Texto de Estudo

João 20:1-29

INTRODUÇÃO

João começa o seu Evangelho com uma referência a Jesus como o Verbo encarnado, ou a seja, a Palavra encarnada (1:1), e com isso dá uma visão gloriosa de Jesus, que existia mesmo antes da criação do mundo (1:2), tendo tomado parte no ato da criação (1:3). Neste trimestre também já estudamos eventos e ensinamentos marcantes do ministério terreno de Cristo. O nosso estudo de hoje enfoca o relato de João a respeito da ressurreição de Jesus dentre os mortos. Veremos, portanto, a descoberta do túmulo vazio e as posteriores aparições da Palavra Viva, o Cristo ressurreto.

 

 

 

O SEPULTAMENTO DE JESUS

Nos dias de Jesus, as famílias mais abastadas de Jerusalém tinham túmulos esculpidos em montanhas de pedra calcária e nas encostas rochosas da região. Esses túmulos tinham várias camas – como prateleiras – onde os corpos poderiam ser colocados como se estivessem dormindo. A entrada para estes túmulos normalmente eram seladas com uma pedra esculpida em forma de disco, de modo que pudesse ser rolada em frente da entrada do sepulcro (cf. Mateus 27:60). 

Segundo a lei romana os corpos dos criminosos executados eram entregues ao parente mais próximo, para que fizesse o sepultamento. Porém, no caso dos condenados à crucificação pelo crime de sedição,  os romanos não permitiam que os corpos fossem retirados. Eram deixados para os abutres, causando a máxima indignidade e vergonha e servindo de exemplo aos demais, para não se levantarem contra o Império Romano. Neste ínterim entra em ação José de Arimatéia, membro do Sinédrio,  que pede a Pilatos autorização para retirar o corpo e sepultá-lo. O fato de Pilatos ter atendido à solicitação de José de Arimatéia possivelmente revela a convicção dele de que Jesus não era realmente culpado, sendo assim uma última censura às autoridades judaicas por haverem condenado um inocente. 

Ao corpo de Jesus foi dado um enterro precipitado, mas honroso, em um túmulo próximo. O túmulo não era de propriedade da família de Jesus, pois esta era pobre e, além do mais, mesmo que tivessem um túmulo familiar, este teria sido em Nazaré. A tumba era de José de Arimatéia. Mateus o retrata como um discípulo de Jesus (Mateus 27:57), e Marcos acrescenta que ele era um “ilustre membro do Sinédrio”(Marcos 15:43). João é ainda mais revelador quando o chama de “discípulo secreto” (João 19:38). Mas seu segredo foi revelado quando ele usou sua influência para obter o corpo de Jesus e enterrá-lo em seu próprio túmulo, recém-esculpido.

João é o único dos evangelistas a mencionar a participação de Nicodemos no sepultamento de Jesus. Este personagem também aparece em outras duas referências bíblicas (cf. João 3; 7:50-52). Nesta ocasião ele aparece trazendo 45 quilos de especiarias próprias para o sepultamento. Essa quantidade demonstra que Nicodemos também era rico, sendo também membro do Sinédrio.  Segundo uma tradição, tanto Nicodemos quanto José de Arimatéia sofreu duras represálias das demais autoridades judaicas, tendo, inclusive, sido presos. 

 

O TÚMULO VAZIO

Jesus não ficou muito tempo no túmulo. Depois de três dias e três noites, Deus o ressuscitou. Warren Wiersbe comenta que se o Evangelho de João fosse uma biografia qualquer o capítulo 20 não existiria, pois praticamente todas as biografias terminam com a morte e o sepultamento da pessoa em questão, e não há uma biografia que fale da ressurreição de alguém! O fato de João ter continuado seu relato e compartilhado seu entusiasmo com o milagre da ressurreição mostra que Jesus Cristo não é como qualquer outro homem. Ele é, de fato, o Filho de Deus. 

