Estudo de Texto:

Hebreus 11:6

INTRODUÇÃO

Nossa crença em Deus pode ser definida da seguinte forma: cremos em um só Deus, que é santo, criador de todas as coisas, soberano, eterno, subsistente em três pessoas - o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Isso leva o nome de Triunidade, ou Trindade. É difícil entender completamente a ideia de três pessoas e somente um Deus. Mesmo assim, é uma das doutrinas mais importantes da fé cristã. Portanto, no estudo de hoje vamos aprender o que a Bíblia ensina a respeito da pessoa de Deus. Numa época em que tantas ideias e conceitos a respeito de Deus são divulgados, é bom verificarmos o que ele revelou acerca de si mesmo. E, neste aspecto, a Bíblia é o único livro que pode falar, com autoridade, sobre o assunto.

A EXISTÊNCIA DE DEUS

A Bíblia não procura provar a existência de Deus e nem discute teorias sobre sua existência. Este é um fato admitido como autêntico em todas as páginas das Escrituras. Porém, apesar de a Bíblia não oferecer qualquer prova empírica da existência de Deus, ela aponta para a sua indiscutível realidade. Logo no primeiro versículo da Bíblia já temos um exemplo disto, pois diz: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1:1). A existência e autorrevelação de Deus são as pressuposições finais da fé bíblica. Todas as pessoas em todos os lugares possuem o profundo senso interior de que Deus existe, de que elas são suas criaturas e de que ele é o Criador delas. Paulo diz que até os pagãos conheceram Deus, mas “não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças” (Romanos 1:21). Ele diz que os ímpios descrentes “trocaram a verdade de Deus pela mentira” (Romanos 1:25), sugerindo que eles rejeitaram de forma intencional alguma verdade que conheceram a respeito da existência e do caráter de Deus. Paulo diz que “o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles”, e acrescenta: “porque Deus lhes manifestou” (Romanos 1:19).24 A Escritura também afirma que algumas pessoas negam que Deus existe. É o “tolo” que diz no seu coração: “Deus não existe” (Salmos 14:1; 53:1). É o ímpio que primeiro “amaldiçoa e insulta o Senhor” e, então, cheio de presunção, cogita em seu coração: “não há lugar para Deus” (Salmos 10:3-4). Essas passagens indicam que o pecado conduz as pessoas a pensar irracionalmente e a fazê-las negar a existência de Deus.25 

OS NOMES DE DEUS

A palavra “Deus”, antes de tudo, não é nome. Refere-se antes a um título que usamos para designar o Ser Supremo, o Criador de todas as coisas. Todavia, Deus se revelou pelo seu nome. Os nomes na Bíblia têm significados, os quais geralmente transmitem alguma ideia quanto ao caráter da pessoa que usa o nome. Todos os nomes pelos quais a Bíblia designa Deus são significativos. E, assim, cada um deles permanece como o símbolo de alguma verdade relativa a ele. 

Os três principais nomes da Divindade no Antigo Testamento são: 

1. Elohim. A Bíblia começa com a afirmação de que Elohim é o Criador (Gênesis 1:1,26,27). Este nome é frequentemente usado no Antigo Testamento (2.570 vezes). Elohim é plural de El ou Eloah, reconhecido pelo pronome plural “façamos”. O nome Eloah geralmente aparece na poesia sagrada (57 vezes).26

2. Adonai. O significado da palavra hebraica Adonai é “meus Senhores”. Etimologicamente é o plural de Adoní(“meu senhor”) e, quando aplicado a Deus, é distinguidona versão portuguesa com todas as letras em maiúsculo. 27 Este nome da Divindade aparece no Antigo Testamento com grande frequência e expressa o domínio e a possessão soberana de Deus (Gênesis 15:1-2,8; Deuteronômio 3:24). 

3. Yahweh. Ao revelar-se a Israel, Deus revelou-se como “EU SOU”, dizendo com isso que era um Deus autoexistente (Êx 3:14). Em Isaías, encontramos a expressão: “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome” (Isaías 42:8). A palavra “Senhor” vem do tetragrama hebraico YHWH, traduzido em muitas versões bíblicas como Jeová. Porém, segundo os hebraístas, a melhor pronúncia seria Yahweh, podendo ser usado também Javé ou Iavé. Originalmente, as palavras hebraicas não tinham vogais. E, como o nome de Deus era considerado sagrado demais para ser pronunciado pelos judeus, a sua verdadeira pronúncia se perdeu no tempo. O nome de Deus é pessoal e sagrado, e por isso deve ser reverenciado por todos (Êx 20:7). 

