Texto de Estudo:

Efésios 1:22-23:

22 E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, 23 Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.

 

INTRODUÇÃO

Quando se fala em igreja, hoje em dia, logo se pensa em uma organização ou instituição. No Antigo Testamento, o termo usado para as assembleias dos hebreus é kahal, cujo significado era de uma convocação religiosa que, normalmente, era feita por Deus. Já nos tempos do ovo Testamento a palavra empregada é ekklesia, que aparece 115 vezes, sendo que o sentido deste termo grego é uma convocação, uma assembleia na qual os integrantes são “chamados para fora”. 

A palavra ekklesia foi aplicada, em Atos dos Apóstolos, ao povo de Israel que foi chamado para fora do Egito, sendo chamados de “congregação de Israel” (Atos dos Apóstolos 7:38). Semelhantemente, Deus nos chama em Cristo para fora do poder do pecado. Constituímos, dessa forma, o corpo de Cristo na face da terra. A Igreja é, portanto, um organismo vivo e dinâmico. O próprio significado da palavra dá-nos uma ideia do dinamismo de sua existência. 

A palavra “igreja” tem dois significados fundamentais no Novo Testamento. Na maior parte de suas ocorrências,  ou seja, em 95 das 115 vezes que aparece, significa “congregação”. Nesse sentido, a ênfase está no grupo local de cristãos, que se reúnem para adoração, companheirismo e serviço cristão (Atos dos Apóstolos 8:1; Romanos 16:16). Outras vezes a palavra igreja é usada para descrever todos aqueles que aceitaram a Jesus Cristo como Salvador. É o sentido global e mais amplo da palavra “igreja” (1 Coríntios 15:9).

Em nosso estudo de hoje vamo-nos preocupar com a Igreja no sentido de congregação. É no contexto da congregação local que o cristão se desenvolve no estudo e na prática da fé no Senhor Jesus Cristo. Ali ele deve encontrar os recursos para crescer, até atingir à “maturidade, alcançando a medida da plenitude de Cristo” (Efésios 4:13 NTLH).  

 

A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO

 

A Igreja não é o prédio em que nos reunimos para adorar a Deus (este serve apenas de abrigo). O templo dos judeus, no Antigo Testamento, foi construído com elementos materiais, tais como: pedra, madeira, metais, tecidos etc. Mas a Igreja, o templo de Deus, é espiritual, formada por homens e mulheres que foram regenerados pelo Espírito Santo. 

Jesus foi a primeira pessoa a usar o termo “igreja”, quando declarou: “Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mateus 16:18). A maneira com que ele impingiu a palavra “igreja” no texto citado, tendo os discípulos ao seu redor, dá-nos uma ideia do que ele pensava ser igreja: “um grupo de pessoas que se reúne em torno dele”. E é assim mesmo que deve ser; afinal, Cristo é o centro da igreja. 

Onde está Cristo, ali está a Igreja verdadeira. Ele é quem a edifica: “edificarei” (Mateus 16:18). A Igreja não foi edificada por homens, mas por Cristo, que a ergueu com propósitos. Com base nas Escrituras, podemos enumerar, pelo menos, cinco respostas à pergunta: Para que a Igreja existe? Primeira: ela existe para adorar a Deus (Atos dos Apóstolos 2:47; 9:31; 1 Pedro 4:11). Segunda: ela existe para anunciar o salvador (Marcos 16:15). Terceira: ela existe para capacitar e edificar os santos (Mateus 28:19-20; Colossenses 1:28). Quarta: ela existe para amparar o necessitado 

(1 João 3:17-18;l 6:10). Quinta: ela existe para alimentar a esperança (1 Coríntios 15:19; Filipenses 3:20; 1 Pedro 1:17; Hebreus 10:37). A Igreja não pode priorizar mais um aspecto de sua missão do que outro. Todos são importantes e devem ser desenvolvidos com equilíbrio. 

