Penalidade por não lembrar

Texto de Estudo: Juízes 10:10-18

Quando o povo de Israel estava prestes a cruzar o Rio Jordão, rumo à terra da promessa, Moisés lhes lembrou a aliança e imprimiu neles a necessidade de ensinar seus filhos a obedecerem aos mandamentos que Deus lhes tinha dado no Monte Horebe. Ele implorou para que fossem cuidadosos em não esquecerem-se do Senhor e não seguirem os deuses dos povos à sua volta. Ele os instruiu a não permitirem que seus filhos se casassem com os outros povos, porque isso os afastaria de Deus.Se eles seguissem os mandamentos do Senhor, Ele os abençoaria e aumentaria seu número. Entretanto, se eles se afastassem de Deus, enfrentariam juízo. "Mas se vocês se esquecerem do Senhor, do seu Deus, e seguirem outros deuses, prestando-lhes culto e curvando-se diante deles, asseguro-lhes hoje que vocês serão destruídos" (Deuteronômio 8:19 NVI).

Você conhece a história. Em vez de se lembrar dos mandamentos de Deus, repetidas vezes o povo de Israel se desviou do Senhor. Eles não aprenderam com a própria história e sua destruição deveria repetir o ciclo de desobediência, juízo e arrependimento. Em nossa passagem de hoje, lemos que o povo de Israel se afastou de Deus e adorou os deuses de todas as nações que estavam ao seu redor.

Nesse relato, no lugar de a nação inteira sofrer devido à desobediência, os gileaditas, que viviam do outro lado do Rio Jordão, receberam a violência da ira de Deus. Se eles tivessem estudado a história, teriam entendido que Moisés dera seu aviso ao povo no mesmo local onde os amonitas agora os estavam oprimindo. Essa era uma mensagem que o Senhor enfatizou, ao lembrar-lhes as nações em toda a história que os haviam oprimido e das quais o Senhor os livrara (Juízes 10:11-12).

A questão é se aprenderemos com os erros dos israelitas ou esqueceremos a admoestação de Deus e o exemplo de Israel e nos voltaremos aos deuses dos povos à nossa volta. O fato de o Senhor ter levado adiante Seu aviso aos israelitas é uma mensagem para nós hoje. Não devemos pensar que o Senhor desviará os olhos do pecado de Seu povo, quando nos afastarmos dEle para adorar outros deuses. Porém, mesmo no julgamento de Deus em relação ao pecado há esperança de restauração. Assim como os israelitas se
voltaram para o Senhor e receberam Sua misericórdia, também nós receberemos Sua misericórdia se nos afastarmos de nossos ídolos e voltarmos para Ele.

Arrependimento superficial

João Batista estabeleceu o padrão de arrependimento quando declarou aos fariseus e saduceus: "Deem fruto que mostre o arrependimento" (Mateus 3:8 NVI). Produzir fruto do arrependimento requer uma mudança de vida que chegue ao coração.

A questão, ao examinarmos esta passagem em Juízes, é determinar se os israelitas estavam arrependidos de coração ou se seu arrependimento não era suficiente para remover os problemas que os oprimiam. Jefté colocou em dúvida a sinceridade dos anciãos de Gileade, pela mesma razão. Eles estavam dispostos não somente a restaurar sua herança em Gileade, mas a fazer dele líder daquele momento em diante. Jefté foi sábio o suficiente para exigir deles prova de sua oferta. Depois que o fizeram, então ele assumiu o comando.Quando estamos sob forte opressão, isso pode nos levar a fazer promessas que não podemos cumprir. Resumindo, a mesma coisa que nos liberta tornar-se opressiva para nós. Podemos prometer a Deus que daremos uma oferta substancial à igreja, ou entraremos no ministério, ou faremos isto ou aquilo, somente se Ele nos libertar.

Esse é o exemplo de Jefté. Ele votou a Deus que, se o Senhor desse a eles vitória sobre os amonitas, ele sacrificaria em holocausto a primeira coisa que saísse de sua porta. Tristemente, foi sua filha única que saiu para ir ao seu encontro e ele manteve seu voto. Se Jefté conhecesse o caráter de Deus, ele teria percebido que o Senhor está mais interessado na condição do coração do que em sacrifícios. "Pois desejo misericórdia, e não sacrifícios; e conhecimento de Deus em vez de holocaustos" (Oséias 6:6 NVI).

O arrependimento superficial nunca produzirá o fruto do Espírito que dá a vida. Se nosso arrependimento dura somente até que o que esteja nos oprimindo vá embora, perdemos o verdadeiro poder do relacionamento com nosso Deus. O verdadeiro arrependimento é um estilo de vida que continua além de nossas dificuldades e se concentra como um laser, na nossa transformação na própria natureza de Deus. Não devemos nos satisfazer com o fim da opressão, mas com o encher diário da plenitude de Deus.

Território de Deus

Quando o Senhor deu o território de Canaã ao Seu povo, ordenou-lhe que tomasse posse. Em outras palavras, eles deveriam lutar expulsando as pessoas daquela terra. É muito interessante que, quando o coração deles se afastou de Deus, eles perderam a posse de sua terra. Então, quando se voltaram para Deus, tiveram que retomar o território que fora roubado.

Quando Jefté confrontou o rei dos amonitas, pela terra que eles tinham capturado de Israel, o rei alegou que a terra havia sido originalmente deles (Juízes 11:12-27). Nada podia estar mais longe da verdade! A terra, na verdade, pertenceu aos amoritas, os quais o povo de Israel destruiu. Quando Jefté respondeu ao rei com a história verdadeira daquele território, suas alegações foram desmascaradas. Portanto, Jefté foi forçado a atacar os amonitas e acabou destruindo 20 cidades.

Essa é uma lição para nós hoje. O maligno mentirá para nós e dirá que a "terra" que ele roubou de nós, na verdade, pertence a ele. Assim como o povo de Israel teve que lutar por sua terra, nós também devemos lutar. A "terra" pela qual lutamos é para que o Senhor possua nosso coração e mente. Nosso território deve trazer tudo em nossa vida sob o governo e reino de Jesus. Fazemos isso nos submetendo à sua Palavra pela fé e vivendo a vida do Espírito que ele nos chamou para viver. Não basta simplesmente "sentir muito"
pelo nosso pecado. Devemos continuar nos arrependendo até que nossa vida torne-se conforme a própria imagem de Jesus Cristo.


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