A NATUREZA DE DEUS

Jesus afirmou à mulher samaritana que “Deus é espírito” (João 4:24). Esta declaração define a natureza de Deus como sendo espiritual. Porém, Deus é espírito com personalidade: ele pensa, sente e fala, pode ter comunhão direta com suas criaturas feitas à sua imagem. Como ser espiritual, Deus é imaterial, ou seja, está livre de todas as limitações do corpo (Lucas 24:39), embora algumas vezes os escritores bíblicos tiveram que fazer uso da figura de linguagem conhecida como antropomorfismo, para ilustrar aspectos diferentes de sua atuação com relação ao homem (Êx 6:6; Salmos 34:15).28 Um segundo aspecto acerca da natureza de Deus é que ele é infinito e, por isso, não está sujeito às limitações naturais e humanas (1 Timóteo 6:16). Ele está além de ser plenamente compreendido pela mente do homem (Romanos 11:33-36). Com relação ao espaço, Deus caracteriza-se pela imensidade: ele está presente em todo o espaço infinito e em todas as suas partes (1 Reis 8:27). Em relação ao tempo, Deus é eterno. Significa que ele não tem começo nem fim, que ele está livre de toda a passagem de tempo e que ele é a causa do tempo (Deuteronômio 33:27; Salmos 90:2). Podemos concluir, então, que Deus não tem corpo, não é matéria e não está limitado ao tempo e ao espaço, que são categorias próprias da matéria. Esta declaração, apesar de simples e lacônica, é profunda, porque mostra que Deus tem uma dimensão que o homem não tem. OS ATRIBUTOS DE DEUS Com atributos, distintos de sua natureza, queremos dizer as qualidades atribuídas a Deus, que são inerentes à sua substância e que constituem uma descrição analítica do próprio Deus. Os atributos não morais são aqueles predicados necessários da essência divina, mas que não envolvem qualidades morais. 1. Onipotência. A Bíblia afirma que ele é o Deus Todo-Poderoso (Gênesis 17:1; Apocalipse 19:6). O termo “todo-poderoso” quer dizer que não há limites para seu poder. A onipotência de Deus significa duas coisas: 1) sua liberdade e poder para fazer tudo que esteja em harmonia com sua natureza (Hebreus 6:18); 2) seu controle e sabedoria sobre tudo que existe ou que pode existir (Daniel 5:23; Atos dos Apóstolos 17:25 28; Hebreus 1:3). 2. Onipresença. Com onipresença de Deus queremos dizer sua infinidade em relação às suas criaturas. Por ser imenso, Deus é onipresente. Sendo Deus, está em toda a parte, isto é, o espaço material não o limita em ponto algum. Embora Deus esteja em todo lugar, ele não habita em todo lugar (cf. Salmos 139:7-10; Jeremias 23:23). 3. Onisciência. Deus é onisciente porque conhece todas as coisas. Ele conhece o passado, o presente e o futuro de maneira instantânea. O conhecimento de Deus é perfeito. Ele não precisa questionar ou pesquisar as coisas, nem aprender gradualmente. 4. Soberania. Deus é soberano, isto é, ele tem o direito absoluto de governar suas criaturas e delas dispor como lhe apraz (Daniel 4:35; Mateus 20:15; Romanos 9:21). Ele possui esse direito em virtude de sua infinita superioridade, de sua posse absoluta de todas as coisas e da absoluta dependência delas perante ele para que continuem a existir. 5. Imutabilidade. Com imutabilidade de Deus queremos dizer que em essência, atributos, consciência e vontade, Deus é imutável (Malaquias 3:6; Tiago 1:17). Todas as mudanças têm que ser para melhor ou para pior. Mas Deus não pode mudar para o melhor, pois é absolutamente perfeito; tampouco mudar para o pior, pela mesma razão. Os atributos morais de Deus referem-se aos predicados necessários da divina essência que envolve qualidades morais. Sob este tópico consideraremos os seguintes atributos: 1. Santidade e justiça. Deus é santo (1 Pedro 1:15-16). A santidade de Deus significa a sua absoluta pureza moral. Ele não pode pecar nem tolerar o pecado. Como um Deus justo, ele faz aquilo que é correto (Gênesis 18:25). A justiça é a santidade de Deus manifesta no tratar retamente com suas criaturas. 2. Bondade. Deus é bom (Salmos 25:8; 34:8; 100:5). A infinita bondade de Deus é uma perfeição do seu ser que caracteriza a sua natureza, e é a fonte de tudo o que é bom no universo. Os termos específicos empregados para definir a bondade de Deus são: a) benevolência, que é a bondade no seu sentido genérico, abrangendo todas as suas criaturas; b) complacência, que é aquilo em Deus que aprova todas as suas próprias perfeições como também aquilo que se conforma com ele; c) misericórdia, que é a bondade de Deus exercida em benefício das necessidades de suas criaturas; e d) graça, que é a livre ação de Deus em benefício daqueles que não têm merecimentos.29 3. Amor. João diz que “Deus é amor” (1 João 4:8). Essa é a definição mais conhecida de Deus. A natureza de Deus é amor, em razão do qual ele deseja relação pessoal com aqueles que possuem a sua imagem. O amor, que é a essência do seu caráter, é manifestado em cada palavra e em cada ato seu (cf. Deuteronômio 7:8; João 3:16; Efésios 2:4; 1 João 3:1). 

