TODA a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.    

Romanos 13:1-2 

INTRODUÇÃO

   Neste trimestre está sendo estudado acerca do COMPROMETIMENTO CRISTÃO, e em todas as áreas, em toda a jornada cristã, o compromisso é vital para uma comunhão plena e um bom relacionamento com nosso Deus. Todo o universo segue em obediência e harmonia às ordens do Criador, com isso garante seu contínuo funcionamento. Toda autoridade é dada por Deus (Romanos 13:1), especialmente alguém que recebe um chamado de Deus para cuidar de Suas ovelhas, ou seja, a liderança eclesiástica. Qual a necessidade de respeitar, cooperar e obedecer ao seu líder espiritual? É acerca deste compromisso que estudaremos nessa lição.

 

RESPEITO COM AS LIDERANÇAS

   “Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino” (1 Timóteo 5:17). Podemos dizer que em todo o universo, existem dois princípios: primeiro é o princípio da autoridade de Deus e o segundo é o da rebeldia de Satanás.

   É preciso compreender a maneira de Deus governar, o reino de Deus não é um reino democrático, e sim um reino teocrático. Todos nós servos do Senhor somos cidadãos do reino, como em todo reino existe uma hierarquia, no reino de Deus não é diferente. Suas mãos detêm todo o poder e autoridade (1 Crônicas 29:11).

   A definição de autoridade é: poder de comando e de ação. Pode se dizer que, autoridade é a base em qualquer tipo de organização. Também ao observar as escrituras, é possível notar claramente que autoridade é um legado de Deus. Desde o princípio a autoridade é exercida, Eva foi criada já sob a autoridade de Adão. Ninguém está livre de ter ou de ser uma autoridade. Humanamente falando, todos já nascemos debaixo de autoridade (nossos pais - responsáveis). Sob os princípios bíblicos, a maneira que o Senhor Deus exerce Seu governo sobre o homem e toda a obra de Suas mãos define o mais absoluto princípio de autoridade. Portanto é claro que nos submetermos à autoridade não nos torna inferior, menor que ninguém, pelo contrário, submissão quando necessária, demonstra sinal de caráter.

   O texto bíblico descrito em Filipenses 2:8 declara a obediência e submissão de Jesus ao Pai. “E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” O tempo todo Jesus foi sujeito à autoridade do Pai. Até no último momento, em agonia Ele orou rogando ao Pai que se fosse possível, passasse o cálice sem que Ele bebesse, contudo que se cumprisse a vontade do Pai (Mateus 26:39). Levando em consideração todas essas coisas, compreendendo o valor da Igreja do Senhor nesta terra, fi ca claro que as autoridades eclesiásticas foram outorgadas por Deus, única e exclusivamente, sendo assim, só Ele pode revogar; portanto a necessidade de respeitar a autoridade de seu líder dentro da igreja é algo que vem da parte do próprio Deus. O texto de 1 Timóteo 5:17 diz que é para dar-lhes dupla honra (honra excede a respeito), principalmente aos que se dedicam à pregação e ao ensino.

    A própria Bíblia os chamam de “Anjo da Igreja”, se Deus sendo Deus sabe dar honra a quem Ele mesmo levantou, quanto mais é nosso dever honrar as decisões do nosso Deus e Senhor. Com toda certeza, isso não dá a líder algum o direito de exercer tal autoridade levianamente, isso ocorrendo, é preciso se levantar outro líder, porque o que se fundamenta é o princípio de autoridade e não o indivíduo. Podemos notar isso acontecer na vida de Saul, que ao desobedecer uma ordem expressa de Deus, foi rejeitado por Ele. A autoridade ainda continua sendo o rei, mas o rei mal foi deposto e outro reinou em seu lugar, mas a liderança ainda estava lá, colocada por Deus. Mas ainda falando de Saul, notamos uma enorme discrepância entre ele e o novo rei Davi, o próprio Deus o declara “um homem segundo meu coração” (Atos dos Apóstolos 13:22), alguém cujo respeito e submissão eram dedicados a Deus. Davi entendia o princípio de autoridade e a necessidade de respeitar.

