Texto de Estudo

Joel 2:28-29:

28 E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. 29 E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito.

INTRODUÇÃO

 Joel, o segundo dos chamados profetas menores, exerceu seu ministério em Judá, no Reino do Sul. Em que pese o fato de ele ter profetizado sobre o derramamento do Espírito de Deus no futuro, com manifestações específicas, a tônica de sua profecia vai mais além. O livro trata da ameaça de julgamento de Deus contra Judá, que é ilustrado com a devastadora praga de gafanhotos. A esperança de Judá repousa no arrependimento e na misericórdia divina, que trará, com os julgamentos do Dia do Senhor, e na sua abundante misericórdia ao restaurar a nação. Joel atinge seu propósito desenvolvendo-o nas três partes que compõem sua profecia. 

Há quem advogue que o livro de Joel pode ser dividido em duas partes. A primeira descreve a devastação de Judá, ocasionada por uma grande praga de gafanhotos e a comunidade. E a segunda, a resposta de Deus a Israel e às nações, conforme ilustrado no quadro abaixo: 

Há, no entanto, outros que dividem a profecia de Joel em pelo menos três partes: um juízo imediato (1), um juízo iminente (2:1-27) e o juízo futuro (Joel 2:28-3:21). 

O PROFETA, SEU ESTILO E SEU TEMPO

Não sabemos muito sobre este profeta. Há 12 homens no Antigo Testamento com este nome, mas não podemos identificar o profeta com qualquer um deles.  Seu nome significa “Yahweh é Deus”.  Seu pai se chamava Betuel, segundo alguns targuns, ou Petuel, conforme o texto hebraico que nos chegou à mão.

Devido à familiaridade dele com aspectos do templo, dos sacrifícios e do sacerdócio, pode-se presumir que pertencia à classe sacerdotal.  Por conta de sua contundente mensagem de juízo, alguns o chamam de “João Batista do Antigo Testamento”.  

Joel escreve como um poeta lírico e dramático, com constante uso de contrastes.  Conforme estudiosos da estilística literária hebraica, há muito de paralelismo e ritmo da poesia hebraica no escrito. As figuras de linguagem usadas por Joel mostram ser ele um homem de imaginação vívida. Ele emprega figuras fortes e usa muitas exclamações, como se vê no texto em português. Isto deve corrigir um equívoco que muitos, mesmo sem preconceito, nutrem. É que pensamos nos profetas como se fossem beduínos fanáticos ou ignorantes. Quando muito, julgamos que como eram pessoas vivendo numa época atrasada em relação à nossa, tais profetas foram primitivos e boçais. Esses homens foram geniais. Prova disso é que aqui estamos, já entrados no terceiro milênio, aprendendo com eles, estudando o que escreveram.  

As discussões sobre a data do livro são bastante acirradas. Tem-se atribuído datas desde o século nono até o século quarto a.C., pelas várias escolas. Porém, com base nas evidências internas, e tendo em vista que ele é citado por Amós e Oséias, a estimativa mais razoável é a época da minoridade de Joás, durante a regência de Joiada, o sumo sacerdote, por volta de 830 a.C. (2 Reis 11:17-18; 12:2-16; 2 Crônicas 24:4-14). Em todo o livro também não há nenhuma referência à Babilônia, à Assíria ou mesmo à invasão da Síria, e os únicos inimigos mencionados são os filisteus, os fenícios, os egípcios e os edomitas (3:4,19). Se ele tivesse vivido após Joás, sem dúvida teria mencionado os sírios entre os inimigos que enumera, uma vez que eles tomaram Jerusalém e levaram o imenso espólio de Damasco (2 Crônicas 24:23-24). A idolatria também não é mencionada, e os serviços do Templo, o sacerdócio e outras instituições da teocracia são representados como florescentes.  Warren Wiersbe diz que Joel foi o primeiro profeta a escrever suas mensagens. 