A TRIUNIDADE DIVINA

A Igreja Cristã, em geral, tem aceitado o ensino bíblico de que só há um Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Ao ensino de que há um só Deus em três pessoas distintas, separadas umas das outras, porém da mesma essência, chama-se Doutrina da Trindade. A palavra “Trindade”, em si, não aparece na Bíblia, mas o ensino encontra-se claramente ali, pois somente no Novo Testamento existem 108 passagens comprobatórias dessa doutrina. Muitos acham a doutrina de difícil compreensão para a mente humana. Porém nunca devemos imaginar que algo está errado só porque não o compreendemos bem. Aquilo que Deus revelou a seu respeito na Bíblia precisa ser aceito pela fé. De fato a doutrina da Trindade não é uma verdade da teologia natural, mas sim da revelação. Contudo, apesar de a doutrina da Trindade não poder ser descoberta pela razão humana, ela é passível de uma defesa racional, uma vez que foi revelada nas Escrituras Sagradas. Devemos, portanto, buscar nas Escrituras a verdadeira doutrina da Trindade. 

Vejamos, então, alguns aspectos fundamentais para esse entendimento.

1. A Triunidade de Deus. O fato de haver um só Deus é o  tema principal do Antigo Testamento (Deuteronômio 4:35-39; 6:4; 1 Reis 8:60; Isaías 45:5-6; Zacarias 14:9), frequentemente ensinado também no Novo Testamento (Marcos 12:29-32; João 17:3; 1 Coríntios 84; 1 Timóteo 2:5). Tal ênfase foi necessária devido à persistente tendência do homem à idolatria. De acordo com as Escrituras, Deus é o único ser infinito e perfeito. 30 Entretanto, não há contradição entre o ensino da unidade de Deus e o ensino da Trindade. Com unidade de Deus queremos dizer que a natureza divina é uma unidade indivisível, isto é, Deus não consiste de partes nem pode ser dividido em partes. Com Trindade queremos dizer que há três distinções eternas em uma essência divina. Estas três distinções são três pessoas, conhecidas respectivamente como Pai, Filho e Espírito Santo. Estas três distinções são três pessoas, e assim podemos falar da tri personalidade de Deus.31 Que a natureza divina é uma unidade indivisível é insinuado no texto em Deuteronômio 6:4 o qual em hebraico literalmente diz: “Escute Israel, Yahweh nosso Elohim, Yahweh [é] u m”. Essa passagem afirma que o SENHOR nosso Deus é um no sentido de que não há outro, ou seja, ele é o único Deus (Êx 20:3; Deuteronômio 4:35-39). Esse era um dos fundamentos da religião do Antigo Testamento, sendo também essa a mensagem especial a um mundo que adorava a muitos deuses falsos. Há contradição entre este ensino da unidade de Deus e o ensino da Trindade do Novo Testamento? A resposta é não! Para compreender isso é preciso distinguir entre duas qualidades de unidade: unidade absoluta e unidade composta. A palavra “um” pode significar unidade simples ou unidade composta.32 No hebraico, esta distinção é mais clara na utilização das palavras yachid (unidade simples) e echad (unidade composta). Em Deuteronômio 6:4 a palavra “único” corresponde ao hebraico echad, o que indica uma unidade composta. Como exemplo poderíamos citar a expressão “um homem”, que traz a ideia de unidade simples ou absoluta porque se refere a uma só pessoa. Mas quando lemos que, ao se casar, homem e mulher tornam-se “uma só carne” (Efésios 5 31), temos a unidade composta, visto que se refere à união de duas pessoas (cf. Esdras 3:1; Ezequiel 37:17).33 Assim, a doutrina da Trindade divina ensina que as três pessoas divinas são uma mesma essência. Elas são divisíveis apenas na unidade numérica e indivisível na unidade de Deus. Porém, a unidade absoluta não desfaz a sua individualidade. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são constantemente citados como Pessoas separadas com operações específicas realizadas por cada uma. Porém não são três deuses independentemente. São três pessoas, mas um só Deus. Os três cooperam unidos e num mesmo propósito, de maneira que, no pleno sentido da palavra, são “um”.34 O Credo Atanasiano expressa a crença trinitariana da seguinte maneira: “adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em Unidade, sem confundir as pessoas, sem separar a substância”.