No Antigo Testamento, Deus habitou no meio do povo de Israel, no Templo de Salomão (1 Reis 6:11-13). Hoje, Deus habita conosco, ou seja, em nós (1 Coríntios 3:16-17; 6:19,20). Na Nova Aliança, nós somos sacerdotes santos, não precisando mais de sacerdotes para oferecer um sacrifício por nós. Aliás, nós somos o próprio sacrifício agradável a Deus (Romanos 12:1-2; Hebreus 13:15-16). 

 

A ORIGEM DA IGREJA DE JESUS

 

A Igreja foi fundada pelo Senhor Jesus Cristo. Ele é também o seu fundamento (1 Coríntios 3:11). Ao dizer: “Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mateus 16:18), Jesus não estava referindo-se a Pedro, mas a si mesmo. O nome “Pedro” é a tradução da palavra grega masculina Petros, que significa “pedra, pedregulho, pedrinha solta” – uma pedra movediça. Em contraste com isso, a “pedra” sobre a qual Cristo edificou a sua Igreja constitui a tradução da palavra grega feminina petra, que frequentemente é utilizada para designar penhascos, camadas de rocha ou cordilheiras. Essas duas palavras gregas ilustram muito bem o caráter de Pedro e o de Cristo.

Jesus Cristo é a pedra fundamental sobre a qual a Igreja é edificada, conforme declararam os profetas doAntigo Testamento (SI 118:22; Isaías 28:16), o próprio Jesus (Mateus 21:42), Pedro e os outros apóstolos (Atos dos Apóstolos 4:10-12). Paulo também afirma que a fundação da Igreja é Jesus Cristo (1 Coríntios 3:11). Essa fundação foi assentada pelos apóstolos e profetas ao pregarem o evangelho de Cristo aos perdidos (1 Coríntios 2:1-2; 3:11; Efésios 2:20).

De acordo com os métodos antigos de edificação, a pedra angular tinha importância especial como a pedra usada pelo arquiteto-edificador para determinar o ângulo ou inclinação de todo o edifício. Os crentes são assemelhados a pedras vivas, edificadas na estrutura, que, por sua vez, repousa sobre um fundamento que é Cristo (1 Coríntios 3:10-11). Assim, Jesus Cristo é o padrão pelo qual a vida e o crescimento de sua Igreja são moldados por Deus. Essa é a razão por que a Igreja jamais será derrotada, por mais que se esforcem os poderes do mal. 

A Igreja é um edifício, mas em nenhum sentido estático ou inanimado. Ela é semelhante a um organismo vivo, que toma forma pela orientação do Espírito, por meio das circunstâncias da história. Isso significa que continuamente Jesus está chamando outras pessoas, a fim de que desfrutem das bênçãos do Reino dos Céus.  

 

CARACTERÍSTICAS DE UMA IGREJA VERDADEIRA

 

Os seguintes fatos caracterizam a Igreja do Novo Testamento:

1. Ela reconhece Cristo como a cabeça do corpo (Efésios 1:22; Colossenses 1:18). Todo o povo de Deus sobre a Terra é um corpo, desde o princípio até o fim do tempo, e Jesus Cristo é a suprema cabeça desse corpo. O fato de ele ser a cabeça implica em que toda a direção da nossa vida emana dele. Nós vivemos dele, por ele, por meio dele e para ele. O que Jesus estabeleceu não foi uma sociedade que estudasse e propagasse suas ideias, mas um organismo que vive por sua vida, um corpo habitado e guiado por seu Espírito. A figura da igreja como corpo inclui como essencial o senhorio de Cristo. Ele é a cabeça da igreja. A cabeça orienta e determina a ação do corpo. O mesmo deve acontecer entre Cristo e a sua Igreja.

