ferrão que o estava empurrando na direção contrária ao que, até então, ele estivera buscando. Ele capitulou incontinente às ordens ao seu novo Patrão; estava alistado, mas dali em diante seria um voluntário dedicado e vitalício.”

   Uma pessoa que tenha sido chamada diretamente pela retumbante voz de Cristo, jamais deveria pensar em desistir desse chamado. Era assim que Paulo sentia-se. Não dava mais para voltar; não faria sentido...Tudo o que restava para ele era obedecer (cf. Atos dos Apóstolos 26:19).

   Ao olharmos para a vida de Paulo após o seu chamado, percebemos que nada o fazia parar; adversidade alguma era capaz de deter a sua trajetória de evangelismo. Enquanto sentia medo, batalhava (2 Coríntios 7:5), ao ser caluniado ou ameaçado em uma localidade, fugia para outra e ali, continuava pregando (Atos dos Apóstolos 14:5-7). Após ser apedrejado, tombava ao chão, mas em seguida, levantava-se e seguia em frente (Atos dos Apóstolos 14:19-20). Ao sofrer açoites e prisões, louvava ao Senhor com alegria (Atos dos Apóstolos 16:25). Depois de Jesus, Paulo, com certeza, é o maior exemplo bíblico de resistência a ser seguido por nós, cristãos do presente século. A fé e as convicções do apóstolo não estavam baseadas em recompensas ou padrões humanos. Ele via com os olhos da fé, o bom tesouro reservado no Reino do céu para todos quantos perseverarem até o fim.

   Por fim, na prisão, Paulo encontrava-se algemado. Já não podia mais sair para pregar o Evangelho e o que restava-lhe era aguardar sua execução (2 Timóteo 4:6). Porém, sabia que a Palavra de Deus continuava livre nos lábios de tantos discípulos que fizera em suas viagens missionárias. Nada podia detê-la e nada o pode, aleluia! Essa foi a razão de Paulo jamais desanimar, pois sabia que o trabalho de uma vida dedicada a Deus jamais seria em vão (1 Coríntios 15:58).

   Amados irmãos, o que realmente tem “algemado” a Palavra de Deus, impedindo-a de ser, por nós, anunciada? Que fatores têm nos atrapalhado a caminhada cristã em sermos mensageiros de Cristo? Será que temos amado ao Senhor acima de qualquer coisa ou temos “inventado” obstáculos que na verdade, não são, para nos eximir de nossas obrigações de cristãos?

   Mais do que nunca, precisamos confiar em nosso Mestre e acreditar que não precisamos temer as adversidades deste mundo. Elas nada são perto do poder que há no Evangelho que aprendemos a amar. Deixemos a vergonha de lado e busquemos nos estimular uns com os outros, pois em Jesus, já somos vencedores (Romanos 8:37). Assim como Paulo, precisamos crer que a Palavra não está presa, ela tem poder! A voz de Deus está em nossos lábios e nenhum poder das trevas será capaz de impedir-nos de cumprir o nosso chamado para com Deus. E quanto às dificuldades que temos nesse mundo, não nos esqueçamos de que: “...a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória, acima de toda comparação, na medida em que não olhamos para as coisas que se veem, mas para as que não se veem. Porque as coisas que se veem são temporais, mas as que não se veem são eternas” (2 Coríntios 4:17-18).

 

POR QUE SOMOS INSTADOS A NÃO NOS ENVERGONHARMOS? (2TIMÓTEO 1:12)

   Um certo garotinho, em uma de nossas igrejas no estado do Rio Grande do Sul, estava preparando-se para ir até a frente em um dos cultos de louvor que aconteciam aos sábados à noite. Mentalizava, desde o início da reunião, o louvor que pretendia apresentar naquela noite. Ao convite do dirigente, o menino andou até o lugar determinado do templo para as apresentações, esqueceu a costumeira saudação aos presentes e, imediatamente, começou a cantar. Poucos segundos depois, desconcentrou-se do louvor, passando a olhar para as pessoas que, assentadas, o assistiam atentamente. Não demorou nada para ele sentir um tremendo “nó” em sua garganta que lhe impediu de continuar soltando a voz. O tão esperado momento da apresentação transformou-se em uma situação vexatória para o garoto. A vergonha por estar diante das pessoas impediu-o de cantar. Alguns irmãos, com pena do menino, foram falar com ele no final do culto, lamentando não poder terem ouvido a sua canção. Todos gostariam de tê-lo escutado.

   Quando permitimos que a vergonha tome conta da situação, ficamos inertes ante a ação planejada. Precisamos compreender que, na obra do Senhor, não temos motivos para nos envergonhar. Não devemos pensar que as outras pessoas irão nos julgar pelas deficiências que acreditamos, haver em nós mesmos: “Não sou bom com as palavras…” ou: “Tenho uma voz esquisita…” ou ainda: “será que alguém vai zombar de mim?” Devemos entender que os ouvintes não estão se importando com isso. Se alguém se dispôs a ouvir-nos, tudo o que lhe importará será aquilo que temos a dizer, sem se importar com nossa maneira peculiar de expor o Evangelho.

   Em Romanos 1:16 Paulo diz: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego.” Essa suposta “vergonha” a que se referia Paulo, pode estar ligada a situações constrangedoras como: prisões, açoites ou humilhações em público. Por tudo isso e muito mais o apóstolo passou, sem nunca perder a fé. Sabia ele, que a recompensa vinha do Senhor. Seu labor, em Cristo, não seria vão. Muitos rejeitaram a sua mensagem, mas, outros a acolheram, transformando-se em novas criaturas.