Desde o princípio, os inimigos de Jesus tentaram negar o fato histórico de sua ressurreição. Os líderes judeus afirmaram que o corpo de Cristo havia sido tirado de seu túmulo. Trata-se de uma declaração absurda, pois como seus seguidores poderiam ter roubado o corpo? Havia soldados romanos guardando o túmulo, e um selo oficial romano fora colocado na pedra de entrada. Quanto à argumentação absurda de que Jesus não morreu, mas apenas desmaiou e depois voltou a si, não é preciso dizer muita coisa. Várias testemunhas viram que Jesus estava morto quando seu corpo foi tirado da cruz. Posteriormente, foi visto com vida por testemunhas confiáveis. A única conclusão lógica é que Jesus cumpriu sua promessa e ressurgiu dentre os mortos.

Maria Madalena é a primeira, segundo o relato joanino, a ir ao sepulcro. Ao chegar ao local percebe que a pedra fora revolvida. Volta, então, correndo e avisa a Pedro e ao discípulo a quem Jesus amava, ou seja, João, sobre o ocorrido. Os dois correm ao sepulcro para ver o que tinha acontecido. Ao chegar ao túmulo, João foi cauto e permaneceu do lado de fora, apenas olhando para dentro. Há quem diga que estivesse esperando por Pedro para entrar na câmara onde o corpo ficava. O que ele viu? Faixas sobre a pedra sem qualquer evidência de violência nem de crime. Porém, não havia nada além das faixas! Parecia um casulo vazio, ainda com a forma do corpo de Jesus.

Como já era de se esperar, Pedro quando lá chegou, em um gesto impulsivo, entrou logo no túmulo. Igualmente viu as faixas de linho sobre a pedra e o lenço para a cabeça enrolado cuidadosamente e colocado de lado. Ladrões de túmulos não desenrolariam o corpo com todo cuidado, deixando tudo arrumado. Na verdade, considerando-se que as faixas eram enroladas com especiarias, seria quase impossível desenrolá-las sem danificar o tecido. A única explicação possível era que Jesus havia passado pelo tecido quando ressuscitou. 

Alguns consideram que o lenço, que tinha sido envolto na face de Jesus, ainda detinha a forma da cabeça de Cristo e estava separado das faixas de linho por uma distância equivalente ao comprimento do pescoço de Jesus. Outros aventam que graças à mistura de unguentos, todo o tecido que cobrira a Cristo ainda conservava a forma do corpo dele. Carson, no entanto, conclui que tais sugestões vão além do que o texto diz. O que parece claro é que o apóstolo João está fazendo um contraste com a ressurreição de Lázaro, que deixou o sepulcro envolto em sua mortalha, ao passo que o corpo ressurreto de Cristo aparentemente passou por meio de suas roupas fúnebres, especiarias e tudo mais, da mesma foram que Ele depois adentrou em uma sala fechada. 

Digno de nota também é o uso que João faz, ao escrever este relato, dos três diferentes termos gregos para ver. Em João 20:5 o verbo significa apenas “espiar, olhar de relance”. Em João 20:6 tem a conotação de “olhar com cuidado, observar”. Por outro lado, o termo “viu”, em João 20:8 quer dizer “perceber com uma compreensão intelectual”, ou seja, a fé dele na ressurreição estava nascendo como um novo dia! 

 

A PRIMEIRA APARIÇÃO

Ao pensar em Maria Madalena sozinha no jardim, vêm-me à mente o seguinte verso: “Amo os que me amam, e quem me procura me encontra” (Provérbios 8:17). Maria amava seu Senhor e permaneceu no jardim para expressar esse amor. 

Novamente nos deparamos com a descrição sucinta de João. Não é mencionado, mas simplesmente subentende-se que Maria voltou correndo até o sepulcro com os dois discípulos. Tampouco diz algo sobre uma conversa com os discípulos, aos quais chamou especialmente para que a ajudassem na aflição com a sepultura aberta. Será que não teve coragem de interpelá-los mais uma vez? Será que estaria completamente absorta em sua dor? 

Seja como for, não consegue deixar o local da sepultura antes que tenha reencontrado o Senhor amado. Consequentemente, ela se encontra do lado de fora da sepultura, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se e olhou para dentro do túmulo e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus fora posto, um à cabeceira e outro aos pés. Então, eles lhe perguntaram:“Mulher, por que choras?” Por que Maria voltou-se para trás em vez de continuar a conversa com os dois desconhecidos? Será que ouviu um barulho atrás de si? Ou será que os anjos se levantaram ao reconhecer a presença de seu Senhor? Talvez as duas coisas, ou nenhuma delas.

