Lucas 1:46-55:

46 Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, 47 E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; 48 Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49 Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome. 50 E a sua misericórdia é de geração em geração Sobre os que o temem. 51 Com o seu braço agiu valorosamente; Dissipou os soberbos no pensamento de seus corações. 52 Depôs dos tronos os poderosos, E elevou os humildes. 53 Encheu de bens os famintos, E despediu vazios os ricos. 54 Auxiliou a Israel seu servo, Recordando-se da sua misericórdia; 55 Como falou a nossos pais, Para com Abraão e a sua posteridade, para sempre.
A cena do encontro entre Maria e Isabel indica, através da pureza das formas, a experiência do Deus presente, capaz de se fazer sentir e reconhecer sem trombetas, insígnias e rito. Maria e Isabel são religiosamente pouco evidentes defronte ao aparato oficial hebraico. Como mulheres, encontram-se à margem da sociedade daquele tempo. A não visibilidade das duas é condição de serem privilegiadas testemunhas e guardiãs do Deus feito carne. Cada uma destas mulheres vivenciou a intervenção de Deus na sua vida e o coração delas transbordou de glória pela oportunidade de serem utilizadas para levarem graças às futuras gerações. Elas não se encaixariam bem no mote da sociedade atual, que diz “Tudo consiste em mim”. Quando nosso foco esta em Cristo e nosso desejo é o de abençoar os outros, bênçãos atuais e futuras serão trazidas para nós.

Atos dos Apóstolos 1:6-14:

6 Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? 7 E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. 8 Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra. 9 E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. 10 E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. 11 Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. 12 Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado. 13 E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de Tiago. 14 Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos.
Deus não pode ser posto em uma caixa. Ele é o mestre da surpresa. Os discípulos deveriam estar em um estado de credulidade constante ao assistirem acontecimentos desvelados, tendo estes seu ápice no Monte das Oliveiras. Durante o curto período de três anos, eles testemunharam a vida de Jesus, morte, ressurreição e ascensão aos céus. A reação dos discípulos aos acontecimentos sobrenaturais foi a de se reunirem e orarem. Eu imagino pelo que clamaram no alto daquela sala. Tenho certeza que não foi por riqueza, nem por popularidade e nem ao menos por saúde. Acho que o coração deles desejava fortemente orientação, irmandade, diálogo e propósito. É impressionante como Deus utilizou-se deste pequeno grupo de crentes cujos pensamentos eram similares para espalhar sua Palavra ao mundo inteiro, transformando o curso da história e apresentando-se para todos.

Lucas 2:25-35:

25 Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. 26 E fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. 27 E pelo Espírito foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei, 28 Ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: 29 Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, Segundo a tua palavra; 30 Pois já os meus olhos viram a tua salvação, 31 A qual tu preparaste perante a face de todos os povos; 32 Luz para iluminar as nações, E para glória de teu povo Israel. 33 E José, e sua mãe, se maravilharam das coisas que dele se diziam. 34 E Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal que é contraditado 35 (E uma espada traspassará também a tua própria alma); para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.
Esta passagem revela não somente o quão velho era Simão quando José e Maria apresentaram Jesus no templo, mas também mostra o significado da espera do Messias prometido. Eis duas pessoas que estavam nos extremos opostos: de um lado Simão, no final de sua vida, e, de outro, na flor da sua juventude, Maria. O pronunciamento profético de Simão naquela manhã, nas escadarias do templo, deve ter ecoado no coração de Maria muitas vezes enquanto ela testemunhava a precisão daquelas palavras na vida de seu filho, Jesus.

João 2:1-11:

1 E, AO terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus. 2 E foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas. 3 E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. 4 Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. 5 Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser. 6 E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes. 7 Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. 8 E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram. 9 E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo, 10 E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. 11 Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.
Este acontecimento fala sobre a relação de Maria com seu filho Jesus. Àquela época Maria já contava trinta anos de maternidade dedicados ao seu filho, ela já conhecia muito bem o potencial de Jesus Cristo. Então, sem hesitar, Maria pediu para seu filho querido resolver o problema da falta de vinho, porque sabia que ele conseguiria esse feito. O diálogo entre Jesus e Maria é muito revelador e humanístico. Maria não aceitou não como resposta, quando Cristo disse que a hora dele não havia chegado ainda. Ela, simplesmente, instruiu os servos a realizarem qualquer coisa que o seu filho dissesse para estes fazerem. Ela acreditava que ele concederia o pedido dela.

Lucas 1:34-38:

34 E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? 35 E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. 36 E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; 37 Porque para Deus nada é impossível. 38 Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.
Sem dúvida, houve um momento de silêncio avassalador antes de Maria ter podido formular sua pergunta ao mensageiro angelical. As palavras dela demonstraram sua humanidade, ao passo que ela mesma buscava por clareza e compreensão da saudação de Gabriel. A intervenção de Deus em nossos planos traçados com esmero não é algo fácil de compreender. Maria, ainda abalada com a notícia celestial, recebeu do anjo Gabriel a segunda parte daquela surpreendente e espantosa mensagem. O milagre da concepção da prima mais velha de Maria, Isabel, cuja esterilidade era sabida, fora confirmado. Estas duas mulheres tiveram, pois, suas vidas mudadas para sempre se submetendo à vontade de Deus e aceitando os respectivos desígnios dentro do seu plano redentor.