A visita dos “magos do Oriente” e a onda de atividade (boa e má) que a visita criou é o que estudamos hoje.

Somente com convite.

Mateus registra a visita dos magos, um grupo de homens de número desconhecido tradicionalmente chamados de “reis”, que eram sacerdotes persas – astrólogos que olhavam para os céus em uma tentativa de discernir eventos signifi cativos, tais como a ascensão de pessoas importantes. Enquanto muitos especulam sobre como ou por que estes “reis” teriam interesse em assuntos de uma terra estrangeira, é possível que a nobreza persa tivesse acesso à história de terras conquistadas – como a Babilônia, cujos registros mencionavam algumas pessoas famosas de Judá, seu Deus e suas Escrituras. É razoável crer que os magos tivessem informações que os ajudou a ligarem aquela estrela em particular à vinda do “Rei dos Judeus”. Eles reconheceram a importância do evento e escolheram enfrentar o custo e o perigo de fazerem a viagem eles mesmos, e não enviar uma delegação especial.

 

A estrela que eles observaram (“Sua estrela”, 2:2), não agia como as estrelas típicas, esta tinha a habilidade de conduzir: “... os precedia, até que, chegando, parou sobre onde estava o menino” (2:9). Não vamos perder tempo com as teorias propostas sobre o mistério desta “estrela”, mas trataremos do fato mais importante que os magos, ao verem esta estrela, foram compelidos a virem.

Os magos foram honrados com um “convite” exclusivo para testemunharem a vinda do Rei dos Judeus. Este convite que não se estendeu a César Augusto, a outros nobres romanos, ao Rei da Judéia, ao Sumo Sacerdote, nem a outros membros da elite religiosa. Alguns pastores foram convidados; os justos Simeão e Ana também o foram ao verem o bebê em sua apresentação no Templo (Lucas 2:25-38; e um número de “sábios” gentios foram convidados a virem e adorarem este rei.

O rei da Judéia.

Os magos podem ter raciocinado que um rei criança seria conhecido na cidade mais importante da Judéia. O relato de Mateus não menciona o tamanho da comitiva que entrou em Jerusalém (que pode ter incluído homens armados para proteger contra ataques de ladrões), mas Herodes não fi cou atribulado por uma ameaça militar criada por este grupo; Herodes atribulou-se pela razão da visita deles, um rei nascera.

Para Herodes (Herodes, o Grande, o primeiro de uma linhagem de Herodes) estar irritado com esta notícia combina com seu caráter. Ele era um homem cruel, invejoso e ambicioso. Ele assassinou membros da sua própria família (esposa e dois de seus fi lhos) que aparentemente ameaçavam seu controle. O historiador judeu Heinrich Graetz chama Herodes, o Grande, de “o gênio do mal da nação judia” (History of Jews, Vol. II, p. 77).

Herodes era temido e odiado como regente. Quando Mateus registra que ele estava atribulado “e toda Jerusalém consigo,” isso se refl ete ao menos parcialmente o medo da população de como este tirano poderia reagir.

Ele ouve dos sacerdotes e escribas que Belém, terra natal do Rei Davi, deveria ser o local de nascimento do Messias (Miquéias 5:2). Enquanto os sacerdotes e escribas parecem acreditar na veracidade de tal notícia, nenhum deles faz a curta jornada até Belém (cerca de 8 km), Herodes acreditava mesmo que uma pessoa importante nasceu (e portanto, uma ameaça a ser removida). Ele esconde seus motivos dos magos, apresenta-se como sincero e piedoso e os envia a Belém com instruções para lhe trazer a localização da criança. Ele estava acostumado a usar outros para alcançar seus fins desejados.

Um tesouro para o Rei.

Quando os magos saem da presença de Herodes, são recompensados com um guia celestial – a estrela está de volta. Mateus descreve a resposta deles: eles se regozijaram. Nem mesmo estavam perto da casa, e já estavam tão entusiasmados. É fácil imaginar esta “grande alegria transbordante” motivando-os a se mover o mais rapidamente possível; a ansiedade de chegar lá deve ter sido tremenda! Posso facilmente imaginar que havia lágrimas de alegria quando eles “prostraram-se e o adoraram.”

Os magos presentearam Jesus com tesouros de alto valor, não presentes para entretê-lo, mas regalos de honra e de reconhecimento à grandeza. Esta criança era digna de adoração, e a resposta deles demonstrou que Jesus era um tesouro para eles.

Os magos, sem saberem, mas pela providência divina, forneceram os meios financeiros para a fuga para o Egito e para a sobrevivência (2:13). A mão de Deus estava novamente ativa para prover e proteger no cumprimento de sua vontade.

O clamor da morte.

Herodes reage com fúria quando os magos não retornam – seu plano de assassinar o Messias está arruinado. O “Plano B” é rapidamente acionado: matar todas as crianças do sexo masculino de dois anos ou menos dentro e nos derredores de Belém.

A dor inconsolável de perder um filho é descrita como a mais agonizante das tristezas humanas. O choro dos pais dentro e ao derredor de Belém deve ter sido terrível.

Em tempos de grande tristeza e angústia, é tentador questionarmos o cuidado de Deus e sua habilidade de proteger. Em nosso limitado entendimento humano, não podemos compreender as “razões” para a ausência de intervenção divina quando coisas ruins ou más acontecem. Em nossa mente não pode haver uma boa razão para que a maldade seja trazida à vidas inocentes.

Sem entrarmos em filosofi a ou teologia profunda, o mal pode ser explicado como o pecado em ação. O mal é a expressão da natureza pecaminosa na raça humana. Mostra- se de muitas formas e em diferentes níveis: dos crimes horrendos do assassinato em massa à rebelião de um filho contra a autoridade dos pais. Na natureza pecaminosa todos nós possuímos o potencial para o mal, e quando agimos assim, pecamos contra Deus e nosso próximo. Isto não diminui a dor das vítimas do mal, nem afasta a responsabilidade humana da prestação de contas diante do Deus vivo.

Como seguidores de Cristo não devemos pagar o mal com mal, nem nos vingarmos. Devemos sim dar espaço para a ira de Deus (Romanos 12:14-21). Nossas ações devem estar sob o controle do Espírito Santo, não da natureza pecaminosa. Assim, vencemos o mal com o bem.

Onde estiver o seu coração...

Em nosso amor por Jesus, entendemos a alegria dos sábios, porque podemos experimentar essa alegra. Talvez não tenhamos presentes dignos de reis honrados, mas podemos honrar a Jesus tendo-o como nosso tesouro mais precioso. Jesus deixa claro que onde estiver nosso tesouro, ali nosso coração também estará (Mateus 6:21).

Não permita que a fascinação das coisas terrenas diminua sua alegria por Jesus – Deus conosco.

Related Articles

Uma nova família em Cristo, domingo
1 AO terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai, 2 Porque partiram de Refidim e...
Nova liderança
Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois; porém eu sou o vosso Deus, diz o Senhor DEUS. Ezequiel 34:31...
O MESTRE POR EXCELÊNCIA, sexta-feira
João 3:1-2: 1 E HAVIA entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. 2 Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem...
A QUESTÃO DA TENTAÇÃO, Sábado
Hebreus 4:12-16: 12 Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e...