O poder da celebridade

Em nosso país, como em muitos outros do mundo, as celebridades atraem muita atenção, seja da mídia ou das multidões de pessoas que se juntam para vê-las. Pode ser um jogador de futebol, um astro do cinema ou candidato político nacional, você pode ter certeza que uma aparição atrairá uma multidão. Por que as pessoas vêm? Com frequência é por curiosidade. Às vezes simplesmente as pessoas querem estar em contato pessoal com o indivíduo que apenas ouviram a respeito através da mídia. Às vezes, especialmente no caso de líderes políticos e religiosos é um desejo de descobrir se esta pessoa é “para valer”. A mensagem que ele ou ela traz será o que se espera ouvir?

 

Nos dias de Jesus, João Batista era uma celebridade! Quando Mateus diz que pessoas vinham de “Jerusalém e de toda a Judéia e de toda a região do Jordão” (v. 5), ele está descrevendo a maior parte de Israel! As pessoas devem ter andado por quilômetros e quilômetros para ouvir o que este homem, João, tinha a dizer. Claro, não havia mídia para espalhar a notícia, mas o boca-a-boca viajava muito rápido. A notícia de que um homem, vestido de “pele de camelo”, estava chamando ao arrependimento no deserto deve ter lembrado a muitos da descrição do profeta Elias em 2 Reis 1:8.

Uma mensagem simples

A mensagem inicial de João às multidões era “Arrependam- se!” As pessoas ouvindo teriam imediatamente reconhecido este chamado. Profetas no passado de Israel tinham dado o mesmo aviso. Ezequiel lhes dissera “convertei- vos e vivei” (Ezequiel 18:32). Jeremias lhes avisara que o arrependimento levaria à restauração (Jeremias 15:19). Isaías disse ao povo: “Virá o Redentor a Sião e aos de Jacó que se converterem, diz o Senhor” (Isaías 59:20). Para o povo de Israel, “arrependam-se, pois o reino dos céus está próximo” significava que a chegada do tão aguardado Messias estava às portas. A mensagem de João era efi ciente. No versículo seis, lemos que o povo fez exatamente o que ele pediu: confessaram seus pecados e foram batizados no rio Jordão.

No versículo 11, João anuncia o propósito por trás de seu chamado ao arrependimento. Ele está preparando o povo para a vinda do Messias, aquele que traz o batismo com fogo e com o Espírito. O batismo de João era para prepará- los. Jesus iluminaria o Reino dos Céus.

O aviso de João

João pinta um quadro que pode parecer muito estranho a muitos de nós hoje. Mesmo se vivermos em uma área agrícola, poucos de nós vimos uma “eira de separação”. Equipamentos de colheita modernos fazem a “separação” juntamente com a colheita. Se você já esteve no Kansas durante a colheita do trigo, já viu fi las de máquinas gigantes chamadas “colheitadeiras” cortando imensos montes de trigo dourado. Por trás de cada máquina fi ca um spray constante de palha. Nos dias de Jesus, é claro, esta função de separar a palha do trigo tinha que ser feita à mão.

O processo de separação requeria que o grão fosse batido contra um chão limpo e liso. Podia também ser batido com paus ou puxado por um carro ou trenó. O resultado era que a palha era separada do grão. Nesse ponto, uma pá ou um tridente seria empregado para lançar o grão e a palha no ar. O vento sopraria a palha leve para longe, e os montes de grãos mais pesados cairiam no chão. Depois de algumas vezes repetindo isto, o grão estaria limpo da palha. O grão seria recolhido e a palha era queimada. Montes de palha sendo queimados após a limpeza da eira era uma visão comum para os ouvintes de João.

O aviso que João traz com esta fi gura agrícola comum era de separação; uma divisão entre dignos e indignos. Aquele que viria a seguir teria o poder de separar a humanidade e o fi m dos indignos era de fato terrível. O tema da “separação” é repetido novamente pelo próprio Jesus na parábola do joio em Mateus 13:24-30 com um fi m semelhante para a parte da colheita que é indigna.

Um batismo de arrependimento para um homem sem pecado

No versículo 13, Mateus diz a seus leitores que Jesus veio a João para ser batizado. Você pode ter certeza de que a chegada de Jesus ao local de pregação de João não foi acidental. Ele veio a João com o propósito de ser batizado. A ênfase de Mateus nos versículos 14 e 15 é única neste evangelho. No versículo 14, João tenta impedir Jesus, argumentando que ele (um homem sem pecado) deveria ser quem o batizasse. Antes, João dirigiu-se aos fariseus e saduceus dizendo que eles não mostravam evidência de arrependimento. Agora ele está relutando com a ideia de batizar Jesus porque não vê razão para que ele se arrependa! Mas Jesus prevalece dizendo que “nos convém cumprir toda a justiça.” Com efeito, diz que é segundo a vontade de Deus que João e ele mesmo fazem isto. Ao entrar nas águas do batismo de João (um lugar para o pecador arrependido) Jesus firmemente associa-se à raça humana perdida, que ele foi enviado para salvar.

Quando Jesus saiu das águas do batismo, algo notável aconteceu. O versículo 16 diz: “se lhe abriram os céus.” Referências bíblicas sobre os céus sendo abertos mostram que haveria uma mensagem extremamente importante diretamente de Deus. Quando Ezequiel estava prestes a ter visões de Deus, “se abriram os céus” (Ezequiel 1:1). Quando Pedro ouviu uma mensagem de Deus sobre ministrar aos gentios, ele “viu o céu aberto” (Atos dos Apóstolos 10:11). A importância da mensagem de Mateus 3:17 não pode ser ignorada. “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” O próprio Deus eterno falou à sua criação humana, anunciando que o tão aguardado Messias, o Filho de Deus, havia chegado. Esta afi rmação era um cumprimento da profecia de Isaías (42:1).

A mensagem de João Batista era chamar ao arrependimento porque o reino de Deus estava próximo. Imagine como ele se sentiu quando, depois de batizar Jesus, viu o reino inaugurado com uma proclamação do próprio Deus. Um evento notável na história humana, mas ainda mais eminente foi a razão pela qual Jesus se submeteu a um batismo de arrependimento. Jesus começou seu ministério da mesma maneira que terminou; em humilde submissão à vontade do Pai. Nós frequentemente reconhecemos que Jesus levou nossos pecados na cruz, mas raramente percebemos que ele primeiro fez isto em seu batismo.

Os curiosos que vieram para ouvir João ouviram a mais importante mensagem que a humanidade jamais recebera. Jesus e João não eram celebridades vazias! Eram “para valer”. Você já deu o passo que João pregava? O arrependimento é necessário se formos dar nossos primeiros passos para o reino dos céus. Esta interação entre João e Jesus, todavia, deve nos ensinar que o simples arrependimento é o passo preparatório. Devemos aceitar o marcante anúncio de que Jesus é o Filho amado de Deus!

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