2. Ela anuncia a Cristo como Senhor e Salvador (1 Coríntios 2:1-2). A Igreja tem como função principal proclamar a salvação por Jesus Cristo. Paulo não fazia questão de usar uma oratória sofisticada e nem raciocínios astutos. Paulo tinha uma mensagem clara, que pregava por toda a parte: o Cristo crucificado. A verdadeira pregação cristã precisa estar centralizada em Cristo e em seu sacrifício na cruz. Todas as outras verdades reveladas ou encontram seu cumprimento na cruz de Cristo ou estão fundamentadas nela. As Escrituras apresentam uma mensagem consistente e orgânica, elas nos falam do quanto precisamos buscar a Cristo, que somente ele é o nosso Salvador e Senhor e a fonte de poder para fazer o que Deus reclama.

3. Os seus membros vivem em comunhão e amor (João 13:34-35). O amor é a marca distintiva da Igreja de Cristo. Esta passagem refere-se especificamente ao relacionamento que há no corpo de Cristo, isto é, o relacionamento com os outros cristãos. A chamada igreja primitiva era uma comunidade terapêutica. Seus membros abraçaram uma teologia que transformou o coração deles e mudou seus relacionamentos. Em uma sociedade ferida e quebrada pelo pecado, a Igreja de Cristo precisa ser um lugar de restauração e de refúgio. Em uma sociedade onde o conflito está presente na família, nas instituições públicas e em todos os tipos de relacionamentos, a Igreja precisa ser uma comunidade terapêutica, pois ela é a maior esperança do mundo.

4. Ela tem a Bíblia como única regra de fé e prática (Lucas 24:27; Atos dos Apóstolos 17:11; Gálatas 1:8-9). A Bíblia é a única autoridade e norma de conduta da Igreja de Jesus Cristo. A Igreja de Jesus Cristo deve estar edificada no fundamento dos apóstolos (Novo Testamento) e dos profetas (Antigo Testamento) e nada mais além disso. O ensino sólido e constante da Palavra de Deus dá estabilidade à fé, equipa para detectar e confrontar o erro, acalma os temores, cancela as superstições e transforma a vida de uma pessoa a cada dia. O discipulado e o ensino não podem se tornar um fim em si mesmo. Eles são um meio de conduzir uma pessoa a um profundo relacionamento com Deus, a uma vida constante de adoração; são uma alavanca para que a igreja glorifique a Deus no mundo e cumpra sua missão temporal e eterna.

 

MEMBROS DO CORPO DE CRISTO

 

John Stott afirma que o intuito de Deus não é salvar almas individuais, isoladas umas das outras e assim perpetuar nossa solidão. Muito pelo contrário, ele quer construir uma Igreja, congregar um povo seu, proveniente de toda nação e cultura. O Novo Testamento retrata essa sociedade divina por meio de muitas metáforas que expressam vida e participação comunitária. Nós somos irmãos na família de Deus, cidadãos de seu reino e pedras de seu templo (Efésios 2:19-22). Somos também ovelhas do rebanho de Cristo, galhos da videira e membros do seu corpo (João 10:14-16; 15:1-8; 1 Coríntios 12:27). Nós pertencemos incontestavelmente uns aos outros, porque pertencemos incontestavelmente a ele.

A Bíblia expõe as responsabilidades de cada um do membros da Igreja e as razões pelas quais devemos fazer parte dela. Senão, vejamos:  

1. Um membro não tem vida independente do corpo (1 Coríntios 12:12; Efésios 4:15-16). O corpo de Cristo é formado de muitos membros que, embora diferentes em vários aspectos, assim mesmo fazem parte de um único corpo, que é a Igreja universal. Não há como viver de modo independente do corpo, assim como não é possível um membro do corpo humano, uma vez amputado, ter vida em si mesmo. Cada membro é importante. Nenhum membro pode dizer: “não preciso de você”. Precisamos todos uns dos outros. Se quisermos vencer a batalha contra nosso adversário no campo espiritual, carecemos agir como uma unidade dinâmica. Interdependência e coordenação são características essenciais.

2. A Igreja é o meio estabelecido por Deus para o nosso crescimento (Hebreus 10:24-25). Deus quer que sejamos maduros ou adultos, e para isso providenciou-nos a verdade para o nosso crescimento espiritual. Sendo assim, a Igreja é o ambiente apropriado para o crescimento espiritual. Por meio dela somos encorajados, instruídos e compartilhamos uns com os outros, a fim de que cada um seja ajudado em seu progresso na vida cristã. 

