Texto de EstudoJosué 1:7-16

"Deus disse. Acredite. Isso resolve". Quantas vezes você já ouviu isso vindo do púlpito? O estudo bíblico deste sábado sugere uma mudança: "Deus disse. Isso resolve". O livro de Josué começa ecoando a ordem do versículo anterior mais como se fosse um apelo do que uma ordem: "Tão-somente sê forte e corajoso" (1:7). O contexto coloca essas palavras em conexão direta com a Lei de Moisés.

Por que essa conexão?

Israel estava prestes a enfrentar uma luta. O Deus da Aliança prometera a Josué que eles venceriam: "Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida" (v. 5). Mas Israel enfrentaria forças que, humanamente falando, poderiam se provar grandes demais para que eles fossem páreo.

Quando o Senhor, teu Deus, te introduzir na terra a qual passas a possuir, e tiver lançado muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu. (Deuteronômio 7:1)

Essas nações históricas estavam de fora da Aliança com Israel e tinham seu próprio panteão de deuses levantando-se contra o Deus de Israel e o modo de vida de Israel. Como líder de Israel, Josué era chamado para ser o exemplo na observância da lei e, portanto, capaz de superar o poderio dessas nações e levantar-se contra as tentações de se render aos falsos deuses da terra. Para tanto, ele deveria: 1) Estar ligado à Lei; 2) Confessar a Lei; 3) Meditar na Lei; 4) Cumprir a Lei. Se Josué fi zesse essas coisas, então, teria sucesso (vv. 7-8) e seria próspero (v. 8).

O exemplo de Josué: princípios para a vida espiritual hoje

Uma vez que os quatro passos no relacionamento com a lei significaram, para Josué, sucesso físico e prosperidade, seríamos negligentes se concluíssemos que sucesso e prosperidade ocorrem em desconexão com o relacionamento com o Senhor, mediante a obediência a Seus mandamentos. Sucesso e prosperidade devem ser medidos em termos de relacionamento com Deus. Por sucesso e prosperidade, o crente hoje é chamado para participar dos mesmos quatro passos.

Somos chamados para viver dentro de um limite

Algumas vezes você ouvirá um batista do sétimo dia dizer: "Eu tenho liberdade de pensamento (o que os batistas chamam de 'Liberdade de Consciência'), então, posso crer no que eu quiser!". Pior do que isso, alguns podem dizer: "Sou livre em Jesus Cristo, posso ser 'tudo para com todos' (1 Coríntios 9:22). Posso fazer o que eu bem quiser!".

Está ouvindo a sirene tocar? Está vendo as luzes piscando? Depois de nos mandar encostar o carro o policial pergunta: "Sabe por que mandei você encostar?". Em resposta ao nosso olhar vazio, ele responde calmamente: "Você simplesmente passou a placa de pare". A placa de "pare" de Josué era "a lei que meu servo Moisés te ordenou" (v. 7). Ele tinha a ordem de viver dentro dos limites da Lei. "Dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda"  (v. 7).

John Gill (1697-1771), teólogo batista inglês e expositor da Bíblia, em seu comentário sobre o verso 7, cita o filósofo judeu Ben Gersom, o qual faz a seguinte afirmação: "Desviar-se para a direita é quando alguém acrescenta [à Lei de Deus] suas palavras; e desviar-se para a esquerda é quando ele diminui parte dela”.2

Dr. Howard Bixby, ex-reitor do Seminário Bíblico Batista de Clark Summit, na Pensilvânia, apresentou outro limite, em um seminário para pastores batistas do sétimo dia, em nosso acampamento anual. Ele deu aos pastores três palavras: 1) bíblico, significando que devemos fazê-lo porque está claro nas Escrituras que assim devemos agir; 2) não bíblico, significando que não devemos fazê-lo porque está claro nas Escrituras que não devemos agir assim; e 3) extrabíblico, significando que as Escrituras não falam a respeito, mas a cultura eclesiástica, ou cultura "cristã", tomou uma decisão que se classifica na mesma linha do "Farás" ou "Não farás".

Somos chamados para confessar com nossa boca

Josué foi instruído assim: "Não cesses de falar deste Livro da Lei" (v. 8). Conta-se uma história sobre Abraham Lincoln, que, quando ele lia, sempre o fazia em voz alta, para que pudesse ver e ouvir. O propósito desse método era aumentar o número de coisas que Lincoln pudesse lembrar. O apóstolo Paulo estabeleceu o propósito das palavras partirem da boca: "Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação" (Romanos 10:9-10). A palavra "confessar" traz a ideia de dizer a mesma coisa. Fale a verdade da Bíblia em voz alta; diga-a com sua boca. Pois, agindo assim, você ouvirá o que Deus está falando e você lembrar-se-á das Sagradas Letras, quando necessário.

Somos chamados para meditar sobre a Palavra

Como eu não sou um fazendeiro, tenho que acreditar na palavra das pessoas quando elas dizem o que acontece quando uma vaca rumina. Em minhas próprias palavras de leigo "a vaca mastiga as coisas duas vezes". Meditar é fazer o mesmo. É mastigar as palavras do livro duas vezes, e não parar por aí, mas mastigar de novo e de novo. Essa mastigação não tem limite de tempo. Deve ser feita dia e noite. Isso faz com que a Palavra seja digerida e torne-se parte de nosso próprio ser. Por meio dessa integração conhecemos a Deus, o sucesso e a prosperidade.

Somos chamados a agir

"Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé" (Tiago 2:18). Antes, na epístola, Tiago já tinha escrito: "Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos" (Tiago 1:22). Então, Josué ouviu: "Tenhas o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou" (v. 7).

O que está faltando?

Podemos ter todas as características da liderança, mas há um elemento que deve estar presente para assegurar sucesso e prosperidade: "O Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares" (v. 9). Sem a presença de Deus em nossas vidas, o resto é apenas detalhe insignificante. Reivindique a promessa, mas também viva a promessa, se quiser obter sucesso e prosperidade aos olhos de Deus.

 

2 GILL, John. An exposition of the Old and New Testaments. Paris, Arkansas: Baptist Standard Bearer, 2006.

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