Relembro por um momento uma história que gosto muito, O Mágico de Oz. Perto do fim da história, Dorothy e companhia finalmente chegam à Cidade Esmeralda para verem o Mágico. Quando eles entram na sala do trono do Mágico, ficam espantados com o espetáculo de luzes e sons enquanto a imagem holográfica do Mágico é projetada e sua voz troveja pela câmara. Quando se recompõem, o cachorro de Dorothy, Totó, escapa da dona e corre até uma pequena cabine ao lado. Totó arranca a dentadas a cortinha da cabine e revela a verdadeira identidade do Mágico de Oz, um inofensivo baixinho.

 

Mas quando isto aconteceu, este homem por sua vez revelou a verdadeira identidade de cada membro do grupo viajante de Dorothy. O Leão Covarde era na verdade um corajoso rei. O Homem de Lata tinha na verdade um coração cheio de compaixão. E o Espantalho era de fato um intelectual brilhante.

Em Mateus 16:13-27, Deus retira a cortina. Nesta pequena e breve cena, ele revela a verdadeira identidade de seu Filho e a verdadeira identidade de seu povo. Em um encontro entre Jesus e Pedro, é dado ao seu povo conhecimento, esperança, propósito e o custo. Ele nos encoraja com verdadeiro entendimento e conhecimento de sua própria identidade. Ele dá esperança a Pedro e, indiretamente, a todos nós ao revelar sua identidade e a identidade da igreja. Ao revelar a identidade da igreja, Jesus a dá um propósito, o controle das chaves do céu. Como usamos essas chaves depende completamente de nós. Mas o custo de aceitar esta identidade e este propósito é alto; resumindo, nossa vida inteira.

Conhecimento

Nos versículos de 13 a 17 descobrimos que Deus deu aos discípulos conhecimento; a identidade de seu Filho, Jesus. Agora você precisa entender que na cultura antiga do Oriente Médio, o nome de alguém era sua identidade. Encontramos isto em todo lugar no Antigo Testamento. Adão é a palavra hebraica para “humano”. Ele chamou sua esposa de Eva, que deriva da palavra que significa “vivo” porque ela foi a mãe de todas as coisas vivas. Sete, o filho nascido de Eva depois que Abel foi morto, quer dizer “compensação”. Na Torre de Babel, o texto nos diz que as pessoas queriam criar um nome para si próprias, queriam estabelecer uma identidade pessoal.

Muitas vezes quando Deus deu a alguém um novo propósito e um novo chamado, ele lhes dava um novo nome; de Abrão para Abraão, Jacó para Israel e assim por diante.

No começo de nossa passagem, Jesus pergunta qual é a sua identidade no meio do povo a quem eles estavam ministrando. Como o povo via o Filho do Homem?

Falando em nomes, este é um bem interessante. Por que o “Filho do Homem”? O que significa? Bem, eu acho que não é tanto o que significa, mas o que não significa. Experimente e fique aqui comigo. “Cristo”, “Messias”, “Filho de Deus”, “Filho de Davi”, todos estes trazem consigo uma carga inteira de expectativas dadas pela cultura que Jesus não intencionava satisfazer. Então Jesus deu a si mesmo um novo nome que ele pudesse definir por conta própria; o Filho do Homem. O que as pessoas estão dizendo sobre o Filho do Homem?

Entra em cena Pedro, o porta-voz dos discípulos: “Bem, Herodes acha que você é João, o que batiza. Ouvi outros falando e diziam que você é um profeta como Elias ou Jeremias.”

“Bem, e quanto a vocês, pessoal? Quem vocês dizem que eu sou?” Aparentemente, Pedro e os outros estiveram conversando exatamente sobre isto. Pedro deu a conclusão deles. “Bem, você é o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Deus revelou aos discípulos qual era a verdadeira identidade de Jesus. Totó abriu a cortina e eles viram que Jesus era o Cristo, o Messias, aquele a quem Deus enviou para corretamente interpretar e cumprir a lei, à vontade e o coração de Deus.