Como cristãos em crescimento, encontramos na comunhão dos crentes o ambiente apropriado para nosso crescimento espiritual. Não vivemos de modo independente, separados do corpo de Cristo. Como parte do corpo de Cristo, envolvemo-nos na adoração comunitária, tanto quanto nos outros ministérios da Igreja. Em Atos dos Apóstolos 2 temos um retrato vívido de uma comunidade local que promovia o crescimento dos seus membros. Nela acontecia o ensino da Palavra (v. 42). Ela oferecia o ambiente para as relações fraternas (v. 42). Nela, havia o estímulo para o crescimento em fé (v. 43). Nela as necessidades eram conhecidas e supridas (vv. 44,45). Nela os encontros de edificação eram intensos (v. 46). Ela sinalizava a chegada do Reino de Deus (v.47). 

 

LIGADOS NO CORPO DE CRISTO

 

As figuras usadas pelos escritores do Novo Testamento para descrever a Igreja indicam que existe o mais íntimo vínculo espiritual possível entre Cristo e o seu povo e entre os próprios crentes. A Bíblia diz que só pertencem a Cristo aqueles em cujo coração habita o Espírito Santo (Romanos 8:9-10). Só eles pertencem à comunhão espiritual que constitui a verdadeira Igreja de Jesus Cristo. Mas, para que isso ocorra, é necessário que aconteçam três coisas:  

1. Precisamos ser ligados no corpo de Cristo pelo Espírito Santo (1 Coríntios 12:13). Isso acontece quando nos arrependemos e entregamos nossa vida a Jesus. É a operação do Espírito Santo que atrai os homens a Cristo, convencendo-os do pecado, da justiça e do juízo (João 16:7-11). E a nossa aceitação de Cristo é declarada pelo nosso batismo em um só corpo. Nós não criamos o corpo: Cristo o faz. Nós entramos nele. Pessoas de todas as nações e de todas as classes, mediante a fé, pertencem ao mesmo corpo. 

2. Precisamos ter convicção da salvação pela fé em Cristo (Romanos 10:9). Não se trata de crença em uma coisa, em doutrina ou instituição. A Bíblia ensina claramente que a fé salvadora é a fé em Jesus Cristo. Essa fé implica, pois, a aceitação de Jesus Cristo como o único caminho para a salvação.  

3. Precisamos receber o batismo ordenado por Jesus (Atos dos Apóstolos 2:38). Por meio do batismo identificamo-nos com Cristo e com seu corpo, a Igreja. Não devemos procurar tornar-nos membros da Igreja sem o batismo, pois é ele o sinal externo de nosso compromisso com Cristo. Pelo batismo possuímos novidade de vida; e vivemos em um corpo, a Igreja, para Deus e para os outros (Romanos 6:3-4). 

 

A OBRA DA IGREJA

 

Myer Pearlman elenca quatro funções que a Igreja de Cristo deve desempenhar enquanto estiver na Terra:

1. Pregar a salvação. A obra da Igreja é pregar o  Evangelho a toda a criatura (Mateus 28:19-20) e explanar o plano da salvação, tal qual é ensinado nas Escrituras. Cristo tornou acessível a salvação por provê-la; a Igreja deve torná-la real por proclamá-la. 

2. Prover os meios de adoração. Israel possuía um sistema de adoração divinamente estabelecido, pelo qual se chegava a Deus em todas as necessidades e crises da vida. Assim também a Igreja deve ser uma casa de oração para todos os povos, onde Deus é cultuado em adoração, oração e testemunho.  

