O apóstolo Paulo viu num trecho do Salmos 44 (44.22) uma mensagem adequada para a igreja de Roma quando abordava sobre tribulação, angústia, perseguição, etc. Todas estas coisas estavam relacionadas à vida cristã. Paulo viu na afirmação de fé do salmista algo totalmente aplicável a sua realidade e a igreja de sua época. Isso implica que nós também podemos experimentar deste mesmo alimento espiritual.

Quero focar numa só ideia do verso 22 do Salmos 44. Quero falar sobre a necessidade de nos entregarmos a Deus todos os dias. Entregar-se a Deus é algo que vai além dos nossos primeiros passos na vida cristã. Entregar-se a Deus diz respeito ao ato constante de ir ao Senhor e nos oferecer como oferta. Em seu momento de dificuldade o Salmista exprime seus sentimentos através de uma metáfora pastoril. Ele disse a Deus em oração que se sentia como uma ovelha que era entregue a morte continuamente. Ao ler isso Paulo se viu no texto. Sabia que o dia-a-dia de um cristão fiel é um ato repetitivo de sacrifício. Alguns literalmente enfrentaram a morte, como ainda se vê em alguns países bem resistentes ao Evangelho.

O texto também nos permite entender este sacrifício como algo simbólico. Revelando-nos quão alto preço nós hoje pagamos por servir a Deus numa sociedade que tem virado as costas para Deus. Numa época em que como indivíduos temos tido dificuldade em se colocar aos pés de Cristo "todos os dias" pela oração e meditação nas Escrituras. Temos perdido a melhor parte e estamos preocupados com muitas coisas. Infelizmente boa parte dessas preocupações nem sempre tem haver com a saúde de nossas almas. Isso não quer dizer necessariamente que nós cristãos não sabermos que o céu e a eternidade com Cristo é algo estupendo, maravilhoso, desejável. Antes quer dizer, que por mais que saibamos disso, estejamos convencidos disso, ainda sim não somos "dominados" por isso. Alguns chamam isso de "frieza espiritual", ou "falta do primeiro amor", ou ainda "superficialidade". Independente do nome que possamos dar a isso, o fato é que, não há outra saída para nós a não ser se entregar a Cristo todos os dias. E só há uma única coisa que pode motivar-nos a isso: “Por amor a ti...” (Salmos 44:22; Romanos 8:36).

A intensidade de nosso amor por Cristo sempre determinará a intensidade e a constância de nossa entrega. Entenda o seguinte: esta entrega a Deus não é para ser tratado como algo custoso, pesaroso. Nossa entrega a Ele nada mais é do que imitá-lo. Pois, Ele foi quem primeiro se entregou por nós. Amém!

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