O Livro de Jó ou Job é um dos livros sapienciais do Antigo Testamento e da Tanakh. É considerado a obra prima da literatura do movimento de Sabedoria. Também é considerada uma das mais belas histórias de prova e fé.
As inúmeras exegeses presentes neste livro são tentativas clássicas para conciliar a coexistência do mal e de Deus (teodicéia). A época em que se desenrolam os fatos, ou quando este livro foi redigido, é controverso. Existe uma famosa discussão no Talmud a este respeito.
A autoria de Jó é incerta. Alguns eruditos atribuem o livro a Moisés. Outros atribuem a um dos antigos sábios, cujos escrito podem se encontrados em Provérbios ou Eclesiastes. Talvez o próprio Salomão tenha sido seu autor.
Os procedimentos, os costumes e o estilo de vida geral do livro de Jó são do período patriarcal (cerca de 2000-1800 aC). Apesar dos estudiosos não concordarem quanto à época em que foi compilado, este texto é obviamente o registro de uma tradição oral muito antiga. Aqueles que atribuem o livro a Moisés, acham que a história surgiu lá pelo séc. XV aC. Outros acham que surgiu por volta do séc. II aC. A maior parte dos conservadores atribuem Jó ao período salomônico, pela metade do século X aC.
A própria Escritura atesta que Jó foi uma pessoa real. Ele é citado em (Gênesis 46.13; Ezequiel 14.14, 14.20 e Tiago 5.11). Jó era um gentio. Acredita-se que era descendente de Naor, irmão de Abraão. Conhecia Deus pelo nome de “Shaddai” - o Todo Poderoso. Ele era um homem rico e levava um estilo de vida semi-nômade.
Homem que morava na terra de Uz, no que é agora a Arábia. (Jó 1:1) Deus disse a respeito de Jó: "Não há ninguém igual a ele na terra, homem inculpe e reto, temendo a Deus e desviando-se do mal." (Jó 1:8) Isto indica que Jó morava em Uz por volta da mesma época em que seus primos distantes, as 12 tribos de Israel, estavam em escravidão na terra do Egito. Já então, José, filho de Jacó (Israel), havia morrido (1657 aC), depois de ter suportado muitos sofrimentos injustos, mas de ter-se mantido inculpe para com Deus. Moisés não tinha ainda surgido como profeta de Deus, para conduzir as 12 tribos de Israel para fora da escravidão no Egito.
Atribui-se, em geral, a Moisés a escrita do relato das experiências de Jó. Ele pode ter sabido a respeito de Jó quando passou 40 anos em Midiã, e talvez tenha ouvido falar do resultado final feliz para Jó e da sua morte quando Israel estava perto de Uz, próximo do fim de sua jornada no ermo. Se Moisés completou o livro de Jó por volta da época da entrada de Israel na Terra da Promessa, em 1473 aC (provavelmente não muito depois da morte de Jó), isto situaria a época da provação de Jó por volta de 1613 aC, porque Jó ainda viveu 140 anos depois de sua provação. — Jó 42:16, 17.
Jó era figura de destaque no portão da cidade, respeitado até mesmo pelos homens idosos e pelos príncipes. (Jó 29:5-11) Ele atuava como juiz imparcial, executando a justiça como defensor das viúvas, e era como que um pai para os meninos órfãos de pai, para os aflitos e para aqueles que não tinham ajudador. (Jó 29:12-17) Ele se mantinha livre da imoralidade, do ganancioso materialismo e da idolatria, e era generoso para com os pobres e os necessitados. — Jó 31:9-28.