 

O JUÍZO IMEDIATO: A DESOLAÇÃO CAUSADA PELA INVASÃO DE GAFANHOTOS

O livro do profeta Joel é, sobretudo, escatológico. O primeiro capítulo descreve a desolação causada em Judá por uma invasão de gafanhotos – um dos instrumentos do juízo divino mencionado por Moisés em sua profecia (Deuteronômio 28:38-39) e por Salomão em sua oração (1 Reis 8:37), e que já havia sido usado por Deus contra o Egito (Êx 10:12-20). Nos capítulos seguintes, há também promessas de bênçãos em foco, mas o tema principal continua sendo o juízo divino, sendo que agora em um futuro ainda mais adiante.  Isto é, a principal mensagem de Joel é que Deus julga, e essa mensagem da realidade do juízo divino, conforme orientação do profeta ao povo, não deveria ser esquecida, mas recontada às gerações seguintes. Não é à toa que Deus permitiu que essa obra inspirada pelo Espírito Santo ficasse para a posteridade, para que sua mensagem nunca fosse olvidada e pudesse reverberar durante séculos, despertando vidas.

A invasão assoladora dos gafanhotos não é uma tragédia natural, mas a vara disciplinadora de Deus sobre o povo da aliança. Não existe acaso, coincidência, nem determinismo cego. Não existe tragédia natural à parte da providência soberana de Deus.  Joel faz uma descrição vívida e alarmante de uma invasão avassaladora de gafanhotos em todo o território de Judá. Moisés profetizara que Deus poderia usar deste expediente para punir seu povo se ele se tornasse desobediente (Deuteronômio 28:38-42). São usadas quatro palavras hebraicas diferentes para gafanhotos nesta passagem: gazam, vertido como “gafanhoto cortador”; arbeh, o “gafanhoto migrador”; yeleq, o “gafanhoto saltador”, e hāsil, o “gafanhoto destruidor”. 

Têm sido dadas várias interpretações quanto a essa invasão de gafanhotos. Diz-se que essa descrição fala dos quatro tipos diferentes de gafanhotos que invadiriam a terra. Outra possibilidade é que essa descrição fala de nuvens sucessivas de gafanhotos invadindo Judá, ou seja, Joel estaria falando sobre ataques sucessivos de insetos, ressaltando a intensidade da destruição. A terceira possibilidade é que a descrição fala metaforicamente dos quatro impérios que dominaram o mundo (Babilônico, Medo-persa, Grego e Romano). Há ainda aqueles que, embora careçam de sólida base bíblica, interpretam como sendo demônios que atacam as finanças do povo de Deus.  Ao que parece, a interpretação literal, como sendo quatro tipos de gafanhotos que, em ataques sucessivos, deixam um rastro de destruição, seja a correta.

No livro encontramos uma ordem para que esse evento não fosse olvidado, mas se deveria contar à geração seguinte (1:3). Quatro gerações são mencionadas, os ouvintes de Joel deveriam transmitir aos filhos, netos e bisnetos. Quando não se aprende com os erros do passado, tem-se a tendência de repeti-los. A história precisa ser nossa pedagoga, não nosso coveira. Os eventos de uma nação são lições para todas as demais, pois se a memória do amor de Deus não nos despertar a gratidão, a memória dos ais do seu juízo, certamente nos ameaçará com a humilhação. 

Joel conclama os sacerdotes do Senhor ao arrependimento (1:13,14). O texto fala de clamor, pranto, pano de saco e jejum. No Antigo Testamento, é comum vermos jejuns serem apregoados em períodos de calamidade ou de iminência de calamidades (2 Crônicas 20:3; Ester 4:16). Conquanto o povo de Deus não experimente pragas literais de gafanhotos, mui provavelmente vê congregações devastadas por aflições, pecados e doenças que angustiam famílias inteiras. Diante disso o conselho bíblico para se resolver tais impasses é que a liderança, juntamente com a membresia, reconheça igualmente, com a máxima urgência, a necessidade de ajuda, poder e bênção de Deus. Devem voltar-se a ele com a sinceridade, intensidade, arrependimento e intercessão descritos por Joel (Joel 1:13-14; 2:12-17). Só há restauração e avivamento onde há genuíno arrependimento.