Esperança

Mais uma vez, o Senhor está dando a alguém um novo chamado e um novo nome. Agora tenha em mente que este é o sujeito que começou a afundar na dúvida quando estava caminhando sobre as águas. Em apenas alguns minutos, ele irá repreender Jesus. Mais tarde na transfiguração ele se mostrará amplamente e se intrometerá. Ele nem mesmo sabe como alimentar as ovelhas de Jesus. Isso não acontece somente com este sujeito.

Lembrando das antigas tiras de Charlie Brown, Lucy sempre dizia a Charlie Brown: “Você é um fracote.” Este era Simão! Ele era simplesmente um fracote. Raras eram as ocasiões em que ele conseguiu fazer a coisa certa.

Então Jesus olha para ele e diz: “Sabe de uma coisa? Acho que vou começar a chamá-lo de Pedro!” Está entendendo, da mesma maneira que Deus deu a Pedro o conhecimento da verdadeira identidade de Jesus, ele deu-lhe a esperança em sua própria identidade. Jesus não o chamou de Pedro baseado em quem ele era, mas o chamou com base na rocha que Deus fez com que ele fosse.

Deus comissionou Pedro e o resto dos discípulos para assentarem o forte fundamento sobre o qual a igreja de Cristo está edificada (veja Efésios 2:20). O versículo 18 nos promete que o mal e a morte estão constantemente prontos para atacar a igreja de Deus, mas não a conseguem vencer. Às vezes como uma igreja, passamos por algumas provas duras. Passamos por alguns momentos realmente difíceis. Mas no fim do dia, ainda somos a igreja de Deus e mesmo o poder do inferno não pode prevalecer contra nós! Irmãos e irmãs, isso é esperança.

Propósito

Deus deu a seu povo as chaves do reino do céu. Quais são as chaves? As chaves são o conhecimento da identidade de Jesus como Cristo. Cristo é aquele que interpreta corretamente a lei, à vontade e o coração de Deus. Podemos olhar para Cristo nas Escrituras e olhar para os que estão à nossa volta e vermos se eles estão dentro ou não. Pessoas que seguem a Cristo são pessoas transformadas. E Deus revelou quem Cristo é e o que ele faz por meio das Escrituras. Deus nos deu, à igreja, as chaves do reino.

Como as usamos? O que é tudo isso de amarrar e soltar coisas? Isto aponta para como usamos as chaves. Quando amarramos, quando asseguramos alguém na terra, quando destrancamos o portão do céu, é quando pegamos essa chave, esse conhecimento de quem Jesus é e compartilhamos com outros. Quando enxergamos a vida e Cristo e a aplicamos a nossa própria vida e a compartilhamos com outros, estamos abrindo o portão e permitindo que pessoas entrem. Em compensação, quando afrouxamos as coisas, quando abrimos mão de coisas e fracassamos em levar este conhecimento ao mundo à nossa volta, falhamos em destrancar o portão e deixar as pessoas entrarem. Se mantivermos as chaves conosco, ninguém mais vai entrar nos portões. Como igreja, temos um propósito. Recebemos chaves e espera-se que as usemos.

Custo

Deus pode nos revelar nossa própria identidade. Deus pode nos dizer quem ele nos fez para ser. Deus pode nos dar esperança. Ele pode pegar os Pedros, Davis e Gideões e transformá-los em heróis. E ele nos dá um propósito. Ele pode entregar as chaves para abrir e deixar pessoas entrarem no céu. Mas estas coisas vêm a um custo.

Qual é o custo? O custo é simplesmente seguir Jesus. Mas seguir Jesus não é tão simples. Segui-lo requer que sacrifiquemos e abramos mão de nossa vida inteira. Não há espaço para indecisão, ficar em cima do muro, manter um pé em cada campo. Ou estamos dentro, ou fora. Se tentarmos confiar em nós mesmos, perderemos isso tudo e terminaremos sem nada. Mas se entregarmos tudo a Deus e o deixarmos assumir o controle, teremos tudo. Como disse Martin Luther: “Eu tive muitas coisas em minhas mãos, e perdi todas; mas tudo o que coloquei nas mãos de Deus, ainda possuo.”

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