O Poder do Jugo

Para muitos na América rural, competições de puxar tratores é a parte mais importante de feiras agrícolas locais ou municipais. Motores enfurecidos, expelindo fumaça e remexendo sujeira deixam a competição empolgante, enquanto os veículos pesados são puxados trilha abaixo.

 

Mas em algumas comunidades outro tipo de competição de puxar é a principal alegria da multidão. Em uma feira local, eu testemunhei um concurso de puxar bois. Ver aqueles animais em atividade era como voltar no passado para um tempo em que bois eram usados todos os dias para puxar as cargas mais pesadas na fazenda. Os bois que eu estava assistindo, é claro, não eram usados para o trabalho comum na fazenda; eles eram especialmente separados para concursos de puxar. E eram gigantescos. Emparelhados por imensos jugos de madeira, os bois eram postos na posição para carregarem a carga selecionada. A partida começou e juntos eles investiram contra o peso, músculos latejando e cabeças para baixo. O jugo rangeu e gemeu com a força. Quando o objetivo foi alcançado os animais ficaram parados obedientemente enquanto a carga era retirada. O fato notável do jugo é que ele dá aos animais o poder de fazer algo juntos, algo que possivelmente eles não conseguiriam fazer se amarrassem a carga separadamente. Junto com esse poder vem a restrição do jugo. Os animais são presos juntos no pesado colar de madeira e não podem agir independentemente.

Não é com frequência que vemos animais amarrados trabalhando juntos no mundo mecanizado de hoje. Por causa disso, a ilustração de Jesus no trecho bíblico desta semana pode ser um pouco estranha a nós. O jugo, porém, é uma imagem poderosa; uma que Jesus usou de maneira marcante.

Jesus Orou ao Pai

O versículo 25 dá início a uma afirmação de louvor com a frase: “Por aquele tempo...” Colocada no contexto, provavelmente ela se refere a este tempo na missão terrena de Jesus. Ele fora bem recebido em muitos lugares e tinha um número significativo de seguidores. Mas houve algumas cidades que rejeitaram seu ministério. Nesta afirmação de louvor, Jesus primeiramente reconhece Deus como Pai e depois como aquele que controlava o céu e a terra. Deus era quem tinha o poder de revelar e ocultar, e nosso Salvador o louvou pelo que era “do seu agrado”. Isto pode soar como uma “extravagância” celestial, mas seria mais apropriado entender isto como a vontade justa de Deus.

Quem rejeitou a mensagem da salvação? Jesus disse que esta fora “oculta” dos “sábios e instruídos”. Pareceria lógico incluir os opositores de Jesus, fariseus e saduceus, nesta descrição, mas tomada em contexto, ela não deve ser aplicada exclusivamente a eles. Jesus tinha acabado de falar contra aqueles que não aceitaram sua mensagem usando termos de vasta abrangência. Nos versículos 20-24 ele menciona a descrença de cidades inteiras nas quais ministrara. Embora um grande número de pessoas houvesse vindo, ouvido e até mesmo o seguido, está claro que números ainda maiores se afastaram das Boas Novas, mesmo quando entregues pelo Messias em pessoa.

Mas Jesus disse: o Pai revelara sua mensagem aos “pequeninos”. A palavra traduzida aqui como “pequeninos” significa, literalmente, uma criança recém-nascida; contudo Jesus está usando a palavra como um termo de afeição metafórica. Ser uma criança neste contexto é ser alguém “simples e inocente”. Devemos imediatamente ser lembrados de Mateus 18:2-4, onde é dito aos discípulos que eles devem ser como “criancinhas” para entrarem no reino dos céus. Deus revelou a mensagem de Jesus para os que eram humildes, simples e inocentes.

O versículo 27 é uma afirmação notável e importante de Jesus sobre seu relacionamento com Deus. Primeiramente, ele disse que tudo o que fizera e dissera havia lhe sido ordenado e confiado pelo Pai. Ele levou este relacionamento exclusivo ainda mais longe ao dizer que ninguém conhece o Filho além do Pai e ninguém conhece o Pai além do Filho. Ainda, a esta última afirmação de exclusividade adicionou uma qualificação. Ninguém pode conhecer o Pai exceto o Filho e aqueles que o Filho escolhe!

Por favor, pare um pouco e pense nas vastas consequências desta afirmação. Jesus disse que um relacionamento que havia sido fechado, bilateral e exclusivo seria aberto a outros, mas apenas através do Filho.

Somente isto já teria sido um anúncio que tiraria o mundo dos trilhos! Mas Jesus não parou por aí. Ele continuou com um início marcante. “Vinde a mim”, ele chamou. O único que poderia introduzir outros ao relacionamento com Deus, o Pai, chamava a humanidade para vir a ele. A quem esta oferta se estendia? Era ofertada não aos “sábios e instruídos”, mas aos “pequeninos”, os cansados, os sobrecarregados e aqueles cujas almas estivessem atribuladas.

Jesus usou a imagem do jugo como uma ilustração do que aguardaria os que aceitassem sua oferta. A implicação deste símbolo é que se o ouvinte aceitasse o “jugo” oferecido por ele, isto viria com o peso e a disciplina que o benefício traria. Do seguidor se esperaria que aprendesse do professor, não de um condutor com um chicote. Jesus declarou-se gentil e humilde e ao invés de uma vida inteira de trabalho inútil, ele oferecia um fardo leve, um jugo suave e descanso para a alma (Jeremias 6:16).

Somente Jesus poderia fazer e ainda pode fazer esta oferta. “Vinde a mim... e eu vos aliviarei.” Em um mundo mais e mais levado, dominado pelos bens materiais, 24 horas por dia e 7 dias por semana, com uma agenda que não inclui o sábado, a promessa de descanso para a alma soa “boa demais para ser verdade”. Mas a oferta é dada pelo único capaz. Mais uma vez nesta passagem, Jesus mostrou-se como o tão aguardado Messias.

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