No fim da década de 90, uma das principais apresentadoras de programas de auditório vespertinos dos EUA explicou para seus 8 milhões de telespectadores que “não poderia haver apenas um caminho possível para Deus”. Este parece ser o tópico do momento. Tolerância e panteísmo parecem estar dirigindo o show. Na visão de um mundo panteísta, você basicamente pega todas as coisas que gosta, de simplesmente tudo o que há no mundo. Pegue um pouco de budismo, algum hinduísmo, um pouco de islamismo, uma pitada de agnosticismo, e tudo o mais que você gostar e terá um excelente sistema de crenças.
O problema com esta prática desenfreada é que ela limita Jesus a nada mais do que um sábio mestre ou um intelectual que viveu há alguns anos e ensinou às pessoas como se relacionarem bem. Em Mateus 17 encontramos um Jesus que é muito mais do que isso. Nesta passagem, vemo-lo, juntamente com três de seus discípulos, passando um momento na glória eterna de Deus. Vemos um Pai confirmando a vastidão incompreensível do alcance da missão de seu Filho, colocando-o muito distante dos limites do título de “mestre”. E vemos um Salvador explicando aos seus seguidores que se a história estivesse completa, se ele estivesse lá simplesmente para dar alguma direção, então eles poderiam seguir adiante e dizer isso todos. Mas a história não acaba por aqui.
“Bom é estarmos aqui.”
A glória de Deus é boa. Claro, todos nós sabemos que isso é verdade. Mas como sabemos disso? Basicamente retiramos este conhecimento de três fontes. Primeiro, encontramos em toda a Escritura informações nos dizendo que a glória de Deus é boa e, de fato, melhor do que qualquer outro lugar onde possamos existir. Segundo, todos nós temos experiências pessoais em que experimentamos vislumbres relativamente pequenos da glória de Deus. E terceiro, experimentamos coisas realmente boas e sabemos que a glória de Deus é melhor do que estas experiências e os sentimentos que as acompanham e, portanto, deve ser verdadeiramente boa.
Mas Pedro acrescentou à sua base de conhecimentos a evidência mais contundente de todas. Ele e dois de seus amigos experimentaram a glória de Deus em primeira mão. De fato, ele estava juntando os fatos para reconhecer que sim, isto é realmente bom.
Há muitos que até usam a bondade da glória de Deus como uma estratégia de evangelismo. Alguns usam a estratégia “converta-se ou queime”, “saia do inferno livre”. Outros abordam o cristianismo pelo ângulo do relacionamento. Mas alguns se prendem à maravilha da glória de Deus e como será bom passar a eternidade em sua presença direta como à chave para “venderem” o evangelho de Cristo. Independentemente, a presença direta de Deus é algo imensamente indescritível.
É tão bom que Pedro nem mesmo queria partir. Ele queria montar acampamento e prolongar a festa. Você entende, os homens têm um desejo no coração de fazer as coisas boas e positivas durarem o máximo possível. É por isso que, nós cristãos, aguardamos tão ansiosamente a eternidade; porque esta será a eternidade na grandiosa e maravilhosa presença da glória de Deus.
Não é divertido ir a conferências ou retiros? As crianças, na grande maioria, adoram acampar. Amamos feriados e sair com a família de férias. Na verdade, isto é parcialmente correto porque se trata de uma quebra na rotina da vida cotidiana. Mas parece que há outra razão para isso. Parece que amamos tanto estas coisas porque nosso coração anseia pela comunhão com irmãos e irmãs na presença de Deus exatamente como fomos criados. De fato, amamos estas coisas e ansiamos tanto por elas que temos uma sensação de perda quando estes momentos chegam ao fim.
Outra coisa interessante acontece quando estes momentos de comunhão chegam. Quando sabemos que estão chegando, os antecipamos, esperamos por eles, nos preparamos para eles e ficamos realmente entusiasmados com eles.
Todos nós sabemos bem que o retorno de Cristo é iminente. A bondade da glória de Deus logo será nossa realidade. Isto é algo que precisamos antecipar. Isto é algo que precisamos esperar. Isto é algo para o qual precisamos nos preparar. E isto é algo com que precisamos nos entusiasmar.
“Este é o meu Filho.”
Nesta experiência no topo da montanha, o Pai deixou claro que Jesus não se encaixava na mesma categoria dos sábios ou dos mestres desta ou de qualquer outra era. Jesus Cristo é completamente único, pois é o único Filho gerado de Deus.
O fator que distingue o cristianismo de qualquer outra crença mundial é que Cristo não recebeu a revelação. Jesus Cristo era a revelação. Outras crenças (adventistas, mórmons, muçulmanos, budistas, etc.) tiveram seu começo com alguém recebendo algum tipo de revelação (sonhos, livros, etc.).
Jesus Cristo era a verdadeira revelação. Cristo era Deus revelando-se à humanidade. Se você quer saber o que Deus é, olhe para Jesus. Se quiser saber o que Deus pensa ou gosta, ou não gosta, estude o que Jesus ensinou. Jesus é Deus e Jesus é unicamente o Filho gerado de Deus Pai.
O Pai deixou abundantemente claro que, enquanto Jesus é muito mais do que simplesmente um mestre, ele ainda é um mestre. Ele clara e concisamente ordenou aos seguidores de Cristo: “A ele ouvi.”
É verdade que, de acordo com Romanos 10:9-10, crer é tudo o que é exigido para a salvação. Todavia, parte do ministério de Cristo era nos ensinar como viver no tempo entre o hoje e a eternidade. No presente, continuamos a viver em um mundo caído. Se quisermos tornar esta vida de alguma maneira mais fácil, se quisermos alcançar o mundo à nossa volta e levar o máximo de pessoas conosco para seu reino eterno, faríamos bem em o ouvirmos. “A ele ouvi” continua sendo nosso chamado eterno.
“A ninguém conteis a visão, até que o Filho do Homem ressuscite dentre os mortos.”
Quando eu era mais novo, sempre imaginei por que Jesus quis guardar para si um segredo tão grande. Ele sempre dizia às pessoas que não dissessem a ninguém o que ele fazia. A conclusão é basicamente esta: Jesus não queria que seus seguidores contassem a história até que eles tivessem a história completa. Jesus sabia como sua história terminaria. Se os fatos fossem divulgados amplamente, alguns poderiam tentar evitar que se completassem. A morte e a ressurreição de Cristo era um componente necessário à sua missão de salvação (1 Coríntios 1:22-25). O caminho até seu destino não podia ser dificultado por ninguém. É por isso que ele se esforçou para guardar alguns destes eventos especiais como segredo.
Mas hoje, bem aqui, agora mesmo, temos a história completa. Temos um grande mestre. Temos um homem que viveu uma vida sem pecado e nos ensinou como Deus quer que vivamos, mas a história vai além disso. Temos muito mais do que um mestre. Temos uma morte e uma ressurreição e temos o próprio Filho de Deus - o salvador. Nós temos uma história e é nosso dever sair e contá-la a todos.