Isaías 43:16-22:

16 Assim diz o SENHOR, o que preparou no mar um caminho, e nas águas impetuosas uma vereda; 17 O que fez sair o carro e o cavalo, o exército e a força; eles juntamente se deitaram, e nunca se levantarão; estão extintos; como um pavio se apagaram. 18 Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. 19 Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz; porventura não a percebeis? Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo. 20 Os animais do campo me honrarão, os chacais, e os avestruzes; porque porei águas no deserto, e rios no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu eleito. 21 A esse povo que formei para mim; o meu louvor relatarão. 22 Contudo tu não me invocaste a mim, ó Jacó, mas te cansaste de mim, ó Israel.

Manter a esperança viva não é nada fácil. Principalmente quando o quadro a nossa volta é desolador e obscuro. Porém, o texto de Isaías 43:14-21 nos ensina algo profundo sobre a esperança. O texto ensina que a esperança não é algo que vive e se alimenta por si mesma. Ela precisa ser nutrida por outra fonte além de nós mesmos. Ou seja, em Deus!

Isaías profetizava a um povo que logo receberia um duro golpe – a invasão de povos pagãos e a desestruturação da nação. Qual o motivo? Desobediência. Principalmente a idolatria. Isaías falava de um futuro distante. Futuro este que traria Nabucodonosor em ventos de maus auspícios. Antecipando este momento de dor, o profeta é usado por Deus para trazer uma palavra de conforto que só serviria para ser aplicada no momento certo. O conforto está registrado em 43.16-22. E neste conforto dado, vejo algo de muita relevância para a Igreja dos dias atuais.

O antigo êxodo deve ser deixado de lado. A palavra de esperança começa com a menção de um ato de salvação operada no passado. Podemos dizer que a escravidão do egípcio foi a série de contrações que levou ao parto do povo Israelita. Tal fato ficou arraigado na memória das gerações. O próprio Deus fazia vez ou outra menção deste fato. Os salmos acabaram perenizando este feito grandioso de Deus. Só que nesta profecia específica de Isaías o Senhor pede para que este fato seja esquecido: "Não vos lembreis das coisas passadas" (v.18). Como esquecer fato tão grandioso? E como isso nos ajudará a ter esperança? Isso parece muito estranho. Mas a seqüência da profecia nos dá esclarecimento sobre a questão.

Um novo êxodo deve ser vislumbrado. A única razão dada pelo Senhor para que o povo não mais se lembrasse do antigo êxodo era porque este deveria ceder lugar a um novo êxodo! Pois ele diz: "Eis que faço coisa nova..." (v.19). As palavras da profecia são poéticas, emblemáticas e associadoras. "Eis que porei um caminho no deserto e rios no ermo". E tudo isso com um propósito em vista: ‘... para dar de beber ao meu povo, ao meu escolhido’ (v.20). A esperança do povo deveria estar em Deus. Depois de perder sua identidade o povo poderia pensar que nada mais restava se não lamentar. Porém, o Senhor os desperta com uma promessa de que ele fará de novo, o que já havia feito antes! Acredito que essa deve ser nossa esperança: o Senhor poderá fazer de novo, a qualquer momento!

Não tenho dúvidas de que a Igreja de nossa época também precisa de um derramamento do Espírito de Deus. Mas, para isso precisamos ter esperança em Deus. Precisamos crer que se ele quiser poderá fazer de novo. Temo, pois, que nossa falta de esperança nos leve a não perceber o que Ele já está fazendo (cf. v.19). Ergamos nossas cabeças, e acreditemos resolutamente no Deus que disse: "... derramarei água sobre o sedento".

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