De qualquer modo, por que Maria se demorou ali no túmulo, uma vez que estava certa de que o corpo de Jesus não se encontrava mais ali? Por que não reconheceu Aquele pelo qual procurava com tanto anseio? É possível que Jesus tenha se ocultado dela propositadamente, como fez quando caminhou com os discípulos na estrada para Emaús (Lucas 24:133-2). Por outro lado, ainda estava escuro nessa parte do jardim. Também é provável que seus olhos estivessem turvos por suas muitas lágrimas.

Jesus lhe fez a mesma pergunta que os anjos haviam feito: “Por que choras?”. Que tristeza pensar que chorava, quando poderia estar louvando, caso tivesse percebido que Cristo estava vivo! Então, acrescentou: “A quem procuras?”. Como é confortante saber que Jesus conhece todas as nossas tristezas. O Salvador sabia que o coração de Maria estava aflito e que a mente dela estava confusa e não a repreendeu. Antes, revelou-se a ela com toda ternura. A fim de que ela o reconhecesse, tudo o que precisou fazer foi dizer o nome dela. Mais uma vez, cumpriram-se as Escrituras, pois as ovelhas reconhecem sua voz quando Jesus as chama pelo nome (João 10:3). 

Temos então a ordem de Cristo: “Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai” (v. 17). Algumas versões, como a Bíblia Viva, vertem para “não me toque”, o que cria uma contradição com a própria ordem posterior de Jesus a Tomé para que o tocasse. O verbo grego haptomai pode se referir a “tocar” ou a “agarrar-se”. Carson advoga que o que Cristo estaria dizendo a Maria é: “Pare de se agarrar a mim, pois ainda não subi ao Pai (ou seja, ainda não ascendi definitivamente), vá testemunhar de que me vistes aos meus irmãos”.  Esse é o tempo para alegria e para compartilhar as boas novas de ir até aos demais e anunciar a ressurreição do Salvador.

Alguns estudiosos creem que nosso Senhor voltou para o Pai naquela manhã e que essa foi a ascensão à qual se referia no verso 17. Porém, não encontramos outra passagem do Novo Testamento que possa corroborar essa interpretação. Afirmar que se estava cumprindo o simbolismo do Dia da Expiação e apresentando o sangue ao Pai é ir longe demais (Levíticos 16). Diga-se de passagem, Ele não tinha sangue algum para apresentar; pois já realizara esse ato na cruz, quando foi feito pecado por nós. O corpo ressurreto e glorificado de Jesus era de “carne e osso” (Lucas 24:39), não de “carne e sangue”. A ressurreição, em si, era prova de que a obra de redenção havia sido consumada (“e ressuscitou por causa da nossa justificação”, Romanos 4:24 25). Não havendo, portanto, mais nada a ser feito! 

É bastante sugestivo que Jesus, deliberadamente, escolheu aparecer a Maria Madalena por primeiro, fazendo dela a primeira testemunha ocular que Ele havia ressuscitado! Entre os judeus daquela época, o testemunho das mulheres não era tido em alta consideração. Os rabinos costumavam dizer: “É melhor que as palavras da Lei sejam queimadas do que entregues a uma mulher”.  Jesus, quebrando este paradigma, entrega a uma mulher uma mensagem mais importante do que a Lei, fazendo dela a primeira porta-voz de que o Salvador estava vivo! De sua parte, Jesus concedeu à mulher uma nova posição, tanto aqui quanto já durante sua atuação anterior. Não é João, mas Maria quem está sendo enviada por Jesus como mensageira autorizada para os demais.

 

A PRIMEIRA APARIÇÃO AOS DISCÍPULOS

Posteriormente, ao cair da tarde, acontece à revelação do Ressuscitado entre os discípulos. Torna-se clara a nova forma de existência de Cristo, às vezes inconcebível para nós. Por um lado ela é tão física e real, pois Jesus que traz visíveis em seu corpo as chagas de sua morte, podendo desse modo demonstrar aos discípulos sua identidade de Crucificado; Por outro lado, Ele está além das leis da matéria. Atravessando portas fechadas, de repente está dentro do recinto, no meio deles. Ele fala a seus discípulos com voz audível, assim como também havia chamado Maria, usando a voz que lhes era completamente familiar. A primeira palavra de sua boca é uma simples saudação, que todas as pessoas em Israel usavam: Paz seja convosco. 

