Quem fez esta escolha?

O que significa estar comprometido com alguém? Mais especificamente, como é estar comprometido com Deus? Ao estudar o assunto do compromisso neste trimestre, nós iniciamos com o Evangelho de Lucas e, nas próximas quatro semanas, examinaremos o compromisso tomado por quatro pessoas diferentes.

 

Aparece no primeiro capítulo de Lucas: a passagem da Escritura de hoje que narra acontecimentos que se deram antes do nascimento de Jesus. A personagem principal é a Maria, a mãe de Jesus. Como era o compromisso de Maria?

Lembremos que Maria não escolheu a situação na qual ela estava. Vocês leram a escritura base de hoje? Ela conta a história de uma jovem virgem que ficou totalmente surpresa, até mesmo assustou-se, com a visita do anjo Gabriel (Lucas 1:26-38). No versículo 29 nos é contado que Maria estava confusa e tinha perguntas a fazer quando o anjo lhe apareceu. O versículo 34 nos mostra Maria ouvindo o que o anjo tinha a lhe dizer. A reação de Maria não era de descrédito, mas sim de confusão: Como seria possível uma virgem dar à luz? Enfim, o versículo 38 diz respeito ao total comprometimento de Maria com Deus: Ela se considerava uma serva de Deus e, como tal, aceitou o trabalho divino na sua vida. Apesar de Maria não ter escolhido a situação na qual se encontrava, aceitou esta condição por causa do seu compromisso com Deus. Até mesmo a parenta de Maria, Isabel, testemunhou o compromisso daquela: “Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que, da parte do SENHOR, lhe foram ditas” (Lucas 1:45 NVI)

Encarnando o seu compromisso

Então, do que se tratava o compromisso de Maria? Vemos, na passagem estudada, Lucas 1:46–55, conhecida como “Magnificat” (se você tiver tempo, faça a comparação da canção de Maria em Lucas 1 com a de Ana, em Samuel 2. Há muitas semelhanças impressionantes), que o compromisso de Maria é visto primeiramente através das reações dela diante de Deus: Ela dava glória a Deus e alegrava-se Nele.

“Magnificat” é uma palavra latina que significa “glorificar, exaltar”. Maria disse que sua alma glorificava ao Senhor. Percebe-se, num primeiro instante, que Maria identificava Deus como “O Senhor” (Lucas 1:46, NVI). Ao fazê-lo, ela reconheceu o lugar de Deus no universo: criador e governador. A exaltação dela a Deus é baseada na sua afirmação precisa de quem ele realmente é.

Ao escavarmos profundamente suas palavras, conseguimos notar que Maria também engrandece a Deus por causa das maravilhosas características dele. Acima de tudo, ela louvou a santidade de Deus (versículo 49). Então, Maria exaltou a misericórdia divina (versículo 50) e sua força (versículo 51). E, finalmente, declarou que Deus é justo (versículos 51–53) e é fiel (versículos 54–55). A glorificação de Maria a Deus era uma resposta não somente para quem ele é, mas, também, para como ele é.

Nós mesmos iríamos deixar de engrandecer a alguém cujas virtudes fossem dessa magnitude? A pergunta é: mas como poderíamos saber? Como se descobre se uma pessoa é santa, piedosa, forte ou justa? Especificamente, quando avaliamos as qualidades de um indivíduo, a questão que se tem em mente é sempre “Como essa determinada pessoa trata as outras ao redor dela?”. A qualidade de um ser humano é demonstrada através do relacionamento deste com os outros indivíduos.

A misericórdia de Deus pode ser vista quando ele estende sua piedade àqueles que o temem (versículo 50). Sua justiça é revelada quando resiste ao orgulhoso, porém concede graça ao humilde (versículos 51-53). A fidelidade dele é vista ao cumprir a promessa feita a Abraão e aos seus descendentes (versículos 54–55). As ações concretas de Deus mostram o caráter espiritual Dele. Isto nos traz outro ângulo pelo qual pode ser visto o compromisso de Maria: Ela alegrava-se com Deus. Ela não somente engrandecia a Deus como também, ao mesmo tempo, como revisado nos versículos 48–49, alegrava-se com o Senhor. Você deve estar se questionando por que. Qual a razão da atitude de contentamento para com Deus? Por que Maria estava vivenciando as bênçãos do Senhor na sua própria vida. No versículo 48 vemos que Deus reconhece a situação de Maria, a sua humildade. Não somente ele reconheceu a situação na qual Maria se encontrava como, também, a recompensou por sua humildade: Ele fez coisas maravilhosas para ela (versículo 49). De fato, não seria somente Isabel a saber da bênção de Maria, que lhe fora dada pelo Senhor (versículo 45), mas as futuras gerações por vir chamariam Maria de bem-aventurada (versículo 48).

Outro aspecto para anotar sobre a alegria de Maria com Deus: o papel significativo do Senhor na vida daquela mulher. Sim, as palavras de Maria nos versículos 48 e 49 nos mostram como Deus trabalhou fortemente na vida da Maria, porém é muito fácil encobrir a significância do versículo 47, no qual Maria identificava Deus como seu Salvador. Uma coisa é ser abençoado por alguém e outra, completamente diferente, é ser salvo por esta pessoa. Deus não abençoou, meramente, Maria - ele a salvou. Não é de se admirar que ela estivesse tão decidida em não somente engrandecer a Deus, mas também alegrar-se nele. Não é de surpreender que o comprometimento dela com Deus fosse total.

E nós? Como ficamos com isso tudo dito?

Nós vemos, na passagem de hoje das Escrituras, que o compromisso de Maria com Deus manifestara-se nas reações dela aos acontecimentos proporcionados pelo Senhor. Ela estava engrandecendo a Deus e alegrando-se nele. Era a identidade de Deus, as suas características e seu trabalho direto na vida de Maria levando-a a reagir dessa maneira às ações do Senhor. O compromisso de Maria era apoiado, simplesmente, na realidade: Ela estaria exibindo reações naturais à realidade que marcou sua vida até aquele momento.

E quanto a nós? Qual o nosso comprometimento com Deus? Damos glória a Deus em nossas palavras e em nossos feitos? Regozijamo-nos ao pensarmos a respeito do envolvimento dele em nossa vida? Uma questão importante para refletir é: O quão realista é nossa visão de Deus?

E se alguém lhe pedisse para listar cinco características de Deus, o que você diria? Se você tirasse cinco minutos do seu tempo para meditar e dizer quais as características de Deus, qual seria a sua reação? Será que você faria como fez Maria e começaria a glorificar a Deus pelo que ele é?

Agora, modifiquemos o cenário: Se alguém lhe perguntasse quais são as cinco características de Deus as quais você tenha alguma vez vivenciado pessoalmente, o que você diria? Qual seria a sua reação agora?

Pessoalmente, creio que uma das características mais marcantes de Deus é a sua onipresença em minha vida. Eu sei que onde quer que eu vá, não interessando as minhas circunstâncias, sejam elas externas ou internas, Deus lá estará comigo. Esta particular faceta de Deus trouxe-me toda a paz que eu necessitava. Saber que nunca estarei sozinho, mesmo estando só, já é, por si só, a base sólida sobre a qual continuo construindo a minha vida. Quando penso sobre esta verdade eu não consigo deixar de alegrar-me com Deus e dar-lhe glórias. Assim como Maria, eu não posso deixar de comprometer-me com um Deus que está sempre ao meu lado. E que sempre me amará. Deus é meu Salvador de verdade. Ele é seu Salvador também?

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