2. A Trindade nas Escrituras. Como a doutrina da Trindade diz respeito à natureza de Deus, não poderia ser conhecida senão por meio de revelação. Essa revelação encontra-se nas Escrituras. Muito embora essa doutrina não seja explicitamente mencionada no Antigo Testamento, sua origem pode ser vista nos textos bíblicos. Sempre que um hebreu pronunciava a palavra Deus (Elohim), ele estava realmente dizendo “Deuses”, pois a palavra é plural e às vezes se usa em hebraico acompanhada de adjetivo plural (Josué 24:18-19), ou com verbo no plural (Gênesis 35:7). Quando Deus fala de si, usa a forma plural: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança” (Gênesis 1:26); “Agora o homem se tornou como um de nós” (Gênesis 3:22); “Eia, desçamos” (Gênesis 11:7); “Quem há de ir por nós?” (Isaías 6:8).35 Todos os membros da Triunidade são mencionados no Antigo Testamento: a) o Pai (Isaías 63:16; Malaquias 2:10); b) o Filho de Yahweh (Salmos 2:6-7,12). O Messias é descrito com títulos divinos (Jeremias 23:5-6; Isaías 9:6). Faz-se menção do misterioso Anjo de Yahweh que leva o nome de Deus e tem poder tanto para perdoar como para reter os pecados (Êx 23:20,21); c) o Espírito Santo (Gênesis 1:2; Isaías 11:2-3; 48:16; 61:1; 63:10). Dentro do Novo Testamento, a doutr ina da Trindade fica grandemente ampliada. O modo triúno da existência da Divindade está sempre presente no Novo Testamento. Cada pessoa da divindade é declarada como sendo divina: a) o Pai é Deus (Gálatas 1:1); b) o Filho é Deus (João 1:1-4,14,18; Colossenses 2:8-9, Tito 2:13; 2 Pedro 1:1); c) o Espírito Santo é Deus (Marcos 3:29; 2 Coríntios 3:17-18). Os autores do Novo Testamento sempre faziam uso da expressão trinitária (1 Coríntios 12:4-6; 2 Coríntios 13:14; Efésios 4:4-6; 1 Pedro 1:2; Judas 20). A Bíblia apresenta assim esta realidade singular e misteriosa: um Deus, Pai, Filho e Espírito Santo.

