Dízimo ou Deveres da Membresia?

Nossas igrejas são apenas clubes conduzidos por objetivos de membresia? Somos clubes sociais que permitem a entrada somente de pessoas particulares? Eis questões sérias sobre as quais cada igreja precisa se perguntar, atualmente.

O Grande Mandamento em Mateus 28 não fala a respeito dos convertidos. Contudo, manda-nos fazer discípulos. Estes são feitos somente quando ocorre uma profissão de fé – ou quando acontece o batismo? O que é discipulado e como acontece em sua igreja?

No texto de hoje, Paulo deu um breve vislumbre no discipulado e sobre seus passos para ajudar os outros a crescerem na fé. Como igreja, nosso trabalho não está completo quando descemos alguém nas águas; ele continua pela vida inteira.

Antes que uma criança possa andar, ela tem de aprender a ficar em pé. Normalmente, o pai e a mãe ensinam isso e, depois, a caminhar. Paulo era um “pai espiritual” para esses crentes, mas fora forçado a deixar Tessalônica. Como, então, pôde ajudar esses jovens cristãos a aprenderem a ficar em pé, diante das provações? Paulo tomou três atitudes para ajudar a jovem igreja a encorajar o discipulado.

Ele enviou-lhes um auxiliador (v. 1-5)

Quando Paulo e seus amigos deixaram Tessalônica, foram a Beréia e ministraram a Palavra. Mas os causadores de encrencas da Tessalônica seguiram-nos e instigaram a oposição. Paulo partiu para Atenas enquanto Silas e Timóteo permaneceram. Mais tarde, o apóstolo enviou Timóteo de volta a Tessalônica para ajudar a jovem igreja com suas tribulações. Vários fatores importantes estavam envolvidos nessa decisão:

  1. A preocupação de Paulo (v. 1). O “pelo que” do início deste capítulo refere-se a 2:17-20, no qual ele expressou seu grande amor pelos crentes. Foi por causa desse amor que não pôde abandoná-los quando precisaram de ajuda.
  2. O caráter de Timóteo (v.2). A tarefa de Timóteo era estabelecer os crentes e encorajá-los em sua fé. É a fé em Deus que mantém nossos pés no chão quando o inimigo ataca. Sem fé no Senhor, somos derrotados. Nem todo crente está equipado para fundamentar os outros em sua fé. Entretanto, todo cristão deveria ser maduro o suficiente para ajudar os outros a crescerem no Senhor e a aprenderem a ficar em pé sobre seus próprios pés.
  3. O conflito da igreja (v. 3-5). As provações e os testes surgidos em nossa vida como cristãos não são acidentes – são indicações. Perseguições não são estranhas para o crente; é uma parte normal da vida cristã (Filipenses 1:29).

Ele escreveu uma carta (v. 6-9)

Timóteo encontrou Paulo em Corinto (Atos dos Apóstolos 18:5) e deu-lhe a adorável notícia de que a situação estava indo bem em Tessalônica. Timóteo contou que os novos crentes permaneciam firmes, a despeito da perseguição. Eles não acreditavam nas mentiras que o inimigo dissera sobre Paulo e ainda o tinham na mais alta estima e amor.

A resposta de Paulo foi escrever-lhes esta carta – uma parte da Palavra inspirada de Deus. A Palavra divina é uma das melhores ferramentas para fundamentar novos cristãos na fé (2 Tessalonicenses 2:15). A Bíblia é capaz de nos fundamentar, porque é inspirada por Deus (2 Timóteo 3:16). Ela é a própria Palavra de Deus!

A primeira “Carta aos Tessalonicenses” está saturada de doutrinas bíblicas, pois cada doutrina da fé mais importante é mencionada. Paulo escreveu sobre tribulações, tentação, seu testemunho de fé e a gratidão pelos santos. Eis uma carta feita para preencher e encorajar o corpo de Cristo em Tessalônica.

Ele Orou por Eles (v. 10-13)

Assim como Jesus intercedeu por seus discípulos, Paulo orou pelos cristãos tessalonicenses com três pedidos específicos:

  1. Que a fé daquele povo pudesse amadurecer (v.10). Nossa fé jamais alcança a perfeição; há sempre necessidade de adequação e crescimento. Paulo pediu a Deus que tornasse possível para ele ministrá-los pessoalmente. Deus não respondeu ao pedido; contudo, forneceu respostas à oração por intermédio de seu servo, Timóteo, que auxiliou a fé a amadurecer.
  2. Que o amor daquele povo pudesse abundar (v.12). Tempos de sofrimento podem ser de egoísmo. Pessoas perseguidas tornam-se muito egoístas e exigentes. Algumas constroem muros em tempos de provação e trancam-se em si mesmas. Outras constroem pontes e aproximam-se do Senhor e de seu povo. Essa foi a oração de Paulo por estes crentes, e Deus respondeu. Nossa fé crescente deveria resultar em amor crescente pelos outros.
  3. Que houvesse santidade na vida (v. 13). O retorno antecipado de Jesus Cristo motiva o crente a viver uma vida santa. O retorno de nosso Senhor é fonte de estabilidade na vida cristã.
Observe que as orações de Paulo por seus amigos não eram descuidadas ou ocasionais. Ele orava, continuamente, para que a obra de Deus fosse feita. A oração verdadeira é trabalho duro, e a de Paulo ensina a orar não somente por novos crentes, mas por todos. Devemos orar para que sua fé amadureça, o amor cresça e o caráter e a conduta sejam santos e irrepreensíveis diante de Deus.

Comunidade da Igreja

Enquanto clubes promovem comunidades, a igreja é o método de Deus à comunidade. Há muitos meios importantes de se mostrar as diferenças entre clubes e igrejas.

  1. Comunidade é indispensável num ambiente de igreja. Você não pode escolher a sua comunidade. Deus chama as pessoas para a salvação na igreja da comunidade em que elas vivem. Quando você vive numa verdadeira comunidade cristã (Atos 2:42-47), você não pode afastar-se daqueles com quem você compartilha uma relação de aliança. Você pode ser membro de um clube e ser bastante independente dos outros. Você não pode ser um membro da igreja e ser, ao mesmo tempo, independente do corpo de Cristo.
  2. Igrejas esperam atitudes de fé. É fácil dizer que se é cristão, mas o difícil é ser cristão. A fé verdadeira resulta na verdadeira salvação. Associados de um clube não exigem atividades. Exigem dinheiro. Membros de uma igreja, porém, exigem atividades.
  3. Igrejas regozijam-se e entristecem-se com seus membros. As pessoas da sua igreja celebram um sucesso pessoal, como Bodas de Prata. As pessoas do seu clube não são compelidas a se preocupar com a sua vida.
  4. Igrejas são mantidas unidas pela graça. Clubes têm políticas, regras, regulamentos, estatutos para reger o comportamento de seus membros. Por outro lado, as igrejas também têm esses documentos; porém é a liberdade que Deus nos concede por meio de Sua graça, que nos leva à fé, que rege a nossa conduta.
Deus não nos chamou à salvação para nos encontrarmos uma vez por semana, cumprir nossos deveres e comparecer à igreja. Ele chamou para sermos parte ativa na vida dos outros: reunião, compartilhamento, confissão, regozijo, lamento, amor e viver. Ele não chamou para sermos cristãos apenas por um dia. Ele quer que sejamos cristãos, fazedores de discípulos, todos os dias da semana.

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