 

UM JUÍZO IMINENTE: A VERDADEIRA CONVERSÃO E A PROMESSA DE FARTURA

No segundo capítulo de Joel, o profeta trata esse exército de gafanhotos do capítulo 1 como um símbolo e precursor de um flagelo ainda mais terrível. A palavra do Senhor a Joel é que, no futuro, haveria uma desolação que envolveria toda a Terra. Ou seja, o pranto pelo juízo dos gafanhotos apenas prefigurava um pranto ainda maior decorrente de uma desolação muito maior.

Joel começa falando de uma invasão militar que Judá também sofreria (2:2-4) para, mais à frente, ainda no capítulo 2, aludir ao Dia do Senhor em sua acepção absolutamente escatológica. O “dia do Senhor” é a expressão-chave desse livro. Ela aparece pela primeira vez no versículo 15 do primeiro capítulo. Tal expressão se refere tanto ao julgamento divino de forma geral – sendo, nesse caso, usada para se referir a um julgamento específico que poderia ser tomado como símbolo do Grande Julgamento Final – como também, e na maioria das vezes, ao Juízo do Fim dos Tempos, quando toda a impiedade será julgada pelo Senhor. Este último e mais recorrente sentido é explorado a partir do capítulo 2 de Joel, quando o profeta faz claramente referência a acontecimentos que se darão em um futuro mais distante. 

Esse dia, porém, culmina com o grande Dia do Juízo, na segunda vinda de Cristo, quando o Senhor se assentará no seu trono e julgará, com justiça, as nações (Mateus 25:31-46). Nesse dia os homens ímpios desmaiarão de terror, buscarão a morte, mas não a encontrarão. Nesse dia tentarão, inutilmente, escapar da ira do Cordeiro (Apocalipse 6:12-17). 

Tudo indica que os exércitos do Norte (2:20) são uma referência aos exércitos da Assíria e Babilônia. Aqui, Deus conclama mais uma vez o povo ao arrependimento – mas a um arrependimento realmente sincero, verdadeiro, genuíno, autêntico (2:2,13).

Deus diz ao povo que estava cansado do seu ritual de vestir pano de saco em jejum depois de rasgar as vestes, porque esses atos já não eram acompanhados de um real propósito de mudar, não eram realizados como exteriorização de um genuíno arrependimento (2:13). Não bastava rasgarem suas vestes se antes não estavam rasgando os seus corações diante dele. “Rasgai o vosso coração” significa “modificai toda a vossa atitude”, é a maneira hebraica de dizer que a contrição interna é mais importante do que a manifestação externa de pesar que, por si, poderia ser apenas um ato desprovido de sinceridade ou integridade.  Ou seja, nessa passagem, Deus está afirmando que penitência externa não muda nada. É preciso um coração realmente rasgado diante do Senhor para que ele se volte para o seu povo com perdão, restauração e bênçãos (2:14).

A necessidade de conversão é um dos aspectos teológicos mais importantes em nosso profeta. Nos dias em que vivemos podemos ouvir programas que são declarados como sendo evangélicos, pela televisão e pelo rádio, por meses a fio sem ouvirmos falar, uma vez sequer, da necessidade de arrependimento, de abandono dos pecados e de mudança de vida. A conversão foi deixada de lado em muitos púlpitos e substituída pela adesão ou pela contribuição. A cruz que o cristão deve tomar para seguir a Cristo foi esquecida e em seu lugar se oferece em trono em troca de ofertas e assistência aos cultos com contribuições regulares. A ética foi suprimida e em seu lugar entrou a prosperidade como tema dominante das pregações. “Todavia ainda agora diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto” (2:12). Deus não quer uma liturgia morta, ele quer ação que mostre quebrantamento e não rito apenas. É para o povo chorar os seus pecados, como lemos no verso 17: Não é rito nem são palavras. Não é externo, é interno. É sentimento. Podemos criticar o pietismo por sua internalização da fé religiosa, mas esta postura tem respaldo entre os profetas. É a conversão do homem que faz Deus mudar o juízo em bênção. Não é a contribuição nem é a liturgia. É o reconhecimento de que a vida está errada e deve ser mudada. Embora a contribuição seja necessária e, muitas vezes seja evidência de uma conversão, é conversão e não contribuição que Deus pede. Pode-se dar dinheiro sem dar o coração. Pode-se praticar ritos sem ter consciência da presença de Deus. 

