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1 Samuel

Escrito por Incerto

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Análise do livro

I Samuel, também chamado "Primeiro Livro de Samuel" ou "1 Samuel". Trata-se do primeiro de dois livros (1 e 2 Samuel) dos Livros históricos do Antigo Testamento da Bíblia e um único livro na Bíblia Hebraica (Tanak), sendo que não estavam separados no cânon hebraico original. Junto com II Samuel abrange um período de aproximadamente 140 anos (cerca de 1180 a 1040 a.C.).

Divisão do livro original

Acredita-se que este livro formava originalmente uma só obra com II Samuel, I e II Reis. A primeira parte teria sido escrita por Samuel, mas o restante por Natã e Gade. O enorme tamanho deste único rolo, composto por um dos escritores, deve ter levado à sua divisão arbitrária em quatro partes, num tamanho de mais fácil manuseio. Assim, tanto a Septuaginta grega como a Vulgata latina, o chamam de I e II Samuel ,I e II Reis, respectivamente.

Conteúdo

I Samuel conta a história de Samuel, um importante profeta, e do reinado do rei Saul até a sua morte, incluindo a guerra dos filisteus contra Israel e a grande façanha do jovem pastor Davi (mais tarde rei de Israel), ao derrotar o gigante Golias.

Samuel falou então ao povo sobre a prerrogativa legítima do reinado, e escreveu-a num livro e depositou-o perante YHVH.” (1Samuel 10:25)

 

Resumo de alguns destaques de I Samuel:

  • YHVH escolhe Samuel como profeta em Israel. ( 1:1–7:17)
  • Saul torna-se o primeiro rei de Israel. (8:1–15:35)
  • Davi obtém destaque, irando a Saul. (16:1–20:42)
  • Davi torna-se fugitivo. (21:1-27:12)
  • O reinado de Saul chega ao fim. (28:1–31:13)

Aspectos históricos

Para entender a parte histórica dos livros de Samuel, torna-se necessário conhecer a história bíblica desse período.

As Doze tribos de Israel achavam-se desorganizadas. No período relatado em I Samuel, o perigo em comum obrigou-as a unirem-se. A conclusão lógica deste processo seria o estabelecimento de uma monarquia centralizada.

Em consequência, os inimigos territoriais de Israel — Moabe, Edom e Amon - também se haviam organizado em forma similar, inclusive antes que os israelitas chegassem a Canaã, depois de sua grande peregrinação pelo deserto, após terem sido libertos da escravidão Egito. Outro inimigo de Israel, Síria também tinha um governo monárquico.

Os Reis de Israel são retratados nestes livros como cabeças legais e visíveis dum estado nacional organizado. No entanto, compreende-se que a transição não foi abrupta, mas seguiu-se de forma gradual. Logo depois do período dos Juízes, Deus escolhe o rei de Israel: Saul. O apoio e a direção de Deus sobre este israelita leva-o a alcançar grandes realizações. Esta nova instituição real aparece logo depois da vitória de Israel sobre Amom relatado em I Samuel. Logo após, o reinado de Saul recebe reconhecimento como autoridade nacional. - 1 Samuel capítulo 11.

Apesar da direção teocrática que a Bíblia outorga aos Reis de Israel e Judá, percebe-se que houve um desvio de proceder da parte de muitos destes, o que incluiu o rei Saul.

Aspectos religiosos

Assim como acontece com outros livros históricos do Antigo Testamento, mediante a mera leitura se evidencia que I Samuel não foi escrito com mero objetivo histórico, mas sua narração está fortemente ligada ao interesse religioso da antiga nação de Israel, e de Deus YHVH. Além disso, o registro está em completa harmonia com o restante das Escrituras.

O objetivo da união das 12 tribos, para maior glória de YHVH teria fracassado se não fosse o êxito da escolha do sucessor de Saul, Davi, monarca ideal do ponto de vista do cronista bíblico. Já Salomão e outros Reis posteriores mereceram a reprovação dos escritores de Crônicas e Reis.

Depois da reprovação de Saul, chega a fidelidade de Davi, nome que foi eleito como modelo de liderança esperado por YHVH. Sua autoridade não se compara com nada antes dele. De sua semente nasceria o Messias e esta promessa de esperança messiânica se estende por todos os tempos, até se consolidar com a vinda do Messias (Jesus Cristo).