   Hoje, temos liberdade para pregar o Evangelho, sem sermos reprimidos pelas autoridades de nosso país. O que, muitas vezes nos impede, é aquilo que pode estar dentro de nós: a vergonha. Precisamos nos valer da certeza de que a Palavra de Deus é poderosa para transformar vidas. As pessoas anseiam por boas novas que façam sentido e lhes darão motivação para seguir em frente. “O Evangelho é o único instrumento que pode trazer vida e esperança para a humanidade. Onde reina a morte, o Evangelho traz vida; onde reina a guerra, o Evangelho promove a paz; onde domina o desespero, o Evangelho leva a esperança. O Evangelho é a boa-nova para os pecadores agonizantes, é a notícia de que Deus lhes promete vida em Jesus Cristo.”

   Aquele garotinho que se engasgava na hora de apresentar um louvor na igreja, foi crescendo. Com o passar do tempo, Deus foi trabalhando em sua vida e fazendo maravilhas em seu caminho. Até que, já adulto, decidiu entrar para o ministério pastoral considerando ser a coisa mais importante em sua vida. A vergonha deixada de lado e a certeza de que o Evangelho é essencial na vida das pessoas deram-lhe motivos para continuar na obra do Senhor. Pastor da IBSD em Santa Rosa - RS, sei que ainda há muito que fazer e aprender. Porém, a graça de Jesus é o que nos basta, pois nossas fraquezas e deficiências humanas são sobrepujadas pelo Poder e Amor que há em Cristo Jesus, nosso Senhor (2 Coríntios 2:9).

 

UMA ATITUDE POSITIVA OPOSTA A ENVERGONHAR-SE (GÁLATAS 6:14)

   Até aqui falamos sobre a importância de não nos envergonharmos do Evangelho. Porém, tão importante quanto isso é mantermos uma atitude de temperança no que diz respeito ao oposto da vergonha: o orgulho. Sim, devemos nos alegrar em sermos participantes de uma tão nobre tarefa que é a proclamação da Palavra de salvação. Mas, toda a honra e glória sejam dadas a Cristo!

   No texto de Gálatas, citado em nosso subtítulo acima, Paulo diz: “Mas longe de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu estou crucificado para o mundo.” Por tudo o que o apóstolo enfrentou a fim de levar o Evangelho aos povos, poderia ter justos motivos para orgulhar-se. Lutando e vencendo tantas dificuldades, Paulo apresentou uma biografia de vida quase que impecável e digna de admiração. Entretanto, preferiu sempre ser humilde, já que os seus sofrimentos traziam uma carga de benefícios bem maior para o Reino do que uma simples ostentação pessoal (Romanos 8:28).

   O Senhor permitia-lhe passar por tantos sofrimentos em prisões, preparando com isso, um fim proveitoso para a Igreja primitiva, estendendo-o até os nossos dias. Assim, bem observa Hernandes Dias Lopes ao afirmar que: “...Paulo não podia visitar as igrejas, em virtude de sua prisão. Então, escreveu cartas (Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom). Se Paulo estivesse solto, talvez não tivéssemos essas joias preciosas em nossa Bíblia. Quando as coisas parecem estar de ponta-cabeça, é aí que Deus está cumprindo Seu plano eterno e perfeito.”

   Devemos sempre esperar para ver o agir de Deus em nossa vida. Não importa o quão difícil tenha sido a nossa caminhada cristã. Se mantivermos plena confiança nos propósitos Daquele que arregimentou-nos para a batalha, compreenderemos que os Seus planos são perfeitos. Nada foge ao controle do Senhor. Isso deve encorajar-nos a seguir em frente sem nos envergonhar, tão pouco, nos orgulhar de nós mesmos. Mesmo, “porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre. Amém!” (Romanos 11:36).

 

CONCLUSÃO

   Hoje estudamos sobre o quão nociva pode ser a vergonha e como o desânimo trava a caminhada quando, por eles, nos deixamos dominar. Vimos que as experiências vividas pelos primeiros cristãos nos mostram que ninguém está livre de ter que enfrentar, em algum momento, situações de desestímulos na vida cristã. Porém, o mesmo Espírito que fortaleceu a vida de Nicodemos, Pedro, Paulo e tantos outros, está operando hoje no meio do povo de Deus. Os mensageiros de Cristo podem até sofrer por situações que os impeçam, temporariamente de seguir na batalha. Mas, a Palavra de Deus jamais será paralisada. Quando vencemos as próprias limitações, buscando no Senhor a capacidade e o ânimo necessários, nada nos fará desistir. A vergonha, o desestímulo e, até mesmo, a tentação em nos orgulhar de nós mesmos devem dar lugar à vontade e a determinação de Deus. Nosso sucesso na missão também depende disso. A nossa força vem do Senhor. Nele está a fonte da qual devemos beber. Que Deus esteja conosco desde agora e para sempre!

 

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO EM CLASSE

1. Alguns cristãos como Nicodemos e o apóstolo Pedro demonstraram certa vergonha em relação a Cristo. O que aconteceu posteriormente na vida desses homens, que lhes fez mudar as atitudes? Quando somos tentados a nos envergonhar, como podemos vencer tal tentação?

R.

2. Se a Palavra de Deus não pode ser algemada, como devemos nos comportar nos momentos em que estamos impedidos de trabalhar para o Senhor por conta de enfermidade, falta de recursos necessários ou impedimentos legais em tempos de pandemias? (1Timóteo 2:9)

R.

3. O que a vergonha pode causar na vida do cristão e, como podemos superá-la? (1Timóteo 1:8,16)

R.

4. A Palavra de Deus nos encoraja a não nos envergonhar do Evangelho e, ao mesmo tempo, não buscar nossa própria glória e, sim, honrar ao nosso Deus. Como podemos equilibrar nossa vida para não sermos dominados pela vergonha, nem pelo orgulho próprio? (Gálatas 6:14)

R.

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