3. Prover comunhão. O homem é um ser social; ele anela comunhão e intercâmbio de amizade. É natural que ele se congregue com aqueles que participam dos mesmos interesses. A Igreja provê uma comunhão baseada na Paternidade de Deus e no fato de ser Jesus o Senhor de todos. É uma fraternidade daqueles que participam duma experiência espiritual comum. O calor dessa comunhão - comunhão em que todas as distinções terrenas eram eliminadas e os homens e mulheres tomavam-se irmãos e irmãs em Cristo - era uma das características notáveis da igreja primitiva. 

4. Sustentar uma norma de conduta moral. A Igreja é “a luz do mundo”, que afasta a ignorância moral; é o “sal da terra”, que a preserva da corrupção moral (Mateus 5:13-14). A Igreja deve ensinar aos homens como viver bem e a maneira de se preparar para a morte. Deve proclamar o plano de Deus para regulamentar todas as esferas da vida e sua atividade. Contra as tendências para a corrupção da sociedade, deve ela levantar a sua voz de admoestação. Daí a importância de haver disciplina na Igreja aos membros faltosos. Tal disciplina deve ser sempre empregada com amor, visando à recuperação do membro em falta. 

 

A MISSÃO DA IGREJA

 

Um dos maiores desafios da Igreja na atualidade é definir sua missão. Qual é a missão da igreja? Qual a natureza dessa missão? Como cumprir a missão? Responder a essas questões é vital para a Igreja ser o que ela precisa ser e fazer o que ela precisa fazer. Isso porque “se tudo é missão, então nada é missão”.

A missão que Deus deu para a Igreja é a mesma de Jesus: glorificá-lo eternamente. Sendo assim, a Igreja que não sabe adorar e glorificar a Deus não entendeu direito o que é missão. Automaticamente, o membro da Igreja que não glorifica a Deus em tudo que faz também não entendeu a missão.

O apóstolo Paulo assim exorta aos fieis: “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31 NTLH). Em outra passagem ele completa dizendo: “Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês...? Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo” (1 Coríntios 6:19-20, NTLH). 

O homem cumpre sua missão quando glorifica a Deus em tudo o que faz. A Igreja cumpre sua missão quando adora a Deus em tudo o que faz. É isto o que Jesus diz: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mateus 5:16). O papel da Igreja no mundo é fazer coisas que levem as pessoas a ver Deus, a se reconciliar com ele e a passar o restante da vida adorando-o. A Igreja, portanto, precisa levar as pessoas a um profundo relacionamento com Deus, a uma vida constante de adoração, de forma a glorificarem a Deus em tudo que fazem, para assim cumprirem sua missão.  

 

UMA PALAVRA FINAL

 

A Igreja nasce da mente e do coração perfeitos de Jesus. É o povo da nova aliança, de todos os povos, que tem a incumbência de levar as boas novas da salvação, de prover meios para a santificação, de ser um instrumento de cura e transformação, apontando, ensaiando e anunciando a presença e a plenitude futura do reino de Deus. É inegável a iniciativa e a importância da igreja, que recebeu de Jesus o sopro do Espírito Santo, que a assiste até a consumação do tempo. Os problemas da Igreja não estão na sua iniciativa divina - que a vê como mistério/sacramento na história e como a noiva das bodas finais -, mas da sua composição humana. Nela existe o “trigo” e “joio”, e a nós não cabe fazer a separação entre ambos. Nela estão os que nunca foram trigo e as sementes que nunca germinaram. 

A Igreja é portadora de doutrinas, de verdades reveladas, universais e permanentes, sistematizadas e confessadas, emanadas das Sagradas Escrituras, legadas pela tradição apostólica e pelo consenso dos fiéis. É verdade que o mundo e a Igreja mudaram, mas não mudou a condição humana de pecado e perdição nem a necessidade humana de salvação e novidade de vida, a necessidade humana de certezas e esperanças.

Não dizemos que somos o “povo da Bíblia”, de Cristo, da graça e da fé? Não somos um povo em missão? Não somos um povo que prega, ensina, integra, serve e denuncia? Não é isso que as Escrituras nos advertem a fazer? Sejamos, portanto, uma Igreja em missão, ontem, hoje, amanhã, sempre, em obediência ao nosso Senhor.