3. A Trindade e os atributos divinos. É um fato desafiador que os atributos da Divindade sejam conferidos a cada uma das pessoas da Trindade. O fato de que cada Pessoa possui todas as características divinas e de maneira tão completa declara a distinção existente entre as Pessoas. Por outro lado, o fato de que elas todas manifestam estas características de maneira idêntica e na mesma medida declara a unidade da qual o seu modo de existência brota. Observe esses atributos: 

AtributosPaiFilhoEspírito Santo
Eternidade Salmos 90:2   Colossenses 1:17  Hebreus 9:14
Onipresença Jeremias 23:24    Mateus 18:20    Salmos 139:7
Onisciência Jeremias 17:10  Apocalipse 2:23 1 Coríntios 2:10-11
Onipotência 1 Pedro 1:5  2 Coríntios 12:9 Romanos 15:19
Santidade 1 Pedro 1:16  Atos dos Apóstolos 3:14 Lucas 12:12
Amor 1 João 4:8,16  Efésios 3:19 Romanos 15:30
Verdade João 7:28  Apocalipse 3:7 1 João 5:6

 

4. A obra da Trindade divina. Além de cada obra distinta de Deus ser realizada por uma pessoa da Divindade, também as obras principais de Deus são atribuídas a cada uma das três pessoas. Podemos observar a atuação da Trindade Divina em pelo menos quatro áreas: a) Na criação do universo. A criação do universo foi uma realização de cada pessoa da Trindade. Todos igualmente participaram neste empreendimento (Gênesis 1:1,2; Salmos 102:25; Colossenses 1:16). b) Na criação do homem. A criação do homem é um ato criador de Deus. Este ato criador de Deus é obra das pessoas da Trindade. Houve a participação do Pai, do Senhor Jesus e do Espírito Santo (Gênesis 1:26; 2:7; Jó 33:4; Colossenses 1:16). c) No plano da redenção. O Espírito gerou o Filho (Lucas 1:35), mas de tal maneira que o filho sempre se dirige à primeira pessoa chamando-a de Pai (João 17:1-8). O Filho sempre fez a vontade do Pai e, para isto, recebeu o Espírito sem medida (João 15:10; Lucas 3:21-22). Na sua morte, houve a participação do Pai (Salmos 22:15; Romanos 8:32), do próprio Jesus (João 10:18; Gálatas 2:2 0) e do Espírito Santo (Hebreus 9:14). Também na sua ressurreição, houve a atuação das três pessoas da divindade (Atos dos Apóstolos 2:24; João 10:18; 1 Pedro 3:18). d) Na ressurreição da humanidade. Mais uma vez as três pessoas da Trindade estarão atuando em favor de todos os seres humanos para o dia da redenção (João 5:21; Romanos 8:11). Essas diferentes funções são simplesmente a expressão do relacionamento eterno entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Elas não diminuem a divindade, os atributos ou a natureza essencial do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A distinção está simplesmente nas formas como eles se relacionam um com o outro e com a criação.36 

 

O SER E A NATUREZA DE DEUS

A. W. Tozer certa vez disse: “O que nos vem à mente quando pensamos em Deus é a coisa mais importante a nosso respeito”.37 Esse pensamento expressa o supremo significado da doutrina de Deus. Em certo sentido, sua aplicação é tanto imediata como penetrante. As convicções que temos sobre Deus irão afetar tudo sobre nós se o tivermos visto na plenitude de seu ser divino, Pai, Filho e Espírito Santo, perfeito em glória, senhorio, santidade e amor. Crer na existência de Deus significa reconhecê-lo e adorá-lo. O Deus revelado nas páginas das Escrituras Sagradas é um Deus cuja natureza requer adoração espiritual e sincera. Ele tudo sabe e tudo pode. Esse fato, além de levar-nos a ter mais cuidado com aquilo que falamos e fazemos, constitui-se em motivo de alegria, pois Deus está sempre ao nosso lado para nos ajudar.A única resposta adequada a Deus é servi-lo. A adoração faz parte desse serviço, que se estende a todas as áreas da vida. O serviço a Deus implica em renunciar a todo direito e a nós mesmos e em submeter nossa vontade inteiramente à sua vontade. A melhor maneira de sermos gratos a Deus, pelo seu amor, é por meio da entrega incondicional da nossa vida para o seu serviço.38 Parte de nossa resposta a Deus, à medida que ele revela seu ser e natureza a nós, é torná-lo conhecido em um mundo em que ele é largamente ignorado ou rejeitado. O mundo não é neutro, mas cheio de ídolos, isto é, falsos objetos de adoração. Somos chamados a desafiar e a confrontar os falsos deuses em nome do Deus vivo e verdadeiro. Isto envolve espalhar o conhecimento do Deus verdadeiro no mundo inteiro (Mateus 28:19-20).