O coração contrito vale mais, já ensinou Davi: “O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:17). O sacrifício era a forma mais elevada de culto no Antigo Testamento, mas o que mais interessa a Deus é o coração quebrantado. Deus não espera culto litúrgico, mas quebrantamento de vida. Muitos cultos nos fazem bem, mas não mudam nossa vida. Muitos cultos são apenas pândega espiritual, não há quebrantamento, não produzem mudança de vida, não exortam à santidade. Alguém dirá que o culto cristão é de felicidade e alegria porque nele o povo de Deus celebra sua salvação. Mas só pode se alegrar, rir e celebrar quem primeiro gritou como Isaías: “Ai de mim, que estou perdido!”. A igreja contemporânea tem muita festa e pouco quebrantamento, busca o poder humano, principalmente o político, mas não busca a santidade, não enfatiza a correção de vida. Isto é trágico! 

Nessa seção do livro, mais uma vez vemos os ministros de Deus, os sacerdotes, sendo conclamados a liderar esse jejum e também se derramarem diante de Deus (2:15-17). O resultado será Deus libertar o seu povo e o retorno das chuvas temporã e serôdia – isto é, as primeiras chuvas, que favorecem o plantio, e as últimas, que lhe garantem o sucesso ao final – para fertilizar as terras desoladas.

 

O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO

No dia de Pentecostes (Atos dos Apóstolos 2:16-21), Pedro citou uma passagem do livro de Joel, ele diz: “Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel”. Em outras palavras, esse é o mesmo Espírito Santo do qual Joel falou. Vemos que as maiores bênçãos colocadas diante do povo de Deus são: 1) O derramamento do Espírito de Deus sobre toda a carne; 2) O julgamento das nações; e 3) A glorificação do povo de Deus. Estas características não são mantidas estritamente em separado, mas, mesmo assim, são indicadas com clareza e relacionadas de perto umas com as outras. “E há de ser que, depois (um dia, no futuro), derramarei o meu Espírito sobre toda a carne” (2:28). Se o Senhor deu a chuva temporã e a serôdia na forma de bênçãos materiais, também estava pronto para derramar (Isaías 32:5; Ezequiel 39:29) bênçãos espirituais no dom do seu Espírito. Sob este aspecto, Pedro se refere ao comentário de Joel. Se o primeiro grande ensino em Joel é o arrependimento diante das adversidades, o segundo é o derramamento do Espírito sobre toda a carne.

É importante frisar ainda que muitas outras passagens do Antigo Testamento aludem a esse derramamento do Espírito Santo (cf. Isaías 32:15-17; Ezequiel 11:19-20). A manifestação dos dons evidencia a manifestação do Espírito Santo na Igreja e, consequentemente, a presença de Deus no meio do seu povo (1 Coríntios 14:24-25). Algo a se enfocar aqui ainda é que pessoas de todas as nações, de todos os sexos, de todas as faixas etárias e de todas as condições sociais seriam alcançadas pelo Derramamento do Espírito Santo. Joel fala de homens e mulheres, velhos e jovens, servos e livres – todos teriam a bênção da efusão do Espírito a seu alcance se voltassem suas vidas totalmente para Deus (2:28,29,32).