   Mesmo depois de ungido rei, não ousou tentar contra a vida de Saul, mesmo sendo rejeitado, ainda era alguém que foi ungido por Deus, cuja autoridade é soberana e absoluta, confira no texto bíblico de 1 Samuel 24:5-7. Davi poderia ver Saul somente como um homem normal, mas ele vê além, ele vê o revestimento que uma vez foi posto sobre Saul através da unção que Deus ordenara a Samuel impor-lhe, é preciso nos dias atuais termos esse cuidado. Seu líder é sim um homem de carne e osso, cheio de defeitos e limitações, mas a unção imposta sobre ele, o revestimento espiritual que ele recebeu da parte de Deus é acima de qualquer defeito. Não se esqueça de que ele é líder porque Deus o fez líder. Cabe a nós nos sujeitarmos, primeiramente a Deus e também a autoridade que está sobre ele.

 

COOPERAÇÃO COM OS LÍDERES

   “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função” (Efésios 4:15-16). “Liderança é sobre tudo influência”, disse John C. Maxwell. É preciso concordar com a declaração de Maxwell, pois uma equipe sob boa influência, colabora com alegria. O texto bíblico acima citado de uma maneira geral ensina ao cristão a necessidade de crescer em sincronia, em tudo, sob todos os aspectos em sua relação com as pessoas, com você mesmo e especialmente com Deus. O apóstolo declara que esse é o caminho da verdade e do amor. Paulo traz através do texto um estímulo para funcionarmos em harmonia numa perfeita cooperação, com todas as outras partes do “corpo”. E é maravilhoso quando o funcionamento desse corpo em unidade é perceptível, mesmo que cada um tenha sua função distinta no corpo.

   Por isso é preciso compreender que no corpo nenhum de seus membros pode agir de maneira individual, não pode se isolar, não pode buscar interesse próprio, mas o bem comum e o crescimento do todos, porque se não for assim, não será crescimento em amor, como o apóstolo declara. Porque só o amor é capaz de fazer acontecer a cooperação com o reino, a função do amor é fazer a edificação acontecer. A igreja do Senhor não é diferente de qualquer organização, sob o aspecto de que só é possível ver o sucesso e o crescimento quando se tem alvos definidos e o mais importante, em comum, por isso a necessidade fundamental da cooperação, porém, é preciso considerar que uma das maiores dificuldades de um líder (pastor) local, ou qualquer outro cargo de liderança na igreja é conquistar a fidelidade e a boa vontade de cooperar de seus liderados.

   Note a seriedade da declaração do apóstolo Paulo: a palavra “ajustado”, quer dizer que é exato, justo; que está na medida certa. Que está em conformidade, harmonia, concordância. Mas ajustado em quê? Ou em quem? Com certeza é primeiramente em Cristo que é o cabeça da igreja e depois, uns aos outros. Por isso o pastor precisa de cada um dos membros, seja no ministério do louvor, no departamento infantil, de mulheres entre outros. O pastor exerce a função de líder, mas não é capaz de estar em dois lugares ao mesmo tempo, por isso é preciso compreender que ele precisa de toda a cooperação disponível e possível, pois seu chamado foi para coordenar, liderar, mas o chamado pessoal do Senhor para o reino é para todo e qualquer cristão com ou sem título.

   Às vezes é difícil colocar isso em prática, e um dos principais fatores disso acontecer é a divergência de opinião, mas a Bíblia não nos ensina apenas a colocar os interesses de nossos irmãos antes dos nossos próprios (Fl 2:3,4), mas vai além, a Bíblia diz que devemos cumprir a vontade de Deus, antes e acima de tudo. Ou seja, colocar as diferenças de lado e pensar no resultado final que é o reino dos céus, haja vista superando as diferenças de fé em fé, rumo à Canaã Celestial, onde então viveremos ao lado d’Ele que é o cabeça deste corpo que lutamos tão veementemente para funcionar na terra, com o nome de Noiva de Cristo.

 

A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA

   “Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês” (Hebreus 3:17). Sabemos que a fonte de toda a autoridade é Deus e que esse princípio estabelece Sua ordem, então somente o Senhor pode tanto delegar quanto revogar Sua autoridade estabelecida. Baseado nisso, entendemos que Ele levantou homens para exercer liderança no meio de Sua igreja aqui na terra. Por isso é possível declarar que, não sendo fi el e obediente à sua liderança local, você estará em desobediência ao próprio Deus. Não há como desprezar a autoridade outorgada por Ele, sem desprezar a Ele mesmo; Paulo confirma tudo isso em Romanos 13:1,2.