A palavra hebraica para paz, shalom, abrange a compreensão judaica de vida plena (saúde, paz, prosperidade, longevidade, fertilidade). Aqui podemos assumir que abrange toda a salvação. Tudo foi perdoado e apagado. Não se ouve nenhum tom de recriminação. Não é feito nenhum acerto de contas, depois do qual também poderia haver uma reconciliação. No primeiro reencontro, aquele que foi abandonado pelos discípulos, negado por Simão Pedro, não possui nada mais que paz, amor e salvação para os seus. A paz que o mundo não pode dar é a paz do perdão. Jesus conquistou essa paz para os seus na cruz. O perdão se fundamenta nos ferimentos de Jesus. É por isso que Jesus mostra as mãos e o lado a seus discípulos, imediatamente depois da saudação de paz. Essas chagas, que a rigor são uma mutilação de seu corpo e uma acusação ao mundo, constituem agora o sinal da paz. É por isso que o Senhor também os preserva em seu corpo ressurreto. A identificação do Ressuscitado (e Exaltado) com o Crucificado possui importância fundamental. O que aconteceu na cruz não é algo passageiro. Continua válido para a eternidade e caracteriza a natureza e o poder de Jesus até a consumação. Cristo não se desfez das chagas, como fez com a fraqueza terrena restante. O Cristo Ressurreto traz em si as chagas.

O primeiro encontro culmina com Cristo enviando seus discípulos. Ao serem enviados, os discípulos são inseridos no poderoso movimento que saiu do coração do Pai e penetrou no mundo pela entrega do Filho e agora deve imergir cada vez mais no mundo por meio dos discípulos de Jesus. Pelo fato de que o Pai enviou Jesus dessa maneira, Jesus novamente envia os discípulos. Cabe lembrarmos que, para o pensamento e a percepção linguística dos israelitas, sobretudo a autorização fazia parte do envio. Ou seja, “o enviado é como aquele que o envia”. O envio dos discípulos contém a autoridade de Jesus, o Salvador do mundo. Por isso, fala e ação dos discípulos agora também precisam corresponder ao envio de Jesus e apresentar as mesmas características do amor, da verdade, da humildade e do poder. Nesse sentido, o termo como também é comparativo. Se os discípulos se alegrarem com o reencontro, se amarem seu Senhor, que vem ao encontro deles com tanta alegria, então deverão saber: somente se assumirem o envio sua alegria poderá tornar-se perfeita e seu amor a Jesus, visível (João 15:10s). 

O verso 20 traz uma passagem intrigante quando Jesus, reunido com seus discípulos, sopra sobre eles e diz: “Recebam o Espírito Santo”. Há três possibilidades de interpretação para essa questão: O Espírito Santo foi dado antes do Pentecoste; O Pentecoste Joanino ou uma Ação Simbólica.

Sopro tem a ver com a própria palavra Espírito. O ato de soprar tem a ver com expelir vento. A palavra Espírito em grego é pneuma e tem relação com soprar, ventar. O “sopro” e a ideia da concessão do Espírito Santo têm conexão nesse texto. A pergunta é se isso é apenas simbólico, ou se de fato isso aconteceu como outorga prematura do Espírito Santo, antes do Pentecoste ou ainda se foi o Pentecoste na perspectiva Joanina.

A alternativa (2) é de difícil harmonização com o Pentecoste de Lucas. Parecem ser dois eventos diferentes. Em João aparece Jesus e mais 10 discípulos (Tomé estava ausente e não teria recebido o sopro de Jesus) e em Atos dos Apóstolos 2 temos 120 discípulos (Jesus estava ausente) e todos receberam o Espírito. Depois que houve o sopro de Jesus, em João 20:22 os discípulos voltaram a pescar. Em pentecoste, no livro de Atos, com o recebimento do Espírito Santo, houve uma mudança de vida profunda nos discípulos, a ponto deles estarem dispostos a morrer por Cristo, o que não acontece no Evangelho de João onde eles simplesmente voltam a fazer o que faziam antes, ou seja, pescar. 

