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Êxodo

Escrito por Moisés

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Análise do livro

Êxodo (do latim tardio exŏdus do grego ἔξοδος, composto de ἐξ "fora" e ὁδός "via, caminho") é o segundo livro do Antigo Testamento e do Pentateuco. A sua autoria é atribuída ao profeta Moisés pela tradição judaico-cristã.

O termo "Êxodo" deriva da versão Septuaginta Grega (LXX), de procurava intitular os livros a partir do seu conteúdo. O seu nome em hebraico é Shemôtht, que significa "Nomes", de acordo com o costume de judaico de intitular os livros a partir das suas palavas iniciais. (Êxodo 1:1 - "Estes são os nomes ..."; em língua hebraica We élleh shemôtht)

Conteúdo

Êxodo dá continuidade à narrativa iniciada em Gênesis. Relata o inicio da escravidão do povo de Israel no Egipto, sua posterior libertação (As pragas do Egito, Êxodo e abertura do mar vermelho, O maná do deserto) e aliança com Deus no Monte Horebe, na Península do Sinai, onde Deus entrega a Moisés as duas tábuas de pedra contendo os Dez Mandamentos. Também narra o nascimento e a vida de Moisés, além de dar instruções sobre o tabernáculo.

O começo da escravidão

Moisés pintado pelo espanhol José de RibenaMoisés com as pedras dos 10 mandamentosDepois da morte de José e de toda a sua geração, subiu ao trono do Egipto um novo Faraó - e muito provavelmente uma nova Dinastia - "que não sabia nada a respeito de José." (1:6,8 BLH) Segundo o relato bíblico, o Faraó disse ao seu povo:

  Eis que o povo dos filhos de Israel é muito [grande], e mais poderoso do que nós. Eia, usemos de sabedoria para com eles, para que não se multipliquem, e aconteça que, vindo guerra, eles também se ajuntem com os nossos inimigos, e pelejem contra nós, e subam da terra." (1:9,10)

Com esse fim designaram sobre eles, chefes de trabalhos forçados com o objetivo de os oprimir; de tornar a sua vida penosa. Segundo o relato bíblico, os israelitas trabalham na construção das cidades de Pitom (ou Pi-Atum, que significa "Casa de [deus] Atum") e Ramsés (que significa "Casa do Filho de [deus] Rá"; ou Pi-Ramsés-Meri-Amon), que seriam locais para armazenagem de cereais. Ambas cidades situavam-se na fronteira oriental do Delta do Nilo. A cidade de Pi-Ramsés seria a Avaris mencionada no relato do sacerdote e historiador egípcio Manéto, citado pelo historiador judeu Flávio Josefo.

Quanto mais os egípcios os oprimiam, tanto mais eles se multiplicavam, a ponto de os egípcios temerem uma rebelião. (1:12-14) Para conter o preocupante aumento da população masculina entre os israelitas, o Faraó terá ordenado que todo menino israelita recém nascido fosse morto. (1:15-22) É neste contexto que surje o nascimento de Moisés. Passaria exatamente 80 anos, até os israelitas serem libertados do Egito.

Êxodo de Israel

Rota do êxodo

O povo de Israel organiza o acampamento em Sucote, e dali caminha até ao Etão, no limite do deserto, onde acamparam. (13:17,18,20) Sucote estava evidentemente a um dia de jornada (32 a 48 km) do Etão que é acreditado que se estende ao longo do lado Norte da Península do Sinai.

Retrocedem e acampam diante de Pi-Hairote, entre Migdol e "o mar", à vista de Baal-Zefom [ou seja, a fronteira Norte]. É o último lugar antes da travessia do mar Vermelho. (14:1-3) Crê-se que Migdol seja a pronúncia egipcia do hebraico mighdal, que significa "torre", devendo referir-se a um posto militar ou torre de vigia na fronteira egipcia. Numa das Cartas de Tell-Amarna é mencionado Maagdali.

Após a travessia do Mar Vermelho, entram no Ermo do Sur. Sur ou Shûr, significa "muro" ou 'muralha". Depois de três dias de caminhada, chegam ao Oásis de Mara, em árabe Ani Hawarah, onde as águas eram amargas. Mara significa "amarga", devido à sua água ser salobre e sulfurosa, não potável. Andando 24 quilômetros mais para Sul, chegaram ao Oásis de Elim, em árabe Wadi Garandel, com doze fontes de água e setenta palmeiras. Elim significa "árvores grandes [sagradas]". (15:22,23,27)

Atravessam o Ermo de Sim junto ao mar Vermelho, entre o Oásis de Elim e o Monte Horebe (Sinai), hoje a planíce de El Kaa. Acamparam a Dofca, e depois em Alush, e finalmente, no oásis de Refidim. Dafca é atualmente chamada em árabe de Serábit el-Chadem. Era um antigo centro egípcio de extração de cobre e de turquesas e onde havia fornos de fundição. Segundo os filólogos, Dofca é um nome hebraico que equivale a "fornos de fundição". Alush é um local não identificado entre Dofca e Refidim.

  • A questão das codornizes como o maná, tal como descritos no texto bíblico, são um acontecimento local natural. Somente as suas circunstâncias (tempo, duração, quantidade, etc ...) que tornam estes fatos em parte milagrosos ou inexplicáveis. O mesmo se aplica ao fenômeno da "água brotar da rocha".

Foi em Refidim, a atual wadi Feiran dos árabes, a noroeste do Monte Horebe. Foi aqui que ocorreu o episódio de "água brotar da rocha" (Números 20:11). Foi o local da batalha entre Israel e os amalequitas. Josué, ajudante de Moisés, saí vitorioso. (17:1,6; Números 33:12-15) Por fim, o povo de Israel acampa junto do Monte Horebe, na Península de Sinai. Em árabe, é chamado Jebel Musa que significa "Monte de Moisés".

Tal rota "oficial" do êxodo carece de comprovação arqueológica. Alguns autores questionam o êxodo bíblico; outros apresentam rotas mais plausíveis com o texto bíblico; Existem trabalhos (como o de Ron Wyatt) que apontam a praia de Nuweiba no Golfo de Aqaba como o provável local da travessia do mar Vermelho, e o monte sagrado situado na Arábia Saudita, no local chamado em árabe de Jabel El Laws.