   Tais pessoas levantadas por Deus são pessoas comuns, com todos os tipos de falhas e limitações, sujeitas às mesmas paixões que nós (Tiago 5:17), propensas às mesmas quedas e suscetíveis às mesmas provações, passíveis de enfermidades e emoções igual a qualquer outra pessoa, mas também são pessoas que vivem uma busca constante da presença do Espírito Santo, para diante de tudo isso serem capazes de vencer e serem usados de maneira digna e cumprirem o seu chamado (Colossenses 1:10), feito pelo dono da seara. Por se tratarem de pessoas como nós, temos resistência, pelo fato de que a Bíblia diz que todos fomos cerrados debaixo do pecado e fomos destituídos da Glória de Deus (Romanos 3:23), isso pesa ao percebermos que temos que nos sujeitar a tais pessoas, colocando em cheque a decisão soberana do Pai em Suas escolhas de liderança (Efésios 4:11-13).

  Isso é claramente notado na vida de Moisés, quando seus irmãos Miriã e Arão o criticam por sua escolha com relação, à sua esposa, que era etíope. A partir daí eles questionam a autoridade de Moisés e seu ministério, estabelecidos por Deus. O que nos chama a atenção é que eles encontram em Moisés um possível erro e decidem atacar seu ministério. Quando se rebelam contra Moisés, eles consequentemente se rebelam contra a autoridade de Deus estabelecida sobre sua vida. Ao questionarem a posição de Moisés, eles questionaram a sabedoria e onisciência de Deus, e a ira do Senhor se acende contra eles (Números 12:9-15). Não somente em Números capítulo 12, mas, também no capítulo 16, vemos da parte de Corá, Datã eãos Miriã e Arão o criticam por sua escolha com relação à sua esposa, que era etíope. A partir daí eles question Abirão, com mais 250 príncipes desrespeito e intolerância à liderança de Moisés, o maior erro deles foi achar que Deus distribui autoridade a todos os homens (Números 16:3) e com isso não atendendo a convocação de Moisés, Deus responde ao pecado deles de insubordinação com destruição. Diante disso o povo manifesta seu caráter rebelde, não atendendo sua liderança e mais uma vez Moisés deixa nas mãos do Senhor a questão, pois era realmente contra Ele que estavam se levantando.

“Enquanto o pecado é uma questão de conduta (uma ação ou atitude), a rebeldia é uma questão de princípio (caráter e valores). Por isso, é muito mais fácil lidar com o pecado do que com a rebelião, pois o pecado pode ser resultado de uma influência negativa ou um acidente, mas a rebeldia é a escolha pela desobediência.”

 

APLICAÇÃO

   Em todo o contexto bíblico vemos conselhos, ordenanças e até consequências com relação à liderança estabelecida por Deus. Inúmeras vezes vimos a necessidade de respeito, cooperação e obediência àqueles a quem o Senhor estabeleceu por liderança, independentemente de para quê o tenha sido convocado (Efésios 4:11). É claro que uma verdadeira liderança deve apresentar-se responsável, humilde e respeitosamente para com todos. Isso é necessário para que desencadeie entre o líder e seus liderados uma boa e plena unidade e possam se desenvolver como um todo. A autoridade de Deus sobre a vida de alguém deve ser respeitada e considerada com tremor e temor, pois como foi dito: é a autoridade de Deus.

 

CONCLUSÃO

   No decorrer deste estudo, tivemos um profundo aprendizado a respeito de nossos líderes espirituais. Compreendemos a vontade de Deus com relação a eles e também entendemos que ao receberem essa honra, foi-lhes imputadas grandes responsabilidades. Que tomemos para a nossa vida pessoal e como corpo, também tomemos para aplicação em nossas igrejas. Que haja em nosso meio respeito, cooperação e obediência. Para desfrutarmos da presença do Espirito Santo entre nós, vivamos segundo a vontade de Deus. Assumindo nosso compromisso cristão diante das autoridades, por Ele estabelecidas. 

 

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO EM CLASSE

1. Uma pessoa na posição de líder precisa ter vários atributos, mas qual é realmente indispensável?

R.

2. O que é necessário para que haja, no meio da igreja, cooperação mútua?

R.

3. O que acontece quando rejeitamos a autoridade espiritual sobre nós constituída por Deus?

R.

O comportamento de Corá, Datã e Abirão, junto com os 250 príncipes é descrita como rebeldia? Por quê?

R.

4. Como Moisés, sendo líder, reagiu com relação aos ataques feitos contra ele?

R.