O mais importante aqui é olhar para a pneumatologia que João oferece. No Evangelho de João, glorificação (João 17) é um processo. Inclui o sofrimento, a cruz, morte, ressurreição e ascensão de Cristo. Terminado esse processo, o Espírito Santo poderia ser enviado aos discípulos. Em virtude disso, o Espírito Santo ainda não poderia ser enviado no Evangelho de João antes de se cumprir toda uma etapa que fazia parte do processo da glorificação de Cristo. Sendo assim a alternativa 1, que diz que o Espírito Santo foi dado antes do Pentecoste, cai por terra.

É mais razoável pensar que o que aconteceu em João 20:22 foi uma ação simbólica de Jesus, sinalizando que eles receberiam o Espírito Santo quando Ele fosse glorificado. Podemos pensar que Jesus foi sempre direto no que disse ou fez, mas há muitas ações simbólicas de Jesus ao longo dos evangelhos como, por exemplo, a passagem da maldição da figueira (Marcos 11:12-26) ou no episódio da purificação do templo (João 2:12-21) quando Ele se referia ao seu próprio corpo enquanto falava do templo. Suas palavras ou ações, quando simbólicas, tinham uma mensagem a comunicar. Por isso a ideia em João 20:22 parece ser muito mais a de deixar os discípulos com mais convicção e com a certeza de que eles realmente receberiam o Espírito Santo quando Jesus fosse glorificado.

 

A INCREDULIDADE DE TOMÉ

No meio cristão, Tomé sempre foi criticado por sua incredulidade. Primeiramente é preciso lembrar que ele não foi o único a descrer da ressurreição, basta ver os discípulos no caminho de Emaús em Lucas 24 Porém o fato de Jesus aparecer a ele deixar que seu corpo fosse tocado nos fornece bons argumentos para defendermos a ressurreição corpórea de Cristo. Ninguém pode dizer que Jesus apareceu apenas em espírito. Que foi o espírito de Cristo que transpassou as paredes do recinto onde eles estavam reunidos, porque Jesus proporcionou a Tomé a oportunidade de tocá-lo! 

Para nós, é um grande estímulo saber que Deus se interessou pessoalmente e se preocupou com o “Tomé incrédulo”. Mostrou o desejo de fortalecer a fé de Tomé e de incluí-lo nas bênçãos reservadas aos seguidores de Cristo. Tomé serve para nos lembrar de que a incredulidade priva-nos de bênçãos e de oportunidades. Pode parecer sofisticado e intelectual questionar o que Jesus fez, mas tais perguntas normalmente indicam um coração endurecido, não uma mente perscrutadora. Tomé representa a “abordagem científica” à vida – abordagem que não funcionou! Afinal, quando o céptico diz: “Recuso-me a crer a menos que...”, já está reconhecendo que tem fé. Crê na validade do teste ou experimento que ele próprio elaborou. Se esse indivíduo crê na validade da própria “abordagem científica”, por que não é capaz de crer no que Deus revelou? Devemos nos lembrar de que todo mundo vive pela fé. A grande diferença é o objeto dessa fé. Os cristãos depositam sua fé em Deus e em sua Palavra, enquanto os nãos salvos depositam sua fé em si mesmos.

 

UMA PALAVRA FINAL

A ressurreição é parte essencial da mensagem do evangelho (1 Coríntios 15:1-8) e uma chave para a doutrina da fé cristã. Prova que Jesus Cristo é o Filho de Deus (Atos dos Apóstolos 2:32-36; Romanos 1:4) e que sua obra expiatória na cruz foi consumada e é eficaz (Romanos 4:24 25). A cruz e o túmulo vazios são os “recibos” de Deus, dizendo que a dívida foi paga. Jesus Cristo não é apenas o Salvador, mas também o Santificador (Romanos 6:4-10) e o Intercessor (Romanos 8:34). Um dia, voltará como Juiz (Atos dos Apóstolos 17:30 31).

A ressurreição de Cristo é um evento central para a fé cristã. Não somente do ponto de vista histórico, ela aconteceu; como do ponto de vista testemunhal, precisamos anunciá-la; e, ainda, do ponto de vista prático, precisamos experimentar a realidade da ressurreição em nossa vida cristã diária vivendo em novidade de vida, como bem expressou o Apóstolo Paulo (Gálatas 2:20).