É importante ressaltar que o derramamento do Espírito Santo aponta para a salvação. Diz Joel: “… e acontecerá que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo” (2:32). Naquele grande e terrível Dia do Senhor haverá salvação para aqueles que invocam o seu nome, pois o derramamento do Espírito Santo anunciou também o caminho da salvação. O Pentecostes foi um evento de salvação. Naquele dia, Pedro pregou o evangelho e três mil pessoas foram salvas (Atos dos Apóstolos 2:39-42). Paulo, citando Joel, diz que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Romanos 10:13). A salvação em Cristo, recebida pela fé, agora, é estendida a todos os povos, de todos os lugares, de todos os tempos. Nos dias de Joel, como nos dias de Pedro e de Paulo e também nos nossos, invocar o nome do Senhor é o único caminho para a salvação. 

 

UM JUÍZO FUTURO: O JULGAMENTO DAS NAÇÕES

O capítulo 3 de Joel dedica-se a descrever a restauração final de Israel e o Julgamento das Nações, dois eventos que se darão no Final dos Tempos. Duas verdades muito claras e enfatizadas nessa passagem bíblica são que as nações serão julgadas pela sua impiedade e que esse julgamento incluirá também como critério a forma como as nações trataram Israel.

No caso específico do castigo divino sobre Tiro e Sidom, mencionado nos versículos 4 a 8, acredita-se que ele tenha ocorrido, pelo menos parcialmente, no quarto século a.C., quando as duas principais cidades da Fenícia, localizadas ao Noroeste de Israel, foram subjugadas pelo conquistador Alexandre, o Grande, e, pouco tempo depois, por Antíoco III. Esse castigo, aliás, fora predito também pelos profetas Amós (Amós 1:9-10), Ezequiel (Ezequiel 26) e Isaías (Isaías 23). Nos versículos 17 a 21, segue a descrição da restauração de Israel. 

Enfim, a grande lição desse capítulo é que Deus é o Senhor da História. O livro de Joel começa falando de destruição e termina falando de restauração; inicia com juízo e conclui com a bênção de Deus. A sua mensagem ao final é que a última palavra na história das nações pertence a Deus; que quem determina o destino final das nações não são os chamados grandes líderes mundiais, mas o Senhor do Universo. E, no final, o mal perecerá e o bem triunfará. Porque Deus está no controle de tudo. 

 

 CONCLUSÃO

Hodiernamente, não temos nada de vestimenta externa para anunciar a situação interna em termos de arrependimento. No entanto, a postura de humilhação de um coração arrependido deve fazer parte da nossa atitude quando somos confrontados por Deus por algo que fizemos contra ele. Ainda que nos falte hoje uma vestimenta típica de arrependimento, temos de ter a postura interna que demonstre um real arrependimento perante o Senhor. Mesmo que não tenhamos uma vestimenta externa para manifestar nosso arrependimento, devemos ter ainda hoje uma atitude externa que venha refletir os sentimentos do coração. 

O jejum público do povo de Deus tem sido esquecido. Nem mesmo em tempos de calamidade esse povo tem se reunido para a oração com santo jejum. É necessário que, de alguma forma, essa prática venha novamente a fazer parte da religiosidade santa do povo de Deus. Vivemos dias difíceis para um cristianismo autêntico. É necessário que reavaliemos as nossas práticas espirituais comunitárias a fim de que o que ainda é útil não seja desprezado.

Infelizmente, na maioria das reuniões dos que se dizem povo de Deus, a visão é a de um entretenimento em que todos procuram se agradar. Não nos reunimos para confessar os nossos pecados em tempos de aflição. Aliás, o pecado não tem sido tratado com a seriedade que se faz necessária nos últimos dias. Nossa vida espiritual pode tornar-se seca e infrutífera se nos afastarmos da vontade do Senhor. É muito importante sentir arrependimento sincero e profundo (2:12-13), a fim de que Deus possa perdoar-nos e abençoar-nos de novo.