Ententendo e Vivendo
João Batista anuncia a Palavra de Deus
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- Scott Haurasth
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Apresentando João
Apresentamos João, na nossa 4ª semana de estudo em Lucas, ao trabalharmos durante este trimestre o tema de compromissos que firmamos com Deus.
João Batista é o assunto da passagem de hoje. Gosto da atenção dada por Lucas aos detalhes. Ele se esforça para nos contar exatamente quando o ministério de João começou, localizando-o na interseção das incumbências de Tibério César, Pôncio Pilatos, Herodes, Filipe e Lisânias. Lucas também nos mostra qual foi o papel de João, citando Isaías 40:3-5. De acordo com isto, Lucas nos conta que João Batista foi chamado por Deus para ser o precursor de Cristo.
Como precursor de Cristo, João precedeu Jesus e anunciou a sua chegada iminente. Ainda, João chamara o povo a agir especificamente com a finalidade de se preparar para a chegada de Jesus: arrependimento (Lucas 3:3). Não era somente João chamando outras pessoas para firmarem compromisso com Deus, mas também ele mesmo firmara este compromisso. Lucas 1:80 fala-nos que João investiu sua vida inteira na preparação para esse ministério, ao isolar-se no deserto até Deus tirá-lo para fora dali. Mais ainda, o compromisso de João com Deus era tão forte que ele se recusou a curvar-se diante de Herodes, e tal ato resultara em prisão e posteriormente em execução (Lucas 3:19-20). João não apenas despendeu sua vida inteira na preparação para aquele ministério, como também literalmente passara a vida dele concretizando o ministério. João é um maravilhoso modelo para nós de um indivíduo que segue comprometido com Deus, mesmo com risco pessoal extremo.
A vocação de João
Vamos dar uma olhada mais profunda na exortação que João fazia às pessoas: ao arrependimento. Lucas 3:3 diz que João estava pregando um "batismo de arrependimento para o perdão dos pecados” (NVI). Arrependimento é um estado composto: é um pesar que nos cerca por algo errado que fizemos; uma atitude de mudança; e uma ação em direção a tal mudança. Ele começa com o sentimento de pesar por certas ações passadas. João estava desafiando seus ouvintes a darem uma boa olhada nas ações pecaminosas deles e a avaliarem-se à luz das expectativas de Deus. Como o povo sentiu-se a respeito do que elas andavam fazendo? Emoção é um aspecto maravilhoso da nossa humanidade, porém não é o todo do que somos.
Arrependimento deve, antes de mais nada, nos fazer ir do sentimento até a atitude. João estava encorajando seus ouvintes a adotarem uma visão de mundo considerando as ações pecaminosas do passado: improdutivas. Se você quer chegar a algum lugar na sua relação com Deus, João dizia, você deve antever suas ações pecaminosas como uma investida na direção errada. Contudo, arrependimento envolve afastar-se das nossas escolhas pecaminosas substituindo-as por decisões acertadas. Esta é uma ação, o fruto do nosso conhecimento adquirido e da nossa atitude mudada.
É neste componente do arrependimento que o texto de hoje das Escrituras foca-se. Vemos que após Lucas apresentar o João adulto e nos dar algum contexto histórico e bíblico acerca dele (Lucas 3:1-6), ele nos mostra como João consistentemente alertava seus ouvintes a “produzir, pois, frutos dignos de arrependimento” (Lucas 3;8, NIV). É fascinante ver que os ouvintes de João na verdade entenderam o desafio que ele propôs e, mais ainda, eles reagiram positivamente ao desafio. Nos versículos 10-14 Lucas nos conta que três grupos diferentes de pessoas engajaram-se no diálogo direto com João, perguntando a ele quais os passos específicos que deviam dar com o intuito de produzir tal fruto. Quão freqüentemente os profetas do Velho Testamento tinham a bênção de exercer o sacerdócio para audiência tão receptiva?
João era também sábio na sua antecipação de uma desculpa para a falta de ação que poderia ser dada pelo seu público. Nos versículos 8-9, vemos que João reprimia as vozes daqueles que desejavam aclamar suas heranças judias como razão para não se arrependerem plenamente. Aquelas pessoas teriam argumentado que, desde que eram descendentes de Abraão, escapariam de um julgamento futuro. João lançou mão de um ataque bastante ofensivo contra esta racionalização ao afirmar que Deus poderia transformar rochas em filhos de Abraão.
Será que nós ouviríamos?
Como teria sido para nós sermos do primeiro grupo que viajara para a área do rio Jordão ouvir o discurso de João Batista? Será que teríamos ouvido realmente o que ele estava dizendo, manifestando nossa concordância com João ao mudarmos nosso jeito? Ou simplesmente falaríamos que por causa de nossa herança seríamos imunes a qualquer julgamento e, por isto, não haveria necessidade de mudarmos nossas escolhas?
O assunto do julgamento por vir tem um papel central no texto de hoje. João mencionou este julgamento vindouro por três vezes distintas nas palavras que Lucas registrou para nós: Lucas 3:7,9,17. Era óbvio, dadas as reações das pessoas a João, que elas entenderam sobre o que ele estava falando e tinham intenção de tomar as medidas apropriadas para se retirarem de tal risco.
Que risco nós, cristãos, corremos? Nosso entendimento é o de que seremos perdoados de nossos pecados, embora não devamos temer sermos condenados e punidos no julgamento que está por vir. Que motivação nós temos, então, para produzirmos frutos de arrependimento? Lucas 3:18 responde-nos a questão, ao mostrar que João estava fazendo duas coisas na área ao redor do rio Jordão: Ele estava estimulando o povo a dar as costas ao pecado e convidando a abrirem o coração para Jesus Cristo.
É um processo composto de duas etapas: primeiramente deixamos de lado aquelas coisas que nos causam dano ao ficarem entre nós e o Pai; então, vamos ao encontro daquele que nos ajuda ao ser nosso intermediador com o Pai. Como cristãos, temos sido perdoados por nossas escolhas erradas do passado. Experimentar este perdão pode agora nos motivar a fazer escolhas bem melhores no nosso presente.
Esta é, pois, a anatomia do compromisso. Primeiro, fazemos uma sinopse do que somos e o que fizemos. Quais as nossas características e como elas se manifestam nas nossas escolhas e em outras ações? Então, nós comparamos nossas características e nossos atos com aqueles que são de Deus. Quão grande é o contrastante? Desejamos estreitar a distância nos tornando mais como Deus no processo? Entretanto, se nossa jornada não é a de nos tornarmos Deus, a nossa estada aqui na Terra serve para nos tornarmos mais e mais parecidos com ele, como é revelado na pessoa de Jesus Cristo.
É algo que o desafia, assim como as palavras de João desafiaram seus ouvintes perto do rio Jordão? Você deseja concretizar o destino para o qual Deus o criou? Caso sim, então imagine isto: Você firmou um compromisso quando, pela primeira vez, deu boas-vindas a Jesus em seu coração. Agora que você se comprometeu, será chamado a mantê-lo.
Agora que já sabe muitas coisas sobre Jesus é hora de realmente conhecer Jesus. Esta é a jornada de uma vida. Você consegue compromissar-se a fim de seguir neste percurso?