João 15:18-19

É bem certo que Jesus disse que teríamos de ir por todo o mundo e pregar o Evangelho a toda criatura. Isso implica em uma necessidade de o Cristão ter de estar presente no "mundo". Só que este "estar presente no mundo" pode soar aos nossos ouvidos como um posicionamento silencioso e sem atritos. As evidências que apontam para um mundanismo infiltrado na mentalidade e atitudes de muitos cristãos revelam que tais cristãos querem a todo custo manter hasteada a bandeira de um "pacifismo" forjado. É bem verdade que as Escrituras dizem que se for possível devemos ter paz com todos os Homens. Ser um cidadão que respeita e quer conviver bem com o seu próximo, ainda que não seja cristão, é uma coisa. Agora, termos de nos conformarmos com o mundo, só para não criar atritos com ele é outra coisa bem diferente. Não temos mais de agradar ao Mundo, e sim a Cristo. Olhando por este ângulo, tal "pacifismo" é daninho para a Igreja.

Digo isso porque, chegamos a acreditar que o Mundo é realmente nosso amigo. E não é! Tudo bem que gostamos da natureza a nossa volta, das proezas da civilização, do nosso trabalho, das amizades que temos, do bairro onde está localizada nossa igreja. Só que quando me refiro a Mundo falo das idéias que regem a vida das pessoas e das sociedades presente nele. Esse é o "Mundo" que dá origem ao mundanismo, o qual foi tema das exortações da carta de Paulo, e também dos ensinamentos de nosso Senhor Jesus.

Em nosso texto Jesus toca no ponto em que muitos fazem vista grossa ou simplesmente ignoram: há uma relação de desafeto e não de amizade entre a Igreja e o mundo. E o que isso tem haver conosco?


Tem haver que devemos saber muito bem onde estamos pisando. Há diferença entre um cristão e o Mundo. Ignorar esta diferença, ou tentar criar um meio termo para disfarçar tal diferença pode ser muito perigoso. Nem sempre as diferenças têm que ser eliminadas. Há muitas coisas nesta vida e neste presente estado de existência que jamais serão iguais. Nossa vida cristã é o diferencial necessário. Jesus deu algumas bases para essa relação diferencial.

  1. Se odiaram a Jesus é certo que o mundo nos odiará. Esta verdade é simples de ser lida, porém às vezes difícil de ser compreendida na prática. Como assim? Isso significa que nem sempre, a má impressão que nossos colegas ficam ao nosso respeito quando nos chamam para fazer coisas que sabemos que um cristão lavado e remido no sangue de Jesus não deve fazer, ou os julgamentos que familiares que não comungam da mesma fé que nós fazem ao nosso respeito, sinalizará que estamos errados. As pessoas do Mundo devem ser sim alvos do amor que Jesus implantou em nós. Contudo, não amá-las de tal forma a formatarmos nossa vida de acordo com os padrões delas. O que Jesus quis dizer no ver 18 é que se realmente o tivermos como exemplo a ser imitado, é certo que o mundo nos odiará. Não querer fazer o que "todo mundo faz" poderá atrair o ódio.
  2. Fomos escolhidos para uma nova cidadania. Isso, em outras palavras, significa que somos estrangeiros. E nem sempre os estrangeiros são bem aceitos ou bem tratados. A razão fundamental para isso é que os estrangeiros têm um estilo de vida diferente do lugar que está de passagem. Ser um escolhido de Deus significa que não somos os escolhidos do mundo. Não há espaço para sermos prediletos dos dois, isto é, de Deus do mundo.
O discurso de muitos cristãos hoje em dia está muito parecido com a luta dos Direitos Humanos promovido pela ONU. Porém, é preciso ressaltar que as relações do Cristão com o Mundo, não se dá pragmaticamente por causa da diplomacia. Entre o Reino de Deus e o Mundo sempre vai haver uma Relação de Desafeto.

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